O visconde Partido ao Meio

O visconde Partido ao Meio Italo Calvino




Resenhas - O visconde partido ao meio


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Tiago 22/05/2015

Fábula das antíteses humanas
Muito bom se surpreender de novo com Calvino. Primeiro pela leveza e sutileza da obra, além do humor típico do autor. Segundo porque nos deparamos com uma "fábula para adultos" que trata essencialmente dos contrastes da vida humana, e não só do conflito entre o bem e o mal - tão recorrente na literatura -, mas da nossa incompletude mesmo. E mais uma vez há aquelas passagens com reflexões profundas, filosóficas e atemporais. O livro é curto, mas, de tão bom, o finalizei em duas leituras.
Luca s 22/05/2015minha estante
Interessante, sempre quis ler alguma coisa do Calvino acho que vou começar por esse livro, resenha muito boa.


Tiago 23/05/2015minha estante
Boa escolha, Lucas. O "Cidades Invisíveis" é outro incrível dele. A estrutura do livro é bem diferente, como se pequenos contos sobre cidades fictícias, o que, na verdade, é um grande diálogo entre dois personagens. Porém, justamente por isso a leitura se torna muito boa também.


Luca s 23/05/2015minha estante
Valeu pela dica, vou ver se acho o "Cidades invisíveis" no sebo aqui da minha cidade, e também "O visconde, já ouvi falar nesse da "Cidades", mas não sabia do que se tratava. Me interessei pelo Calvino só pelo começo do "Se um viajante numa noite de inverno",nem li inteiro ,só uma amostra, achei incrível.


Tiago 24/05/2015minha estante
Jovem! Nem falei desse porque já me parecia coisa demais. "Se um viajante..." é o meu preferido entre aqueles que eu li dele. O que ele, de novo, fez com a estrutura e a "lógica" da narrativa nesse livro é impressionante. Você passa a ver o gênero romance de outra forma depois desse. Escrevi um artigo sobre esse livro, disponível aqui (Pág. 44): http://issuu.com/revistaruido/docs/ruidocultural


Luca s 25/05/2015minha estante
Excelente artigo, não sabia que o livro que tinha toda essa "brincadeira" (dizendo assim) na estrutura,no qual eu gosto bastante de livros não-lineares ou que transgridem nessas questões de literatura, esse parece que vai bem além,como na relação do leitor como você citou que o Calvino fez, tenho que começar a ler o mais rápido possível.




dianatenorio 09/10/2024

Que bem poderia advir de um senhorio que nasce do crime?
Italo Calvino, através de O Visconde Partido ao Meio ? que nada mais é do que uma fábula ?, estava tentando nos fazer refletir sobre o perigo dos dois extremos que chamamos de Bem e Mal. Ambos, de maneiras desenfreadas, podem ocasionar desgraças. Esse tipo de reflexão entre bondade e maldade, que não é nova na literatura,
é encontrada em O Médico e o Monstro, uma obra que eu ainda não li e que foi inspiração para o Italo, afinal de contas, a humanidade sempre procurou encontrar lógica e respostas na dualidade da natureza do homem.

Me recordo de não ter gostado na primeira vez que o li há muito tempo, mas é um livro curtinho, divertido e cheio de críticas nas entrelinhas. Vale a leitura! Dessa vez, a todo momento, lembrava do que o Sirius Black disse ao Harry: ?O mundo não se divide em pessoas boas e más. Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é o lado o qual decidimos agir. Isso é o que realmente somos?.

?Assim, meu tio Medardo voltou a ser um homem inteiro, nem mau nem bom, uma mistura de maldade e bondade, isto é, aparentemente igual ao que era antes de se partir ao meio. Mas tinha a experiência de uma e de outra metade refundidas, por isso devia ser bem sábio?.

Às vezes a gente se imagina incompleto e é apenas jovem?.
Gleidson 09/10/2024minha estante
Vc me fez decidir nesse exato momento, ao ler sua resenha, qual vai ser o próximo livro. Estou justamente relendo O Médico e o Monstro por causa dessa temática. Obrigado!


dianatenorio 09/10/2024minha estante
Ah, que legal, Gleidson! Torço pra que você goste. Faz tempo que eu tô afim de ler O Médico e o Monstro. Espero lê-lo em breve ??


Mateus 09/10/2024minha estante
Esse autor é incrível, se possível leia Cidades Invisíveis.


dianatenorio 09/10/2024minha estante
Quero ler outras obras dele, Mateus. Vou colocar esse na lista agora mesmo! Muito obrigada pela indicação ?




Nassy 07/05/2009

O bom e o mau
O livro pode ser lido em um dia, de tão rápido que correm os fatos!
A história me levou à clássica conclusão de que ser bonzinho demais é ser bobo, e ser mau demais é ser tirano. Ser completamente bom ou completamente mau é uma ilusão, pois não torna o ser completo, ele precisa de sua outra metade para manter o equilibrio de suas ações.
Daniel 21/06/2014minha estante
Sensacional




Thamiris.Treigher 07/07/2022

Luz e sombra.
Durante a guerra contra os turcos, o visconde Medardo di Terralba é atingido por um tiro de canhão no peito. Mas, ele não morre! Fica com uma parte do corpo intacta e a outra parte completamente destruída.

Graças ao trabalho dos médicos, porém, ele consegue sobreviver com a metade que restou. Mas o que aconteceu com a outra metade? Ao voltar para sua terra, todos desconhecem o novo comportamento do visconde. O que mudou? A verdade é que a outra metade ainda está viva, e ressurge. Uma metade é completamente má, e a outra é completamente boa.

Diversas situações, das mais trágicas às mais hilárias, são provocadas pelas metades do visconde, em uma completa divisão entre "anjinho/diabo". Nunca se sabe a metade que vai aparecer!

Porém, podemos pensar que a metade boa do visconde é uma ótima personalidade. No começo, sim. Mas, com o tempo, as pessoas vão percebendo que a metade "boa demais" é na verdade de um visconde completo chato, que acha que pode interferir na vida das pessoas, ensinando e dando conselhos que não foram solicitados, com a desculpa de "ajudar".

"Nos sentíamos como perdidos entre maldades e virtudes igualmente desumanas", diziam os moradores da cidade. Por isso que, já na apresentação do livro, o autor Italo Calvino diz: às vezes os bons, as pessoas demasiado programaticamente boas e cheias de boas intenções, são uns chatos terríveis.

Como solucionar tal problema? Como o visconde pode sair dessa situação e encontrar um equilíbrio? Tem que ler pra saber! Adorei o livro, só queria que ele fosse um pouco maior para explorar ainda mais situações que essas duas metades poderiam causar.

Um livro sobre a natureza do ser humano, sobre nossas luzes e sombras e sobre como conviver com nossos dois lados! Excelente.
Carolina.Gomes 11/07/2022minha estante
Fiquei curiosa. ?


Thamiris.Treigher 12/07/2022minha estante
Achei bem interessante, Carol! ?




Ale 30/01/2024

Achei genial. Mora da história: é impossível ser 100% ruim e mais impossível ainda ser 100% bom, todo mundo tem essas duas partes. Elas separadas são igualmente ruins, é preciso haver um equilíbrio.
Priscilla 23/08/2024minha estante
adorei esse poder de síntese




Mateus 30/01/2024

O jovem Medardo di Terralba
Conheço parte da obra do grande Italo Calvino, e sempre sinto como uma leitura muito agradável, e dessa vez não foi diferente.

No início do livro já fui conquistado com a frase de que a literatura deve ser feita para divertimento e que isso é coisa séria, o autor se propõe a criar um conto fantasioso e com alguns ensinamentos, onde o herdeiro a visconde vai ingenuamente para guerra e volta partido exatamente ao meio, e você deve se perguntar como isso é possível, sobreviver apenas com metade de si, também não consigo te explicar, mas deixe a imaginação trabalhar e embarque nisso.

Amei esse livro curto, foi uma história sobre bem e mal, coisas que permeiam a história da humanidade, e o final foi muito legal. Indico essa leitura.
Flávia Menezes 30/01/2024minha estante
Sua resenha me deixou curiosa sobre esse livro. Steinbeck traz bem isso do bem e o mal em ?A Leste do Eden?. Quando lemos algo, é impressionante como outros livros sobre o assunto vão surgindo também.




Fabio Shiva 06/08/2010

Simplesmente deliciosa esta narrativa sobre o Visconde Medardo, que vai lutar nas cruzadas e acaba sendo dividido em dois por uma certeira bala de canhão. Miraculosamente as duas metades sobrevivem, seccionadas também na personalidade: uma é inteiramente má, outra é totalmente boa. Como logo se descobre, as duas são igualmente insuportáveis, do ponto de vista dos que são obrigados a conviver com elas.

O autor afirma no prefácio que seu objetivo ao escrever este livro foi divertir a si mesmo e aos outros, pois uma das mais importantes funções sociais da literatura é a diversão. Ao mesmo tempo, fica evidente que profundas reflexões sobre a natureza humana permeiam a aparente leveza do texto. O próprio Italo Calvino explica:

“O homem contemporâneo é dividido, mutilado, incompleto, hostil a si mesmo; Marx o chama de ‘alienado’, Freud, de ‘reprimido’; um estado de harmonia foi perdido, aspiramos a uma nova totalidade. Este é o núcleo ideológico-moral que eu queria conscientemente trazer para a história”.

(28.09.2007)




moacircaetano 10/12/2023

Belo exemplar de realismo fantástico, o meu primeiro do Calvino.
Com certeza irei em busca dos próximos.
Ariane.Monteiro 10/12/2023minha estante
Eu também gostei demais dessa leitura!




RaquelSales17 23/05/2024

Diferente de tudo que já li
Se trata da história de um homem que foi dividido ao meio, permanecendo vivo a metade do mal que fez o terror de todos que conviviam com ele.
Priscilla 23/08/2024minha estante
e também a metade do Bem, que aparece logo depois




Israel145 04/05/2013

“O visconde partido ao meio” me decepcionou um pouco. Apesar de ser uma história bem ambientada e ter uma estrutura simples que beira a fábula e riquíssima em termos de referências, além de muito criativa, o autor acabou dando um tropeço e tornou o livro chato, mas muito chato. Tão chato que suas 94 partes parecem intermináveis, principalmente depois do meio para o fim.
Essa eterna dicotomia “parte boa-parte mau” já foi explorada até o esgotamento pela cultura pop, inclusive a literatura. Nem o surrealismo da história consegue salvar o livro.
O bom é que isso não inviabiliza toda a obra do autor, pelo contrário. Só estimula a buscar a sua essência em outros livros. E analisando friamente a coisa, é muito fácil tropeçar com um personagem partido ao meio que só tem uma perna. E o pior, em algumas correspondências o Calvino disse que fez o livro pra se divertir. Quem sabe ele devesse ter feito pra divertir os leitores.

Maria Ferreira / @impressoesdemaria 26/03/2014minha estante
Eu pensava que era a única no mundo que não tinha gostado desse livro. Bom achar alguém que pensa como eu.




Alaerte 19/07/2013

Muito bom este livro, conta a história do Visconde Medardo que é dividido ao meio por uma bala de canhão.

Um lado do Visconde é de uma pessoa extremamente má e outra boa, ambos com personalidades insuportáveis.

O autor demostra em seus personagens como o ser humano é na atualidade, com suas diversas personalidades e que não adianta ser somente bom ou ruim, é necessário dosar para criar um "EU" que possa ser aceito na sociedade.


DIÓGENES ARAÚJO 26/12/2013

Fascinante e decepcionante
Sem dúvida é um livro excepcional, leitura simples e leve, mas decepciona exatamente por ser um livro tão bom e tão curto.
O autor poderia ter ido muito mais a fundo na história do Visconde que após receber uma bala de canhão no peito, é partido ao meio. Milagrosamente, as duas partes do Visconde sobrevivem, vivendo uma independente da outra, porém, uma metade, totalmente malvada e a outra, totalmente bondosa.
Uma história bem fantasiosa, mas muito rica em criatividade e bem divertida.


Lais Machado 06/05/2010

O livro é fantasioso e extraordinário! Fala de um visconde que, durante a guerra, tem o corpo dividido longitudinalmente ao meio! Então as duas partes sobrevivem, uma tão boa e outra tão ruim, que ambas partes irritantes! Não se trata apenas de fazer uma oposiçao entre o BOM e o MAU, mas falar do homem contemporâneo e de sua eterna incompletitude!
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Cristiana 19/10/2012

Esse sem dúvidas é um dos meus livros favoritos. Fiz essa leitura durante uma cadeira de teoria literária, mas tenho que admitir que já devo ter relido esse livro umas três vezes... A linguagem de Calvino é fantástica, e nesse livro ele descreve a maldade do ser humano de forma tão articulada que podemos ler coisas terríveis, como cegonhas e flamingos comendo carne podre no lugar de corvos e abutres, sem nenhum espanto. Recomendo esse livro a todos!
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