Resenhas - Garota, Interrompida

liceâ 02/01/2023

garota, interrompida
eu não tinha uma autoimagem instável. eu me via, e muito corretamente, como incapacitada para o sistema educacional e social.
meus pais e professores, contudo, não compartilhavam essa minha autoimagem. a imagem que eles tinham de mim era instável, pois não coincidia com a realidade e se baseava nas necessidades e nos desejos deles. não davam muito valor às minhas capacidades, que eram poucas - convenhamos -, mas verdadeiras.

gabi 05/01/2023

cru e poético.
Enrolei bastante pra ler porque achava que, por ser muito diferente do filme, não gostaria tanto da leitura. Me enganei profundamente!
Realmente, as únicas coisas em comum com o filme são os nomes dos personagens e as suas características mais marcantes. Entretanto, achei muito interessante saber como funciona as coisas em um hospital psiquiátrico de uma maneira tão crua e, ao mesmo tempo, tão poética.
Susanna traz questões que também nos faz questionar sobre a nossa própria sanidade, enquanto conta com profundidade sobre os seus pensamentos tidos como "anormais", "loucos", ressaltando as vezes em que começou a questionar se estava louca. Além disso, há reflexões sobre a estigmatização que envolve pessoas nessa condição e sobre o transtorno de personalidade limítrofe, seu diagnóstico.
Na minha visão, é uma leitura necessária.

Gus 05/01/2023

O livro e o filme são incríveis.
O livro foi um pedaço do tema do meu tcc de figurino.
O livro e a adaptação com a Jolie e a Rider é bem diferente, mas ambos são excelentes. Acho que foi uma abordagem muito bem feita sobre o corpo e mente da mulher, história da psicologia e psiquiatria, mais ou menos, desde os meados dos anos 50. É uma história muito pesada, pois sabemos que essa violência ainda existe e foi se ?transformando? e ficando cada vez mais sutil.
Quem gostou, procure pelo trabalho e vida de Nise da Silveira. Ela foi uma médica psiquiatra brasileira importantíssima e tem seu trabalho reconhecido internacionalmente.

ana 10/01/2023

Decidi ler depois de já ter assistido o filme, achei bem diferente e interessante. É muito fácil simpatizar com Susana e suas questões, também gostei de ter a experiência de poder entender melhor sobre a forma que as pessoas com problemas mentais eram tratadas na época.
Achei uma escrita diferente, mas interessante.

May 12/01/2023

Não é um livro sobre os outros
Suzanna passou dois anos internada num hospital psiquiátrico aos 18. Depois de ter tentado suicídio e não saber ao certo quem quer ser ou o que gostaria de fazer de sua vida, a autora conta nesse livro como foi sua experiência durante os dois anos internada. Se você viu o filme antes de ler o livro, com certeza sentiu falta da profundidade das outras personagens, as garotas que também estão internadas. E dos funcionários também. Mas, se você ler de coração aberto e sem se apegar ao que já conhece, vai ser capaz de entender do que de fato se trata tanto o livro quanto o filme: a jornada de descoberta do transtorno de personalidade da autora. Não é uma história linear e talvez tenha sido escrito dessa forma justamente para metaforizar que o transtorno também não segue um tratamento linear.

Diagnosticada com transtorno de personalidade borderline, Suzanna traz logo no início uma comparação de sua personalidade com algum produto com defeito de fabricação. E, sendo assim, inútil. Afinal, como poderia ser outra coisa se não quis entrar na faculdade e não parava em nenhum emprego? O vazio dentro de si aumentava e o tédio pelo mundo é frequentemente citado também. Gostava de escrever, mas isso seria o suficiente como um plano para o futuro? Em 1967 as coisas eram diferentes, borderline e esquizofrenia andavam juntos, como um só, nos diagnósticos psiquiátricos.

Os pensamentos e amadurecimento de Suzanna são retratados com clareza e, ao mesmo tempo, de forma sutil. Bem diferente do filme, o livro trata sobre a autora, e não sobre o todo. De qualquer forma, vale a leitura do livro e assistir ao filme, pois são complementares.

txryback 12/01/2023

meu favorito
adoro como esse livro é tão pesado e leve ao mesmo tempo. os diálogos das meninas me abraçaram e fizeram eu me sentir tão próxima delas. me apeguei aos personagens,todos eles. o modo de retratar os acontecimentos de um jeito leve fez com que a leitura fosse muito melhor mas não quero falar que esse livro é só brincadeira pq não é. A história é triste e arrebatadora, me emocionou muito e me fez questionar tudo e mais um pouco.

Gabriela.Moraes 14/01/2023

A loucura
Livro gostoso de ler.
um pouco reflexivo sobre o que é q loucura e se somos propícios a chegar a esse estado.
Ele aborda o dia a dia de um manicômio.

manda 15/01/2023

garota interrompida
um relato verdadeiro que mostra como naquela época os transtornos eram tratados de forma extrema.. gostei muito do realismo.

Manu Righi 17/01/2023

Esperava mais
No livro a gente acompanha, de forma nem um pouco cronológica, a história de Susanna Keysen, e o desenvolvimento de sua "loucura" (transtorno de personalidade boderline) e sua vida no hospital psiquiátrico.

O livro é bem escrito e trás bastante informações relevantes a respeito de doenças mentais e formas de pensar referente a loucura.
Provavelmente o que me fez achar o livro desanimador, foi eu ter visto o filme antes. O filme é excelente e me fez criar expectativas extremamente altas a respeito do livro, e metade delas não foram atendidas ao ver que de semelhante eram só os nomes e as doenças.
Mesmo assim recomendo, é uma leitura rápida e tem muito a agregar.

Paula 18/01/2023

Impossível ler sem associar com o filme.
E olha que eles não tem tantas semelhanças assim, apenas alguns detalhes.
Talvez seja isso que me fez desanimar um pouco com a história, estava esperando algo mais grandioso.
Mas a história tem seus méritos sim, e me fez refletir sobre mim mesma em alguns momentos.

Stella.Castilhos 19/01/2023

Meu queridinho
Ok, li esse livro depois de ver o filme, então obviamente fiquei imaginando a Winona Ryder e a Angelina Jolie no lugar das personagens (o que me deixa um pouco triste, porque gosto de imaginar como eles são). Porém, a história é real! Então sabemos exatamente quem é a Susanna (a autora do livro). É basicamente a historia que ela vive numa clínica psiquiátrica (que na época era mais um manicômio mesmo).

O filme é impecável (um dos meus preferidos) e o livro é também impecável (um dos meus preferidos).

A Susanna foi diagnosticada com borderline (twinsies!) e logo vai para a clínica, ficando lá por 18 meses. Impossível não citar a sociopata preferida, Lisa, e Daisy (e suas carcaças de frango).

Todos os personagens são super interessantes e importantes para a trama, e ver a visão da Susanna em relação àquelas mulheres com quem ela realmente conviveu é uma experiência.

Recomendo ler o livro antes de ver o filme, mas ambos são incríveis.

Sobre a leitura em si, fácil e leve. É um livro bastante interessante e que te instiga a ler mais.

Só aumentou ainda mais o meu fascínio pela ?loucura? e por como pessoas identificadas como ?loucas? são tratadas pela sociedade.

Como já estive em um hospital psiquiátrico, me vejo muito nessa história e posso atestar que, apesar de muito difícil e desafiadora a convivência, não existem pessoas melhores do que as que abraçam suas loucuras.

Laura 24/01/2023

Mais um conto de loucos racionais
"Os lunáticos são como os rebatedores escalados em uma partida de beisebol.
Muitas vezes, a família toda é louca, mas, como não se pode mandar uma família inteira para o hospício, um de seus membros é declarado louco e internado. Aí, dependendo da reação do resto da família, essa pessoa permanece internada ou é liberada, de forma que ateste alguma coisa sobre a saúde mental familiar."

mendes 25/01/2023

Confesso que fiquei muito perdida em algumas partes, ainda sim adorei o livro me fez refletir em várias coisas

Ione - sama 25/01/2023

INCRIVEL
EU não esperava ser uma biografia, me lembrou muito a 2temp de ahs. eu fiquei muito tocada com a Historia, fiquei muito feliz por ela ter dado a volta por cima! tem uma frase do livro que mexeu comigo.. pode ser spoiler então só leia até aqui caso sinta que pode acabar com sua experiência de leitura.

talvez eu não devesse me matar . Na verdade, eu só queria matar uma
parte de mim: a parte que queria se matar, que me arrastava para o
dilema do suicídio e transformava cada janela, cada utensílio de cozinha e
cada estação de metrô no ensaio de uma tragédia

juhreoli 31/01/2023

Inesquecível
Susanna é internada em um hospital psiquiátrico e durante sua estadia, ela relata o dia a dia da instituição e o seu convívio com as demais pacientes e funcionários. Narra de forma tocante as histórias das outras mulheres, que assim como ela, tiveram sua vida interrompida por uma doença psicológica, além de refletir acerca de sua vida e as causas de ter sido internada.

O livro se torna mais impactante, quando se descobre que a história é na verdade biográfica.

A partir daqui é um trecho retirado do livro, que pode ser considerado spoiler. Recomendo que não leia, apenas decidi colocá-lo aqui por apreciação a essa parte e a forma melancólica narrada me atingiu em cheio, trazendo reflexões do livro lido.












"Ela mudara muito naqueles dezesseis anos. Já não estava ansiosa. Na verdade, estava triste. Era jovem e distraída, e seu professor bronqueava com ela, tentando fazer com que prestasse atenção. No entanto, ela olhava para fora, à procura de alguém que olhasse para ela.

Dessa vez, li o título da pintura: Garota interrompida em sua música.

Interrompida em sua música: tal qual acontecera com a minha vida, interrompida durante a música dos 17 anos, tal qual a vida dela, roubada e presa a uma tela; um momento congelado no tempo mais importante que todos os outros momentos, quaisquer que fossem ou que viessem a ser. Quem pode se recuperar disso?"