O gato do rabino, vol. 1

O gato do rabino, vol. 1 Joann Sfar




Resenhas - O gato do rabino, vol. 1


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Karoline.Sthephany 30/05/2023

Entendo, mas não faz meu tipo
Bem ousada a forma como o autor trás alguns questionamentos em relação ao judaísmo, porém particularmente não me apetece.
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R...... 15/07/2014

A história de um gato falante (de um rabino) que deseja estudar o judaísmo e ter um bar-mitzvah, cerimônia que insere o jovem judeu na comunidade. O que entendi na HQ foi o questionamento de valores que levam a uma postura de vida, seja o que for em que se acredite. Para o gato há sempre interesses primários que são egoístas. Fé para ele vem daí. É isso que o move em sua posição ante a religião, o que procura instigar para ver em seu dono e em todos que conhece. Em função de seus interesses é capaz de abrir mão do que for, ainda que coisas valorosas, e também viver de aparências só para atingir seus objetivos. É uma visão materialista e o gato vive apenas isso (o que também acredita que exista em todos).
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 28/10/2013

Irônico e pensante
Antes de qualquer conversa, falo aqui de uma fábula em HQ cujo protagonista é um gato que desatou a falar após ter engolido um papagaio. E, detalhe, ele não é um gato qualquer: o felino em questão é o bicho de estimação de um rabino que vive na Argélia no início do século 20, em uma comunidade de judeus sefarditas.

Deu para notar que o coloridinho aqui é digno de atenção, não?

Só que, sendo seu proprietário um rabino, não seria ele um gato judeu? Uma vez que o bichano adquire o poder da palavra, ele se questiona se não deveria aprender o que diz a Torá e ter seu Bar-Mitzvah, que é a cerimônia de passagem à vida adulta que os garotos judeus fazem aos treze anos.

Como nunca houve outro gato a ter um Bar-Mitzvah, o rabino decide consultar um outro rabino para saber o que fazer, mas este se opõe à ideia. Então se inicia uma ardilosa e bem-humorada discussão na qual o gato argumenta que, como animal falante, deve ser regido pelas mesmas leis divinas que os homens.

Além disso, o felino está apaixonado por Zlabya, filha de seu dono, mas desde que adquiriu a fala não tem permissão para passar seus dias junto dela, como fazia antes de se tornar um gato falante. É que o rabino teme que o animal, agora que se põe a verbalizar, possa conduzir sua filha a caminhos nada virtuosos.

O francês de origem judaica Joann Sfar coloca falas poéticas e astutas na boca do gato, que de maneira um tanto filosófica discute o judaísmo e contesta muitos de seus preceitos. Com ilustrações dotadas de personalidade, texto inteligente e com humor irônico, e sem jamais menosprezar a cultura judaica (aliás, é bem o contrário), o gato e seu dono, o rabino, têm seus laços lindamente fortalecidos a partir dessas conversas e questionamentos.

Com a troca de ideias e esclarecimentos, e uma observação mais apurada, o gato acaba por perceber o erro de julgar alguém antecipadamente, e começa a entender o exercício da tolerância.


LI EM FRANCÊS
Sim, eu li O Gato do Rabino (vol. 1) em francês! E devo dizer que foi uma leitura muito rapidinha, simples e mais interessante por ser no idioma de origem. Não utilizei o dicionário – para ser exata, usei-o apenas uma vez e foi para uma palavra específica relacionada ao judaísmo.
Recomendo aos que estão entrando no nível intermediário do idioma, e arrisco mesmo a recomendar aos mais iniciantes.

Edição lida: Le Chat du Rabbin – 1. La Bar-Mitsva, Dargaud (collection Poisson Pilote), 2002.

LEIA PORQUE...
Longe de ser infantil, O Gato do Rabino conquista pela ironia, pela crítica na forma do felino. É também uma homenagem à cultura judaica e aos pintores argelinos – através das ilustrações vistosas e, ao mesmo tempo, de traços simples.

O primeiro álbum da série vendeu mais de 200 mil exemplares na França; ganhou o Eisner Awards (algo como o Oscar dos quadrinhos) de melhor HQ estrangeira em 2006, além de ter sido contemplado com o prêmio do júri do Festival Internacional de HQ de Angoulême, na França, país onde a série já tem 5 volumes lançados. No Brasil, por enquanto, temos apenas até o terceiro.

E mais: O Gato do Rabino foi adaptado para o cinema pelo próprio autor. (Ainda não assisti à animação, mas pretendo.)

DA EXPERIÊNCIA...
Não sou apegada a religião de tipo algum e geralmente detesto ler livros sobre o tema. Contudo, O Gato do Rabino me atraiu por abordar esse tipo de assunto de maneira pensante, argumentativa e utilizando de ironia. Um livro que fez diferença ter lido, e olha que aqui falo apenas do volume 1.

FEZ PENSAR EM...
Na pessoinha que ainda não retornou o volume 2 à biblioteca e que está me fazendo esperar (longamente) para continuar essa história. Mas já peguei o volume 3, por via das dúvidas... – há, não contavam com minha astúcia!


site: http://livrolab.blogspot.com
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