davidregufe 15/04/2024
A história gira em torno de um fotógrafo - Cauby - à deriva, capturando retratos da vida; uma mulher - Lavínia - maltratada pelo passado; e um pastor - Ernani - convicto de sua missão, em um triângulo amoroso, numa cidade no interior do Pará, devastada pelo garimpo. Marçal Aquino habilmente retrata a narrativa sob a perspectiva de Cauby, o fotógrafo, em um ambiente árido e rude, permeado por coronelismos, tão vividamente descrito que se pode sentir o calor que, por vezes, ameaça transbordar das páginas. A história é direta, sem rodeios, e os destinos se entrelaçam desde o momento em que Cauby e Lavínia se cruzam, em um amor à primeira vista que floresce em encontros clandestinos, carregados de química e perigo. O restante? O restante deixamos ao encargo do amor. Uma citação notável: ?Uma reserva de sonho contra tudo o que não é doce, sutil ou sereno. É o mais próximo da felicidade que podemos experimentar, sustenta Schianberg. Não sei que nome você daria a isso. Bem, não importa muito, chame do que quiser. Eu chamo de amor."