Daii 06/04/2015
A Menina Mais Fria de Coldtown
– Você se lembra do que me disse no carro? – disse Tana a Gavriel. – Os favoritos da Morte não morrem.
Vampiros existem e eles não mais se escondem.
Para tentar proteger os humanos, o governo cria as Coldtown's, cidades vampiras, cercadas por muros, e onde os filhos da noite “devem” permanecer. Dentro de uma Coldtown os imortais podem fazer o que bem entenderem. Todos os vampiros, ou “resfriados” (termo usado para designar os infectados) devem ser transferidas para uma Coldtown, e alguns humanos também entram, cobiçando a imortalidade como um prêmio.
Tana acorda deitada em uma banheira, ela havia participado de uma festa ao pôr do sol... mas quando sai do banheiro, a cena que encontra não se parece em nada com uma festa, a palavra correta para sua visão é “massacre”. Ela não sabe exatamente o que aconteceu, mas tem uma ideia, vampiros...
Ao vasculhar a casa a jovem encontra seu ex-namorado Aidan preso a uma cama, e acorrentado próximo a ele está um garoto, mas não um garoto comum, com sua experiência logo vê que suas suspeitas estavam corretas, o ser próximo a Aidan é um vampiro, mas por mais improvável que pareça, ele não teve nada a ver com as mortes, e também é uma vítima dos vampiros soltos pela casa.
Tana precisa fazer algo, todos com exceção si própria e Aidan estão mortos, seu ex esta resfriado, e apesar de ele ter sido um péssimo namorado, ela não poderia abandoná-lo, além do vampiro ao lado da cama, Gavriel, ele certamente precisa de ajuda. Qualquer outra pessoa sairia o mais rápido possível, sem nem mesmo pensar duas vezes, e foi o que ela fez, mas carregou consigo Aidan e Gavriel.
E o trio improvável parte em direção a Coldtown, cada um com um propósito diferente, mas mesmo sem perceber, precisando uns dos outros.
Tana é uma garota complicada, ela tem um histórico desagradável envolvendo vampiros, mas parece ser a única pessoa que vê a possibilidade de tornar-se eterna como uma maldição, e mesmo entendendo sua história, eu não consigo compreender essa determinação.
Se Tana só enxerga as desvantagens em ser uma filha da noite, Aidan, a princípio, enxerga apenas o lado bom, ele quer Tana a seu lado devido ao medo de ficar sozinho, mas sua mente e seu coração aceitam a transformação bem antes de ela acontecer, confesso que no início fiquei esperando o momento em que ele faria algo terrível, mas com o passar das páginas ele foi me conquistando, e se eu estivesse nesta história certamente gostaria de tê-lo como amigo.
Gavriel é um personagem complexo e completo, apesar de ser um vampiro, ele é o personagem mais humano do livro. Ele não é completamente bom, ou completamente mau, ele é suscetível aos sentimentos como vingança, amor e desejo de proteção. Gavriel é inteligente e astuto, e eu desejaria um pouco menos de Tana, e mais dele no livro.
No decorrer da história somos apresentados a alguns outros personagens como Pearl, a irmã caçula de Tana, uma garota chata que não merecia nem mesmo uma menção; Jameson, um verdadeiro cavaleiro de armadura, sempre disposto a ajudar (acho que ele e Valentina mereciam um livro só para eles); Mindnight e Winter, são gêmeos blogueiros que desejam se tornar vampiros, o trio acaba dando uma carona para os irmãos, e o destino de ambos é simplesmente perfeito.
O livro foi muito bem construido, a história tem vários pontos diferentes e todos prendem o leitor da mesma forma, no decorrer das páginas eu vivenciei o desejo de chegar logo ao fim, e ao mesmo tempo prolongar a leitura um pouco mais, e o fato da autora ter deixado o final em aberto muito me agradou, pois conforme eu ia chegando ao fim do livro, minha mente me dizia que eu iria me decepcionar, mas quando chego na conclusão percebo que eu estava errada.
Foi uma boa leitura, não apenas pela história, mas também pela qualidade da edição, o livro está lindo (confesso que o comprei pela capa), as folhas decoradas, a fonte utilizada, tudo foi muito bem pensado para oferecer uma edição de qualidade, e o objetivo foi alcançado.
site: http://eutunoslemos.blogspot.com.br/2015/04/a-menina-mais-fria-de-coldtown.html