Resenhas - Iracema

garibela_ 06/05/2023

Iracema
Tive que ler para as aulas de literatura da faculdade, e colocar todas as reflexões que foram feitas em sala seria demais. O que dá pra falar é: dá pra ver a influência de Iracema na construção da identidade de uma nação brasileira, MAS, mó machista e preconceituoso esse José de Alencar.
No entanto, a prosa poética é muito bem feita.

Alana190 05/05/2023

Valeu a pena só por causa do desfecho?
O livro narra a vida de Iracema, uma indígena Tabajara depois de ter encontrado um homem branco perdido perto de sua aldeia, Martim. A história faz parte da primeira parte do romantismo, entao narra como era o Brasil antes da colonização e tem foco nos povos indígenas e na natureza que o país apresentava antes das grandes navegações atracarem aqui.
Sinceramente a leitura é muito difícil e cansativa, mesmo o livro sendo curto precisei batalhar muito para ler ele. Mas o final dele faz toda esta leitura valer a pena. Só leia se você estiver realmente interessante ou, como eu, esteja sendo obrigado a ler por causa da escola ?

Kaique.Pugnal 05/05/2023

Não gostei
O livro Iracema do autor romantista José de Alencar é um clássico da primeira era do romantismo, a indianista, que nos conta a hístória de uma índigena chamada Iracema, que se apaixona por um guerreiro colonizador, e assim vivem uma história de amor juntos.
A obra pode ser um clássico da primeira fase do romantismo, mas não deixa de ser um livro preconceituoso carregado de estereótipos da cultura índigena, onde a todo momento se tem uma idealização inventada por parte do José de Alencar (um homem branco, e padão de sua época) sobre um povo que foi extremamente oprimido pelos colonizadores e que de certa forma ele mal conhecia. O livro tem cenas onde o leitor percebe que os personagens índigenas se submetem a imagem do personagem Martin (colonizador), onde a todo momento os personagens o veneram, o protegem e o consideram um salvador, "que chegou para trazer fé e civilização a esse povo desventurado".
Por isso, não gostei da obra. Um clássico que para mim é cheio de preconceitos, mas para uma obra de seu contexto histórico é um grande exemplo de literatura brasileira daquela época.

Marcos 05/05/2023

Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel
Obra literária da primeira fase do romantismo brasileiro, o Indianismo, em que aspectos históricos, nacionalistas e indígenas são exaltados. "O romance traz a representação da união entre portugueses e os povos originários de forma idealizada, além de aliar ficção e fatos históricos."

É um dos romances mais conhecidos de José de Alencar. Trata-se de uma narrativa de fundação, isto é, tem por tema principal a criação de uma identidade cultural, um escrito que contribui para a representação da origem da nacionalidade brasileira.

A história inicia quando Martim, um colonizador português que defende o território brasileiro de outros invasores europeus se perde na mata (hoje, localidade corresponde ao litoral do Ceará). Ele se encontra com Iracema, índia tabajara que descansava pelo local. Assustada com o estrangeiro, a índia acerta-o com uma flexa. Ele não reage a agressão por ter sido alvejado por uma mulher, logo, Iracema entende que tinha ferido um inocente.
Demonstrando a paz, Iracema leva o estrangeiro a sua aldeia, onde seu pai, Araquém, o pajé da tribo, recebe Martim de forma hospitaleira. Irapuã, guerreiro tabajara e apaixonado por Iracema, não gosta da presença do português.
Durante sua estadia na aldeia, Martim e Iracema apaixonam-se. Iracema é uma virgem consagrada a Tupã, guardadora do segredo da jurema, um licor sagrado, que levava ao êxtase os índios tabajaras.
Entre batalhas e vitórias, os amantes consumam amorosamente a relação. Iracema não pode mais regressar a sua aldeia, por ter maculada sua função sagrada.
O casal refugia-se numa praia deserta. Iracema passa muito tempo sozinha enquanto o esposo sai em expedições a mando do governo português.
A índia estava grávida, e na solitude, tem seu filho. Martim chega a tempo de Iracema entregar-lhe a criança e, em seguida, a índia morre numa rede. Martim enterra a amada próxima ao coqueiro, onde cantava tristemente a jandaia: "Iracema!"
A ave foi embora daquele lugar que viria a ser o estado do Ceará.

O autor faz um belo trabalho linguístico, caracterizando o romance como uma prosa poética, rica em metáforas, alterações, comparações e perífrases.

A descrição da geografia, das matas selvagens e do litoral cearense torna a obra exuberante e encantadora aos leitores. O romance é grandioso por seu valor histórico, ideológico e poético.
A colonização e a catequização são processos presentes na narrativa, desenvolvendo o cunho histórico, bem como o próprio Martim, representando o colonizador europeu, que vem para dominar a região e civilizar conforme suas crenças e costumes os indígenas.

Desse modo, podemos concluir que "Iracema" é um romance lindo em diversos aspectos, com poesia e tom melancólico, apresentando a origem das terras cearenses de forma lendária.

Renata 03/05/2023

Chorei e não foi de alegria
Importante ressaltar que esta foi uma leitura obrigatória, não só pela escola mas também vestibulares. Apesar de ser uma escrita arrastada, com um rico vocabulário (afinal, se trata de uma escrita de 1865), a trama me envolveu o suficiente para permanecer. Entretanto, a partir do capitulo XX minha curiosidade já não era suficiente para me motivar. Sinceramente, o final não só me fez triste como me trouxe indignação por parte dos personagens. Recomendo apenas para quem aprecia os clássicos da literatura brasileira ou, vai prestar vestibular.

Ana Bernhard 03/05/2023

Iracema foi mais do que "a virgem dos lábios de mel"
Conta sobre o romance de Iracema, uma moça indígena belíssima e que carrega uma grande importância para sua tribo, e Martim, um homem branco distante de sua casa. Os dois se apaixonam e em meio ao conflito de tribos acabam se entregando ao relacionamento.

O livro me fez pensar bastante sobre o sofrimento de Iracema diante de tudo o que aconteceu na história. Ela era a filha querida de Araquém, protegida e preciosa na sua terra. Se apaixona por Martim e sua história começa a descer ladeira abaixo. Perde seu propósito como guardadora dos segredos de Jurema, foge da sua tribo, se vê em meio a uma perseguição, mais tarde mesmo quando está com Martim, sofre com o sentimento dele de tristeza ao se lembra da sua vida na sua terra.

Ela perdeu tudo, passou um grande tempo sozinha pois Martim se perdia nos seus pensamentos sobre a sua terra ou então viajava para guerrear batalhas. Teve seu filho sozinha, teve sua morte devagar com medo de falecer antes que Martim chegasse para receber e conhecer o filho, e por fim padeceu assim que Martim retorna.

As pessoas focam tanto em falar sobre o cabelo dela ser negro como a asa da graúna, ou sobre ela ser virgem e desejada, ou sobre a beleza estonteante e a habilidade na mata. Mas e os sentimentos dela nessa história toda? Quanta angústia essa mulher sofreu?

A narrativa é romântica de forma melosa, dramática e trágica como todo livro do romantismo, mas esse foi o pensamento que mais tive ao longo da escrita. Que as pessoas deveriam ver Iracema menos como "A virgem deseja" e mais como "uma indígena que lutou e morreu pelo seu amor".

sbduds 02/05/2023

Litoral e iracema
Li e ouvi o audiobook. Foi uma experiência legal por ser meu primeiro clássico nacional, mas é apenas isso. Não achei a escrita tão difícil, mas muitos termos eu só ignorava e encaixava no contexto.

claudio 01/05/2023

Exemplar perfeito do romantismo
Iracema é um livro cheio de probleminhas quando é lido com um olhar anacrônico e simplista. É claro que muita coisa na obra estará ultrapassada, muitos conceitos são estranhos e a própria forma do livro é difícil de ler. Mas, acima de tudo isso, Iracema é uma experiência literária que retrata uma época, uma época muito anterior à nossa, e como retrato dessa época e do seu espírito, esse é um livro incrível. Um perfeito exemplar dos exageros, breguices, problemas e qualidades do romantismo brasileiro.

Lidie 30/04/2023

Iracema, minha primeira leitura de José de Alencar
Gostei bastante de conhecer a história, o autor, a visão dele sobre os povos originários do Brasil e um pouco sobre a história do Ceará.

Os elementos que constituem a história formam um cenário lindo de se imaginar.

Algo que me chamou atenção foi um dos pássaros que o José de Alencar retratou na história, o guará. Me apaixonei por ele quando fui procurar imagens suas e desde então me tornei mais curiosa por pássaros.

Fui surpreendida com o final da história. Não encerrou nada parecido como eu imaginei.

Por fim, Iracema é um livro que recomendo sim. É leitura de época, então é preciso vincular a história ao seu contexto histórico-social do autor e lembrar que nossa visão de mundo muda com ó tempo, por isso, o autor tem a visão de alguém do tempo dele e nós temos a do nosso. Dá pra ler a história mesmo discordando de alguns pontos.

eu.juubs 30/04/2023

A virgem dos lábios de mel
Esse livro tem uma linguagem densa, por isso a leitura não flui tão rápido, mas é muito interessante ver como as características do Romantismo se enquadram na obra. É retratada a visão eurocentrica dos povos indígenas no período de colonização do Brasil e a exaltação do homem branco (português) visto como um herói.

Izabelly137 26/04/2023

Faz tempo que eu queria ler um clássico e Iracema caiu de paraquedas no momento certo... Esse livro é muito marcante, principalmente pra quem é Cearense por que a história do Ceará surgiu pela história desse livro.

Gabs 25/04/2023

Achei péssimo!! Li por causa da escola e não entendi nada, tive que ler no meio do livro a sinopse pra entender o que era pra se passar.
A Iracema, tipo, fica grávida do nada????? Morre tb do nada, nada haver, simples assim?? Nossa, simplesmente não.
Só não dei mais ou menos estrelas pq entendi a sinopse (só dps de ler tb a própria ne) e identifiquei os temas, tipo indianismo.

Amanda.Ramos 24/04/2023

A história em si, é muito boa... Empolgante, mas achei a narrativa um pouco arrastada. Possivelmente, pelo época em que foi escrito.

Emerson Dylan 23/04/2023

Revisitando depois de adulto...
Revisitando depois de 14 anos. É certo que a leitura obrigatória em nossa fase secundarista pode causar traumas. É certo também que, com a distância do tempo e com o acúmulo formativo, nosso olhar pode ver a Lenda do Ceará de maneira mais carinhosa.
Os incômodos são bem perceptíveis na releitura: o romantismo de Alencar é barroquista, exagera no enciclopedismo de um estudioso obcecado com a criação de uma identidade nacional. Os exageros afastam a inserção do leitor: tudo o que ocorre entre a virgem dos lábios de mel e o estrangeiro é distante, difícil criar qualquer vínculo; tudo também é corrido, não há mera impressão do passar do tempo (diferente de outros títulos do próprio autor). Tudo é reducionismo, não há espaço para a contradição, que é a maior síntese desse país.
Inegável, no entanto, que, em meio a esse barroquismo, exista real beleza. Há grandes momentos no poema em prosa de Alencar. Mais uma vez o cuidado histórico: o que hoje soa pedante, era inovação no contexto ao qual foi escrito.
É claro que Iracema pertence a um momento muito específico da história da literatura e da própria história do Brasil, ansioso para criar sua narrativa de mito fundador. É claro que é um absurso Iracema ainda ser exigida como leitura obrigatória no ensino médio quando temos Carolina Maria de Jesus e tantos outros nomes mais potentes para dialogar com os estudantes. É claro há muita coisa a ser contestada em sua estrutura e em suas próprias leituras nos últimos 150 anos. No entanto, não deixa de ser um divertido prazer descobrir e redescobrir esta obra, cuja visita passa rápida, mas não deixa de marcar território.

Maria8280 23/04/2023

Diferente do que eu esperava
Estava com vontade de ler um clássico brasileiro, então pela primeira vez li uma obra indianista.
Gostei das descrições dos cenários, com uma linguagem que mesmo arcaica, é de fácil entendimento.
O romance em si entre Martim e Iracema não é interessante, e claramente representa o colonizador chegando ao Brasil. Ainda que Iracema seja a protagonista, o foco parece ser nas relações políticas entre Martim e membros das tribos, o que quebrou bastante as minhas expectativas com o livro.