Viva o povo brasileiro

Viva o povo brasileiro João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - Viva o Povo Brasileiro


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JosA225 16/10/2024

Viva O Povo Brasileiro
Gostei do livro, mas se é o povo brasileiro falta o índio na estória. Gostei da forma de passagem do tempo. A canastra mostrando o futuro no fim é muito bom. Nunca li nada de João Ubaldo Ribeiro, mas foi um bom começo. Espero que seus outros livros sejam tão bons quanto esse.
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Wagner47 15/09/2024

O segredo da Verdade é o seguinte: não existem fatos, só existem histórias.
A história de nossa história.

Não classificaria esse livro como uma obra, mas sim um projeto. Não é nada fácil contar décadas de história de uma forma tão amarrada com ligações que se estabelecem por mais de 300 anos.
Acompanhamos, sumariamente, a história da Bahia por diferentes pontos de vistas contada em torno de 75 anos, por mais que o livro aborde o ano de 1647 e vai até 1977. Passamos por eventos muitos importantes de nossa história, como a Guerra do Paraguai, de Canudos e o fim da escravatura, por exemplo. Mas o que a história aborda de mais importante não é o que foi contado em livros, mas quem estava no meio da narrativa: nós.

O livro é contado de forma cronológica em sua grande maioria, porém isso não impede o autor de viajar pelo tempo, até mesmo para a invasão holandesa. Cada capítulo importa, até mesmo aquele em que o período é abordado por apenas 10 páginas. O que chama atenção na escrita do Ubaldo é como ela acompanha cada um desses períodos (e sentimos que evoluímos com ela a cada ano que se passa) como também o teor contraditório em alguns momentos, como sentir asco de alguém que aparentemente era apenas atrapalhado ou sentir um leve teor de comédia numa família de canibais.

Particularmente acho esses saltos temporais excelentes porque nos faz questionar o que aconteceu com certos personagens ou quais consequências viriam a partir de determinadas decisões. Mas em raros momentos eles não são justificáveis, pois o autor faz questão de trazer um breve resumo dos anos que se passaram e que não foram contados logo após um salto temporal. É até comum ter desses resumos na obra, mas geralmente são no meio do capítulo para situar o leitor de alguns acontecimentos e que surgem a partir de situações condizentes com a história. Mas entre explorar o passado logo após uma passagem de tempo ou ler sobre ele no exato momento em que acontece, fico com a segunda opção (e aqui finalizo o único ponto fraco da obra na minha visão).

Um dos pontos mais fortes é a alta gama de personagens e a importância de cada um deles, até mesmo para quem aparece por um capítulo.
Mas quero frisar apenas dois: Maria da Fé, descendente de si mesma, e Patrício Macário, aquele que descobre quem poderia ser. Podemos dizer que são os dois personagens centrais de toda essa trajetória, apesar de aparecerem só mais tardiamente na obra. São dois lados de um Brasil diverso, tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo. Ambos precisaram crescer antes da hora, mas apenas um deles tem uma visão extensa da sociedade desde cedo enquanto o outro procura entender e abrir os próprios olhos.

A interação dos dois resulta em um dos ápices do livro, repleto de espiritualidade e significado. Aliás, Ubaldo só sabe criar momentos épicos toda vez que o livro aborda o misticismo, como a guerra do Paraguai do ponto de vista dos Orixás e o final que envolve o leitor de diferentes formas, como se toda aquela jornada valesse a pena.

Outra questão importante que não fica de fora é o complexo de vira-lata. Tudo que vem da Europa é mais impressionante, cavando o máximo possível para saber de onde vem nossa genealogia (até porque seria quase um crime ser brasileiro ou ter ligações de sangue com eles). E novamente o autor mostra como a abordagem por diferentes anos se faz necessária. Nós conhecemos a linhagem de cada personagem, mas muito deles não. Se gabam e afirmam que possuem origem europeia, mas não sabem a verdade de sua própria história.

Além da abordagem direta, acredito que Ubaldo traz sobre esse tópico com duas analogias bem distintas. Uma delas é contando sobre porrada de filhos que João Popó traz nas costas (até eu estou começando a achar que todos nós descendemos dele) e com isso temos um ponto de partida em comum, ou quando aborda os últimos três períodos de forma decrescente; nos joga lá para 1977 e vai voltando no tempo, abrangendo personagens que tentam apagar sua história (ou conhecê-la de fato), mas não conseguem fazê-lo com seu próprio sangue.

O livro é de 1984 e ainda assusta por ser tão real e atual. As pessoas não querem ensinar, só impor. Não temos governantes, temos donos. Os brasileiros são mais estrangeiros do que os estrangeiros que dedicamos vassalagem e a História é de guerra contra o próprio povo.
Mas o poder do povo persistirá, porque ele está repleto de heróis que não conhecemos.
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SouDulce 07/09/2024

"Nunca lhe tirariam a ventura de viver como sempre quisera viver..."
Em Viva o Povo Brasileiro!, João Ubaldo Ribeiro narra história do Brasil durante quatro séculos, apesar da narrativa se concentrar principalmente no século XIX, e a formação do povo brasileiro a partir da Bahia, principalmente pela ilha de Itaparica e o Recôncavo Baiano. É partir daí que somos apresentados a diversos personagens, compondo um grande épico da formação do povo e da elite desse país.

Acredito que o resumo acima apesar de contar sobre o que é a história, não dá dimensão do que é o livro e essa saga épica. Primeiro, que o Ubaldo tem esse modo galhofeiro e sarcástico de escrita, que torna a história, que talvez seria pomposa pelas mãos de outro escritor, uma história muito brasileira e deliciosa de ler. O personagens são muito bem construídos e muitos deles odiamos, passamos raiva, mas não deixamos de rir. Ubaldo não poupa, do herói da independência que não lutou coisa alguma e que declara brasileiro para ficar com a terra do pai português, até o fidalgo mulato que se embraquece, esconde a mãe negra, e arranja para si uma origem inglesa, está tudo lá, mostrando bem a origem das nossas elites.

Contudo, é na gente do povo que está os melhores personagens, do caboco Capiroba que come gente e tem uma predileção pela carne holandesa, nego leléu que aprende como sobreviver nesse mundo de escravos, a nega Daê que se torna mestre de um barco, a Maria da Fé a encantadora da revolução, Patrício Macário, o militar que se encanta pelo povo, o sábio Zé Popó, Filomeno Cabrito e a mula Periquita, todos eles são deliciosos e vem e vai nessa narrativa que vai a vários lugares e pula em diversos tempos.

Temos vislumbres da independência, da Guerra do Paraguai, do nascimento da República e da Guerra de Canudos, tudo isso acompanhando o enlace de várias gerações de alminhas que entram e saem dos corpos brasileiros, numa mistura do sincretismo religioso nesse caldeirão que é a cultura brasileira. Fabuloso é o trecho onde as divindades da mitologia iorubá entram em cena para ajudar seus filhos na guerra do Paraguai.

Não tenho palavras para descrever esse livro. É daqueles calhamaços para ler com calma. Principalmente, no início, pode gerar uma certa confusão porque a narrativa não é linear. Vamos sendo apresentados a personagens e muitos deles tem apenas uma participação no início da trama, pelo menos nas primeiras 50 a 60 páginas. Depois dela,apesar da narrativa continuar pulando, os personagens vão ganhando um maior tempo de desenvolvimento e vamos descobrindo as ligações entre aquelas histórias. É daqueles livros que todo mundo deveria ler!
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Alvaro.Santi 02/08/2024

Fantástico
Um dos livros mais incríveis que já li. Há décadas um amigo tinha me indicado, mas só fui ler agora. Todo brasileiro devia ler para entender melhor seu país. Uma verdadeira epopeia, protagonizada por uma povo que resiste a tudo, inclusive a uma elite miserável.
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Dayvidson.Reis 23/05/2024

Sensacional, João tem uma narrativa empolgante e, além da crítica construtiva e esclarecedora sobre os pontos fortes e fracos da nossa nação, a veia cômica dele nos faz querer devorar cada página com uma empolgação que não se tem por qualquer livro. Excelente leitura e um tapa na cara da direita brasileira... Sensacional!!!
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SocorroBaptista 19/03/2024

Não é um livro fácil de ler, e tem de ser lido vagarosamente, para conseguir alcançar pelo menos um pouco do que nos é narrado. É um mergulho pela história do Brasil do ponto de vista daqueles nem sempre ouvidos pela historiografia oficial, os negros, os mestiços, os indígenas, com alguma coisa de realismo mágico e/ou sobrenatural, uma forte relação com as religiões afro-descendentes, e uma crítica contundente à construção histórica de nosso país. Lembre-me muito do texto de Ernest Renan, sobre o que constituí uma nação, e sobre a violência que a gera. Muito bom. Daria excelente discussões sobre pós-colonialismo, preconceitos, violências sociais e de gênero, e muitas outras. Recomendo.
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Geovani.Moreno 11/02/2024

Viva o povo brasileiro!
Viva o povo brasileiro (1984) sem sombra de dúvidas é a obra prima do escritor bahiano João Ubaldo Ribeiro. Esse é mais um exemplo da minha percepção de que os livros nos escolhem. Tanto tempo lendo tantos livros e somente agora decidi lê-lo. Que impacto! Que maravilha!

É sim um calhamaço de mais de 600 páginas e poderia ser muito bem mais de 1000 páginas. Está no hall daquelas obras essenciais. Como o próprio nome faz alusão, ele trata da nossa formação enquanto povo cobrindo uma trajetória de mais de 04 séculos. Obviamente que são abordados temas de primeira hora como a invasão dessa terra e tentativa de aniquilação dos povos originários; a crueldade da escravização e das consequências em nossa sociedade e o ativismo político e social das mulheres revelado na personagem Maria da Fé.

O autor usou diversas vozes narrativas para num ir e vir no tempo, somente aparentemente desorganizado, contar essa história. É uma obra densa, tanto do ponto de vista de temas, narrativas e estilo. Mas, JUR traz todo o sarcasmo e ironia para dentro do seu texto e o torna divertido demais. Li algo a respeito de que ele não gostava que chamassem esse livro de romance histórico mas, não temos como não pensar dessa forma ao completar essa saga.

Dentre tantas aulas que ele nos traz, o capítulo em que descreve os deuses africanos e o sincretismo religioso entre as religiões de matrizes africanas e as de tradição judaico-cristã é soberbo.

Poderia discorrer sobre essa obra por um longo tempo sem esgota-la. Recebeu meu primeiro 5 estrelas do ano. Totalmente recomendado.
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Erica 08/02/2024

O livro vai e volta em um monte de lugares e datas para contar meia história de duas familias.

O corte de capitulos também não faz sentido pois não é nem no mesmo lugar, nem na mesma década, nem na mesma família...

Nas épocas mais antigas, até a linguagem fica difícil de entender.

Muito longo, muito confuso, muita gente, muito difícil de acompanhar e a história não me interessou.


Mapa de personagens:


1647
Nikolaas Eijkman
Heike Zernike
caboco Capiroba
Vu, a filha mais velha do caboco

1809
Roxinha, mãe de Vevé
Turíbio Cafubá
Emílio Viana,
Frei Hilário
Manoel Boaventura Bandeira
Manoel Boaventura Bandeira
negro Leovigildo, Leléu
negra Esmeralda
negra Constantina
negro Lírio
negra Martina
Nego Frito
negra Inácia
negra Benta
Custódio
feitor Almério
Nego Jeba
Teolina
Nego Budião

1822
alferes José Francisco Brandão Galvão
tenente João das Botas
Gonçalves Ledo
português João de Campos
comandante Trinta Diabos
Perilo Ambrósio Góes Farinha
coronel Barros Falcão
Feliciano
Inocêncio
Antônia Vitória
Amleto Ferreira
D. Araújo Marques
Dadinha

1827
Emerenciana, conhecida por Merinha
Horácio Bonfim, escrevente,
João Benigno
senhor doutor tabelião João Manoel Augusto Dantas
negro Inocêncio era filho de Júlio Dandão
major Lindolfo Pereira Neves
Salvador
Sorriso de Desdém
Zé Libório
Rato e Sariguê
Mestre Lodegário

1836
Maria da Fé

1839
Salvador
Patrício Macário Nobre dos Reis Ferreira-Dutton, seu sétimo filho
cunhado Emídio Reis
Carlota Borromeia Martinha Nobre dos Reis Ferreira-Dutton
dona Jesuína, sua mãe
Luzia
monsenhor Bibiano Lucas Pimentel
major Francisco Gomes Magalhães, chefe de polícia
doutor Noêmio
comendador Almeida
Miss Bennington, a governanta inglesa
Vasco Miguel

1841
Eugênio
Leopoldo

1846
mucama Martina
comandante Bento Gonçalves
carcereiro Manoel Joaquim
capitão Teófilo
cabo Lourenço Frota

1853
Bonifácio Odulfo Nobre dos Reis Ferreira-Dutton
Prosérpino
Mazombo
Antônio Onofre
bacharel Noêmio
oficial de gabinete Octaviano Souza

1863
Joviniana
Miss Clara, a governanta e preceptora inglesa

1865
João Popó
Militão e Boanerges
Iaiá Candinha
Iaiá Menina
negra Laurinda
Maria Zezé
Rufina do Alto
Maria Pataca
Zé Popó

1866
Oscar Pedreira
Joaquim Leso, da Gameleira,
Né Leso,
Capistrano do Tairu,
sargento Matias Melo Bonfim
Matilde e Baltazar, sua mulher Maricota
cabos Benevides e Arimatéa
cabo Líbio
Pedro Vidal

1869
Teresa Henriqueta Viana Sá de Brito Ferreira-Dutton

1871
Jefferson Pedreira
caboco Capiroba, pai de Vu, bisavô de Dadinha, trisavô de Turíbio Cafubá, tetravô de Daê, também chamada de Vevé, avô no quinto grau dessa dita mulher
Tico
Agostinho

1896
Filomeno Cabrito
Adalícia
José Eulálio
Isabel Regina
Florisvaldo Balão
Edésia Tata
Désia
Lourenço, seu filho,

1939
Eulálio Henrique e Bonifácio Odulfo III
Leucino Batata, Nonô do Candeal e Virgílio Sororoca,

1972
Eulálio Henrique Martins Braga Ferraz
Luiz-Phelippe
Luiz-Phelippe Neto, a Sílvia e a Henriqueta ? quer dizer, meninos
Aloísio Henrique
Amleto Henrique
Luiz Eugênio
Bonifácio Vicente
Henriqueta
Sílvia
Maria Dulce

1977
Stalin José
Ioiô Lavínio
Lavinoel
Lavínia Graça
Ronaldo Jataí
Dr. Plínio
Dr. Domingos Mendonça
Lavindonor
Lavinette
Teodomiro
Camilo Ernesto
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Layla.Ribeiro 31/01/2024

Era para eu ter terminado este livro no final de 2023, mas percebi que ele tem um ritmo próprio e que adiantar a sua leitura poderia estragar a experiência, e de fato. Para mim ler livros do João é como se sentir em casa, seja por sua ambientação seja por conta dos vocabulários e abordagem culturais. Agora compreendo o motivo desse livro ter sido um dos responsáveis por consagra-lo como um dos melhores escritores brasileiros. Escrita, enredo, personagens bens construídos, diálogos com pitadas de ironia. Viva o Povo Brasileiro é uma odisseia brasileira que se inicia com a colonização da Bahia e vai até o período da Ditadura Militar situada em sua maior parte na ilha de Itaparica, cidade natal do escritor, explora temas como mestiçagem, lutas de classe e principalmente a formação da identidade nacional. Os primeiros capítulos soam um pouco arrastados, pois Ribeiro irá introduzir pensamentos filosóficos e divagações, mas persistam na leitura pois esses pensamentos não serão à toa para o decorrer do enredo. Duas coisas que eu mais gostei neste livro foram: a forma interessante do narrador observador que vai seguindo as maneiras de falar e pensamentos dos personagens que está em foco na narração, por exemplo, se for um escravagista o narrador vai falar igual ao senhorzinho, se for uma pessoa escravizada, será da forma que esse fala, como se o narrador incorporasse a personalidade dos personagens na medida que convivia com eles. E a outra coisa de que gostei foi a história linda fraterna entre vovô Leléu e Dafé, foi a forma de amor mais bonita que vi na literatura brasileira, e por fim, o único defeito do livro é que ele acaba. Leitura obrigatória para quem gosta de literatura nacional.
Fabio909 09/03/2024minha estante
??? você está sendo a primeira pessoa que conseguiu terminá-lo




Knots 22/11/2023

História sem limites
Muito interessante a temática do livro, interligando histórias de pessoas que viveram entre o período da escravidão! Em horas senti emoções profundas com a sensibilidade dos acontecimentos. Ao decorrer dos capítulos pode-se perceber como muitos dos modo de vida atual está totalmente ligado com nossos antepassados. Recomendo a leitura para entender nossas raizes, mazelas e prosperidades.
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Taina 14/11/2023

Mágico!
O texto de João Ubaldo me lembrou muito Cem anos de solidão pois, assim como o texto de Gabo que divide a linhagem da família em duas personalidades, em Viva o povo brasileiro também conseguimos identificar dois perfis. Um deles é o famoso cidadão de bem; o outro é o subversivo.

Mas, longe de ser um livro que se detenha na briga entre dominante e dominado, a história tenta construir o surgimento da noção de 'povo brasileiro', com a incrível mistura que é esse caldeirão: índio, europeu, africano, crioulo, baiano, carioca, paulista...

É uma história muito irônica e bem-humorada, com personagens bem conhecidos pelo Brasil (como: o "herói" branco que foi salvo pelo escravizado preto; a "beata" que sabe mais que o padre; a "ingleza" que só come cuscuz; o "político" apolítico; o padre sigiloso...).
Ao mesmo tempo, é uma história sensível e bonita, que resgata a crença da alma, a proteção dos espíritos, as forças sobrenaturais...

É super bem escrito, embora cheio de adjetivos que somente a leitura no kindle viabilizou. É um texto exuberante, muito bem amarrado.
Embora digam que muitos personagens ficam sem fim expresso, a mim me parece que as almas vão reencarnando e dando continuidade à história. E acho que o povo brasileiro é isso mesmo: uma conjunção astral de almas reencarnando e dando sentido à coisas.

Essa foi uma das melhores leituras do ano. Deveria ser obrigatória.
Alê | @alexandrejjr 22/12/2023minha estante
Não sei se obrigatória, Taina, mas com certeza é uma leitura incontornável e imprescindível para quem aprecia a arte da literatura.




GermanoAraujoSampa 31/10/2023

Leitura necessária
Clássico necessário, mas um pouco enciclopédico. Como já havia dito antes, já havia lido outros livros do autor como Diário do Farol, A casa dos budas detidos, o inovador Sargento Getúlio entre outros romances ubaldianos. Tinha uma grande expectativa em relação ao Viva o povo brasileiro, baseado na leitura feita por outros amigos. Muitos amigos inclusive compararam a obra com Quarup de Antônio Callado, obra essa que li e gostei muito.Embora muito bem escrito, o que mais me incomodou em Viva o povo foi o narrador enciclopédico, erudito e divagador; esperava uma leitura mais fluida como as outras obras do autor, talvez daí minha frustração. Muitos personagens são cativantes, mas terminam sendo renegados para o segundo plano, suas ações e motivações são diluídas na narrativa muitas vezes descritivista ao extremo. A partir da metade, o livro ganha novo fôlego, porém mais uma vez somos afogados pela eloquência do narrador. Há trechos memoráveis e ímpares em nossa literatura como a perspectiva realista de um brasileiro quanto aos horrores da guerra. Apesar das considerações, acredito que Viva o povo brasileiro seja uma leitura necessária para entendermos um pouco sobre a formação de nossa sociedade. Pretendo reler essa obra mais uma vez, agora sem maiores expectativas, para verificar se a vejo sobre um novo olhar. Obs.: além de Quarup, também destaco como romances históricos com uma narrativa mais envolvente as seguintes obras: Um defeito de cor e Água de Barrela.
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Leila 03/10/2023

Viva o Povo Brasileiro de João Ubaldo Ribeiro me cativou desde o primeiro momento. Através de uma escrita crua e engraçada, o autor nos leva a uma jornada de quase 400 anos da história do Brasil de uma maneira única e envolvente. A obra é um calhamaço, mas posso afirmar que cada minuto investido na leitura valeu a pena.

Ubaldo Ribeiro nos presenteia com uma narrativa rica e multifacetada, que retrata a diversidade cultural e social do Brasil ao longo dos séculos. O livro abrange uma ampla gama de personagens, cada um representando diferentes facetas da sociedade brasileira, desde os heróis até os anti-heróis. É impossível não se encantar com a profundidade e a complexidade desses personagens, que são, ao mesmo tempo, cativantes e imperfeitos.

Uma das características mais marcantes da obra é a forma como o autor entrelaça a ficção com a realidade histórica. Ele nos transporta para eventos importantes da história do Brasil, como a colonização, a escravidão, a independência e a República, e o faz de maneira vívida e autêntica. É como se estivéssemos vivendo esses momentos ao lado dos personagens. Temos desde primitivos canibais (morri de rir nessa parte) até jovens revolucionários, perpassando até pela turma de Antonio Conselheiro. Uma verdadeira aula de história do Brasil lida de forma prazerosa.

A escrita de João Ubaldo Ribeiro é afiada e cheia de humor. Sua capacidade de capturar a essência da cultura brasileira e apresentá-la de uma maneira tão peculiar é admirável. Ele não hesita em mostrar tanto os aspectos luminosos quanto os sombrios da sociedade brasileira, tornando a narrativa ainda mais autêntica e relevante.

Viva o Povo Brasileiro é, sem dúvida, uma obra-prima da literatura brasileira. É um livro que nos faz refletir sobre nossa identidade como povo e nossa história como nação. É um daqueles livros que ficam na memória por muito tempo após a leitura, e também nos faz carregar seus personagens no coração,como a Maria da Fé e Patrício Macário. Recomendo esta obra a todos que desejam uma experiência literária enriquecedora e inesquecível. João Ubaldo Ribeiro nos deu um presente valioso com este livro, e estou grata por tê-lo lido.
Alê | @alexandrejjr 03/10/2023minha estante
"Viva o povo brasileiro" foi o primeiro livro que li e senti a sensação de ter tido uma experiência irreproduzível. Bela resenha, Leila!


Leila 04/10/2023minha estante
ansiosa para ler outras obras do autor, gostei demais desse. Obrigada pelo carinho




Carolina.Gomes 19/09/2023

Ubaldo tira um sarro de você
Qualquer coisa que se diga sobre esse livro será muito pouco para expressar sua grandeza.

Ubaldo esnobou sarcasmo, tirou sarro com o povo brasileiro e me fez gargalhar.

As primeiras 100 páginas exigiram muito de mim, mas eu segui sabendo que algo grandioso estava sendo delineado ali?

O autor vai tecendo a nossa história, com maestria, vai construindo a linguagem, mostrando o Brasil sob a ótica de quem o construiu.

Desde a formação da elite brasileira com os piores tipos imagináveis, o pensamento pequeno burguês e o nosso eterno complexo de inferioridade perante o estrangeiro, Ubaldo aborda tudo, misturando o fantástico e o real de um jeito encantador.

Em alguns pontos tive a sensação de estar lendo uma distopia porque é muito atual.

É um livro maravilhoso e eu me orgulho de ser brasileira e ter tido acesso a essa maravilha.

Os capítulos são longos mas estão subdivididos em datas e não guardam linearidade entre eles. Asseguro que vale muito a pena se debruçar com atenção.

Recomendar é pouco. Esse livro devia ser obrigatório.
Bruno Oliveira 20/09/2023minha estante
Obrigatório, sério mesmo?? Só li os Budas Ditosos dele... Vou pôr esse no meu radar então. Como sempre, aumentando a minha lista de querer ler, hein, Carolina! :)


skuser02844 05/10/2023minha estante
Amo esse livro ??




Paula.Steffens 17/09/2023

Viva nós
Incrível livro que conta a formação do povo brasileiro, tendo como pano de fundo principal Itaparica. Muita coisa da história da Bahia não nos é ensinada na escola, e João Ubaldo faz um incrível trabalho de juntar ficção com narrativas oficiais. Há sempre um destaque para a forma como a história é escrita pelas mãos dos vencedores. Maravilhoso esse livro.
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