A salvo de nada

A salvo de nada Olivier Adam




Resenhas - A Salvo de Nada


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Dilalilac 10/08/2020

Um retrato impecável do vazio
Peguei esse livro para ler, porque precisei pausar de tudo. E que surpresa incrível. Nem acredito que o achei tão casualmente em um troca de sebo. Eu ia pegar um livro, mas alguém pegou antes, e aí eu bati o olho nesse e peguei sem saber nada. Não consigo acreditar que ele não seja conhecido.
Fala sobre Marie, uma mulher de meia idade com depressão, com uma narrativa em primeira pessoa tão real e imersiva, quase lúdica, mas também meio crua. A forma como ela ama os filhos sem conseguir mostrar. Que ela vê o amor do marido, mas sem sentir. Como a vida dela é toda vazia e sem sentido, os atos, os pensamentos, a forma dopada da escrita... Já tive depressão e é exatamente assim. Como tudo parece meio morto, como coisas ao acaso que te dão uma pequena chama podem virar toda sua vida só pelo fato de sua vida não ter mais vida.
E ainda trata sobre a questão da imigração, como os imigrantes são tratados à margem da sociedade, toda a violência. Além do percurso da vida, onde você vê os contrastes de quando Marie tinha vida em si, quando menina, e a busca de onde essa vida se perdeu.
Eu me agarrei a esse livro e agora acabou e eu quero abraçar ele e ficar aqui no silêncio, só sentindo tudo.
As pessoas são cruéis... São gentis... Entendem... Não entendem... O mundo é confuso, feio, bonito e estranho.
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Mialle @mialleverso 31/08/2019

Nada de Nada
Marie é uma dona de casa sem noção de nada que tem problemas sérios e não toma os remédios por motivo nenhum, levando seu marido que já trabalha além do que pode a ficar preocupado e nervoso com suas atitudes, os filhos também sofrem terrivelmente com sua aparência apática. Marie ama os filhos muito, mas como não toma os remédios não adianta nada.

Eu não gostei desse livro. Não gostei e não consegui sentir nem um pingo de empatia pela personagem principal e sua conduta errática e sem motivo algum. Cada passo de Marie é levado pela ideia dessa apatia e depressão que ela tem, mas poucas de suas atitudes fazem algum sentido.

Marie vive com a família na França e eles não tem muito dinheiro. Vivem uma vidinha normal e comum, exceto que Marie tem problemas, que não são muito bem expressos no livro, causando transtornos para sua família e conhecidos. Um dia, Marie entra num lugar que alimenta refugiados, um centro de apoio. Ela começa a trabalhar lá e subitamente se importa muito com a situação dos refugiados mesmo que não dê um pingo de atenção para os filhos pequenos que tem.

Quando o livro fala dos refugiados e mostra um retrato de como eles vivem e sofrem enquanto procuram tentar atravessar para a Inglaterra é sim um momento em que o livro vale a pena, mas infelizmente a perspectiva e a confusão de Marie atrapalham muito a leitura, reitero mais uma vez que ela não é um personagem que te faz sentir interesse ou simpatia.

Para mim é mais um livro que tentou ser profundo demais, mirou muito longe e acabou acertando lugar nenhum.

Recomendo o livro se você quer ler algo bem fora da zona de conforto, já que o autor é francês e não gosta de usar vírgulas direito, então eu garanto o desconforto durante a leitura e que você certamente ficará sem ar pela falta das vírgulas e de noção da personagem.
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Sandra :-) 13/05/2010

A loucura narrada em primeira pessoa
Dessa vez o afetado é quem narra e não alguém que o observa. Ela é quem observa, quem sente, quem imagina.

O livro dói. Dói observar o sofrimento das crianças, o amor incondicional delas pela mãe, o temor pelo que pode acontecer, o amadurecimento precoce... A entrega inocente diante de alguns momentos de amor e lucidez.

Impressionante como o autor consegue nos transportar ao mundo de Marie. Pegamos-nos sofrendo com ela como se não fosse uma ficção, mas sim uma história real.

Um livro forte, tenso e perturbador.
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Nana 17/03/2010

De tirar o fôlego!
Uma estória densa, triste, cheio de sentimentos, que causa uma angustia e um vazio no leitor.
O livro aborda assuntos reais e atuais como a difícil rotina do dia-a-dia, o tédio, o desemprego, a falta de oportunidades e de esperança num futuro melhor. A busca constante do ser humano por alguma coisa que não sabemos o que é e nem onde está!
A personagem Marie oscila entre atitudes de loucura, lucidez e amor.
Peguei a indicação deste livro no blog da Martha Medeiros e adorei a leitura!
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Lima Neto 13/07/2009

um livro que acabou me surpreendendo. ele começou de uma forma inteiramente comum, sem aprender absolutamente nada de novo, nada de excepcional, mas que aos poucos alcança proporsões avassaladoras, prentendo ao leitor, fazendo-o viver os dramas e a perturbação da personagem.
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Paula 05/07/2009

ou o livro quase sem vírgulas.
Não consegui largar o livro até terminar. Realmente é um livro sobre a loucura, que a personagem vai desenvolvendo num crescente a cada página, e isso te deixa completamente envolvido na estória. E é também um livro sobre o amor desse homem por essa mulher, que atura as coisas mais absurdas. Mas o mais interessante é que há uma certa lucidez na loucura dela em muitos momentos, uma fragilidade e uma sensibilidade que emocionam. É também um livro sobre o universo único de cada um de nós, aquela parte que quase não se compartilha, que dói, que não é dita, que talvez ninguém perceba, ou poucas pessoas percebam, nem sempre as mais próximas de nós.

Gostei muito do Olivier Adam.



"Quem ele era realmente? O que escondia por trás daquela camada de silêncio, daquele olhar bondoso? Eu nunca soube. Nunca se sabe, na verdade. Nunca se sabe nada de ninguém. Do fundo das coisas de cada pessoa. Tudo é apenas superfície, orla, margem." pág 85
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