Mari 14/04/2024
O livro é sobre um paulistano que vai morar em uma cidade explorada pela mineração no Pará, e se apaixona obsessivamente por uma mulher; a metade da sua idade; a esposa do pastor. Tão emblemática quanto a síntese, é a luta em que ele se encontra, ao perceber que essa mulher, na verdade, se divide em duas. Suas duas personalidades se revezam para aterrorizar e capturar o fotógrafo, que por si só, escolheu viver o romance adúltero e - nas circunstâncias - perigoso, que sugou até a última gota da sua sanidade.
Depois do tranquilo ?Amores Verdadeiros?, esse é um livro que faz tomar pausas para recuperar o fôlego. Muito mais do que a já conhecida ?contação de história triste?, presente em quase todos os cenários literários brasileiros, essa é diferente na sua essência. A relação caótica entre os dois aprisiona e fascina, e desperta um sentimento? estranho.
Bem que dá vontade de invadir o livro e tirar o personagem no colo. Mas nas palavras do próprio eu-lírico, ele ?contraiu o vírus para sua própria loucura?, e como na vida real, só nos resta assistir. E o final, sendo como esperávamos ou não, é uma fiel representação de como costumam acabar as histórias que já se iniciam de encontro aos piores dos fins.
Procurando, aleatoriamente, algo que marquei, encontrei: ?Conhecê-la fez do passado um mero ensaio, um treino antes de ser exposto à sua incandescência.?