Flores das "Flores do Mal" de Baudelaire

Flores das "Flores do Mal" de Baudelaire Charles Baudelaire




Resenhas - As Flores do Mal


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Vick 06/12/2020

Flores do mal - resenha
Começo a minha resenha avisando aos leitores que não é um livro fácil de se gostar, os poemas são ácidos e retratam a alma sombria e visceral do nosso poeta.

As flores do mal são uma coletânea de poemas curtinhos publicados (na verdade censurados, por conterem alguns assuntos que não seriam de proveito algum para os franceses da época), e a edição que possuo contém todos esses escritos sem censura, e posso dizer que gostei bastante da melancolia de nosso autor.

Não sei muito bem o que falar além disso pois a edição está perfeita (a diagramação é incrivelmente espaçada e fácil de ler, além de conter notas no final pra podermos entender algumas referências dos poemas), gostei muito e recomendo pra quem curte poemas clássicos e sem censura.
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Suka - Pensamentos & Opiniões 04/12/2020

Antes de falar dessa obra vamos conhecer um pouco do autor, Baudelaire, conhecido como "Pai do Simbolismo”, ele foi precursor do movimento simbolista na França e também o fundador da poesia moderna. Quando atingiu a maioridade, ele recebeu a herança de seu pai e começa a gastar seu dinheiro com jogos e drogas, sobretudo, o álcool. Passando a viver na boemia e se envolvendo com diversos artistas.

Escreveu "Flores do Mal" em 1857, mas ela foi censurada e o poeta teve que pagar uma multa para o Estado e a editora, a censura foi por conta dos temas explorados pelo escritor.
Mas nessa edição de 2020 a obra está bem completa, traz todos os poemas do autor, bem como aqueles que foram retirados na sua primeira edição (1857) por acharem que desrespeitava a moral pública da época.

Algumas poesias me chamaram atenção, uma delas é a denominada “Os Faróis” onde o autor brinca com as palavras e a arte de artistas renomados como Da Vinci, Rembrandt, Miguel Ângelo, Goya e outros.
Seus poemas falam de amor mas de forma mórbida, lúgubre, triste. Sempre repleto de perdas, medo, ausência, morte, luto, amantes, traição. Temas que naquela época eram condenados. Muito de seus poemas nos fazem refletir sobre a vida e alguns dele até nos mostra um reflexo de quem era o autor e de como vivia, sempre buscando fazer uma critica a sociedade da época.

Como o idioma do autor é o francês, alguns poemas não parecem fazer rimas em nossa língua, mesmo o tradutor tendo buscado palavras próximas e que dessem sentido, porém, mesmo com a troca de algumas palavras e mesmo os poemas nos fazendo refletir inúmeras vezes é uma leitura que flui e ao chegar no final você se depara com alguns projetos de prefácios escrito pelo autor, recheado de humo negro, uma coisa que adorei. E tive minha lista de poemas prediletos.

site: http://www.pensamentosopinioes.com
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umafacasolamina 24/11/2020

poemas favoritos, por ordem de aparição:

os faróis
o inimigo
uma carniça
os mochos
obsessão
horror simpático
o relógio
paisagem
a destruição
mártir
a viagem [meu favorito]
epígrafe para um livro condenado
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Camille.Pezzino 08/10/2020

RESENHA #143: AO MODERNO DECADENTE
Muitos estudiosos comentam que o mal do século é a depressão, o homem sujeito a sua própria psique e perdido no miasma da sociedade enquanto tenta encontrar a felicidade. E se eu dissesse que, em Flores do Mal, Charles Baudelaire despontava como um precursor dessa percepção?

Contudo, ao reler a obra baudelairiana, fiquei atenta a detalhes de sua lírica que antes não tinha notado. Ao criticar a sociedade de seu tempo, Baudelaire dá as primeiras amostras de um homem decadente, de um herói corrompido pelo que o cercava através das divisões temáticas de sua obra. Ele, como homem e herói perdido, constantemente, estava tentando encontrar algo. Algo que pode ser ou não corpóreo, algo que pode ser ou não a solução às aflições que o dominavam por completo.

Ao contrário dos românticos, poetas anteriores, observando o que o passado lhes tinha feito de mal, o escritor, ao meu ver, notava o que lhe fazia mal naquele momento e o quanto isso se relacionava à sociedade em que vivia. Nas flores que destoavam de suas cercas e desabrochavam com uma fragrância venenosa, as classes sociais se marcavam de maneira degradante e as hipocrisias morais estavam no pico junto das revoluções econômicas do período.

É também o instante do dândi, do nobre que perde sua pompa; é o momento de a poesia erudita ganhar camadas de podridão temática, mesclando a lírica e tornando-a nova e única no período; é o segundo em que a sociedade culmina para a decadência pura e simples da humanidade, pela angústia e melancolia geridas nessa construção social capitalista e produtora.

Ao reler Flores do Mal, na tradução de Laranjeira, relembrei as impurezas e problemas da França dessa época, mas, como uma novidade, pensei que Baudelaire nos traz em sua lírica o momento de transição do homem de ontem para o que ele se tornou o que é hoje: frágil, perdido em si mesmo. Talvez seja por isso que Walter Benjamin, o mais consagrado especialista do poeta, comenta a importância da literatura baudelairiana para definirmos a modernidade e o seu mal-estar.

ACESSE MAIS EM: https://gctinteiro.com.br/resenha-143-ao-moderno-decadente/

site: https://gctinteiro.com.br/resenha-143-ao-moderno-decadente/
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Mariana Dal Chico 25/08/2020

“As Flores do Mal” de Charles Baudelaire, originalmente publicado em 1857, logo foi alvo de censura e ganhou uma segunda edição com 6 poemas suprimidos e inclusão de mais 35, em 1961.

Esse foi um livro que me acompanhou por muitos meses, de fevereiro a junho.

Fiquei encantada com a ousadia do autor ao introduzir temas como prostituição, álcool, drogas, decadência do corpo humano, diabo; na poesia que até então, exaltava a Beleza das coisas. Baudelaire protesta contra qualquer tentativa de embelezamento da realidade e da romantização do amor.

Sua estrutura vem da poesia clássica, mas as palavras cirurgicamente empregadas se aproximam da fala do homem comum de sua época, que até então não eram consideradas vocabulário para arte escrita.

Em alguns momentos, o tema central do poema é a cidade, um marco na escrita do autor. A multidão é um elemento constante em seus poemas, mas dificilmente se encontra uma descrição específica dela, sabemos que a massa está presente pelo que se destaca através dela.

Foi uma experiência de leitura maravilhosa, já reli diversos poemas ao longo desses meses e tenho certeza que manterei esse hábito por muitos anos. Entrou para a lista de favoritos da vida.

A minha edição bilíngue é da @penguincompanhia reúne a publicação de 1861 e poemas acrescidos postumamente em 1868, a apresentação e tradução são de Júlio Castañon Guimarães, e ainda conta com textos de J. Barbey DÁurevilly, Guillaume Apollinaire e Paul Valéry.

“…
A invejar dessa gente a paixão persistente,
Das putas velhas, sua fúnebre alegria,
E todos negociando ali, alegremente,
Um sua beleza, outro a honra vazia!
…”
[trecho de O Jogo, p. 305]

site: https://www.instagram.com/p/CD6Z_htjpa3/
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Paulo.Sakumoto 20/08/2020

Pensei na Florence
Poesia é uma experiência subjetiva e sensorial. Precisa ser recitada em voz alta dando vazão à imaginação, pelo menos assim é pra mim.

Eu gostei de uma entitulada "A uma mendiga ruiva". Que poema puro e singelo do Baudelaire!

Essa semana ouvi a Florence Welch. Ela é daquelas musas encantadoras, por isso relacionei.

São tantos seres interessantes que habitavam as ruas de Londres e Paris séculos atrás no anonimato.

Tanta beleza, tanta paixão, tanto desejo, tanto espírito, tanta loucura, tanta vida, tanta morte.

Que viagem a minha!

Só queria dizer que pra ler poesia você precisa ser um pouco poeta para inspirar e ser inspirado também.
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Karina 08/06/2020

Leitura densa
Charles definitivamente soube fazer poesia transformando o "mal" em algo belo, como o próprio diz em prefácios do livro. É uma leitura que depende daquele dicionário ali do seu lado pelas palavras bem arcaicas e pouco utilizadas serem constante nos textos.
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JoAo.Belos 30/05/2020

Livro muito bom e muito difícil. Sem uma boa edição, perde-se muito conteúdo.
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Lilian 28/05/2020

a poesia moderna surge com Baudelaire
Charles-Pierre Baudelaire, nascido em 1821, Paris, publicou originalmente, em 1857, As Flores do Mal, considerada importante obra para o movimento simbolista. Em 2019 a Editora Companhia das Letras, selo Penguin, lança nova edição com tradução e organização de Júlio Castañon Guimar

Fugindo do aspecto meramente sentimentalista, Baudelaire se debruça naquilo que a sociedade da época não queria ver, como paixões fracassadas, angústia, a modernidade caótica, a existência ácida, o tédio. Logo, para melhor compreendê-lo, é necessário mergulhar no contexto histórico e geográfico do século XIX, período da Revolução Industrial, isso porque, o autor faz uma crítica a essa época, como as relações humanas tornaram-se frias, burguesia e o ônus da modernidade.

UMA MENDIGA RUIVA

Moça ruiva, com vestido
Que por estar todo puído
Permite ver a pobreza
E a beleza,

Para mim, poeta sem brio,
Teu jovem corpo doentio,
Cheio de sardas na alvura,
Tem sua doçura.

Usas, com mais segurança
Que rainha de romança
Usa coturno enfeitado,
Tamanco usado.

Em vez de trapo singelo,
Que um traje de corte belo
Se arraste nuns sobressaltos
Sobre teus saltos;

Em vez de meias furadas,
Que a libertinas espiadas
De ouro, em tua perna, um punhal
Luza fatal;

Que os teus nós descuidados
Para nossos pecados
Mostrem teu seio solar
Como o olhar

Que para te desnudar
Tuas mãos se façam rogar
E rechacem, revoltosos,
Dedos maldosos
(...)

Em seus versos o autor não reverencia as donzelas virgens, mas as putas, o desejo, o corpo, a carne, a paixão, o erotismo. A ruiva, de tamanco rústico e surrado pelo uso, agora é a representação do belo. A relação com o presente e a melancolia são o ápice de uma Paris efêmera e paradoxal. “Fervilhante, repleta de sonhos, cidade / Onde o espectro, de dia, interpela o passante!”.

Segundo alguns críticos da literatura, a poesia moderna surge com Baudelaire e sua relação com a cidade, especificamente, Paris, e todos os símbolos contidos nesse espaço urbano. O autor se utiliza da versificação clássica na imagem urbana que ele também experimenta, vivência, não é mero observador.


saiba mais aqui http://www.poesianaalma.com.br/
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Geórgea 26/05/2020

As Flores do Mal
Lançado pela primeira vez em 1857, contendo 100 poemas, Les Fleurs du Mal, reproduzem sentimentos que arrebatam o ser humano. Desde amor até o mal, passando por segredos que existem nas nossas almas, explorando a inquietude que parece perseguir as pessoas e todas as dúvidas sobre o céu, purgatório e inferno. Essa poesia moderna e simbolista é considerada um marco e seu autor um de seus percursores. Tanto que, no mesmo ano que foi lançado, acusaram-no de ultrajar a moral pública. Sendo seus exemplares apreendidos e o autor e a editora obrigados a pagar multa.

“E as minhas unhas, como aquelas das harpias,

Acharão o caminho até o seu coração.”

Seus poemas trazem reflexões e, principalmente, palavras consideradas condenáveis naquela época: palavrões, demônios e descrições sobre sexo. Com essa afronta à sociedade da época, teremos uma descrição minuciosa sobre o tédio no poema Ao Leitor. Também teremos uma análise sobre o Remorso em O Irreparável, nos perguntando como conviver com esse sentimento? Como lidar com ele? E revelando o quanto ele pode ser problemática em nossa vida.

Em Uma Carniça, a descrição profunda e minuciosa de uma carcaça em decomposição encontrada em seu caminho, nos lembra sobre a nossa própria mortalidade e fragilidade, fazendo com que repensemos nosso lugar no mundo. Com diversos poemas para todos os gostos e reflexões, fica praticamente impossível descrever cada um dos temas presentes nessa obra e quão fácil ela flui para o seu leitor.

Minha Opinião

Quando observamos esse livro pela primeira vez, é impossível não ficar encantado por todo o trabalho que existe nele. Uma edição luxuosa, em capa dura e com um trabalho interno de encher os olhos. Quando adentramos suas páginas e conhecemos seus poemas, nossa certeza da beleza desse livro, tanto internamente quanto externamente, apenas se confirma. Eu duvido que você não encontre pelo menos 10 poemas que toquem você. Em sua primeira edição, quando seus exemplares foram retirados de circulação, a obra contava com apenas 100 poemas, nesta edição, temos um acréscimo de mais poemas, principalmente alguns “poemas proibidos”. Tudo muito moderno para a população da época. Mas será que não seria moderno para a nossa situação atual? Às vezes me questiono sobre isso.

Desde o primeiro poema percebemos que ele é um “poeta muito moderno” e que, realmente, estava muito à frente do seu tempo. Pelas palavras usadas e pela ferocidade da sua escrita. Tudo isso aliado ao que vemos sobre sua ousadia. Baudelaire é diferente daqueles poetas que as pessoas acreditam falar apenas de amor, aqui suas paixões vão além. Desde sua indignação com o tédio até sua ânsia por respostas sobre questões existenciais.

“Qual jovem passarinho a tremer que palpita,

Esse coração rubro arrancarei do peito.

E saciando essa minha besta favorita,

Vou atirá-lo ao chão com desdém, sem respeito!”

Nas suas palavras sentimos uma força, uma inconformidade. Sua crítica é motivada por algo que lembra a raiva, que transborda dessas páginas. No entanto, além desses poemas ferozes e cheios de palavras que arrepiariam os mais conservadores, também temos uma visão mais simples e sentimental. Principalmente sobre os gatos. Contei três poemas que falavam diretamente sobre esses animaizinhos. Desde sua relação e sentimentos despertados por eles, até uma descrição eloquente de sua aparência percebendo detalhes que, muitas vezes, passam sem que vejamos. Ele eleva esses bichinhos ao patamar de deuses.

Ele também fala sobre figuras mitológica, usa e abusa das melhores descrições sobre musas, a beleza da natureza, as estações e o quanto elas influenciam na vida das pessoas e locais que vão desde os mais belos até os mais sofridos. O poeta é implacável e certeiro em suas descrições, primando pelos detalhes e explorando seus sentimentos.

“No meio dos sabás os fetos cozinhando,

Velhas diante do espelho e crianças despidas.”

Ao seu final, temos uma coletânea de versos do autor que foram incluídos em 1866. A maioria é inédita ou foi condenada. Nelas notamos um amadurecimento maior na escrita do autor, explorando novos locais e trazendo algo mais adulto e explícito. Esse é um daqueles livros que você pode ir lendo em pequenas doses. Cada dia você pode explorar um de seus poemas e refletir sobre as entrelinhas de cada um. No entanto, já aviso, a leitura flui tão rapidamente que, quando você menos perceber, já estará chegando ao final dessa obra e com uma lista de poemas preferidos.

site: https://resenhandosonhos.com/as-flores-do-mal-charles-baudelaire
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Juliana.Rissardi 19/05/2020

"Reunindo 21 poemas das Flores do mal, obra máxima de Charles Baudelaire, na tradução de Guilherme de Almeida."
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