Garota, Interrompida

Garota, Interrompida Susanna Kaysen




Resenhas - Garota, Interrompida


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Camila_Oliveira 19/08/2021

Indico o livro pra quem é fã do filme. Eu gostei e ele complementa muito a história e nos aproxima mais das personagens. Eu fui ler com certas expectativas por causa do filme mas ele superou elas, isso é ótimo quando acontece na leitura e amei a experiência, espero encontrar mas livros que causam esse efeito.
Pensei que seria uma obra mas pesada, mas é apenas a melancolia da protagonista que causa um clima meio pesado e reflexivo e mostra mais sobre os problemas das suas companheiras e dela mesma e sua visão de tudo.
Eduardo 19/08/2021minha estante
vc sabe onde posso ver o filme, li o livro primeiro e queria muito ver, mas não encontro.




Vanessa Vieira 20/10/2013

Garota, Interrompida_Susanna Kaysen
O livro Garota, Interrompida, da norte-americana Susanna Kaysen, foi escrito com base nas experiências vividas pela própria autora durante a sua internação em um hospital psiquiátrico, pelo período de dois anos.

O ano é 1967 e a Guerra do Vietnã implode com todo vapor. Os homens abandonam suas famílias e partem para o combate, enquanto as mulheres se tornam o pilar de sustentação do lar. A juventude está cada vez mais assustada e incerta sobre o seu futuro e os seus ideais.

A jovem Susanna Kaysen, de 18 anos, se encaixa bem neste perfil. Por se recusar a seguir os padrões impostos pela sociedade e buscar uma válvula de escape da crua realidade, o seu comportamento é considerado incompreensível para os demais. Quando tenta o suicídio - ao ingerir uma alta dose de comprimidos de Aspirina - é orientada pelos pais a se internar no Hospital Psiquiátrico McLean, de forma voluntária, e lá permanecer pelo período de dois anos.

Durante sua permanência no McLean, Susanna passa a refletir ainda mais acerca das questões da vida, enquanto permanece trancafiada com outras garotas, todas da sua idade. Aos poucos, mantendo contato com diversas meninas que, assim como ela, foram excluídas e pré-julgadas pela sociedade - Daisy, Georgina, Lisa e Polly - ela descobre muito mais sobre a loucura do que imaginava. A loucura não é algo externo, isolado, ou um fator patogênico, e sim um pedido de socorro, uma forma alucinante de buscar ajuda, apesar de ter o seu significado completamente distorcido.

"As pessoas me perguntam: como você foi parar lá? O que querem saber, na verdade, é se existe alguma possibilidade de também acabarem lá. Não sei responder à verdadeira pergunta. Só sei dizer: é fácil."

Garota, Interrompida é um livro intenso, que nos leva a reflexão a todo o momento, seja sobre o nosso papel na sociedade, seja quanto as nossas escolhas na vida. Susanna foi persuadida a passar um tempo no McLean pelos seus pais por ainda não ter encontrado o seu foco no mundo; por não ter uma escolha pré-moldada para o seu futuro. É claro que as suas crises de depressão e as tentativas de suicídio aguçaram a tese deles ainda mais, porém o fato é que, assim como milhares de outros jovens - tanto da década de 60 como nos dias atuais -, ela era alguém incompreendida, não só pela sociedade quando dentro do próprio lar. Narrado em primeira pessoa, de forma bastante coerente e, em alguns momentos, até mesmo brutal, acompanhamos os pensamentos mais íntimos e viscerais de Susanna, e a sua jornada para manter a sanidade em uma terra de ninguém.

Me identifiquei bastante com a Susanna. Não cheguei a buscar uma forma de extravasar e me libertar do mundo real, assim como ela, mas tive muitas incertezas. Na adolescência, a idade avança rapidamente, trazendo junto com ela inúmeras responsabilidades, tudo de uma forma muito rápida, o que acaba, muitas vezes, não sendo completamente digerido por nós. Amadurecemos, porém de uma forma abrupta, e considero praticamente impossível que assimilemos tudo plenamente ao mesmo tempo em que temos que avançar em nossas escolhas. Creio que todos nós - não só nesta fase da vida, como até mesmo no período atual - nos confrontamos regularmente a respeito da nossa jornada neste mundo. O diferencial com a personagem é que ela não teve apoio quando mais precisou, e foi enviada para um hospital psiquiátrico, ludibriada que os seus momentos de indecisão não eram pertinentes com uma boa sanidade mental.

E Susanna passa a questionar se realmente é louca; se o seu comportamento é realmente atípico e doentio. Porém, com a convivência com diversas jovens, descobre muito em comum com elas, e compartilha das suas dores, além de ter uma visão mais ampla sobre a suposta "loucura" carimbada pela sociedade. Ela se depara com garotas depressivas, com tendências suicidas, e também com uma sociopata, Lisa, que foi uma das personagens mais intrigantes para mim. Senti falta de conhecer um pouco mais sobre as facetas psicológicas das demais personagens, e acho que a autora pecou um pouco neste aspecto. Sei que se trata de uma obra autobiográfica e que ela não poderia perder o núcleo da trama, mas se tivesse retratado um pouquinho mais sobre as colegas de Susanna, em especial a Lisa, teria tornado o livro ainda mais rico e profundo.

"Para muitas de nós, o hospital era tanto um refúgio quanto uma prisão. Embora estivéssemos afastadas do mundo, e de todas as confusões que adorávamos aprontar nele, também estávamos afastadas das cobranças e das expectativas que nos haviam enlouquecido. O que podiam cobrar de nós, enfiadas no hospício?"

Em síntese, Garota, Interrompida é um ótimo livro, descrito com intensidade e clareza de detalhes. Apesar de não ter se aprofundado como eu gostaria nas personagens secundárias, conseguiu me conquistar e prender a atenção durante toda a leitura. Foi feita uma adaptação cinematográfica da obra, em 2000, com a Winona Ryder, Angelina Jolie e Britanny Murphy no elenco. O filme é ótimo e transmitiu de forma unânime o teor da história, além de chamar muito a atenção para a personagem da Lisa, interpretada pela Jolie, que foi incrivelmente marcante e rendeu a atriz o Oscar de melhor atriz coadjuvante. A capa é muito bonita, sendo em um rosa bem vivo e repleta de frases e dizeres e a diagramação está excelente, com fonte em bom tamanho e uma revisão caprichada. Recomendo ☺

site: http://www.newsnessa.com/2013/10/resenha-garota-interrompida-susanna.html
Manuella_3 01/11/2013minha estante
Vanessa, tb gostei bastante de Lisa e senti essa vontade de conhecê-la um pouco mais. E por que elas não trocaram endereços no final? rsrs




jamboself 28/09/2024

APAIXONANTE
Amei a escrita da autora,amei que é fluido apesar dos temas pesados.ela possui a habilidade de fazer você rir em uma página e na outra se questionar sobre a própria existência (me julguem,mas amo isso) . Há o filme e nem sei se desejo assistir para não trocar o que imaginei dos cenários e personagens
Ps:lisa é tudo!!! A imaginei como a lisa do kpop( só conheço a música money)
jamboself 28/09/2024minha estante
Esqueci de comentar que li isso em menos de 24h e com a pausa para dormir




Ellen 02/11/2013

Garota Interrompida- Blog: Momentos Assim
A diagramação está nota 10. O tamanho da fonte está perfeito e as páginas são amarelinhas, com uma ótima textura. Sem contar mais contando, que o cheirinho é viciante. E essa capa? Muito linda! Mais um livro rosa, lindo pra minha estante. E a letras da capa são envernizadas. Muito amor

Garota interrompida é uma autobiografia da autora, Suzanna Kaysen. O livro relata o tempo em que a autora ficou internada no hospital psiquiátrico MCLean no ano de 1967. Através do livro, conhecemos seus medos, angustias e manias. Mas como ela foi parar lá? Bem, creio que por ai já é spoiler. Mas, o fato é que o médico foi precipitado demais em seu diagnóstico. Ela vai provar isso. Além disso, também, um dos motivos da sua internação foi por conta da sua personalidade não se encaixar como as demais na época. O que me deixou com muita empatia pela autora, por esse preconceito. Com muitos detalhes narrados de uma forma crua e angustiante. Não tem como não se sentir uma amiga intima da autora. O incrível, é que foi lá que ela descobriu o significado da palavra amizade. Sim, ela fez amigas: Daisy, Lisa e Georgina. Vemos no o quanto difícil era para as garotas viver naquele lugar. Algumas até se acostumavam, mais a realidade de lá era muito cruel. Por um lado elas estavam seguras da guerra que se instalava do lado de fora, do outro o hospital era uma prisão.

Eu me emocionei em diversas partes do livro. Garota interrompida, é daqueles livros que te fazem sentir na pele o que a autora sentiu. Me deixou angustiada, atônita e muito surpresa com tantas barbaridades e injustiças da época. A forma como a Suzanna descreve todo seu tempo no hospital, ao todo 18 meses (o que ela chama de tempo interrompido, por isso o nome do livro). É intensamente forte e inesquecível. E que vai fazer o leitor refletir muito, seja pelo precoce diagnóstico dado pelo médico na época, e/ou também sobre como o mesmo seria interpretado nos dias de hoje. Super indico esse livro! É mais uma leitura obrigatória para a vida! Aprovadíssimo. Confesso, um dos melhores livros que li esse ano.
"Não estava convencida da minha loucura, embora temesse estar louca. Há quem diga que ter uma opinião consciente sobre o problema é um indício de sanidade, mas não sei ao certo se é assim."
"Para muitas de nós, o hospital era tanto um refúgio quanto uma prisão. Embora estivéssemos afastadas do mundo, e de todas as confusões que adorávamos aprontar nele, também estávamos afastadas das cobranças e das expectativas que nos haviam enlouquecido. O que podiam cobrar de nós, enfiadas no hospício?"
"As pessoas me perguntam: como você foi parar lá? O que querem saber, na verdade, é se existe alguma possibilidade de também acabarem lá. Não sei responder à verdadeira pergunta. Só sei dizer: é fácil."

site: http://www.momentosassim.com/2013/10/garota-interrompida.html
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Bruno Pereira 19/10/2013

Decepcionante
Depois de assistir ao filme fui à procura do livro na esperança que fosse mais detalhado na personalidade das personagens. Tive uma grande surpresa com o tamanho do livro. 188 páginas não foram suficientes. Personagens mais interessantes como Daisy e Lisa são pouco mencionadas. Eu esperava um maior aprofundamento no problema de cada uma. O que tive foi um esboço meio superficial de suas doenças. Não gostei. Quem nunca leu indico que veja o filme primeiro.
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Clarice 08/09/2014

Susanna completou 18 anos, mas não estava pronta para o "mundo adulto".Existe na sociedade um "padrão da normalidade", onde você, de um dia para o outro, tem que "virar adulto", isso inclui milhões de responsabilidades, escolher um curso na faculdade(não escolher nenhum não é uma opção),escolher uma profissão, trabalhar em qualquer coisa,ter um namorado, ou se não tiver,ter ao menos, uma vida social. Seguindo esse padrão, você será uma pessoa normal. Susanna foi na contramão disso tudo, por isso, foi diagnosticada com pertubação mental e passou quase dois anos da sua juventude dentro de um hospício. Acredito que só é possível alguns serem "normais", se outros não forem. Susanna não era. Tinha apenas 18 anos, as cobranças do "mundo adulto" a amedrontavam. Ela só não sabia o que queria da vida naquele momento, mas como ela mesma diz, isso não significava que ela não poderia ter nada. Mas isso foi motivo suficiente para ser considerada louca. Infelizmente, achei a narração meio confusa, me perdi no texto algumas vezes durante a leitura, e demorava um pouco pra entender a ordem dos acontecimentos. A história de vida da Susanna é fantástica, por isso acho que deveria ter sido melhor contada.
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May Scruz 28/07/2014

Oi, galera. Tudo bem?

Hoje eu vou falar um pouco sobre o livro que li para a maratona: Garota, Interrompida.
Na verdade o livro se trata de uma "biografia" falando sobre os anos que a escritora passou em um manicômio.
Ela explica como a vida dela funcionava naquele lugar, como e porque ela foi parar lá.

É um livro que te faz questionar um pouco sua sanidade e a sanidade das pessoas ao seu redor. Assim como é um livro que te faz questionar suas escolhas, seu comportamento e um pouco da sua vida.


Quando a realidade torna-se brutal demais para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna Keysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era logo que seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de busca, trancada com outras garotas de sua idade. Garotas marcadas pela sociedade, excluídas, consideradas insanas, doentes e descartadas logo no início da vida adulta. Polly, Georgina, Daisy e Lisa. Estão todas ali. O que é sanidade? Garotas interrompidas. - Skoob



Posso dizer que eu gostei, e provavelmente vou ler de novo. Eu acredito que é aquele livro que cada vez que você lê entende outras coisas, tem outras reflexões.
Eu ainda não vi o filme, mas pretendo ver.

Beijinhos e boa semana!


site: www.ensaiodemonomania.blogspot.com.br
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Psychobooks 21/07/2014

Classificado com 3,5 estrelas

O primeiro contato que tive com a história foi por meio do filme (e deve ter sido assim com bastante gente) e foi uma experiência bem positiva – impossível esquecer a interpretação da Angelina Jolie! Só muito tempo depois é que descobri que existia o livro, e quando pude colocar as mãos nele aproveitei a oportunidade.

- Enredo

Em 1967, aos 18 anos, após uma tentativa de suicídio, Susanna Kaysen é internada em uma clínica psiquiátrica e, posteriormente, diagnosticada com distúrbio de personalidade limítrofe. Ao longo do livro acompanhamos o relato (autobiográfico) dos dois anos que ela passou na clínica e suas reflexões acerca da sua sanidade e da sanidade das amigas que fez lá.

- Desenvolvimento do enredo e narrativa

O livro é dividido em vários capítulos curtos, então a leitura flui bem. Susanna, no entanto, não narra sua história de forma cronológica: o que temos é um fluxo de consciência, e parece que ela nos conta sobre sua vida na clínica conforme vai se lembrando dos acontecimentos. Mesmo narrando em “vai-e-vem”, não há dificuldade em acompanhar a história, e a linguagem é descomplicada e muito gostosa – tanto que é possível ler o livro tranquilamente em um dia ocioso (eu o li em cerca de 4 horas).

Ao longo da narrativa temos também fichas e relatórios sobre a admissão de Susanna na clínica, seu progresso e sua saída, e por meio deles temos a visão dos profissionais no que diz respeito à sua saúde mental – e podemos comparar com o que ela própria pensa sobre isso, o que é um aspecto muito interessante do livro.

- Personagens

São muitas! Algumas aparecem brevemente – como os pais de Susanna, seu professor de inglês, com quem teve um caso, o psiquiatra que decidiu interná-la na clínica – e outras com bastante frequência – como as enfermeiras e as outras pacientes da clínica, que é com quem Susanna convive durante os dois anos em que fica internada. As principais são Georgina (sua companheira de quarto, diagnosticada com pseudologia fantástica), Polly (diagnosticada com esquizofrenia), Daisy (diagnosticada com anorexia) e Lisa (diagnosticada com sociopatia). Por meio de seu relato temos um vislumbre da personalidade e dos distúrbios de cada uma e da relação de Susanna com essas pessoas.

Em alguns momentos esse relato fica mais intenso e pesado, e me peguei pensando como seria viver assim. Entretanto, temos também momentos muito divertidos entre as personagens e chegamos até a esquecer que elas estão em uma clínica psiquiátrica.

- Conclusão

O livro é muito bem-escrito, a narrativa é deliciosa e nos proporciona vários momentos de reflexão sobre a mente humana e os limites da sanidade mental. No entanto, apesar de ter gostado da leitura, não foi um livro que me marcou muito – o que me surpreendeu, pois adoro o filme e esperava que o livro me cativasse da mesma forma. 3 estrelas e meia para ele!

- Sobre a edição

Um último comentário, sobre a edição: acho essa capa maravilhosa! Ela é de um rosa bem vivo e possui alguns quotes que só conseguimos ler direito dependendo do ângulo em que olhamos (acho que dá para perceber um pouco disso na foto da capa no começo do post). Não tive problemas com a tradução e a revisão está ótima, lembro de ter encontrado apenas um erro durante a leitura.

"E esse era o pré-requisito mais importante: o de que qualquer coisa podia ser outra coisa. Tão logo admiti isso, concluí que podia estar louca ou que alguém poderia me achar louca. Como podia ter certeza de que não estava, se não podia ter certeza de que uma cortina não era uma cordilheira?"
Página 52



site: www.psychobooks.com.br
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Samantha @degraudeletras 14/07/2014

Garota, interrompida
Garota, Interrompida é um livro autobiográfico de Susanna Kaysen onde ela relata sua experiência ao ser internada num hospital psiquiátrico em 1967. Com apenas 18 anos, Sasanna fora diagnosticada com transtorno de personalidade (mais tarde, no seu diagnóstico final, seria definida como personalidade limítrofe) após uma tentativa de suicídio ao ingerir 50 aspirinas.

Aqui no Brasil o Garota, Interrompida fez sucesso primeiramente nos cinemas, num filme homônimo dirigido por James Mangold, estreado em 2000 e com Angelia Jolie, Elisabeth Moss e Winona Ryder nos papeis principais. (banner do filme)

De longe, histórias que envolvam alterações mentais e transtornos me fascinam. É muito enriquecedor conhecer um pouco mais como a mente humana funciona mesmo estando "fora dos padrões".

O leitor pode conhecer não apenas a narradora e sua personalidade limítrofe, mas também suas amigas Polly Lisa, Cynthia, Georgina, Daisy, dentre outras. Sociopatas, depressivas e esquizofrênicas, estes são alguns dos diagnósticos das garotas que estão internadas no McLean. Por estarem na ala de segurança média, isso significa que elas não têm distúrbios tãão sérios, a angústia, o choro e a dificuldade de se encaixar no "mundo real" as impede de enfrentar a vida fora do hospital.

O hospital McLean está localizado em Belmont, nos Estados Unidos e é conhecido por já ter recebido diversas personalidades conhecidas mundialmente, como a poetisa Sylvia Plath, o músico Ray Charles e a escritora Susanna Kaysen.

Susanna tece sua narrativa em torno de suas perspectivas a respeito de temas que eram corriqueiros naquela época, como um capítulo inteiro dedicado ao suicídio onde ela faz um paralelo entre a mente do suicida e o que implica o ato em si, também há relatos de cenas que ocorreram com suas colegas mas que a impressionaram bastante. Ao mostrar a realidade das jovens diagnosticadas com transtornos mentais, a autora expõe um lado que muitos, inconscientemente, não querem ver.

O livro não é cronológico, embora seja montado de uma forma que faz sentido. Os capítulos não são contínuos, ou seja, a cada capítulos temos uma história diferente, embora todas elas retratem a rotina no hospital: seus horários, medicamentos e relações sociais com as outras internas ou com as enfermeiras e, as vezes, monólogos da autora sobre transtornos e seus sentimentos em relação àquela época.

Os capítulos são curtinhos, geralmente de uma folha e meia, o que torna a leitura mais dinâmica. É do tipo de livro que você lê em um dia se tirar a tarde para ele.

site: http://www.wordinmybag.com.br/
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Ana Luiza 09/07/2014

Bela e brutalmente honesto
Susanna Keysen não tinha um plano e, para alguns, não tinha um futuro. Susanna não queria ir para a faculdade e não conseguia manter-se em um emprego. Susanna tinha um caso com seu professor de inglês. Susanna espremeu uma espinha e tomou cinquenta aspirinas de uma só vez. Susanna ficou confinada em um hospital psiquiátrico durante dois anos. Susanna é louca? Doente? Uma mistura dos dois ou só uma garota que não sabia o que queria? Uma garota que não atendia nem mesmo suportava os padrões impostos pela sociedade?

“Seria a insanidade uma simples questão de parar de fingir?” Pág. 52

Quem é Susanna Keysen e o que ela pode dizer, a partir da sua experiência em um hospital psiquiátrico e de convívio diário com seu transtorno de personalidade, sobre a vida, sobre sanidade e insanidade e muito mais? O livro “Garota, Interrompida” é a resposta para essa pergunta. A obra autobiográfica, curta e intensa é uma viagem à vida e a cabeça de Susanna, mas também ao universo de garotas que, como ela, tiveram, quando muito jovens, suas vidas “interrompidas”, nem que por um breve instante, por causa do comportamento ou personalidade que tinham, algo que ia muito além de seu controle, mas que eram fatores na hora de defini-las como loucas ou não, como doentes ou não – e olha que nem sempre sanidade ou doença eram tratados como coisas diferentes.

Apesar de ser uma leitura rápida por causa da pequena extensão, “Garota, Interrompida”, com sua honestidade brutal e conteúdo denso, foi um livro que me fez sentir vulnerável. Essa é uma história de tanta intensidade e sensibilidade que o leitor fica emocionado e impressionado por a autora ter divido memórias tão particulares e profundas com o mundo. É impossível deixar se identificar com a personagem-autora. Susanna não deixa de frisar que, apesar dos problemas e até mesmo doenças que ela e as outras garotas do hospital tinham, todas eram garotas, pessoas como quaisquer outras. O que faz o leitor se perguntar: e se fosse eu? Será que podia ser eu? Todos nós temos essa impressão de que loucura e doença só afetam aqueles distantes de nós, um parente de um conhecido, um estranho com o qual esbarramos na rua, mas nunca aqueles que estão ao nosso lado, nunca com nós mesmos. Mas a realidade não é assim. Poderia não ser Susanna ou Polly ou Lisa ou Daisy ou Georgina naquele hospital. Poderia ser sua avó, sua mãe, sua prima, sua irmã. Poderia ser você. “Garota, Interrompida” traz muitos questionamentos, mas, para mim, os mais importantes foram justamente esses. O que impede alguém de estar aqui hoje e amanhã em um hospital psiquiátrico? O que impede uma pessoa aparentemente normal e saudável de ser louca e doente? O que é loucura e doença? Há diferença entre as duas?

“Se eu, que antes era repulsiva, agora estou assim tão longe da minha loucura, quão longe não estarão vocês, que nunca foram repulsivos, e que profundezas não terá alcançado a sua repulsa?” Pág. 144

“Garota, Interrompida” é narrado em primeira pessoa por Susanna, que com sua escrita objetiva e provocativa atinge e conquista o leitor logo nas primeiras palavras. O livro é dividido em capítulos muito curtos, que passam a impressão de que a obra foi sendo escrita conforme a autora se lembrava daqueles fatos. Também foram acrescentados entre os capítulos diversos documentos relativos a passagem de Keysen pelo hospital psiquiátrico, como o Guia de internação preenchido quando ela foi internada, uma forma acrescentar ainda mais realidade e impacto a história.

Mas se “Garota, Interrompida” é real, temos de lembrar também que é tendencioso. É Susanna quem conta toda a história, portanto, ela está limitada a visão que a autora teve dos fatos. Uma das provas disso é a consulta que ela teve com o médico que a encaminhou para o hospital. Para Susanna, a consulta não durou mais de meia hora, mas o médico afirma que ele conversou com ela durante três horas. Assim, cabe ao leitor decidir se vai acreditar em tudo ou não, o que deixa o livro ainda mais delicioso. O livro não é contatado sobre uma ordem cronológica específica, o que nos desafia ainda mais na tarefa que é desvendar Susanna através de seu livro. No início, a impressão que a autora passa é de que ela foi internada por causa de nada, que ela era completamente normal e que havia conspiração no mundo que determinou que ela era louca. Mas conforme o desenrolar dos capítulos vemos que não é bem assim. Susanna tinha um problema, uma doença. Mas isso necessariamente define sua insanidade? Só lendo para saber.

“Minha internação foi voluntária. Tinha de ser, pois eu era maior de idade. Era isso ou um mandado judicial – se bem que, no meu caso, nunca teriam conseguido um mandado judicial (...). Eu não era uma ameaça para a sociedade. Seria uma ameaça para mim mesma?” Pág. 49

Se Susanna já é um mistério a parte, os personagens secundários também o são. Como os fatos, eles são construídos pela visão de Susanna, o que praticamente desafia o leitor a desvendá-los por si só, a vê-los além da visão que nos é proporcionada pela autora. As garotas com quem Susanna convive no hospital são as minhas favoritas. Cada uma delas tem um diagnóstico e uma personalidade diferente, é impossível não simpatizar com suas histórias igualmente tristes e tocantes como a da autora. Lisa é a que mais desperta curiosidade, talvez por nem mesmo a autora ter conseguido desvendá-la por completo. E toda vez que a Lisa aparecia não pude deixar de lembrar do filme feito a partir do livro e da bela atuação de Angelina Jolie.

“Cynthia era depressiva; Polly e Georgina eram esquizofrênicas, eu tinha transtorno de personalidade. Quando recebi meu diagnóstico, ele não me pareceu grave, mas, com o tempo, acabou soando mais agourento que o das outras. Passei a achar que minha personalidade era como um prato ou uma camisa com defeito de fabricação e, consequentemente, inútil.” Pág. 72

Enquanto Jolie transmitiu a essência Lisa de forma fiel, o mesmo não se pode falar sobre outros aspectos do filme Garota, Interrompida. Apesar das atrizes escolhidas, principalmente a que fez Susanna, serem idênticas as personagens na minha imaginação e terem conseguido fazer um belíssimo trabalho no longa, ele é diferente do livro e um pouco inferior. O filme tem muitos acontecimentos que não estão no livro e que não acrescentam nada a história a não ser um pouco mais de ação e movimento, mas o que mais se perdeu na adaptação foi a sensação causada pela falta de cronologia. No filme, a história é contada de forma cronológica, o que a deixa um pouco sem brilho. Outro detalhe que me incomoda no filme é que Susanna foi retratada de tal forma que não fica claro que ela realmente tem uma doença, o que não acontece no livro. Entretanto, o filme é bom e vale a pena ser assistido, mas apenas depois da leitura do livro.

Sobre a edição, também tenho só coisas boas a dizer. A tradução e diagramação estavam perfeitas, o tipo e tamanho da fonte também. Como sempre, eu adoro livros com páginas amareladas, mas as de “Garota, Interrompida” conquistaram ainda mais por serem feitas de um papel mais grosso, resiste. Eu absolutamente amo essa capa. O tom de rosa bem forte é lindo e combina com a história, e um detalhe que amo são as palavras escritas no fundo quase que invisíveis.

Honesto, intenso, questionador e emocionante, “Garota, Interrompida” foi uma leitura incrível e inesquecível, que entrou para os favoritos. Recomendo o livro para quem gosta de histórias densas, mas rápidas de ler e impossíveis de esquecer. A obra também é muito interessante para quem gosta de temas como insanidade e doenças mentais. Quem, como eu, tem certo apreço pela área da psiquiatria, encontra aqui um prato cheio – e delicioso!

“As cicatrizes não têm personalidade. Não são como a pele da gente: não mostram a idade ou alguma doença, a palidez ou o bronzeado. Não têm poros, pelos ou rugas. São uma espécie de fronha, que protege e esconde o que houver por baixo. Por isso as criamos. Porque temos algo a esconder.” Pág. 21/22


site: http://mademoisellelovebooks.blogspot.com.br/2014/07/resenha-garota-interrompida-susanna.html
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Isa 19/06/2014

Resenha: Garota, interrompida.
Não saber o que ser não é uma opção. Em 1967, após uma tentativa de suicídio Suzanna Kaysen (a própria autora do livro) com 18 anos é internada numa clínica psiquiátrica voluntariamente. Diagnosticada com transtorno de personalidade limítrofe, Suzanna passa cerca de 2 anos internada. Ao longo da narrativa ela conta suas experiências, pensamentos e tudo que viveu nesse período.
Cheio de personagens, o livro foca principalmente nas amigas e pessoas mais próximos de Suzanna, como Georgina a companheira de quarto dela, Lisa uma sociopata muito bem humorada que sempre foge do hospital e me causou umas boas risadas com suas loucuras, Polly, Daisy e algumas enfermeiras.
Em cada capítulo(a maioria deles são bem curtinhos) Suzanna questiona a si mesma, aos outros e mostra o seu dia-a- dia, a dureza que é viver num hospital psiquiátrico. Me peguei algumas vezes pensando em como seria difícil ser ela nesse momento, se eu aguentaria passar por tudo que ela passou nesses dois anos internada.
A narrativa retrata a realidade nua e crua de tudo que aconteceu com a autora e como ela se relacionava com as outras garotas. Mostra o quanto foi difícil viver naquela época e quanto a batalha em manter a sanidade, em ficar longe da loucura era difícil.
Em meio a melhoras e recaídas, partidas e chegadas, as garotas buscam recuperar tudo que a loucura as roubou, ter uma vida livre de volta, ter o controle da situação.
É um livro tenso, ás vezes doloroso mas uma ótima reflexão sobre a determinação, sobre a nossa mente e os nossos limites.

site: http://aposasreticencias.blogspot.com.br/2014/04/resenha-garota-interrompida.html
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Manuella_3 01/11/2013

Quem é louco? Quem é normal?
Interessante relato da autora que viveu a experiência dolorosa de uma internação psiquiátrica.
Ela faz observações interessantes sobre o que é sanidade, sobre a estigmatização que sofrem os ex-internos e convida o leitor a pensar sobre essa realidade que parece distante.
Enquanto conta a rotina de uma instituição para cuidados mentais na década de 1960, apresenta colegas de internação interessantes, com diagnósticos por vezes contestáveis.
Nos faz pensar em atitudes que tomamos por normais e corriqueiras, mas que, partindo de uma pessoa em tratamento ou recuperada, faz a sociedade arregalar os olhos e questionar a possibilidade de recuperação.
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Danielle 29/07/2013

Garota, interrompida.
Garota, interrompida [Única Editora, 2013] é sobre ser louco aos 18 anos de idade.

Susanna Kaysen conta sua experiência de dois anos no famoso hospital psiquiátrico McLean quando, no final dos anos de 1960, sua família e um médico que ela nunca tinha visto na vida decidem interná-la.

Ela mistura, em sua narrativa, elementos que brincam entre a ficção e a autobiografia. Mostra algumas de suas fichas de avaliação que o hospital regularmente fazia e tece um pequeno tratado sobre a loucura: até que ponto somos normais e qual a fronteira (ténue, diga-se de passagem) que divide meu eu racional e meu eu psicótico, ela nos pergunta.

Susanna foi diagnóstica como portadora de “Personalidade Limítrofe”. Limite de quê? Ela diz que flertou com a loucura.

Uma das características desse transtorno são sintomas depressivos, incertezas em certos aspectos da vida: namorados, qual profissão escolher, pessimismo enquanto ao futuro… Não muito diferente da maioria das pessoas com 18 anos. Mas também: instintos suicídas e auto-mutilação (Susanna descreve suas batidas nos pulsos, pisar em cacos de vidro e rasgar o rosto com as unhas) e é aqui que muitos deixam de acompanhá-la (muitos, não todos) (justificaria dois anos em um hospital psiquiátrico?).

Deixamos de acompanhá-la (muitos, não todos) também em alguns trechos sobre a loucura (aquele pequeno tratado do qual falei). Ler a loucura nas palavras de alguém que já andou de mãos dadas com ela pode não ser compreensível, mas é revelador (Foucault se rebulindo no túmulo neste exato momento, escutem!).

Só por isso, já valeria a leitura. Mas as outras internas, seus pedaços de vida reconstruídos pela narrativa sem peripécias de Susanna deixam tudo mais interessante. Aquelas meninas que em outro tempo seriam histéricas ou bruxas, presas numa corda bamba de razão e loucura que travam uma luta de braço em suas cabeças, deixa tudo mais vivo. Elas são pequenos reflexos de nós (todos devem ter passado por aquilo, nem que tenha sido de raspão) e, sem dúvida, rola identificação.

*

"Eu estava tendo um problema com padronagens. Tapetes orientais, pisos de cerâmica, cortinas estampadas, coisas desse tipo. Pior de tudo eram os supermercados, com seus corredores que lembram tabuleiros de xadrez, compridos e hipnóticos. Quando olhava essas coisas, eu via outras coisas dentro delas(…) Aquilo podia ser uma floresta, uma revoada de pássaros, a foto da minha turma da segunda série, mas não era. A realidade estava se tornando demasiado densa."
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Doug 16/11/2024

Otimo
Meu cérebro fez BOOM assim que terminei.
Tenho que dar uma pausa em leituras doidas assim, se não ficarei doido também?. ?
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Tai 04/11/2013

Nesse livro, Susanna Kaysen conta como foram os dois anos em que teve sua vida ‘’interrompida’’, internada (voluntariamente!) no hospital psiquiátrico McLean.

A autora narra sem rodeios tudo o que consegue se lembrar da época em que esteve no hospital. Ela fala das enfermeiras, dos métodos de tratamentos, do próprio prédio e, principalmente, das outras internas. Lisa, a sociopata que sabe de tudo (e que foi interpretada pela Angelina Jolie no filme que eu ainda não assisti xD) é minha preferida dentre as meninas. Mas também gostei das outras.

Susanna fala dos eletrochoques, da solitária, das toalhas geladas, de como os diagnósticos eram dados de maneira falha... Mas também fala de “bons” momentos, em que se divertiam e riam de sua própria loucura.

Garota, interrompida é realmente um livro que todos deveriam ler, pois ele retrata a realidade, o que se passa na cabeça das pessoas, discute o que é a sanidade ou a loucura... E o mais legal é a comparação inevitável que fiz enquanto estava lendo! Achei tantas coisas em comum entre mim e aquelas adolescentes que tive que dar graças pelos hospitais psiquiátricos do Brasil terem se convertido em faculdades! (pessoas que leram, pfv digam que não fui a única! hahaha)

(Continue lendo do link abaixo)

site: http://fantasiandocomoslivros.blogspot.com.br/2013/10/resenha-garota-interrompida.html
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