A desumanização

A desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


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hgiradi 08/04/2021

Influenciada pelo Filho de Mil Homens
Comprei A desumanização muito impactada pelo título, pela breve história tortuosa entre a mãe e as irmãs e pela beleza da escrita de Valter Hugo Mãe.
Apesar do livro ser sim, sensivelmente escrito. Me incomodei com a repetição de personagens femininas problemáticas (crueis, sexuais ?demais?, impacientes) e personagens masculinos vitimizados.
Além disso, a narrativa não me prendeu tanto.
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Mariana 31/03/2021

Muito pesado e lindo ao mesmo tempo
Halla aos 11 anos perdeu a sua irmã gêmea e se tornou apenas o ?resto? da irmã para a família, o que sobrou, ?a menos morta?.

Valter Hugo Mãe falou sobre luto, violência e abuso de uma maneira muito poética.

?Repeti: a morte é um exagero. Leva demasiado. Deixa muito pouco.?
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André 29/03/2021

Não sou chegado em escritas poéticas, mas esse é o segundo livro de Hugo Mãe que leio e gosto. O final achei muito justo e coerente, tendo em vista que uma irmã imita a outra "querendo ser longe". Simplesmente genial o uso da linguagem pelo autor.
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Paula 15/03/2021

Lindo
Uma linda e triste história de muitas perdas e amores... cenário inspirador da verde e florida Islândia
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Jonas incrível 12/03/2021

O desvanecer do luto
Gostei dessa leitura, é como o processo do luto vai nos moldando e desvanecendo até que estamos prontos, mas não tão prontos, para seguir em frente.
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Prisci 04/03/2021

o aberrante e o sublime coexistem
A obra me deixou uma impressão muito forte após a leitura e, agora, revisitando o livro para relembrar, o efeito foi novamente profundo. Apesar de tratar da tristeza, do luto, da solidão, da melancolia, da miséria humana, terminei o livro abismada com a capacidade de Valter Hugo Mãe de tratar desses assuntos com tanta beleza, criando imagens sensíveis e de dimensão poética que beira o sublime, em função do lirismo presente em sua escrita. O brutal é retratado com tamanho lirismo que até parece belo, mas uma melancolia pungente, apesar de por vezes sutil, perpassa o texto do início ao fim.
Essa melancolia pode estar relacionada a profunda solidão também presente na narrativa. A solidão do homens que é maximizada perante a grandiosidade gélida da Islândia. Os personagens se desumanizam ao longo do texto a medida em que se mostram incapazes de estabelecer conexões humanas genuínas. Halla teve essa conexão com Sigridur, e, após sua morte, jamais reencontrou. Só restou o vazio deixado por Sigridur. Essa ideia aparece no texto na seguinte passagem: "O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti." (p. 24)

O livro coloca diversas vezes na mesma equação elementos essencialmente opostos, como o brutal e o belo coexistindo em uma só situação, através de uma relação entre o conteúdo e forma de narrá-lo. Temos uma demonstração dessa dinâmica logo no começo do livro, em que Halla se perturba ao imaginar o corpo enterrado da irmã sendo devorado por vermes, e essa imagem criada pelo autor logo é contraposta à imagem graciosa da "criança bonsai", em que descreve os bonsais como uma árvore graciosa e pequenina, humilhada em sua grandeza perdida. Observamos isso também na personagem de Halla, em dois elementos opostos que a constituem. É como se a inocência fosse o extremo de um contínuo, e a desumanização fosse a outra ponta. De alguma forma, conseguimos visualizar os dois extremos na personagem de Halla, e não necessariamente ela passa de um extremo ao outro ao longo da narrativa, mas a inocência e a desumanização coexistem na personagem em seu processo de se tornar, aos 12 anos, "uma mulher tão completa quanto apenas a tristeza as sabia fazer", o que torna tão difícil a tarefa de defini-la, ou mesmo chegar a entendê-la. E talvez o mesmo se aplique a sensação que tive com o próprio livro, em que o aberrante e o sublime coexistem, e é difícil definir os sentimentos que isso provoca.

Fiquei muito impressionada com a escrita do autor, imediatamente após terminar a leitura de "A desumanização" encomendei mais um romance escrito por ele, e li "Homens imprudentemente poéticos" logo na sequência. A experiência foi novamente ímpar, em mais uma história recheada de imagens poéticas, lindas e profundas metáforas, sempre em contraste com algo de brutal e cruel, quando não atroz e hediondo, mais um enredo profundamente humano, e narrado com o mesmo lirismo.
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karinacardoso 01/03/2021

Visceral
Acho que melhor que interpretar, discutir ou explicar uma história, é sentir. Mesmo quando tudo parece confuso ou até inexplicável, a narrativa te prende, te faz sentir querer mais, ainda que não saiba o que se cabe nesse "mais". Leitura profunda, visceral.
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Diego 28/02/2021

Estranho
Um livro diferente.
Às vezes achei cansativa a leitura, mas a história é interessante, na mesma medida que a ambientação, tão incomum para mim.
Acho que vale a pena ler.
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Luiza 27/02/2021

Bom
Valter Hugo Mãe é um mestre das palavras. Conta histórias pesadas de forma bonita e poética. Mas "A desumanização" não me agradou tanto quanto os outros livros do autor.
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Ana 24/02/2021

A sensibilidade característica de Valter Hugo Mae mais uma vez nos encanta nesse romance curto de 160 páginas. Porém, não é um livro fácil. É forte, melancólico, por vezes cruel.

A narradora, Halla, é uma menina de 11 anos que sofre após a morte de sua irmã gêmea Sigridur. Passa a ser chamada de “a irmã menos morta”. Ao tentar fazer sentido de toda a confusão que esse luto lhe causa e buscar sua própria individualidade, não encontra todo o apoio que precisa. Tem uma relação mais próxima com o pai, poeta, que pela literatura lhe oferece algum consolo. Já a mãe só consegue pensar na gêmea morta e negligencia a que permanece viva.

É um livro que fala sobre luto, relações familiares, perda da infância e da inocência. Halla é apenas uma criança, forçada a amadurecer muito rápido e lidar com situações inesperadas.

A história tem como pano de fundo a Islândia. Esse lugar frio, de natureza implacável, solitária e bela em toda sua magnitude reflete tais características na história e nos personagens. Tudo isso abre espaço para uma leitura muito reflexiva e tocante.
...
“O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti. Ser-se pessoa implica a tua mãe, as nossas pessoas, um desconhecido ou a sua expectativa.”

site: @clube_bla
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O resenheiro 23/02/2021

Gêmeas separadas na gélida Islândia
A escrita de Valter Hugo Mãe é muito diferente. De certa forma requer uma atenção extra para não se perder mas palavras e seguir no enredo da história. É sempre assim, e nesse livro, "A Desumanização", continua sendo igual.

O cenário não poderia deixar de ser mais instigante, já que se passa em meio a gelo, neve, fiordes e montanhas da Islândia, um país inóspito tão pouco conhecido e longe do trivial.

As gêmeas nascidas neste cenário, Halla e Sigridur, são separadas pela vida e a morte. Uma fica enquanto a outra é plantada e parte para o outro lado. As vezes um espelho erguido pela menos morta reflete a irmã mais morta do lado de lá.

A que fica segue a vida aos seus doze, treze anos, precoce no amor e na maternidade, enamorada por seu par Einar, e ambos são então motivo de escândalo na pequena população da cidade.

Saindo da casa dos pais, Halla vai morar com Einar e ajudar nas atividades da igreja, junto a Steindor, que faz o papel de pároco da vila.

O livro é uma prosa poética, e em alguns momentos me deixei ler em disparada, como que levado na correnteza das palavras do autor, quase como na velocidade do que era jogado dentro da boca do céu, descrito na história como um túnel infinito que se mirado bem ao centro nunca se chegaria ao fim.

Mas no caso do livro, ah, esse uma hora acaba. E deixa uma sensação boa, como toda vez que acabava a leitura de mais um capítulo.
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laiane 26/01/2021

finalizei a leitura. A sensação que carrego é a que senti desde o início, agonia e tremenda admiração pelo escritor por ele ter uma escrita tão poética e avassaladora que justifica por qual motivo o livro se chama "A desumanização". Você carrega revolta durante todo o livro, se perguntando diversas vezes se a desumanidade descrita continuará sendo feita através da naturalização dos acontecimentos, e sim, é essa finalidade que o autor que atingir, trabalhando com temas sensíveis e fazendo com que você pare, faça a digestão e coloque pra fora tudo que se sente a partir da história contada.
é isso, ameiii!!!
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Thais 23/01/2021

A desumanização
Com sua maneira peculiar de escrita, esse titulo do Mãe é cativante e estranhamente belo ao mesmo tempo.
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Nat K 14/01/2021

não esperava nada e me deu tudo
Comecei esse livro sem ler sinopse, não sabia sobre o que se tratava, e me surpreendeu do início ao fim. Os livros são ladrões, rouba-nos nosso tempo de vida pra viver vidas que não são as nossas. Essa leitura tem com descrição e narrativa leve e fluída, quase tive vontade de ler uma um dia, mas Valter Hugo Mãe traz questões tão profundas que não conseguia continuar, sempre tive q fazer uma pausa e ficar meu deus o que foi isso??? Me roubou meses de reflexão, e me pergunto sempre: o inferno são os outros?
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