Lucas Rabêlo 16/05/2023
Minha carta de amor...ao amor
Eu as recebi (as li). As notícias. Do Cauby, da Lavínia, amante-amigos, furacões prescritos. conforme Marçal Aquino proferiu em sua obra, são ambos apaixonados por um brasil onírico, mas incolor. E sorvem a esperança, um veneno fatal.
Poética é a escrita em conjunção da narrativa, de digressões belas, que permitem, através do presente, a ostentação de um passado de redescoberta à pulsação vermelha. Sangue bombeando amor.
Protagonistas que vivenciam as corredeiras dos confins de uma cidadezinha interiorana, repleta de tipos embevecidos pela ambição do garimpo, na sistêmica expatriação de poderosos e autônomos na busca do seu quinhão de sucesso, que só o material pode oferecer. A esses, mas não a todos.
A mágica que distanciará leitor e românticos desse paisagismo cinza e sujo, são as possíveis abdicações de um Cauby sem Lavínia; nunca poderá existir, um pertence ao outro desde o momento que seus olhos físicos pousaram em sua musa anatômica e emocional. à primeira vista. tal qual suas lentes mecânicas de uma Nikon bem equipada. Registros eternos.
O autor consegue embriagar qualquer um que despache sob o livro expectativas acerca do romantismo ou de uma equação territorial, social. Há bang-bangs, vilipêndio político, extrações dramáticas. Há um brasil de enamorados.
É, por fim, o depoimento em carne-viva de uma dupla complexa, humana. uma história da coragem, do querer, da resistência. De novo, do amor. Nacional, universal, conforme o autor me dedicou em primeira mão, numa dedicatória, a punho. Nunca esquecerei que notícias, de você, também podem ser as mais bonitas.