Resenhas - Os Sertões

Udson3 28/12/2023

Não tema os calhamaços "cabeçudos".
Para quem gosta de História, o primeiro grande trabalho jornalístico brasileiro é indispensável. Sempre recomendado em listas, e eterno item de leitura obrigatória em Humanas e nos idos tempos escolares, "Os sertões" é livro muito citado e pouco lido. Euclides da Cunha testemunhou em primeira mão a fatídica e derradeira campanha no arraial baiano de Canudos, lugar erigido por um homem alçado a líder messiânico, que ali congregou a massa de povos desterrados, judiados e fugitivos do sertão. Uma comunidade autossuficiente, sem crimes, que queria um pedaço de chão pra viver, longe da usura da nova e recém proclamada República. É um desafio linguístico, admito. A prosa de Euclides é formalmente empolada, e também resvala em olhares polêmicos, quase eugenistas, mas o olhar detalhado e humano com o qual esmiuça cada detalhe de um dos maiores crimes cometidos por nosso governo ressoa atemporal. Não há como não sair impactado. É um estudo geográfico, sociológico, antropológico, geológico e histórico do Brasil profundo, o sertão.

Matteus5 20/01/2024

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte"
É de extrema dificuldade formular uma síntese sobre "os sertões". A obra é oscilante, altos e baixos constantes, trazendo as diferenças da nossa raça em seu âmago - talvez não fosse o objetivo. O livro é dividido em três grandes partes, que introduzem e disseminam os acontecimentos e o palco da guerra civil de canudos.

A TERRA

O autor retrata as características geológicas e geográficas daquela região: discorrendo sobre a fauna, flora e clima. Aqui o real problema se apresenta na linguagem, onde o autor usa termos técnicos e conhecimentos científicos que atrelados à escrita formal cooperam para o péssimo envelhecimento da obra.

O HOMEM

O autor revela problema gravíssimo acometido por ele mesmo: o racismo. Nessa seção há a explanação dos povos que originalmente povoaram aquele pedaço de chão infértil, e junto com a colonização formaram os fortes sertanejos em miscigenações. O problema se mostra aí, Euclides afirma com constância a presença de uma "raça superior" na mistura, sempre referindo-se aos brancos. Em trecho aponta que "Nao temos unidade de raça, nao a teremos talvez, nunca."

A LUTA

"Conselheiro documento vivo de ativismo"; "um grande homem aos avessos". De fato foi oque o líder do arraial foi. O destrinchar de cada campanha a canudos é feita nessa parte. É realmente triste ver a ruína aos poucos de uma cidade formada por pessoas que só queriam viver em paz.

Opinião final

É de imprescindível conhecimento popular! Conhecer tão de perto tais eventos ajuda a conscientizar o povo de sua história, afim de não a repetir: " um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la" (Eduardo Burker).

Dry 30/01/2024

História pura.
Sem dúvidas foi um dos livros mais difíceis que eu já li, um pouco devido a edição lida já ter 70 anos, mas também pelo vocabulário rebuscado, e extremamente descritivo, em quesito geográfico, fauna e flora local. Tendo merecidamente o título de primeiro livro-Reportagem brasileiro. Sem muitas ressalvas, apenas tenho a dizer que é um livro importante para a história do nosso país, mas acima de tudo é necessário que se tenha paciência com a leitura.

Rodrigo Kimura 02/02/2024

Livro incrível
A leitura é bem densa, principalmente nos dois primeiros livros: A Terra e o Homem. Depois, na Luta, fica relativamente mais fácil a leitura, mas ainda assim bem complexa. O livro retrata a Guerra de Canudos, um evento de certo modo, bizarro na história de nosso país.

Luiza3496 06/02/2024

Livro de escola
Pior livro que já li na vida! Foi meu primeiro clássico, obrigada pela escola aos 15 anos. Linguagem extremamente difícil e nunca mais tive vontade de ler de novo. Trauma literário!

Lidiane.Miotta 08/02/2024

Difícil mas extremamente necessário
"Os Sertões" tem um início difícil por causa da linguagem da época usada e do uso de muitas palavras técnicas, de biólogos e geógrafos, para descrever a paisagem.

O autor faz o leitor acompanhar a sua viagem e assim nos mostra a mudança de paisagem até o coração do Sertão, em Canudos. Essa forma de apresentar a localidade e de narrar o Sertão como um personagem que participa ativamente da Guerra de Canudos é um dos pontos mais fortes e cativantes do livro.

A descrição das lutas travadas são também o que mantém o leitor atento e preso a história, mesmo sabendo o fim da história torcemos sempre para Canudos. Apesar de muitos trechos de livro se basearem em documentos oficiais a história de Euclides não tem um lado e a leitura não é nem enfadonha, nem difícil.

Pensamentos comuns da época, que nos dias de hoje não são aceitos de forma alguma estão presentes. Mas lê-los é necessário! Porque é ver acontecimentos e pensamentos que ainda existem nos dias de hoje. Ler e se indignar é saber que estamos melhorando como sociedade.

site: https://www.instagram.com/garotafromthebook/

Paulo1844 08/02/2024

A leitura de "Os Sertões" de Euclides da Cunha foi uma experiência verdadeiramente cativante. Desde as primeiras páginas, fui imerso em um mundo de paisagens áridas e personagens vibrantes, cujas histórias me tocaram profundamente. A escrita detalhada e envolvente de Euclides trouxe à vida o sertão brasileiro de uma maneira que me fez sentir como se estivesse lá, testemunhando cada cena e cada emoção. A cada virada de página, me vi completamente absorvido pela narrativa, compartilhando as alegrias e as dores dos sertanejos. Foi uma leitura que me deixou emocionado e profundamente impressionado pela habilidade do autor em retratar a complexidade e a beleza desse universo tão singular.

SmildenFor 12/02/2024

Nossa linhagem.
De fato não somos brancos, nem negros, nem índios.
Os europeus que aqui chegaram vieram fugidos ou foram deportados. Só os pobres.
Somos miscigenação e lastimo quem pensa que é descendente disso ou daquilo. Somos o resto dos mais fracos de duas horrendas guerras mundiais.
Todavia temos a nossa força na mistura e devemos ter orgulho dela, e parar com essa bobeira de segregação. A própria Europa não nos reconhece como deles.
E para quem não concordar, o próprio autor embasa que os sertões foi formado pelo segregados de SP, RJ e MG principalmente. Pelos bandidos.

O que também não justifica Antônio Conselheiro ter se rebelado e convertido tanta gente.

Eu conheço 11 estados, e ainda pretendo conhecer todos os demais. E é emocionante ver como cada estado tem sua cultura. Isso é o mais lindo do Brasil, a diversidade que nos faz um.

KamillyCaires 28/02/2024

Retrato épico da nossa história
?Os Sertões? é uma imersão profunda nas entranhas áridas e na alma pulsante do Brasil selvagem. Cada página é um convite para conhecer a história, a cultura e a humanidade que habitam essas terras ásperas e desafiadoras do nosso Nordeste. Como nordestina, foi uma experiência que ressoa com a minha própria história e identidade, pois o livro retrata com sensibilidade a beleza e a brutalidade da vida no interior do Nordeste. É uma jornada de reconexão com as paisagens, as pessoas e os desafios que moldaram a minha região, enriquecendo minha compreensão e apreciação do lugar de onde venho.

Thaylla24 03/03/2024

Eu esperava mais da parte da luta
Sem emoção, muio Sei lá
Não tem sal e nem tempero
Tem partes que são boas mais a maioria não ?

Sakurazuka 21/03/2024

O livro é narrativo, muita informação importante para quem quer saber mais sobre o assunto. Porém é um livro cansativo demais.

Dressa gratiluz 27/03/2024

Os Sertões ???
Realmente, a escrita de Euclides da Cunha é uma experiência única. A forma como ele escreve os fatos faz com que a história ganhe vida. O livro é absurdamente descritivo e analítico, então, ao mesmo passo que isso é algo bom para se 'localizar' no enredo da problemática, em alguns pontos pode chegar a ser enfadonho, embora o autor escreva majestosamente bem. Além disso, é um livro muito extenso, então a leitura acaba se tornando cansativa por esse fator também.

Pontos interessantes ainda não comentados: não é só sobre Canudos que o livro trata. Há uma riqueza em caracterização de outros assuntos também, o que faz com que a experiência seja ainda mais vasta e enriquecedora. No entanto, admito que não li integralmente todo o livro, pois, ao meu ver, algumas partes são facilmente 'puláveis' para que a experiência do leitor se torne mais confortável, pois, como eu já mencionei anteriormente, é um livro com muitos detalhes, e nem todos são tão essenciais assim para a história. Logo, se "pulados", contribuem para que o processo seja mais fácil e interessante!

Mas é claro que quem desejar ler integralmente TUDO, tudo mesmo, fique à vontade. Mas na minha opinião, é cansativo e desnecessário para a compreensão da história.

Por tais motivos, minha avaliação para esse livro é de 4,5 estrelas.

roninhowv 27/03/2024

Uma grande obra da literatura brasileira???
Já vi muitos comentários acerca do livro, falando que é ?a grande obra da literatura brasileira?. No meu ponto de vista, foi uma leitura muito densa e só foi se tornar prazeroso ler essa obra na parte final, que trata da Guerra de Canudos. Mas, já que terminei, vou colocar a resenha que desenvolvi ao longo da leitura?

O livro divide-se em 3 partes:

?A terra: Termos técnicos da geografia, descrição minuciosa e científica dos sertões nordestinos.

?O homem: Descrição do povo sertanejo -cangaceiros, vaqueiros-, seus costumes -como a vaquejada, por exemplo-, crenças - a religião excessiva do povo sertanejo - e história do Antônio Conselheiro.

Ainda na parte do homem, há a apresentação documentos históricos (relatos de pessoas que vivenciaram o período) os quais tratam da presença e fisionomia do Antônio Conselheiro e seus ?discípulos? nos diversos locais (principalmente na Bahia).

?A luta: É a melhor parte -e a menos densa também- do livro, retrata as 4 expedições das tropas oficiais alcançarem Canudos e derrotarem o falso Messias, Antônio Conselheiro, continua sendo muito descritivo; descrevendo: as armas, a vegetação, o clima, há também a marcação temporal muito bem definida nessa parte do livro, além disso faz-se uma análise psicológica do Soldado Brasileiro (tem um tópico dentro do capítulo para falar sobre isso). No entanto, são descrições mais superficiais -menos densas-, torna menos chata e cansativa a leitura, e realmente facilita o entendimento das dificuldades enfrentadas pelos soldados oficiais contra os ?jagunços? (termo usado para se referir aos que lutam ao lado de Antônio Conselheiro).

Nota-se a presença de jargões do exército, como por exemplo: tipos de formações de batalhas, nomes de armas e canhões e etc?

Em todas as 3 primeiras tentativas as dificuldades das tropas oficiais são minuciosamente descritas, eles sempre são pegos de surpresa pelos jagunços, que por possuírem mais conhecimento acerca da terra, estavam sempre preparados para possíveis tentativas de invasões. Os soldados oficiais só conseguiram chegar à Canudos na 3ª expedição, e não obtiveram sucesso porque subestimaram as forças sertanejas.

A 4ª tentativa é quando ocorre a vitória das tropas oficiais -também altamente descrita em detalhes, tendo um capítulo específico para descrevê-la.

?A quarta expedição? é o maior capítulo do livro, mas é muito diverso, os detalhes são, em sua maioria, dados em textos históricos, retirados de jornais da época ou de diários dos oficiais que participaram diretamente dessa expedição. Fator que faz você se sentir dentro da história, e torna a leitura muito mais satisfatória. Explicado em detalhes, o sucesso da quarta expedição se dá devido ao conhecimento e uso da geografia, que antes fora um problema para os oficiais do exército, tendo em vista que os sertanejos sempre faziam uso dessa geografia impenetrável do vilarejo de Canudos.

Nota: 4/10

Giih 05/04/2024

?Não temos unidade de raça. Não a teremos, talvez, nunca.?
Tive bastante dificuldade para terminar este livro. Escrita muito densa, palavras antigas e complicadas, mas já estava esperando por isso. Fui ouvindo o audiobook e acompanhando pelo kindle, o que me irritou um pouquinho também, já que o áudio não estava fazendo jus à leitura em si.
Fiquei curiosa para ler assim que minha professora de história me indicou, e não me arrependo, independente da demora. Muito interessante, descobri coisas que eu ainda não sabia.

Marcelo 05/04/2024

Uma narrativa extremamente importante para o Brasil
Acho q a importância deste livro esta toda carregada na parte "A Luta".
As outras partes são importantes, mas muito difíceis de ler, uma dica, vá direto para a Luta