Gabryel46 17/07/2024
Iracema
Essa é a história idealizada do povo brasileiro, onde temos Iracema que, com o encontro de um homem branco, se apaixona por ele e juntos eles têm um filho, o nascido do sofrimento: Moacir, o luso-brasileiro (que chega em partes a representar os brasileiros, apesar de não ter uma representação dos africanos).
É uma obra da primeira fase do romantismo no Brasil, que queria criar uma imagem de obra totalmente brasileira (e nessa, escolheram idealizar os indígenas, sendo a imagem que "representa" o Brasil).
A história, em si, é boa, mas é difícil ignorar o quanto Iracema é submissa ao homem branco (Martim), o quanto ela depende dele e só é feliz com ele... Foi um amor à primeira vista, e isso se reflete também no rumo em que Iracema escolhe traçar com seu amado, como até abandonar sua tribo para ficar na tribo em que Martim tem mais afinidade.
Há bastante esse lance entre o bem e o mal, sendo o de Martim o certo, que luta contra as tribos inimigas e vis, e sempre sai vitorioso... E nessas aventuras, Iracema fica em sua cabana, triste, pois só pode ser feliz com seu amor por perto. Isso deixa a história bem melancólica, e até dá pra nós um final triste.
O livro também usa bastante palavras de origem indígena, e faz muitas comparações (o que chega a ser irritante tem hora).
No geral, Iracema é isso: a vida de uma indígena que dedica a sua vida ao homem branco até a sua morte, e por quê? Não entendi bem, é apenas uma idealização da história da colonização do Brasil (que foi beeeem mais tóxica e maléfica). Mas vale a pena ler, mesmo que não seja agradável aguentar o que já citei anteriormente.