1968: O Ano que Não Terminou

1968: O Ano que Não Terminou Zuenir Ventura




Resenhas - 1968


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Morfindel 15/04/2016

Para entender nossa história recente
A primeira parte é muito chata, muito lenta, mas as segunda, terceira e quarta partes me surpreenderam. No início eu tava quase desistindo por ser muito arrastado, mas felizmente prossegui e me surpreendi positivamente.

Uma descrição histórica muito boa sobre esse ano tão importante pra história do Brasil.
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Danilo Moreira 21/01/2017

Uma grande aula sobre o que foi 1968
Eu já tinha uma noção de algumas coisas que aconteceram nessa época porque é um assunto que curto pesquisar, mas esse livro realmente me impressionou pela riqueza de fatos - alguns surpreendentes e que parecem ter sido apagados da memória do brasileiro. Recomendo!
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Pedro.Miranda 06/04/2017

Me transportou à década de 60
Com relatos reais e informações que dão inveja a qualquer livro de história, Zuenir Ventura descreve de maneira genial a relação da juventude com os governantes, numa época na qual a repressão não era motivo de desistência dos jovens. A narração dos fatos e a sua contextualização cultural da época nos dá uma perspectiva real e nos deixa próximos ao tão falado governo do Costa e Silva, com seu Ato Institucional nº 5.
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Lindy 31/12/2017

Apenas uma visão da história .
Li apenas para participar de um debate. Enfim um engodo. Minha opinião...
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Cheiro de Livro 01/01/2018

1968 – o ano que não terminou
Para começar o ano escolhemos uma espécie de clássico nacional, uma não ficção, que fala sobre política e, ao mesmo tempo, celebra meio século de um ano que abalou o mundo: “1968 – o ano que não terminou”. Em um ano em que teremos que sobreviver a uma campanha eleitoral que promete ser uma das mais ferrenhas em décadas resolvemos celebrar a memória nacional para que não venhamos a repetir a história como farsa. O livro se Zuenir Ventura foi escrito em 1988 e sofre um pouco com isso, mas nada que afete o impacto do que é relatado.

A ditadura militar brasileira é um tema que me atrai desde a pré adolescência. Era aquela criança estranha que aos 12 anos estava lendo “Os Carbonários”, “O que é isso, Companheiro?” e “1968 – o ano que não terminou” e continuo lendo sobre o período e seus personagens. Não sou uma especialista, longe disso, apenas uma interessada em um período que ecoa até os dias de hoje nas nossas vidas. A minha lembrança da leitura do livro de Zuenir lá nos longínquos anos 1990 era de impacto, algo que me marcou, agora na releitura, mais de duas décadas depois, é que ele é um tanto quanto datado e pouco profundo. O que fica nessa leitura em que a leitora mudou tanto é a raiva e a indignação de Zuenir, nos faria muito bem como nação ter esses sentimentos com relação a uma ditadura militar.

1968 foi um ano desses que entram para a história, os estudantes franceses fizeram a sua parte para que ele se tornasse importante para o mundo. Os reflexos do que aconteceu nas ruas de Paris influenciaram os acontecimentos no Brasil, é claro, mas aqui tínhamos nossas próprias preocupações e circunstâncias. O ano foi marcado por imagem tão dramáticas como poéticas, o enterro de Edson Luis pelas ruas do Rio de Janeiro iluminada por velas, padres enfrentando a cavalaria na saída de uma missa, uma passeata simbólica pelo centro do Rio, estudantes sendo presos em um sítio em Ibiúna e uma “sexta-feira sangrenta”. As imagens são todas acompanhadas de muita violência, como as ações do Comando de Caça aos Comunistas, CCC, que espancou e aterrorizou atores da peça “Roda-Viva” até que ela fosse censurada pelo governo, infelizmente o que aconteceu há 50 anos com Marília Pêra tem uma sinistra semelhança com o que aconteceu com a exposição “Queermuseu”. É o mesmo pensamento de que se pode impor ao mundo o a sua visão do mundo pela violência.

Zuenir peca em seu livro pela falta de profundidade nos temas que aborda e, principalmente, ao não apresentar claramente os seus personagens. Chama todos pelo primeiro nome e não contextualiza, eu sei que Vladimir (Palmeira) e que Franklin (Martins) ele se refere, nem todo mundo vai saber, ainda mais 50 anos depois do ocorrido e 30 anos depois do lançamento do livro. Tive a impressão que Zuenir contava as histórias daquele ano para um grupo de entendidos e desconsiderava a existência de ignorantes no tema, sempre um erro para uma obra. Seus relatos são, de alguma forma, parciais. Ele conta sobre os padres enfrentando a cavalaria e apenas pincela o massacre que foi a saída da primeira missa de sétimo dia de Edson Luís na Candelária, um acontecimento menos poético e mais importante.

O final de 1968 foi particularmente sinistro para o Brasil, numa sexta-feira 13 a linha dura ganhou a batalha dentro do governo e os anos de chumbos começaram. Aqui é o meu principal problema com o livro, Zuenir passa a ideia de que entre 1964 e 1968 não vivíamos em uma ditadura, em muito momentos ele se refere a uma democracia em risco como se ela não tivesse tido destruída em 31 de março de 1964 com tanques nas ruas. Pior ainda ele passa boa parte do livro, mesmo que usando a fala de outros, tentando fazer do presidente ditador Costa e Silva alguém simpático e democrático. Sua raiva toda só se revela contra os civis que assinaram o AI5, como se eles fossem o pior que tivemos. Não me entendam mal, na reunião que se decretou o AI5 apenas o vice-presidente Pedro Aleixo teve algum brio de apontar que aquele texto acabava com o que nos restava de constituição, mas a raiva e indignação não deveria se limitar aos civis ali presentes, deveria ser estendida a todos os presentes, mesmo que dos militares ali não pudesse se esperar algo diferente.

Reler “1968 – o ano que não terminou” com os olhos de alguém que sabe um pouco mais sobre o período foi esclarecedor e importante para me lembrar que há sombras que não se extinguem, como a radicalização de esquerda e de direita, como a incapacidade de se negociar e de querer aniquilar o adversário e não vence-lo. Fiquei com uma vontade louca de reler muito dos livros que falam sobre essa época sombria na história brasileira, época de sumiços, torturas, muita violência e falta de liberdade, muita falta de liberdade. Talvez seja o plano perfeito ler sobre tudo isso durante um ano eleitoral tão complexo como será esse.

site: http://cheirodelivro.com/1968-o-ano-que-nao-terminou/
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Patricia Peres 10/09/2022

Gostei da leitura, mas com ressalvas
O livro relata, com bastante embasamento, os acontecimentos ao longo de 1968 que terminou com a edição do AI-5. Por muitas vezes, achei a narração dos fatos confusa em relação à cronologia. Enquanto o autor descrevia um acontecimento de um determinado mês, inesperadamente me deparava com a descrição de um fato anterior ou posterior. Também não me ficou claro o objetivo de organizar o livro em três partes. Acho que cada parte poderia ter recebido um título para esclarecer o agrupamento de seus respectivos capítulos. Também me incomodou o Prefácio à nova edição com um discurso lavajatista que atualmente não cabe mais depois da Vaza Jato. Contudo, no geral, é uma leitura que agrega, um vez que expõe também os bastidores de um governo que ascendeu ao poder depois do golpe de 64. Aos que pedem intervenção militar e um ?novo? AI-5 por ignorância da história real e incitados pelo atual governo, recomendo a leitura.
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Thiago 24/04/2017

Um grande memorial de um ano icônico.
Uma grande obra de memórias sobre um icônico ano na História deste país. Zuenir e seus entrevistados nos dão um panorama sobre vários aspectos sociedade brasileira, sobretudo a carioca, e da vida política, cultural e social do país.

Bastante revelador o caráter moralista e sectário de boa parte da esquerda nacional, com episódios cômicos, de deixar o papa orgulhoso. Mostra também o lado fascista de boa parte da Direita deste país.

Nomes e mais nomes famosos passam pela nossa retina ao ler esta obra, muitos que estão até hoje em evidência, outros cairam no esquecimento nacional. O livro mesmo quase 30 anos depois de escrito, segue bem "atual". Diria que é uma leitura obrigatória para quem gosta de uma boa leitura. Aliás, Zuenir escreve deliciosamente, sem deixar o leitor entendiado.
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Mário 19/10/2022

Um livro que retrata um movimento libertário mundial, onde as pessoas começaram a descobrir a arte, a música, o sexo, sem sensura e sem preconceitos.
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lembroldelivros 31/07/2022

Retratos da ditadura brasileira.
Zuenir conta os fatos do ano de 68 de maneira convidativa, ao mesmo tempo que apresenta um cenário caótico. Retrata a repressão vista e sentida de perto, assim como fala sobre variados acontecimentos sobre um ano importantíssimo na história do Brasil.

Sem me restar dúvidas, tal leitura acrescentou muito em meu repertório sociocultural. Todo brasileiro que se preocupa com a preservação da democracia de dos nossos direitos deveria ler!

Trecho favorito: "Um neo-existencialismo não pressentido na época convencia aquela juventude a rejeitar uma secular esquizofrenia cultural que separava política e existência, arte e vida, teoria e prática, discurso e ação, pensamento e obra".
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CrisVieira~ 29/12/2017

Nota: 4,5.
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Anne (Duff) 06/10/2016

... ajudar a acabar com as injustiças socais. Essa ilusão terminou em 64; a inocência, em 68.
“Considerado um dos maiores clássicos da literatura contemporânea brasileira, 1968 – O ano que não terminou retorna, 20 anos depois de seu estrondoso sucesso, às livrarias totalmente revisado. O livro é um retrato fiel de todos os acontecimentos que fizeram do ano de 1968 um divisor de águas na história brasileira e mundial. Além de ser uma peça de excelente jornalismo, um exemplo de texto brilhante, 1968 – O ano que não terminou presta relevante serviço à revitalização da consciência democrática brasileira.”
O Ano que não terminou, é um livro riquíssimo sobre á historia do nosso país, onde são citados grandes ícones de sucesso da literatura ao musical Brasileiro, e como alguns desses intelectuais se engajam em uma luta com os jovens "vanguarda revolucionária" que respirava politica e tinham as cabeças basicamente formadas pelos livros, e segundo o filosofo Américo Passanha, “à última geração loquaz”. Eles eram os responsáveis por desencadear uma massa de protestos e passeatas, inclusive uma das mais famosas: A passeata dos 100 mil.

“ Se a geração de 68 teve uma mídia preferencial, está oscilava entre a música e o Cinema. Os ídolos da juventude da época não eram televisivos, mas musicais, ainda que ajudados pela TV: Roberto Carlos, para os alienados; Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, para a faixa participante; e, vindo avassaladoramente de fora, os Beatles.”

Para quem não sabe, o ano em questão ocorria em nosso país a Ditadura Militar (1964-1985). Apesar de ela ter durado vinte e um anos, o livro é exclusivamente sobre o ano de 1968. Zuenir inicia o livro falando sobre a “Revolução Sexual”, e o tão receoso modo de vida moderno. Seguido por grades influencias de países afora, a juventude de todo o mundo parecia iniciar uma revolução planetária.
Uma parte em destaque do livro é:

... ajudar a acabar com as injustiças socais.

Essa ilusão terminou em 64; a inocência, em 68.
Assim teremos então a nossa, “Esquerda Festiva”.

Em alguns capítulos adiante, temos o relato da morte do estudante Edson Luís Lima Souto, baleado no peito por um soldado da PM após um confronto no restaurante estudantil do Calabouço. Luís era, como muitos de seus colegas, um jovem do interior tentado estudar no Rio, sobrevivendo de alimentação barata do local onde foi morto, e ele acabou sendo um mártir. E como cinicamente lembrava a direita: “ Era o cadáver que faltava”.

Pouco tempo depois desse episódio veio outro muito importante, relatado no capítulo "E todos se sentaram", foi à famosa passeata dos cem mil, comandada pelo líder Vladimir Palmeira, o líder que fez, literalmente, todos se sentarem no meio-fio antes de começar a passeata e depois fez um grande discursou bonito ( kkkk como todo politico faz).
Também é narrado um confronto entre os estudantes de direita da Mackenzie contra os estudantes de esquerda do curso de Filosofia da USP, a perseguição à peça Roda Viva, de Chico Buarque, em Porto Alegre e o fracassado XXX Congresso da UNE, num sítio em Ibiúna, São Paulo.

Este episódio em especial expõe muito da desorganização e desunião que existia dentro do Movimento Estudantil.

A divisão ideológica desses jovens enfraquecia vários setores de militância, descrito por Leonardo Konder como um sintoma da imaturidade da consciência politica,
“ A falta de clareza e de articulação das ideias que constituem uma proposta politica levava à adoção de critérios empíricos: Estou com fulano contra Beltrano."
E depois de tudo isso, na parte final do livro Zuenir conta com muitos detalhes os dias que antecederam o decreto do AI-5, o que acabou sendo o grande fato do ano.
Costa e Silva, presidente do Brasil, na reunião que colocou em voto o AI-5 diz:
"Eu confesso que é com verdadeira violência aos meus princípios e ideias que adoto uma atitude como esta."

O livro é fabuloso, e como já disse riquíssimos em grades detalhes deste ano que ficou pra historia, com trechos de jornais publicano na época, assim como diálogos e discursos que ficaram pra historia. Trechos que mostram as influencias que outros países teve nas lutas desses jovens, ressaltado que não foi só os estudantes de esquerda que fez parte da luta, mas os de direitas Também. São expostas as tramóias dos militantes com o intuito de controlar a massa, muitos métodos e missões de infiltração, e mortes causadas não só pelos militares, mas também, pela própria esquerda armada.
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Ellen Macedo 04/10/2013

Um fiel retrato da história
Neste clássico, Mestre Zu nos presenteia com um retrato fiel de uma geração que marcou a história brasileira. Um minucioso trabalho de reconstrução dos fatos, uma das especialidades de Zuenir. Leitura obrigatória para quem quer entender a história do Brasil.
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Mussi 06/01/2019

Imperdível
Para quem viveu esta época, e também para os mais jovens, vale a pena a leitura deste livro.
Sensacional!!
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Jubs 10/09/2010

Sensacioanal
Este livro é sensacional. Zuenir Ventura é fantástico ao relatar como foi o ano que resultou no AI-5, o pior período da Ditadura no Brasil, ele próprio como um dos protagonistas desse relato.

É impossível ler o livro e não querer se tornar um pouco mais politizado. Retrata con detalhes a história recente do nosso país. É de fácil leitura.
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