A Hora das Bruxas

A Hora das Bruxas Anne Rice




Resenhas - A Hora Das Bruxas I


156 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Márcia 20/11/2010

O legado dos Mayfair é o talento da Anne Rice.
Achar um livro com uma trama forte, vivida por personagens perturbadoramente reais não é fácil. E quando acontece é extremamente importante apreciar cada segunoa da leitura. Você sempre poderá reler o livro, claro, mas não há nada como as surpresas da primeira leitura, quando a cada virar de páginas você se depara com uma reviravolta maior que a outra, ou simplesmente com uma frase completamente brilhante.
E esse livro é repleto, uma festa, de frases e trechos brilhantes.

A história da família Mayfair é algo sórdida, real, inebriante, tanto que é difícil por vezes se lembrar de que é apenas imaginação. O leitor pode se pegar sentindo emoções reais sobre personagens fictícios e suas vidas catastróficas.

Anne Rice divide a história em vários pedaços, que na verdade são uma coisa só. A cada capítulo, longo o suficiente para fazer você pensar que passa horas em cada um, ela nos apresenta um personagem ligado ao clã Mayfair. Cada um deles conta de alguma maneira detalhadamente sua versão sobre os casos e fofocas relacionadas à família.

Não há uma aventura. Não se trata de um livro divertido, que proporciona um passatempo agradável. Recomendo apenas para quem gosta de apenas e ler e viver o que está lendo.
A base fundamental da vida dos Mayfair é fragmentada e apresentada nesse primeiro volume do livro. São quase crônicas sobre um único tema central. Anne Rice nos empurra sua imaginação guela abaixo através de relatos de seus personagens.

Geralmente me irrito quando me acostumo com a personalidade de um personagem bem feito, sólido, e de uma outra para outro (ou de um capítulo para o outro) o foco muda desse personagem e me vejo forçada a ter que conhecer e me acostumar com outro totalmente diferente do anterior. Há uma leve faixa que amarra histórias deste tipo, e está na qualidade de todos os personagens. Ora, não vou ficar frustrada por muito tempo se o novo personagem que acompanho também for muito bom. E é isso o que acontece aqui. Para mim, o grande triunfo do livro está na habilidade que a autora teve de firmar os personagens na história. Até a pobre Deirdre Mayfair, um vegetal recolhido eternamente em sua varanda, está assombrosamente presente na trama inteira, juntamente com seus antepassados já mortos a muito.

Outra particularidade que me surpreendi gostando foi da ideia de contar por detalhes através de documentos do Talamasca, o passado do clã Mayfair. Enquanto na primeira metade do livro, os diversos personagens cuidam de nos informar fragmentadamente as fofocas e suspeitos sobre o clã, da segunda metade para o fim, o leitor se depara com páginas e mais páginas de um documento detalhado sobre o mesmo assunto. Nunca gostei desse tipo de coisa e me irrito ate mesmo com livros escritos em formato de cartas. Geralmente quando a história tem essa forma, me sinto de fora e não crio laços com o livro. Com a Anne a história é outra. Não poderia imaginar um jeito melhor de escrever que o dela. Não em sinto de fora, muito pelo contrário, é como se eu estivesse a cima do ombro do personagem que está lendo os documentos. É como se a Rice dissesse: "Venha, querida leitora, sente-se aqui e faça parte da minha história." .

Preciso dizer mais alguma coisa?
31/03/2012minha estante
Adorei.. Qdo estava lendo me encantei como ela fala da cidade de new orleans. fui no google passear lá. achei as ruas o bairro vi a casa ..
Bom de mais..


Polyana95 04/10/2012minha estante
Concordo com você, Márcia, esse livro é realmente pra quem gosta de ler porque muitos amigos meus já pegaram para ler e nem passaram das primeiras páginas, mas eu me apaixonei na história e sem falar como os personagens são REAIS, quando terminei de ler A HORA DAS BRUXAS II fiquei louca pra saber o que ia acontecer, fiquei triste por um tempo, pensando na vida de Rowan e de Michael Cury, sinceramente fiquei muito impressionada com a história !




Tamirez | @resenhandosonhos 21/08/2018

A Hora das Bruxas I
Falar sobre A Horas das Bruxas é algo muito especial pra mim. Essa foi a segunda releitura que fiz e já faziam mais de dez anos desde a última vez que tinha lido o livro. Não sei bem explicitar quando foi a primeira vez, mas acredito que tenha sido entre 12 e 13 anos e depois uma releitura aos 14/15. Nessa época eu não catalogava e hoje vejo o quanto isso faz falta. Toda a vez que eu comentava sobre esse livro no canal pediam pra eu falar sobre ele, porém, sem reler seria impossível.

A série das Bruxas Mayfair é a minha história favorita da Anne Rice e me marcou muito no inicio da minha vida enquanto leitora, portanto voltar novamente a esse mundo me trouxe muita nostalgia e serviu mais uma vez para mostrar por mesmo depois de tanto tempo ainda sou capaz de me apaixonar pela história e seus desdobramentos.

“A bruxa é uma pessoa que tem o poder de atrair e manipular forças invisíveis.”

A primeira coisa que você precisa saber sobre esse livro é que a escrita na Anne Rice não é super fluída, mas a complexidade e grandeza na história compensa. Vamos remontar 400 anos que variam entre a narrativa contada por três pontos de vista e os arquivos do Talamasca, uma organização que cataloga eventos sobrenaturais e que esta observando essa linhagem a anos. Esses arquivos são compilados de cartas e relatos de informantes e alguns tem um caráter bem pessoal.

São datas, locais e desmembramentos familiares, é preciso ficar atento e ir montando a árvore genealógica mentalmente ou no papel, como eu gosto, para que cada vez mais a história ganhe corpo e sentido e isso pra mim é uma das coisas mais legais sobre esse livro. Não há fim no que pode ser descoberto, apenas mais e mais fragmentos sobre a vida dessa família.

Outra coisa super importante é que estamos falando de uma história adulta e em muitos aspectos pesada. Há violência, crimes, sexo, incesto e uma série de posturas questionáveis. Esse espírito é ardiloso e malandro e muitas das bruxas extremamente maliciosas. Há toda uma aura sobre essa família, inclusive as inúmeras alegações de que eles tinham um lado “Targaryen” e em alguns momentos se relacionaram com irmãos ou parentes muito próximos para gerarem descendentes mais fortes e uma bruxa mais pura e forte para a linhagem.

Há personagens de todas as idades pois cada uma das 13 bruxas tem uma história diferente a contar e viveu por um tempo diferente, mas a narrativa não é infantil e jamais adolescente e é importante ter isso em mente ao adentrar na história. Não há romances bobos, há os erros humanos, a busca pelo prazer, atos questionáveis, mortes, magia, atitudes duvidosas e um clima de mistério no ar.

As bruxas aqui apresentadas também não fazem poções ou possuem caldeirões, elas são mulheres comuns que através de sua ligação com essa entidade são capazes de fazer coisas acontecerem, influenciam acontecimentos, somem, aparecem e tramam de uma forma inexplicável a olho nu. Elas são sempre muito belas e com personalidades distintas. Tudo é muito sombrio e duvidoso, principalmente quando nossa fonte são os olhos limitados do Talamasca.

O QUE É O TALAMASCA?
Com o tema “Nós observamos e estamos sempre presentes”, essa organização se mantém a séculos observando e coletando informações sobre eventos sobrenaturais. É na inquisição, quando Suzanne, a primeira das Mayfair, é queimada na fogueira que eles tem o seu primeiro contato com essa linhagem e, desde então, tem observado o que aocntece. Em alguns momentos alguns dos observadores inclusive infringiram a regra de não interferir e a trama dessas mulheres acabou se emaranhando também com a da organização, causando não só uma maior fonte de informações como a perda de membros pelas mãos das bruxas ou se Lasher.

Mas não são somente essa família que eles acompanham, eles também observam e rastreiam qualquer outro tipo de evento ou pessoa que pareça ter algo de especial e, é assim que o Talamasca e Michael Cury vão se cruzar, já que toda a sua história também chamará a atenção da organização. E será nessa interação que poderemos ter acesso aos seus arquivos e desfrutar de todo o conhecimento coletado.

“O que eu sou? Uma bruxa, pelo amor de Deus! Sou quem cura, não quem destrói. Tenho chance de escolha como todos os seres humanos tem.”

Tendo esclarecido isso, é preciso falar sobre a personalidade dos personagens. Rowan é uma pessoa fria que vê o mundo como algo simples, porém há muita coisa acontecendo na vida dela e ela está confusa, fazendo com que tudo o que sente seja amplificado. Ela sempre sentiu que poderia haver algo errado com ela, mas pôs isso de lado. Ela sabia que era adotada, sabia da promessa de Ellie, sua mãe adotiva, de nunca contar-lhe nada, e conviveu com isso de forma natural. Ela é inteligente, segura e bem sucedida, mas sabe que falta algo, sabe que há uma peça faltando em sua vida. Em função do distanciamento de sua personalidade é difícil sentir empatia por ela, apesar de compreendermos todos os conflitos de sua vida.

Já Micheal Cury é um chato. Conforme caminhava pelas páginas me lembrei do como achava o personagem irritante desde que li pela primeira vez. E é difícil explicar, porque ele soa como o homem perfeito. Ele era bem sucedido, com posses, bonito e inteligente, porém o acidente o mudou e ele começou a sentir pena de si mesmo e a ter uma vibes loucas de beber descontroladamente. Tudo isso meio que destoa e as partes em que ele é o foco no começo são as mais chatas aos meus olhos. Tenho uma leve lembrança que ele só piorará no próximo livro, mas vou aguardar pra ter certeza.

Além desses dois centrais também seremos apresentados as outras 12 Bruxas Mayfair antes de Rowan. Suas histórias virão em fragmentos e aos poucos conheceremos sobre sua jornada, história e claro, personalidade. Elas são bem distintas, umas são joviais e descontroladas, outras sérias e focadas, há também as amedrontadoras, as fracas e aquelas que esbanjam carisma e sensualidade. Da inquisição ao período escravista, a modernidade do fim dos anos 80 suas formas de ver e interagir com o mundo mudaram e cada uma delas possuem suas próprias peculiaridades.

site: http://resenhandosonhos.com/hora-das-bruxas-i-anne-rice/
comentários(0)comente



Nath 28/02/2023

É a hora das bruxas, querida, e ela é toda nossa.
"É véspera de natal. A hora das bruxas está chegando, Rowan, a hora na qual Cristo nasceu para este mundo, quando o Verbo afinal se fez carne, e eu quero nascer também, minha bruxa. Cansei de esperar." Pág. 953 /

"Estamos na parte mais intensa do inverno, quando tudo que deve renascer dorme em segurança na neve." Pág.942

FIM ??????

Ou não.. ?

Minha gente o final dessa história foi aberto para a continuação intitulada LASHER.. SIM! ?

O livro Lasher é a continuação direta desse meu volume único de A Hora das Bruxas!

E sim, não tem como não finalizar esse livro de quase MIL páginas de história das seculares Bruxas Mayfair e não querer ir ler correndo o Lasher!

Alô, editora Rocco ???
Relancem LOGO a continuação intitulada LASHER, ou eu não vou aguentar esperar e vou ler na edição antiga mesmo.. RELANCEM Lasher! ???

E o final DESTRUIDOR minha gente!
Muito bom!! ??
Melhor do que eu imaginei, ein!

A dona Anne Rice usou de várias inspirações da literatura clássica para criar o Lasher, viu!

Eu identifiquei logo que eu sou do "time" , rs, dos leitores clássicos também ? kkk

A dona Rice citou o clássico Frankenstein, David Copperfield, O Martelo das Feiticeiras, e até o Guerra e Paz.. Sim!! Do Tolstói!! ? Simplesmente o meu livro favorito da vida foi citado aqui no final pela própria autora ???

Aliás, o meu livro ficou CHEIO de marcações com post It e flags, e numa dessas minhas marcações eu até fiz uma listinha de próprio punho na margem da última página com o nome de todos os livros que a Anne Rice citou dentro desse livro dela, através das falas dos personagens, e alguns foram esses que eu citei anteriormente.

Aliás, o clássico Frankenstein da Mary Shelley tem TUDO a ver com o Lasher e o desfecho dele aqui nesse livro ein..

incluindo a fuga dele no final com a protagonista a Dra Rowan.. entendidos entenderão a referencia de ambos os livros.. ??

Enfim, não vou falar muito sobre o desfecho pois seria spoiler.. mas valeu as mil páginas por ele!

E o "pobi" do Michael.
Coitado?
Fiquei com pena do "bichinho".
Foi o que mais se lascou no final dessa história toda, levou uma Sra "gaia" (de 🤬 #$%!& ?) da entidade com a bruxa dele e ainda ganhou a mansão maldita para esperar pelos dois.. enquanto a mulher caiu no meio do mundo com o monstro hahahah

Reage, homi, bota um cropped! hahahaha

Enfim.. brincadeiras a parte! ??

Amei a leitura! Foi uma Sra saga! E já estou com saudade dos personagens.. só não favoritei e dei 5 estrelas por conta da prolixidade exagerada da narrativa da dona Anne Rice! A Sra exagerou na prolixidade ein, dona Rice! ?

Mas mesmo prolixa, eu amei, leitura ESSENCIAL para os amantes de um bom horror bem estruturado!!

Que venha o terceiro livro LASHER (que imagino será bem tipo "confusão, baixaria, dedo no koo**u e gritaria" ) kkk??
comentários(0)comente



Gilberto 26/04/2011

Pior que vampiros que brilham no sol, são bruxas sem magia
Já ouviu dizer que quem avisa, amigo é? Pois bem, tenha muito cuidado antes de comprar "A Hora Das Bruxas". Muito cuidado. Mesmo.
Estou dando esse aviso porque me senti lesado depois que o comprei. Pela descrição do livro e por resenhas que eu li, tive uma ideia diferente do que o livro realmente é.

Vamos começar pelo mais básico: o título. A Hora Das Bruxas. A estória afirma que o livro está relacionado com bruxaria. Então, qual é o problema? O problema é que NÃO TEM BRUXAS.

Culturalmente falando, as bruxas são mulheres que possuem magia, lançam feitiços, voam em vassouras, fazem poções, mexem em caldeirões etc. As Bruxas Mayfair não fazem absolutamente nada, nem um ritual básico. Nada. Poucas delas possuem poderes psíquicos, mas nada que possa chamá-las de bruxas. Para ficar mais claro, imagine o Harry Potter, tire a varinha, a Capa da Invisibilidade, a vassoura, tire Hogwarts também... Tire tudo que estiver relacionado à magia. Pronto! Você tem as Bruxas Mayfair. Isso não é frustrante?
O que me estranha é o fato de que o universo da estória permite que os personagens tenham poderes, mas não permite que as bruxas sejam bruxas! Bruxas sem MAGIA é o mesmo que vampiros que não bebem sangue humano, fantasmas que não assustam, e Saci com duas pernas. Cadê a essência?

O início do livro introduz Deidre Mayfair, que é a atual herdeira da família e mestra do espírito Lasher, que, por sinal, é um espírito invocado pelas "bruxas" - somente a bruxa herdeira tem o poder de convocá-lo -. No início, somos introduzidos à alguns personagens que relatam suas experiências de convivência com Deidre e os mistérios que a cercam. Depois disso, o foco é mudado para Michael Curry em Rowan Mayfair, que são os verdadeiros protagonistas do livro, e você começa a pensar que a estória irá finalmente começar. Engano seu. O encontro entre eles é bem interessante, mas tudo volta ao marasmo quando Michael tem acesso a documentações sobre a família Mayfair.

"Os Arquivos da Família Mayfair" são relatórios escritos por centenas de anos por um grupo, o Talamasca, que registra atividades paranormais. Ele conta toda a história da família. Toda. Desde a primeira bruxa até a última. O nível de detalhamento chega até o ponto de dizer como a família conseguiu tanto dinheiro - como se 'bruxas' com poderes psíquicos e um demônio já não fosse o suficiente para deduzir isso -. O que mais irritou foi o fato da Anne Rice ter recontando tudo que já sabíamos sobre Deidre e Rowan. Uma fez já não é suficiente?

Depois de ler 500 páginas de arquivos - disso tudo, menos de 10% é aproveitável para entender o restante do livro -, Anne lembra da existência de Michael e Rowan, e volta a escrever sobre a estória principal. Antes, é claro, ela faz um resumo de tudo que já foi escrito nos arquivos sobre a família. Agora, sim, depois de ler os arquivos e ler o resumo dos arquivos, o foco volta a ser entre Michael e Rowan.

Quando terminei de ler A Hora das Bruxas, não tive dúvida alguma que Stephenie Meyer, escritora da saga "Crepúsculo", leu esse livro. Se você achou um absurdo o fato de uma humana ter engravidado de um vampiro e ter dado luz à uma criança, como na saga dos vampiros vegetarianos e brilhantes, então nem chegue perto das Bruxas Mayfair. O final conseguiu ser tão esdrúxulo quanto.

Última coisa que quero escrever sobre o livro é uma cena que ficará marcada eternamente na minha vida. Antes, aviso que contém um pequeno spoiler. Rowan embarca em um avião, adormece, e "sonha" que está sendo sexualmente violentada pelo demônio Lasher. Quando li isso, tive um ataque de riso. Sério. Como uma escritora tão conceituada escreve algo assim?

Possivelmente, esse será o último livro que leio da Anne Rice. Não é a primeira vez que me decepciono com um livro dela. Esperava muito mais.


Ana Nery * Deus 11/05/2011minha estante
Assino embaixo sua crítica. O que descobri e senti ao ler essa saga perante meus conhecimentos,e que,sim,muito pouco em relação a bruxaria para quem e ciente e citado,as vezes chega a ser inexistente.Considero mais o clãn negro da família.Quando parto pra essa parte,vem a mente. "Aberrações genéticas". Ter beleza e uma coisa,ne? Mas falta de carater e humanidade e outra coisa e que pra mim e imperdoável. E,pra mim Anne Rice dixou de ser a dama da literatura gótica a muito tempo.


Yasmayfair 22/10/2011minha estante
Leio sobre wicca e magia há anos, e no entanto não me senti ofendida com esse livro. Se sua concepção de bruxas é que elas voam em vassouras, está tão enormemente enganado quando diz que Anne está.

QUAL é a definição correta de uma bruxa? Elas mudam de acordo com o país, com o local, mas Anne não alterou ou transformou em aberrações suas personagens, como a sua amada Stephenie Meyer fez com os vampiros que brilham. É um absurdo você achar que é O detentor do significado literal de uma bruxa e que ela não pode ser algo um pouco diferente. Anne escreveu as dela como ela quis! As bruxas de verdade se comunicam com espíritos, e essas também.
Como você ousa dizer que elas não têm poderes? Certos membros da família NÃO CONSEGUEM enxergar Lasher justamente por falta desses poderes. Elas precisam de algum poder afinal pra manipulá-lo.
O que dizer então de Rowan, que mesmo morando longe de New Orleans e sequer sabendo da existência dos Mayfair conseguia prever as operações, consertar pequenas coisas, multiplicar as células e prever diagnósticos? Se isso não é poder, É O QUÊ? É o poder que Anne quis dar para ambientar sua história no mundo real e de cara mostrar que Rowan não era comum, e era a mais poderosa das Mayfair.

Sobre o sonho dela no avião, ela não sonhou, aquilo DE FATO aconteceu. E se você lesse o livro seguinte, ou pelo menos prestasse atenção ao que de fato Lasher fazia, iria entender essa passagem.

Mas o cúmulo do absurdo é você dizer: "As Bruxas Mayfair não fazem absolutamente nada, nem um ritual básico." O QUE VOCÊ SABE de ritual básico, em primeiro lugar? E em segundo, você só pode não ter lido livro, porque senão se lembraria de Suzanne lá em Donnelaith invocando, ela mesma, sozinha, Lasher, como uma bruxa faria, naquela época, segundo a Igreja Católica. Pra eles bruxas invocavam demônios. E o que Suzanne fez (e as outras também), invocou um pintor de parede?! E o que dizer então da boneca de ossos e pintada com sangue que Deborah guardou, e pela qual foi queimada? Aquilo era o quê, um brinquedo dela por acaso? Como você pode afirmar que elas não fazem rituais, magia nem nada se com certeza não leu o segundo livro? Se lesse, saberia que elas fazem isso e MUITO mais do que você reclama que não fazem.

Você próprio cai em contradição criticando algo que não conhece a fundo, que não leu com legítimo interesse. Deveria ler os livros de verdade, ou pelo menos lê-los direito, e a história toda de preferência, antes de falar porcaria.

Ps.: OUSAR comparar Anne Rice com o LIXO da Stephenie Meyer prova MESMO que você critica sem fundamento. Ela nunca leria algo que Anne Rice escreveu, ela é ruim demais pra fazer isso, e se tivesse lido algo da Anne, não escreveria as porcarias que escreve. Leia com mais atenção da próxima vez pra não cair em contradição de novo porque isso é ridículo numa resenha que se propõe a ser crítica e sequer pensa direito sobre o que está escrevendo. Esdrúxula é essa sua resenha superficial e recalcada. Quem desdenha quer comprar, simples assim.


André 02/02/2012minha estante
Cada um enxerga a bruxaria de uma maneira diferente, se você comprou achando que iria ler algo como Harry Potter, acho que errou com a escritora. O foco dos livros da Anne Rice nunca foi o sobrenatural, e sim a historia dos personagens. As bruxas da Anne Rice são mulheres que se comunicam com espíritos, também chamados de demônios em alguns trechos quando visto pela visão cristã, elas não possuem muito poder, sua força vem em convencer os espíritos a fazer o que elas querem. Para saber um pouco mais sobre a "origem" das bruxas e ter explicações mais detalhadas sobre o assunto, seria legal ler o livro A Rainha dos Condenados, pois conta a história desde o Antigo Egito, mas para ler esse livro seria melhor que você tivesse lido os outros da Anne Rice. E mesmo que não tenha lido tudo isso, na HDB fica bem claro o que eu acabei de dizer.


gilbertoh 21/03/2012minha estante
Elas são bruxas sim! Não é porque falta os clichês que você está acostumado que elas vão deixar de ser.. Com um pouco de pesquisa você descobre que a bruxaria lida essencialmente com espiritos, invocando-os e pedindo-lhes favores. Então, antes de comentários como esse, pesquise :]


Julindgri 03/05/2012minha estante
excelente crítica! a melhor que já li!


Third 12/12/2014minha estante
Adorei a crítica. Não acho que bruxaria seja só isso aí citado, mas de qualquer forma o resto descrito já é o suficiente para que eu me decepcione.


Letícia 03/03/2015minha estante
Discordo totalmente da sua versão. Em primeiro lugar, a concepção de bruxos fazendo magia, quebrando tudo e etc é relativa. Certo? Você não leu o livro com atenção ao dizer que elas não possuem N-A-D-A. Para sua informação no tempo em que essas mulheres viveram, um simples chá com propriedades curativas poderia ser CONSIDERADO magia!
Entende como você é que não entende nada sobre o tema? Sou escritora e com certeza li Anne Rice e gosto bastante da constituição das bruxas dela. NADA FORÇADO do tipo NOSSA EU TENHO UMA VARINHA E VOU SAIR EXPLODINDO TUDO! Gostei de Harry Potter, mas jamais iria desmerecer o trabalho de Anne Rice, garoto.
E compará-lo a Crepúsculo, de fato, já tirou toda sua credibilidade^^


Luiza 11/04/2016minha estante
O livro é excepcional, inteligente, envolvente, bem construído, fascinante!
Mas quem deseja ler a Saga das Bruxas Mayfair deve, antes de tudo, esquecer os estereótipos que a mídia costuma veicular como "bruxa". Aqui não há nada relacionado a esse tipo de "feiticeira". Na vida da família Mayfair, as "bruxas" se aproximam do real: elas são curandeiras, possuem alguns poderes extrassensoriais, sim, e invocam entidades; realizam rituais e há toda uma trama mística, cada vez mais carregada de sobrenatural a medida que a história avança... Mas esqueça chapéus pontudos, caldeirões fumegantes, narizes pontudos com verrugas e vassouras voadoras - isso é com a Disney e com J. K. Rowling.




Nay Botelho | @Umsonhodeleitura 21/05/2023

Que delícia foi conhecer finalmente a Ane Rice, a escrita é envolvente e nada previsível, meu único incomodo foi a quebra de história no meio do livro mas pretendo continuar lendo os outros livros e criando coragem pra encarar o aclamado "Entrevista com vampiro" (tenho fMa de odiar os livros de autores que todos mais amam).
comentários(0)comente



larissaplath 18/02/2024

Enlouqueci
AMEI E SURTEI! A Anne Rice mandou muito nesse livro, a mente dessa mulher, uma história muito envolvente, que te pega logo na premissa (pelo menos pra mim). Adorei os personagens, o Lasher, nossa, meu favorito total, complexo, instigante, sedutor, misterioso, perigoso, muitas camadas. A melhor parte da narrativa, foi quando nos é mostrado a história de cada bruxa, no arquivo. É muito foda tu ler sobre cada uma, e ver como tudo se iniciou e resultou naquilo. Meu único ponto negativo foi com relação ao relacionamento amoroso da Rowan e do Michael, eles são totalmente sem química! Separados eles são personagens legais, mas juntos se tornam tão chatos e bobos. De resto, adorei a história e mal posso esperar para ler as continuações.
comentários(0)comente



Gabriel Lucas 08/01/2009

Na minha opinião, a saga da família Mayfair é melhor até mesmo que os livros vampirescos.
Lili Machado 25/04/2011minha estante
Eu também acho!




thamiis 07/10/2021

Uma lenda antiga transmutada em misterioso encantamento.
Na primeira parte de ?A hora das Bruxas? somos apresentados à diversas personagens com personalidades tão verossímeis e profundas que fica complicado não se afeiçoar de maneira imediata até pelas mais desagradáveis delas.
A autora escolheu uma maneira interessante de intercalar de uma personagem a outra sem comprometer a linha de entendimento da história, seguindo uma ordem que mescla passado e presente de maneira fluida e leve, permeando os fatos narrados com uma aura de mistério e tensão. A cada transição temos contos individuais completos para cada personagem crucial costurados em uma lenda que os une não só pelos fios do destino através dos séculos, mas também graças ao interesse histórico crucial do Talamasca, uma secreta ordem paranormal benigna tão antiga quanto o tempo e o adendo da existência de Lasher, o enigmático espírito do qual seguimos sabendo muito pouco além de sua íntima e peculiar conexão à família Mayfair.
A carta na manga de Rice é, sem dúvidas, conseguir dosar o interesse do leitor pelo passado juntando-o à curiosidade acerca do futuro das personagens mais recentes na linha cronológica (as do presente).
A leitura segue instigante e cheia de promessas, com destaque para o terror psicológico sutil e ao mesmo tempo tão palpável que mais de uma vez me peguei evitando as janelas e atenta aos ruídos de minha própria casa durante a madrugada, no afã de esquivar-me de uma aparição. Há tempos uma história não tinha o poder de despertar esse tipo de sentimentos sem esforço.
Na segunda parte, chegamos aos realmente volumosos arquivos do Talamasca, mergulhando diretamente na fonte que dá origem à família Mayfair e posteriormente, a seu legado. Em alguns momentos durante essa parte da narrativa a história se torna enfadonha e por vezes confusa, principalmente com o aumento de descendentes, entretanto é possível perceber uma tentativa de minimizar esse desconforto pela troca de narradores e estilos de narrativa.
Do terreno fértil, mas por vezes batido dos acontecimentos históricos reais e bárbaros como a caça às Bruxas na Idade Média e das lendas fomentadas pela Igreja Católica baseadas no medo que eles tinham do paganismo celta e das religiões africanas, Rice criou neste volume I uma história até o momento plausível e bastante realista cujo fim é uma divisão abrupta em dois tomos (que talvez na época da tradução tenha se dado pela quantidade de páginas), uma vez que os arquivos da segunda parte continuam no volume II.

Anne Rice não decepciona em nenhum momento na estrutura de seu romance nesse primeiro volume de ?A Hora das Bruxas?. Se peca por algum motivo, talvez seja pelo excesso no que se trata dos arquivos da família Mayfair, onde poderiam ter ?enxugado? algumas passagens sem prejudicar a história, mas ao mesmo tempo é entendível que essa talvez tenha sido a versão mais resumida possível que encontraram de contar os fatos. Por aqui, sigo ansiosa pela continuação dos acontecimentos no volume II.
comentários(0)comente



TiAAzev 25/09/2023

Releitura necessária
Ahhh, tinha feito uma baita resenha e sei lá pq não salvou ??????, bom, li esse livro há muito tempo e praticamente esqueci de tudo, então foi como ler pela primeira vez.
Anne Rice consegue escrever personagens em que sempre queremos mais, saber mais, entender mais, ler mais, e aqui não foi diferente, foram tantos personagens, alguns somente mencionados, outros bem descritos e suas histórias uma mais interessante que a outra.
Os arquivos Mayfer são de uma perfeição, que somos transportados pro momento, conseguimos sentir a dor, ódio, amor, raiva, tensão, tudo.
Os personagens principais, Rowan e Michael são maravilhosos, Michael, vem cá vem, eu cuido de vc rsrsrs
Lasher, não sei o que sinto nesse momento
Aaron, vamos sentar e bater um papo? Caramba, o Sr. É uma biblioteca ambulante.
Petyr, suas cartas foram tão emocionais, tão bem descritas dos momentos vividos, incrível.
Carlotta, te odeio, entendo com ressalvas suas atitudes, mas não passo pano não.
Agora, ir pra continuação logo, pq esse final machucou.
comentários(0)comente



Luiza 04/05/2014

O homem alto, o íncubo que vem à noite...
Este é o livro da minha vida...
Estou relendo a saga (quatro livros) pela 3ª vez!
Cada vez que leio a história das Bruxas Mayfair, mais saboreio os detalhes e as descrições perfeitas de Anne Rice. A autora, que é considerada a grande dama do Romance Gótico, tem um poder incrível de esmiuçar ambientes, sensações, movimentos e "cenas" de um jeito que nos faz "entrar" no livro - e é como se estivéssemos, no mínimo, vendo um filme. Aliás, não sei por quê, até hoje, não filmaram de fato a trilogia. Talvez a história seja realmente complexa demais...
Quem deseja ler a Saga das Bruxas Mayfair deve se debruçar na história sem pressa. E deve, antes de tudo, esquecer os estereótipos que a mídia costuma veicular como "bruxa" . Aqui não há nada relacionado a esse tipo de "feiticeira". Na vida da família Mayfair, as "bruxas" se aproximam do real: elas são curandeiras, possuem alguns poderes extrassensoriais, sim, e invocam entidades; realizam rituais e há toda uma trama mística, cada vez mais carregada de sobrenatural a medida que a história avança... Mas esqueçam chapéus pontudos, caldeirões fumegantes, narizes pontudos com verrugas e vassouras voadoras - isso é com a Disney.
Anne Rice mescla fatos e pessoas reais com personagens fictícios e nos presenteia com uma narrativa difícil de desgrudar os olhos. Ela nos emociona e nos assombra. Às vezes até esquecemos que tudo se trata da imaginação da autora. E as personagens têm vida própria, todos apaixonantes, cada um a seu modo. É um universo muito rico... É como se estivéssemos lendo várias histórias juntas, uma dentro da outra, ou uma seguindo-se a outra, dando continuidade, gerações após gerações... E os mistérios vão se desvendando aos poucos, de um jeito tão inteligente que, quando tudo começa a ser esclarecido, sentimos como se estivéssemos finalmente descobrindo a vida de velhos conhecidos nossos.
Eu, particularmente, adoro a Talamasca. Não sei se a impressão do conforto, do ambiente acolhedor, com pessoas tranquilas, emanando boas energia, as bibliotecas maravilhosas, as obras de arte, enfim, tudo que envolve esta Ordem Secreta. Não sei se toda essa ideia fascinante vem apenas da trilogia Mayfair ou se também existe por causa da minha leitura de "A Rainha dos Condenados", pois a Talamasa está lá também, sendo retratada em detalhes deliciosos. O fato é que Aaron Lightner, os arquivos, os demais estudiosos e a Talamasca de maneira geral me atraem muito - adoraria conhecer as Casas-Matrizes...!
O casal Rowan/Michael também é envolvente demais. A beleza e a força física de Michael me parece quase palpável. E Rowan?! Rowan é puro poder! Eu a adoro em tudo - linda, sexy, fogosa, inteligente (um gênio, melhor dizendo), bem sucedida profissionalmente, podre de rica e uma bruxa sem igual.
-----------------------------------------------------
O primeiro livro está dividido em dois volumes ("A Hora das Bruxas 1" e "A Hora das Bruxas 2"). Depois, vem "Lasher" e, por fim, "Taltos".
Abaixo, colei alguns trechos do volume 1 de "A Hora das Bruxas"(pode haver SPOILERS):
-----------------------------------------------------
Mayfair - um típico clã colonial. Havia velhos quadros nas paredes mostrando homens e mulheres em trajes do século XVIII, bem como daguerreótipos, ferrotipias e fotografias descoradas. Um mapa amarelado de Saint Domingue - será que ainda se chamava assim? numa moldura no corredor. E uma pintura escurecida de uma imensa casa de fazenda.

Ele não é como está na Bíblia. Juro. Ele não é feio. É alto e lindo. Igualzinho a um homem de verdade. E ele não diz mentiras. Ele faz coisas boas, sempre. Quando estou com medo, ele vem, senta ao meu lado na cama e me beija. Verdade. E ele espanta as pessoas que tentam me machucar!

Elas o chamam de o homem, mas tia Carl diz que na realidade ele é o diabo. É ela quem diz que é pecado, como o de se tocar no meio das pernas, o de ter pensamentos sujos. Como quando ele me beija e me faz sentir calafrios e outras coisas. Ela diz que é uma imoralidade olhar para o homem e deixar que ele entre debaixo das cobertas. Ela diz que ele pode me matar. Minha mãe também o viu a vida inteira e foi por isso que ela morreu e foi para o céu para se livrar dele. E a mãe da minha mãe também o via... Ela, sim, era má, muito má. Foi ele que a fez ficar má, e ela morreu por culpa dele. Mas provavelmente foi para o inferno, em vez de ir para o céu, e talvez eu vá também... Eu só não entendo como o demônio pode ser tão bom comigo, como ele chora forte quando está triste e tem tanta vontade de ficar perto de mim

O homem alto, o homem moreno, o homem atraente, o íncubo que vem á noite... o gigante que preside o sabá! Ele se lembrava vagamente de ilustrações num livro, desenhadas com esmero, horrendas. "Bruxas" foi a palavra que balbuciou enquanto caia no sono.

E na noite em que ela morreu, o senhor precisava ter visto a tempestade que caiu sobre a casa. Ora, disseram que todas as janelas partiram. Vento e chuva, como um furacão em volta da casa. Stella fez com que os céus chorassem por ela.

Ele era um perfeito senhor do Sul. Ainda me lembro do Senhor Julien subindo St. Charles Avenue a cavalo. Ele era o velho mais bonito que alguém já viu.

E que beleza de homem. Mesmo afogado, ele era algo a se admirar. O mistério de sempre, a combinação de traços que torna homem bonito. Seu rosto era sem sombra de dúvida irlandês: quadrado, com o nariz curto e bastante redondo que pode determinar a feiura de um indivíduo em muitos casos. Ninguém, no entanto, poderia tê-lo considerado feio. Não com aqueles olhos e aquela boca. De maneira alguma.

Ela acreditava ter aprendido uma lição dolorosa: a de que à medida que morrem aqueles a que amamos, perdemos nossas testemunhas, nossos observadores, aqueles que conhecem e compreendem os pundonor modelos sem sentido, as palavras desenhadas na água com uma varinha. E aí não sobra nada a não ser a corrente incessante.

Tudo o que Rita conhecia eram os meninos que queriam "apalpá-la", se lhes fosse dada a oportunidade. Caras desajeitados e idiotas como seu namorado Terry, do Santa Cruz, que dizia, "Você sabe, acho que gosto muito de você, Rita". Claro, claro. Porque eu deixo você me apalpar, seu grosso.

A voz rouca era uma característica que ele adorava nas mulheres, sempre muito mágica e sempre rara.

Em qualquer outra hora ou lugar ele a teria considerado irresistível. Agora, porém, ela era mais do que isso, mais do que suculenta, ardente, cheia de mistério e de um fogo aparentemente perfeito. Ela era algo divino, e ele precisava tanto dela que era de entristecer.

No entanto, Stefan, não me sinto atraído por este lugar, pois nestas montanhas ainda ecoam os gritos dos gritos dos cátaros, inúmeros deles mortos pelo fogo por toda essa região há séculos. Quantos séculos ainda serão necessários até que o sangue de tantos se infiltre tão fundo na terra a ponto de ser esquecido? (Petyr van Abel, de Montcleve, França, em 1689 para o Talamasca)

Ah, Stefan, dê-me um homem ou uma mulher que tenha lido mil livros e estará me proporcionando uma companhia interessante. Dê-me um homem ou uma mulher que tenha lido talvez três, e estará me dando no fundo um perigoso inimigo. (Petyr van Abel, de Montcleve, França, em 1689 para o Talamasca)

É, gasta-se muita lenha e carvão para queimar um ser humano totalmente. Contemplei-a com o pavor de sempre, perguntando-me por que fui escolher esse tipo de atividade se nunca entro numa cidadezinha como esta, com suas estéreis construções de pedra, sua antiga catedral de três campanários, sem ouvir a algazara da multidão, o crepitar do fogo, a tosse, os arquejos e afinal os berros de quem morre na fogueira. Você sabe que, não importa quantas vezes eu os presencie essas execuções abomináveis, não consigo me acostumar a elas.

...uma estranha boneca entalhada grosseiramente em madeira com a cabeça feita de osso; os olhos e a boca desenhados no osso, cabelos negros presos à cabeça e pequeninas flores de seda nos cabelos. Horrorizada a velha condessa deixou cair a imagem ao perceber que ela só poderia ser maléfica e que se parecia demais com as bonecas de milho feitas pelos camponeses nos antigos rituais celtas de Beltane contra os quais os padres não param de pregar. E, ao abrir as outras portas, viu jóias e ouro em quantidades incontáveis, em pilhas e arcas, bem como em pequenas bolsas de seda, que, segundo a velha condessa, a mulher sem dúvida pretendia roubar quando o marido morresse.

Fui imediatamente ao ministro da igreja e à comissão designada pelo Conselho Privado Escocês, que ainda estava reunida, pois nesse exato instante estavam se banqueteando, como era o costume, com uma bela refeição proporcionada pelos bens da bruxa morta. Na sua cabana, ela possuía muito ouro, disse-me o estalajadeiro quando entrei, e esse ouro havia pago o processo, a tortura, o marcador de bruxas, o juiz de bruxas que a condenou, a lenha e o carvão usados para queimai-la e até mesmo as carroças que levaram embora suas cinzas. Venha comer conosco disse-me o camarada, ao me explicar tudo isso. - É a bruxa quem está pagando. E ainda sobrou ouro.

Uma linda esmeralda brasileira estava sendo mostrada a um rico inglês, e isso chamou sua atenção. Quando o inglês a recusou em virtude do preço, ela se sentou à mesa para examiná-la, como sé tivesse condições de comprá-la ou como se eu pudesse comprá-la para- ela, e me pareceu que ela ficou como que encantada, com os olhos fixos na pedra retangular, montada numa filigrana de, ouro velho. Em seguida, ela perguntou em inglês o preço e não pestanejou ao ouvi-lo.

E nesse retrato, pendurada no pescoço de Deborah estava aquela mesma esmeralda brasileira que ela tanto havia desejado no dia em que a levei a passear. Ela já há algum tempo a havia comprado do joalheiro, junto com qualquer outra jóia ou peça de baixela que lhe agradasse, assim como os quadros de Rembrandt, Hais e Judith Leister que tanto admirava.

Pelo vento que você cri a que açoita os capinzais, pelo vento que arranca as folhas das árvores. Venha agora, meu Lasher, crie uma tempestade sobre Donnelaith! E assim eu saberei que sou uma bruxa poderosa e que você faz isso por amor a mim!

Ela vai sofrer o quê? No máximo uns quinze minutos? - perguntou o inquisidor, limpando a boca com seu guardanapo imundo. - O que é isso diante do fogo eterno do inferno?

Nos primórdios do cristianismo, os padres da Igreja acreditavam que esses espíritos tratavam-se na realidade de antigos deuses pagãos. Ou seja, eles acreditavam que esses deuses existiam e que eram criaturas com poderes inferiores, crença que sem dúvida a Igreja não aceita mais.
No entanto, os juizes de bruxas persistem com essa crença, de modo primitivo e ignorante, pois, quando acusam a bruxa de sair cavalgando pela noite, eles a estão acusando, com palavras tolas, da antiga crença na deusa Diana, que era realmente disseminada pela Europa antes do advento do cristianismo; e o diabo em forma de bode que a bruxa beija não é outro a não ser o deus pagão Pã.
O juiz de bruxas não sabe, porém, que é isso o que faz. De forma dogmática, ele crê apenas em Satã, "o Diabo", e nos seus demônios. E o historiador precisa salientar para ele, mesmo que nada resulte disso, que as invenções encontradas nas demonologias provêm da cultura camponesa pagã.

No entanto, onde percebemos um exemplo mais perfeito de como as fantasias desses homens criaram uma bruxa do que no caso da tola Suzanne Mayfair, que, orientando-se diretamente nas demonologias, fez o que apenas uma em um milhão de mulheres conseguiria fazer: conjurou sozinha um verdadeiro espírito, e um espírito de poder formidável, um ser maldito que passou para Deborah, sua filha inteligente e amargurada, que foi além, praticando a magia
negra para aperfeiçoar seu domínio sobre esse ser e que agora o transmitiu, sem dúvida junto com suas superstições, à sua filha no Novo Mundo?

Você deixou de ver em profundidade. Pois minha leitura e meus estudos foram os meus prazeres; e esses prazeres são duradouros... Não preciso dos prazeres da carne, nunca precisei. Nunca precisei da riqueza, e por isso sou livre. Petyr von Abel.

Voce dever perceber que o pecado só pode nos fortalecer e fazer com que sejamos mais solitários, mais determinados e mais frios com os outros, como se nossos segredos fossem escudos.

Consulte as demonologias, Petyr, os antigos livros escritos por religiosos irados que realmente acreditam em demônios, pois esses livros contêm mais conhecimentos reais sobre como controlar esses seres invisíveis do que você poderia imaginar. Eu os vi nas suas estantes. A única palavra em latim que eu conhecia era demonologia, pois havia visto livros semelhantes antes.

Ah, apesar de todas as carícias, de todos os beijos que ele lhe dá, ele não tem como engravidá-la, certo? Ele não é íncubo das demonologias que rouba o sêmen de homens adormecidos. É por isso que ele tolera que eu continue vivo até que você conceba.

Eu sou paciente, Petyr van Abel. Vejo muito longe. Estarei bebendo o vinho, comendo a carne e conhecendo o calor da mulher quando de você não restarem nem os ossos.


Vi Roemer novamente, meu amado Roemer, o primeiro diretor da nossa Ordem que conheci e amei. E Roemer me parecia tão jovem e bonito e eu senti tanta alegria ao vê -lo que chorei, sem querer que a imagem desaparecesse... Pensei em brincar com a imagem, já que ela se originava da minha própria mente, não é? E o espírito maligno não sabe o que faz. Por isso, falei com Roemer... E a figura bela e forte de Roemer vem na minha direção. Eu sei que ninguém mais o vê pois estão todos olhando para mim, o louco que fala sozinho, mas não ligo para isso... Esse meu amado mestre senta-se, debruça-se sobre a mesa e me diz as obscenidades mais imundas. Vocês nunca ouviram nada parecido. Ele me diz que arrancaria minhas roupas bem no meio da taberna, o prazer que ia me dar, como sempre teve vontade de fazer isso quando eu era menino, e que chegou mesmo a fazê-lo, entrando no meu quarto à noite, rindo depois do acontecido, e permitindo que outros olhassem... Devo ter parecido uma estátua, olhando espantado para esse monstro que, com o sorriso de Roemer, sussurrava tanta sujeira para mim como um velho devasso. Finalmente, a boca dessa criatura para de se mexer, mas apenas cresce cada vez mais, e a língua dentro dela- se transforma em algo negro, grande e lustroso como a corcova de uma baleia.

A boneca era, ao que se disse, uma coisa medonha, com ossos humanos no lugar dos membros, amarrados por meio de um fio preto de arame, e uma horrenda juba de cabelos brancos presa à sua cabeça de trapos, na qual as feições haviam sido toscamente desenhadas.

Um comerciante do French Quarter disse a uma das nossas "testemunhas" que Marguerite havia mandado seu demônio cuidar "daqueles dois" e que Marguerite sabia mais de vodu do que qualquer negro no estado da Lousiana. Dizia-se que Marguerite tinha um altar de vodu em casa, que trabalhava com unguentos e poções para curar e para o amor

Aos vinte anos, Marguerite era famosa por comparecer às danças dos escravos e até mesmo por dançar com eles. Ela sem dúvida tinha o poder de cura dos Mayfair, e ajudava a fazer partos com regularidade. No entanto, com o tempo, ela começou a ser acusada de roubar os bebês das escravas; e essa foi a primeira bruxa Mayfair que os escravos não só temiam como também odiavam.

Um dos melhores consolos da velhice reside em não se precisar mais ser compreendido. Instala-se uma espécie de resignação com o inevitável endurecimento das artérias

A vida descobre um jeito de se afirmar, sejam quais forem as circunstâncias. É claro que deve ser uma desgraça de vida. Como poderia não ser? Mesmo assim, aquelas meninas conseguem viver, respirar, se divertir. Elas riem e são cheias de curiosidade e ternura. Elas se ajustam, acredito que esse seja o termo correto. Elas se ajustam e tentam alcançar as estrelas, ao seu modo. Digo-lhe que para mim isso é fantástico. Elas me fazem pensar nas flores do mato que nasce nas fendas do calçamento, forçando-se na direção do sol, não importa quantos pés as esmaguem.

"A própria vida deve ter como base a infinita possibilidade da escolha e do acaso. E, se não pudermos provar isso, devemos acreditar que é assim. Precisamos acreditar que podemos mudar, que podemos controlar, que podemos dirigir nossos próprios destinos." Michael Curry
comentários(0)comente



Flavia_fernandes 04/01/2023

Chegou num momento que eu estava igual ao meme gritando "ACABA PELAMORDEDEEEEEEEEEEEUS" eu espero mesmo que toda essa informação seja necessária pra alguma coisa nos próximos livros
comentários(0)comente



Fimbrethil Call 04/05/2009

Empolgante!
Livro excelente! Muito bem escrito, com um pano de fundo muito bem elaborado.

O livro se divide em duas partes, a primeira é da apresentação dos personagens, todos girando em torno da família Mayfair, da Louisianna. Alguns vão sumir, só serviram pra dar um ponto de vista sobre a família, e outros vão continuar. A história é muito bem desenvolvida, com muito suspense.

A segunda parte é um relatório sobre a família Mayfair, a história dela, onde aprendemos que se inicia desde o século XVII, com uma mulher que se considerava bruxa, e continua até os dias de hoje, ou melhor, até o fim dos anos 80 do século passado...

Uma história sensacional, sem dúvida.
comentários(0)comente



leiturasdaursula 08/07/2023

Eu comecei amando mas...
A primeira parte do livro e maravilhosa mas depois foi se perdendo e o final me decepcionou por ser grotesco e fumado.
comentários(0)comente



Kelly 17/02/2023

É bom, mas....
Vou começar dizendo que provavelmente nao vou conseguir ler os próximos livros.
Esse foi o primeiro livro da Anne Rice que eu li, a escrita dela é incrível, a leitura é flui e prende o leitor do começo ao fim.
O problema está em alguns pontos abordados no livro, estupro, pedofilia, incesto, e por aí vai.
Foi bem dificil ignorar algumas coisas, mesmo eu tentando focar no período em que a história se passa, até porque são coisas bem irrelevantes para o contexto do livro, a autora poderia ter usado outros elementos para fortalecer a narrativa.
Mas a forma como a familia Mayfair é em absoluto matriarcal e como essas mulheres são fortes e decididas, é o que torna a história boa.
Se você conseguir superar os pontos problemáticos, o livro é incrível.
Perdida_nas_Estrelas 17/02/2023minha estante
Obrigada pela resenha sincera ??




Marselle Urman 14/09/2020

A improvável inconsequência
Relendo as crônicas Mayfair, pelo menos uns 15 anos depois de meu primeiro encanto.

É natural que essa releitura seja mais crítica, mais cética, mais cínica. Surpreendo-me, assim, com meu renovado deleite.

Sabendo que estamos lidando aqui com fantasia livre - as ditas bruxas, seus poderes, seu misterioso servo espírito...muito sobrenatural e pouca explicação, como é melhor mesmo no caso de coisas tão inventadas - mesmo assim o sentimento foi o mesmo de anos atrás. E aí mora o mérito.

Assim como Jorge Amado me faz querer ir à Bahia, Anne Rice me faz querer ir a New Orleans.

Considero os Mayfair (e alguns volumes das crônicas vampirescas) como Rice em sua melhor forma, é essa forma é muitas vezes puramente estética. Mas que deleite estético, esse. A casa de First Street. O calor opressivo, as plantas abundantes, a decadência pantanosa. O mistério que cerca todas aquelas mulheres, tão díspares, geração após geração. Seus impérios em decadência, sua dependência não assumida de Lasher.

Rice tem o dom de pintá-las, todas, em cores vivas. Especialmente aquelas do passado, pois esse livro na minha opinião ganha corpo da metade para a frente. A contemporânea, Rowan, é mais datada - em cerca do ano 1990 - que suas antecessoras, e seu encontro romântico me parece patético, dois improváveis afogados se agarrando um ao outro como tábuas de salvação. Ele, sabemos, se tornará depois mais uma figura meramente decorativa...ainda avaliarei o quanto isso me parecerá deliberado pela autora, ou não. Caso positivo, mérito para ela nessa minha atual interpretação.

A improvável instância chamada Talamasca é sempre tão irresistívelmente sedutora. Aaron Lightner, assim como David Talbot, são personagens tão deliciosos que dá vontade de guardá-los numa caixinha. Bem, Lestat fez isso, de certa forma...maravilhoso Lestat.

É disso que estou falando: ela te transporta. Ela te tira do aqui e agora, do despertador pra acordar pro trabalho e dos boletos pra pagar, e te deixa apaixonado por Lestat de Lioncourt, por Stella e Julien Mayfair. Esses seres feéricos.

Esse tipo de deleite estético e inconsequente é que me causa essa delícia na releitura, tanto tempo depois.

Caraguatatuba, SP. 14/09/2020.
comentários(0)comente



156 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR