A guerra do fim do mundo

A guerra do fim do mundo Mario Vargas Llosa




Resenhas - A Guerra do Fim do Mundo


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ÃLINHO 03/04/2015

O autor ganhou premio Nobel merecidamente. Muito bom esse livro.
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Fabio Martins 07/08/2015

A guerra do fim do mundo
Nasci e moro em São Paulo. Apesar do trânsito caótico, da superlotação, da poluição e dos preços exorbitantes, São Paulo é uma cidade realmente imponente e completa. É o centro financeiro do Brasil, além de ser o lugar em que se encontra tudo a qualquer hora. E por ser um lugar tão heterogêneo e eclético, me passa uma impressão de que não tem identidade. Não há um trejeito marcante ou um modo de linguagem tradicional que marque permanentemente o paulistano. São Paulo também não tem aquela força cultural, aquela “magia” que engloba um lugar.

E é aí que entra a minha admiração pelo nordeste do Brasil. Essa região é recheada de crenças, culturas, folclore e histórias. Em minha opinião, as situações mais interessantes da história do nosso país aconteceram no nordeste. E um dos exemplos mais marcantes foi a Guerra de Canudos.

Em meados do século 19, Antônio Conselheiro saiu em peregrinação por diversas cidades nordestinas, passando a imagem de ser o mensageiro de Deus na Terra. Sempre muito generoso e atencioso aos pobres, rapidamente ganhou adeptos que passaram a segui-lo, chamando a atenção de autoridades locais.

Aos poucos, o número de seguidores cresceu e Antônio Conselheiro decidiu instalar-se em Canudos, interior da Bahia. Em suas pregações, dizia que a República, recém-instaurada, assim como os impostos cobrados pelo Governo, eram coisas do diabo. O povo de Conselheiro não pagava impostos, roubava terras e coisas, e sobrevivia dessa forma em seus domínios.

Antônio Conselheiro criou seu próprio “país” independente em pleno sertão nordestino. Dizem que a população de Canudos nessa época chegou a mais de 30 mil pessoas, todos seguidores do “mensageiro de Deus” na Terra. Essas pessoas geralmente viviam na miséria e encontraram em Canudos um lugar sem luxo, mas com casas próprias e comida. Em troca, trabalhavam para a comunidade.

Preocupado, o Governo resolveu acabar com os rebeldes e, após quatro incursões (três derrotas vexatórias), os seguidores de Conselheiros foram dizimados. De um lado soldados matando em nome do país, do outro sertanejos matando em nome de Deus. Para mim, essa é a passagem mais fantástica da curta história do Brasil. chamando a atenam a segui-lo. o aos pobres, rapidamente ganhou adeptos que passaram a segui-lo

Fascinado pela façanha de Antônio Conselheiro, o escritor peruano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, Mario Vargas Llosa, passou meses em Canudos em busca de inspiração para o seu romance sobre o tema. E a inspiração veio. Em 1981, ele finalmente publicou o livro A guerra do fim do mundo.

Seguindo fielmente a linha histórica da guerra, Llosa deu novos tons, histórias e nuances a este acontecimento. Criou personagens pontuais excêntricos, como Galileu Gall, europeu que desejava chegar a Canudos para ver esse incrível acontecimento na história do Brasil. Beatinho, garoto de Pombal, que provou sua devoção por Conselheiro ao ficar com um arame preso à sua cintura por vários meses. Maria Quadrado, carregou por três semanas uma cruz em suas andanças até encontrar o mestre. Em Canudos, se torna a “mãe de todos”. Pajeú, ex-cangaceiro, João Grande, Leão de Natuba e outros personagens marcantes, são os personagens criados por Llosa que acompanham de perto Antônio Conselheiro.

A guerra do fim do mundo é um livro agradável de ler, cheio de histórias paralelas incríveis e com uma riqueza de detalhes que impressiona. Mario Vargas Llosa tem muita facilidade em descrever as passagens, ilustrando perfeitamente com suas palavras as cenas saídas da história misturadas com as que saíram de sua mente. Apesar de ser ligeiramente confusa pelos inúmeros personagens, a obra vale a pena ser lida por ter sido feita cuidadosamente por um dos grandes gênios da literatura moderna.

site: lisobreisso.wordpress.com
Wanderreis 28/11/2017minha estante
Beatinho, Pajeú e João Grande não são personagens fictícios.




Carol Poupette 08/06/2016

Sobre o fanatismo.
Ótima leitura. Fascinante relato sobre essa guerra , tão absurda e ao mesmo tempo tão fantástica e triste, já que se trata de nordestinos esfomeados e esqueléticos que a única coisa que possuem é a fé
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Antonio.Augusto 10/04/2021

O maior escritor peruano e a história do Brasil
Primeiro, o governo da Bahia mandou uma expedição com uns 150 homens para acabar com a revolta de Canudos... A expedição sequer chegou a Canudos e foi destroçada pelos guerreiros do Conselheiro. Estávamos em 1896, sétimo ano da República.

Depois, o governo da Bahia e o Exército encaminharam cerca de 500 homens, liderados por um militar experiente. Eles ganharam a primeira batalha, cercaram Canudos e deixaram para invadir o arraial no dia seguinte... Mas não houve dia seguinte para esses soldados.

Uma campanha de mentiras contra Canudos se deflagrou pelo país, para tentar justificar a derrota: Os miseráveis de Canudos teriam fortes armamentos ingleses, bem como treinamento de militares enviados pela Realeza da Inglaterra, para restaurar a Monarquia no Brasil. “Mentiras marteladas dia e noite acabam virando verdades”...

O governo federal praticamente interveio na Bahia, mandando um dos coronéis mais temido do país, apelidado de “O Corta-pescoço”, e que tinha sido interventor sanguinário em Santa Catarina. Cerca de dois mil homens, bem armados e alimentados, seguiram para o sertão... O Corta-pescoço morreu na batalha... Mais uma derrota federal, que abalou o país e gerou protestos e quebra-quebra no Rio de Janeiro.

Por fim, quatro mil homens cercaram Canudos por meses, mas não conseguiam a vitória, apesar do forte bombardeio contínuo. Receberam o reforço de uns três mil homens e só aí a vila de Canudos foi arrasada e quase ninguém sobreviveu.

Do outro lado estavam apenas pessoas miseráveis, ex-cangaceiros, pequenos agricultores, retirantes, ex-escravos, todos devotos fanáticos, mas que tinham encontrado um sistema de vida comunitário poucas vezes visto no país. O líder? Antonio Conselheiro, um homem de grande inteligência, que tinha sido comerciante e “advogado prático”, até que – em razão dos infortúnios da vida - saiu pregando em nome de Deus pelo sertão Nordestino, isso por volta de 1870. Doente ou iluminado? Talvez ambos.

A proclamação da República em 1889, com o Estado se tornando laico e separando-se da Igreja, bem como o rigor do Imposto de Renda republicano e o novo casamento civil, fizeram Conselheiro e seus seguidores se revoltarem. A República tornou-se o anticristo a ser combatido, um lugar foi escolhido para ser o centro do novo poder abençoado, onde apenas dinheiro do Império poderia entrar, o que significava que praticamente tudo se resolvia pelo escambo. Homens e mulheres extremamente crentes no beato passaram a viver um sonho todo próprio.

Esta história foi contada em detalhes por Euclides da Cunha, que foi correspondente da guerra, em “Os Sertões”. Quase 80 anos depois, o peruano Mario Vargas Llosa resolveu recontá-la, pegando como início de trajeto de suas pesquisas justamente a obra de Euclides da Cunha e, após, se enfurnando no interior da Bahia em uma série de pesquisas que iriam gerar talvez o melhor livro dele: “A guerra do fim do mundo”. Ficção e realidade se misturam na obra de Vargas Llosa,, mais de 600 páginas de leitura empolgante, onde nunca se sabe bem quem é mocinho e quem é bandido e onde ideologias são postas à prova.

“Será que as palavras de Deus podiam
ser vendidas? Não deviam ser dadas de graça?”

site: https://sites.google.com/view/pitacosecultura/in%C3%ADcio
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Frederico Dórea 19/09/2019

Fabuloso!
Uma verdadeira obra de arte. Escrita maravilhosa, com personagens complexos e bem desenvolvidos. A historia de Canudos é das mais importantes, porém muito negligenciada e contada sob a ótica dos vencedores. O autor faz justiça e nos mostra em pormenores o dia a dia daquelas mais de 25 mil pessoas varridas da face da terra. Maravilhoso. Recomendo muito.
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Léo Dórea 29/10/2019

A guerra do fim do mundo.
Que felicidade eu tive de ler tão grande e espetacular obra literária. Narrativa com forte influência na importante obra de Euclides da Cunha, como também, com riquíssimos personagens fictícios que grudam para sempre na memória.
Apesar do Brasil tentar se esquecer do infeliz e injusto momento da nossa história, Mario Llosa vem novamente nos lembrar que, apesar do passar dos anos, muito dos costumes ainda não mudaram e a filosofia está aberta a comparações inevitáveis sobre o Homem de antes e o de Hoje, sobre os rejeitados e oprimidos de hoje e de outrora.
Quem sabe se a esperançosa Canudos não tenha sido a primeira tentativa de uma sociedade alternativa, igualitária e justa?
Sob suspeitas de uma intervenção Inglesa na então jovial Republica Brasileira, sob a influência de “fakes News”, de fazendeiros preocupados com a falta de mão de obra barata e de Extremistas Jacobinos, Belo Monte foi exterminada após resistir bravamente com o suor Brasileiríssimo de um grupo de esfomiados liderados por Antonio Conselheiro, levando a desonra aos Militares fortemente armados e treinados.



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Cris 15/04/2024

Ótimo
Esse livro pertence à série TODO BRASILEIRO DEVERIA LER. Que livro bem escrito, e que história envolvente, parece que nos transporta para aquela realidade e tempo histórico. Adorei. É uma leitura lenta, não dá pra engolir o livro, é pra ser apreciado aos poucos, sem pressa. Recomendo demais essa leitura.
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Racestari 13/11/2018

Deslumbrante
Não dava para parar de ler. E de tempos em tempos usava a internet para mergulhar mais e mais na história de Canudos. Precisou um peruano pra me dar este prazer inenarrável! Brasil contado por um estrangeiro que incorporou o país.
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Wanderreis 18/12/2017

Pensamento
Na descrição do autor sobre o pensamento do personagem João Grande, podemos ter um interessante insight sobre a natureza sobrenatural deste enigmático conflito:

"Até quando o Pai poria à prova a fé dos católicos? Já não tinham sofrido bastante? Não tinham passado bastante fome, tido tantas mortes, sofrimentos? Não, ainda não. O Conselheiro já disse isso: a penitência será do mesmo tamanho de nossas culpas."
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Vinicius.Borges 01/12/2018

Excelente!
Llosa recria a história de Canudos, que já é atrativa por si só, com uma habilidade surpreendente! Ótima leitura!
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Homerogoncalves 25/12/2018

Histórico e romantico
O livro retrata um episódio pouco conservado da história brasileira, apresentado com a grandiloquencia de quem proseia um romance épico.
Belo pela assustadora capacidade de apresentar uma realidade sertaneja distante dos livros de história. Realistico pela crueza de descrever a dureza de uma batalha infame. Fantástico pela imparcialidade de apresentar as matizes de uma idolatria irracional e apaixonada, que mobilizou milhares.
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Didi 02/01/2019

A guerra do fim do mundo.
Impressionante história de Antônio Conselheiro e sua gente que, armados de fé, fundaram uma nova nação dentro do próprio Brasil, enfrentando a seca, a fome, o exército e o esquecimento por parte dos seus governantes. Em Canudos todos aqueles que eram rejeitados e excluídos eram acolhidos com amor pelo beato e viam suas vidas tomar um outro rumo, um outro sentido.
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deniseritta 18/04/2013

vargas llosa entrando pelos canudos
olha, sou superfã do vargas llosa, mas tentei ler este a guerra no fim do mundo duas vezes e por duas vezes, abandonei. Uma no primeiro sexto, outra já faltando só um terço. O que me prende no estilo do escritor é o seu humor ferino e discretíssimo, o que não aparece nunca nesta história de Canudos. Não sei se ele ficou com receio de "aparecer" sobre a história mas isso a deixou maçante, sem sal. Minha vontade secreta? Que ele aproximasse mais a câmera, fosse satírico e explícito, mostrasse a opinião. Para ler um vargas llosa de ficção com ares de não-ficção burocrática prefiro nem começar.
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André 26/11/2012

A Ousadia de Mario Vargas Llosa
Somente um escritor do quilate de Vargas Llosa se embrenharia numa história em outra nação onde a temática simplesmente já tem a chancela de maior obra literária do país, Os Sertões - Euclides da Cunha. Apesar de algumas características terem muitos paralelos no mundo: O fanatismo religioso, a violência e a misteriosa cultura dos sobreviventes das chagas climáticas, a responsabilidade era muito grande. Mas ele conseguiu fazer uma obra do mesmo nível: Envolvente e épica, de titãs desfigurados. Um tema tão rico como a Guerra de Canudos sempre poderá ter uma releitura e uma reescrita...
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