Julia 03/07/2022
A desumanização
Como muitos, vim atrás de A Desumanização depois de ler O Filho de Mil Homens (e amar).
Essa leitura, no entanto, foi mais difícil. Talvez não pelos temas, mas pela opção do autor de abordar tudo de forma extremamente melancólica. O texto é muito poético e filosófico, muito muito lindo, mas por vezes cansativo. Alguns trechos são dignos de moldura, mas para chegar a eles, as vezes Mãe dava voltas e mais voltas, que não chegavam a muito lugar.
Apesar do cansaço, vale muito a pena a leitura do livro, ainda mais para os interessados em morte e luto. São belíssimas reflexões, escritas como somente o autor consegue.
A relação das irmãs (vivas e depois mortas), da mãe com as filhas e da Islândia com essa trama toda são pontos que acho dignos de evidência.
No mais, leiam!! Já separando a próxima leitura de Valter Hugo Mãe.
“Estávamos todos por semelhante tristeza. Não havia uma palavra para o explicar. Era real e não se pronunciava. O meu pai anuiu. Algumas coisas, como deus, existiam sem nome. Talvez nós próprios não tivéssemos nome e andássemos iludidos com aquele que usávamos. Talvez nós próprios fôssemos outra coisa que não aquilo que nos habituáramos a pensar ser”