De gados e homens

De gados e homens Ana Paula Maia




Resenhas - De Gados e Homens


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Lucas.Sampaio 27/11/2021

Um abismo chama outro abismo
Na minha saga de releitura da obra da Ana Paula Maia, reencontro um livro que na primeira leitura foi de difícil digestão. Mas isso é facilmente explicável: diferente dos livros anteriores, aqui nós temos um divisor de águas na obra da Ana Paula Maia. Enquanto o "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos" e o "Carvão animal" são obras muito mais violentas, tarantinescas, episódicas e sanguinárias, o "De Gados e Homens" possui um tom muito mais profético (e que profecia...). Aqui o nosso eterno protagonista, Edgar Wilson, aparece abatendo vacas, trabalho não muito estranho a quem já vimos abatendo porcos e trabalhando em carvoarias, e é nesse ambiente sanguinário e fétido do abatedouro em que a ação da história tem base. Inicialmente temos a mesma Ana Paula Maia dos seus livros de estreia, o tom violento ainda está presente, mas aos poucos o subtexto religioso vai tomando conta, e vemos o desenrolar de uma profecia se cumprindo.

Há vários temas nessa obra que são pertinentes atualmente, seja a presença dos miseráveis que procuram os restos dos animais no abatedouro, visão que espelha a sociedade atual, em tempos de Bolsonaro, em que a fome se tornou maior, e que notícias focadas na população "lutando" por ossos para complementar a alimentação se tornaram lugar comum. Seja a discussão sobre o consumo consciente da carne - e para quem tem estômago fraco, esse livro vai ser um soco enorme, já que a autora não poupa NENHUM detalhe sobre o processo de abate dos animais.

É um livro central na obra de uma das melhores escritoras do nosso cenário atual. Uma mensagem forte e necessária.
Ler Ana Paula Maia se mostra cada vez mais necessário para entender a realidade que nos rodeia.
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Lara 08/11/2021

Livro direto, doloroso e sem filtros.

Partindo da experimentação literária, a narrativa e a estética dessa obra é muito bem construída. A ambientação ocorre dentro de um matadouro de gado e acompanhamos a história desses homens que trabalham com a morte diariamente, sobretudo Edgar Wilson, o atordoador.

Com uma escrita que ao mesmo tempo é violenta e suave, somos apresentados aos dilemas existencialistas, antropológicos e materialistas acerca do processo de matança de animais e da humanização - animalização tanto do homem quanto dos próprios animais.

?A linha do tempo é como a linha da morte não pode ser interrompida?.
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Marcos.Paulo 18/10/2021

Interessante
Um bom livro, faz refletir sobre algumas questões, mas deu-me a impressão que faltou algo, que algumas coisas foram desnecessárias e mal amarradas, não é ruim, gostei dos diálogos eles são instigantes.
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Hemilly | @pastelescritor_ 05/10/2021

Se o objetivo era causar impacto, ele foi concluído com sucesso. Uma leitura rápida, objetiva e necessária de algumas formas. As vezes ignoramos algumas coisas que valem a pena serem pensadas.
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Nina 08/08/2021

Favoritado!
Achei o livro muito bem escrito, com cenas fortes, e citações ainda mais fortes. Saí da leitura com muitos pensamentos a respeito do título, além da relações entre o ser humano e o gado. Não é um livro com uma história tão simples, mas a riqueza de detalhes, como se a autora fosse a própria personagem, me deixou muito intrigada e presa ao livro. Artista nacional que conheci através da série Desalma, e que me fez procurar por seus escritos. Não me arrependo.
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BurnBeranger 12/07/2021

Ana Paula "Visceral" Maia
Feliz por ter conhecido esta escritora, de ler suas obras e poder sentir o peso de sua escrita.
Ana possui o poder de expressar as angústias, dúvidas e sentimentos de seus personagens de uma forma que prende minha atenção ao ponto de sentir o gosto, cheiro e angústia filosofica.
TODAS as obras são necessárias de leitura - Você não se arrependerá.
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lechandelier 23/06/2021

Ana sendo Ana
Pra quem gostou de Enterre Seus Mortos, é um prato cheio. Adoro como ela constrói os personagens e o climão de suspense.
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Diogo 22/05/2021

Realidade que fingimos não existir.
Assim como em outras obras, a autora retrata vida de pessoas que desempenham o trabalho que ninguém quer fazer.

E mais do que isso, ninguém quer nem saber como é feito: caso dos matadouros.

Tanto que numa passagem do livro um dos personagens pergunta a uma pessoa que desconhece tal realidade "como você acha que o hambúrguer chega no seu prato?"

Realidade bruta e insensível que nossa sociedade finge que não existe:

Animais reduzidos à condição de meros objetos. Pessoas em situações degradantes.
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Eduarda 19/05/2021

Bom, mas não o melhor...
Eu fiquei estarrecida e apaixonada pela escrita da Ana Paula Maia no Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos.

Então, comecei a leitura deste livro muito entusiasmada...
Apesar de ser sobre um assunto importantíssimo e uma crítica social gigantesca, não tive tanto envolvimento com a história.

Achei a escrita repetitiva e arrastada, mas ainda assim é um livro bom...Mas, não o melhor da autora.
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Grace @arteaoseuredor 14/05/2021

?De Gados e Homens, Ana Paula Maia.
.
?Mais uma vez encontramos Edgar Wilson, personagem frequente de Ana Paula, que aprendi a gostar.
A História se passa dois anos depois dos acontecimentos na Mina do livro ?Carvão Animal?, onde Edgar trabalhava, agora ele trabalha em um matadouro, ele é o atordoador, o que mata, antes do animal ir para o corte. Outro personagem que está por aqui é Bronco Gil, do livro ?Assim na terra como embaixo da terra?, ele é o segurança do lugar.
Ana Paula com sua linguagem prática e seca, faz sua crítica social. Nos conta o dia a dia sangrento do matadouro, um pouco sobre seus empregados, fala sobre as pessoas que não tem o que comer e vão atrás da carne de bois mortos no transporte e que depois serão incinerados. Tudo é sombrio no matadouro, acho que ninguém que passa por lá fica incólume, até que acontece um fato estranho, algumas vacas somem. O que será que aconteceu com elas?
.
??... Na?o ha? ningue?m que o impec?a, pois homens como ele sa?o poucos, que sa?o homens para matar. Os que comem sa?o muitos e comem de modo que nunca se fartam. Sa?o todos homens de sangue, os que matam e os que comem. Ningue?m esta? impune.?
.
??Enquanto tiver uma vaca nesse mundo, lá estará um sujeito disposto a matá-la. E outro disposto a comê-la.?
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Rafaela.Maria 04/05/2021

Dizer que esse livro é apenas uma crítica social é diminuí-lo de certa forma. Além de uma crítica muito bem construída, De Gados e Homens carrega uma martelada de consciência que dará em cada um que ousar lê-lo. Essa obra tem tudo: universalidade, atemporalidade e pluralidade. Todas as características que um livro 5 estrelas merece.
Virei fã de Ana Paula Maia!
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Thiago Donato 25/03/2021

Todos são homens de sangue, os que matam e os que comem!
Mais um volume da Trilogia dos esquecidos (nome que eu mesmo criei) contendo 1-Carvão Animal, 2-De Gados e Homens e 3-Entre rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos. Desta vez, o livro nos trás maos uma vez uma história visceral, suja, a margem da sociedade como a autora buscou em todos volumes, a ordem correta de leitura é a apresentada acima, porém a sequência é conectada apenas nos detalhes, não causando um impacto profundo no desenvolvimento da história. A escrita fluente e incisiva da autora está mais presente que nunca apesar de se apresentar de maneira menos impactante dessa vez, vale ressaltar a existência de uma oscilação de protagonismo entre dois personagens, fazendo com que, no momento oportuno, cada um assuma sua posição em nos inserir na narrativa. Quando comparado aos outros volumes, podemos dizer que esse seja o mais fraco dos três, o que não o torna ruim, ja que mantém a mesma qualidade dos demais, inclusive contendo uma crítica social nas entrelinhas como todo bom texto apresentado por Maia.
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Sa.si 17/03/2021

Eu li o livro em um dia, o começo estava bem confuso e maçante, mas na metade do livro eu comecei a gostar mais um pouco e quando começou a falar sobre o gado roubadoficou melhor , aquele final me deixou em choque sério, era tão óbvio. Aaaaa
SPOILER
"Á beira do despenhadeiro eles espiam lá embaixo mas não enxergam. Somente pela manhã quando o sol se levantar, é que poderão contemplar o suicídio coletivo das vacas.
-estavam fugindo contemplar o suicid - fala Bronco Gil
- Não havia nenhum predador Helmuth rispidamente. - Você ainda não entendeu, Helmuth? Não entendeu quem é o predador? olhando Helmuth fixamente. - diz Branco Gil"
"Sabe que seus dias de predador continuarão, e que derramar sangue ainda será seu meio de sobrevivência. É o que sabe fazer. Talvez um dia encontre outro trabalho, um que seja limpo. Por enquanto, seguirá abatendo porcos; impuro e moralmente aceitável, é assim que ele se sente."
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fev 13/01/2021

3,5

De Gados e Homens é tão visceral quanto os outros livros que eu li da Ana Paula Maia. No entanto, essa história não me conquistou o suficiente e nem me deixou louco ou fora da zona de conforto o suficiente. Mesmo possuindo cenas nojentas, violência gratuita e maldade. A relação entre humanos e bovinos feita no livro é bem real fora a questão subentendida em relação ao vegetarianismo/veganismo, violência e maus tratos de animais em abatedouros. Recomendo a leitura. Ana Paula Maia é uma autora que sempre te tira da zona de conforto mostrando personagens com histórias diferentes, violentas, nojentas. Pessoas normais e esquecidas. Vale a pena.
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rafaelcgodoy 28/12/2020

São todos homens de sangue
Narrativa simples, o enredo não é nada fantástico, mas carrega um significado pesado. Edgar Wilson, personagem principal, é um atordoador de gado no matadouro de seu Milo. O rapaz queria mesmo era trabalhar com porcos, mas só tinha aquele trabalho disponível. Nesse contexto, encara alguns acontecimentos que o fazem pensar constantemente na relação existente entre bicho e gente. Na forma como a vida é daquele lado, nas bandas esquecidas e dos homens que têm de derramar o sangue pra que a própria vida continue.

Ana Paula Maia tem uma escrita "seca", direta. Isso faz com o que a narrativa fique ainda mais "crua", potente. Quase não dá pra ficar espantado, pelo tempo que corre a leitura. A conclusão é a própria reflexão do que se vê ali naquele lugar. Não importa muito como vai terminar, e isso enriquece a leitura e a história. Este é um livro sobre a crueldade moralmente aceita, pois como deixa claro a autora: "são todos homens de sangue, os que matam e os que comem. Ninguém está impune".
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