A Garota que Tinha Medo

A Garota que Tinha Medo Breno Melo




Resenhas - A garota que tinha medo


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Rafa 19/01/2015

Arrastando as Alpargatas
Eu não conhecia esse livro, nem seu autor, até que o mesmo entrou em contato comigo pelo Skoob. A sinopse me chamou atenção - por algum motivo adoro ler livros com doenças de pano de fundo (e psicopatias, violência, sangue e afins, mas juro que sou normal), então, resolvi lê-lo.

O livro chegou de manhã, pensei em ler um capítulo, para pegar a vibe do livro, ajustar minhas expectativas, essas coisas. Acabei abdicando do almoço e consegui ler as primeiras 100 páginas do livro até ir para o trabalho.

A leitura é leve, ao mesmo tempo em que trata de temas pesados, mas a simplicidade com que é escrito facilita a leitura. Quando vê, chegou ao final.

Marina, uma blogueira literária (iei!), em forma de díário/memórias, começa a nos contar desde seu primeiro episódio com a síndrome do pânico. Começaram quando ela tinha 18 anos, assim que ela entrou na faculdade que queria, Jornalismo. Ela, agora, contando a história tem 25 anos.

Ela fala sobre as mudanças que a síndrome trouxe na sua vida em todos os aspectos. Desde suas aulas, sua família, amigos, vizinhos (afinal, ela grita quando entra em pânico) e seu namorado. Ela conta sua história com objetividade, o que eu gostei muito, por mais que eu aprecie uma linguagem prolixa, sou sucinta nos meus pensamentos e me identifiquei.

A história se passa no Paraguai. Esse é outro ponto interessante, a história do país permeia um pouco a história da personagem em referências. Assim como, Marina, enquanto leitora, faz diversas referências aos seus autores preferidos ou livros que leu, também comenta sobre música e cultura pop. Como se chama quando o narrador conversa com o leitor? Esse foi um outro ponto que eu gostei no livro e que aproximou a personagem de mim.

Existem outros personagens, porém, não são tão explorados quanto a protagonista - o que é super coerente com a proposta do livro, que é como se a Marina escrevesse uma autobiografia. O foco está nela. Eu gostei muito da personagem porque ela é uma "garota normal", embora com medo. Por exemplo, encontramos muito na literatura atual uma preocupação com a sexualidade do personagem, aqui não. Sexo não é tabu, nem destaque, ocupa seu lugar na história como ocupa nas nossas vidas.

Enfim, eu quero continuar lendo Breno Melo. Já cobrei do autor e ele me garantiu que existiram outros livros para podermos apreciar sua escrita.

site: http://www.arrastandoasalpargatas.com
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Vanessa Meiser 26/01/2014

balaiodelivros.blogspot.com.br
Temos aqui um livro bastante profundo e esclarecedor sobre algo que até então eu não tinha nenhum conhecimento: a síndrome do pânico.
Considero esta obra como uma 'aula' sobre o assunto já que o Breno (autor) teve o cuidado de pesquisar muito sobre o tema antes de escrever o livro e deixar o leitor completamente inteirado de como a síndrome pode aparecer e quais as conseqüências na vida de um panicoso.
Marina é a nossa protagonista.
Ela é uma garota normal, que tem uma família normal e que leva uma vida normal até o dia do seu primeiro ataque de pânico aparecer sem aviso prévio.
Seu primeiro ataque foi em casa, no quarto com sua mãe e seu namorado presentes e presenciando tudo sem saber o que estava acontecendo. Nem mesmo ela sabia o que estava acontecendo e só bem depois de vários ataques é que ela foi finalmente diagnosticada como portadora da síndrome do pânico.
A narrativa é em primeira pessoa, como se a própria Marina estivesse nos contando sua triste passagem. Ao que tudo indica, a doença surgiu na sua vida por conta da enorme pressão de sua mãe para que ela entrasse em alguma faculdade. Marina simplesmente vivia em cima dos livros estudando e estudando para alcançar o objetivo que sua mãe propôs. Além disto, um novo amor está surgindo na sua vida, porém ela sente que o rapaz não está tão interessado nela quanto ela nele e isto a tem angustiado bastante. Assim começam aos poucos a surgirem as sensações de medo.
Como Marina em algumas ocasiões de sua vida fez uso de drogas, suas amigas e conhecidos acreditavam que os ataques eram provenientes de super dosagens, mas em nenhuma destas ocasiões Marina estava drogada.
O primeiro a lhe abandonar foi o namorado que por achar que ela está louca, simplesmente some do mapa sem dar explicações e a deixa arrasada.
Depois de muitos questionamentos descobre - se o que Marina tem. Mas para isto, ela precisou passar por situações difíceis, como por exemplo, quando teve crise na faculdade (dentro da sala de aula, na igreja no meio de uma missa e no meio do trânsito. O medo passou a acompanhar e a impedir de voltar a freqüentar lugares movimentados e de grande público.
Foi muito difícil para ela e para a família compreender como uma garota tão saudável pode ser diagnosticada com uma doença psíquica, mas o fato é que foi isto mesmo e com muita persistência ela busca a cura e a superação e uma forma de recuperar a tranqüilidade perdida em algum ponto distante.
A história se passa no Paraguai. Nunca havia lido nada sobre este país. Além do tema principal do livro, Breno também nos fornece muitas informações sobre o país visinho, além de informações sobre religião (católica) que é a religião de Marina e sua mãe.
Aqui temos bem expostos os vários sintomas que ajudam a diagnosticar a síndrome, todo o sofrimento pelo qual a pessoa passa, além da vergonha e medo de estar em público quando uma das crises chega.
Definitivamente leitura é cultura. Muitas curiosidades foram sancionadas com este livro e muitos conhecimentos foram adquiridos. Agradeço imensamente à Editora Schoba pelo envio do exemplar e quero parabenizar pela excelente diagramação e proposta da trama. Muito obrigada pela oportunidade.
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Mari Siqueira 27/11/2013

Uma maneira inédita de descrever a Síndrome do Pânico.
Há algumas semanas, recebi um contato da Editora Schoba por email, me perguntando se eu gostaria de receber seu último lançamento, o livro A Garota que Tinha Medo, para resenha.

O mais incrível é que eu sofro de crises de ansiedade, assim como a protagonista do livro, e a proposta não poderia ter surgido em um momento melhor. Claro, aceitei e não me arrependi.

A leitura me foi muito esclarecedora, Breno Melo aborda o tema com maestria, nos explicando os dilemas da síndrome do pânico, seus desdobramentos e o preconceito enfrentado por nós, os chamados panicosos.

A protagonista dessa história é Marina (veja aí mais uma coincidência, até o nome parece com o meu), uma jovem que vive sob muita pressão da mãe para entrar numa boa faculdade. O pouco tempo livre e as enormes responsabilidades sobrecarregam a menina que simplesmente surta. Ela começa a ter crises, a gritar, a tremer, suar e sentir que vai morrer. E é assim mesmo que acontece, uma sensação indescritível de medo, um medo que provoca sintomas reais.

O namorado, os amigos, os pais, ninguém consegue compreendê-la. Talvez por falta de informação, afinal, quem nunca passou por isso ou não conhece alguém que passou por isso, não sabe como é. Eu enfrento diariamente preconceito por conta disso, as pessoas dizem que entendem, mas vivem me perguntando quando minha frescura vai acabar. E os que não dizem isso, pensam.

É complicado entender como uma doença que parece imaginária, afinal você não tem nenhum problema de saúde, pode causar um estrago tão grande na vida de uma pessoa. E eu te digo que pode. Mas essa postagem não é sobre mim, e sim sobre o que o livro me trouxe de bom. Me trouxe tranquilidade, esperança e coragem para enfrentar esse medo irracional que me faz querer fugir de alguns lugares e situações.

Marina tem um namorado, um imbecil de um namorado, na verdade. Ele não a compreende e a abandona no meio de uma crise, isso é a pior coisa a se fazer. Não adianta e só mostra que estamos sozinhos nessa luta. No livro, o namorado dela a acha uma louca. E ela até começa a acreditar nisso. Daí vem a necessidade de alguém positivo ao seu lado, de negativo já basta você.

Depois de muito sofrimento, a menina finalmente é diagnosticada com síndrome do pânico. Após sofrer crises no trânsito, na igreja, na faculdade, no shopping, ela passa a evitar tais lugares. A ansiedade e o medo de passar mal novamente a impedem de frequentar os lugares que ela sempre frequentou. Eu disse que o medo era irracional. Mas vá tentar dizer isso para o nosso cérebro no momento de pânico, é impossível. Especialmente saber que você não vai morrer e mesmo assim ainda ter medo.

Entre personagens muito bem desenvolvidos, se destaca Péqui. A melhor amiga de Marina, e também a pessoa mais fofa desse mundo. Ela talvez, tenha sido uma das únicas pessoas que apoiou a amiga desde o começo. Isso é que é amizade! Preciso de uma Péqui na minha vida *-*'

A Garota que Tinha Medo foi uma leitura incrível e eu fico muito feliz de ter sido uma das pessoas escolhidas para resenhá-lo. O único ponto negativo na minha opinião, foi o posicionamento religioso em excesso. Me incomodaram alguns trechos em que o autor fala demasiadamente da Igreja Católica, até mesmo historicamente. Parecia desconexo do texto, desnecessário mesmo. Não sou de nenhuma religião citada no livro e por isso não me senti ofendida, mas acho que como sugestão eu diria para o autor deixar fora do livro suas opiniões pessoais sobre o tema.

Agradeço muito à Editora Schoba pela cortesia e em especial à Luciana do marketing, que foi uma fofa e me atendeu super bem, me dando atenção e inclusive, depois do envio, desejando que o livro me ajudasse com minha própria síndrome. Espero que esse livro possa ajudar outros como eu, que se sentem incompreendidos e às vezes sem esperança. Acredite, você pode se curar!

"Eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto." (p.8)


site: http://loveloversblog.blogspot.com
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Gabriela.Orlandin 12/01/2015

Uma história profunda e incrivelmente real!
Marina é uma jovem paraguaia bastante comum: está começando a faculdade de Jornalismo, namorando com um garoto do condomínio, adora tirar fotografias, ler e escrever em seu blog literário. Mas ela tem uma coisa diferente de algumas pessoas: ela tem síndrome do pânico. Quem nos conta a história é a própria Marina, que volta no tempo em alguns anos para narrar os primeiros sintomas, o desespero de não saber o que há de errado com ela, o diagnóstico, o tratamento e a cura.

No decorrer da trama, que é feita em primeira pessoa, nós nos sentimos parte da vida de Marina, indo ao psiquiatra, ao psicólogo e enfrentando seus maiores medos – pois além de panicosa, Marina descobriu que tem fobias (por isso o nome do livro!) e outros distúrbios que a impedem de ir a certos lugares onde já teve suas crises. Para enfrentar esses locais, ela precisa de um tratamento especializado e ir aos poucos, com um passo e um avanço de cada vez.

Nós somos como amigos da protagonista, que narra com profundidade de detalhes o que sentia e o que se passava em seus dias. É como se ela falasse diretamente com o próprio leitor, contando as suas memórias em seu “livrinho”, como ela mesma o chama, e tentando esclarecer aos leitores sobre essa doença, que é tão conhecida, mas pouco compreendida para muita gente, inclusive para mim. Além disso, o livro está recheado de referências a livros clássicos e diversas citações bíblicas, pois Marina é uma garota com uma fé inabalável, que mesmo em meio a todo o sofrimento, nunca parou de confiar em Deus. Resumidamente, se existe uma palavra para caracterizar essa obra é: real. No decorrer da trama, você jura que a Marina realmente existe e é sua amiga. É incrível como nos sentimos ligados à história!

Acho que essa foi a resenha mais difícil que eu tive que escrever, pois senti que o livro me tocou profundamente na alma, no coração. O drama da personagem foi o meu sofrimento naquelas páginas. Sobre a nota, creio que mereça a máxima pela narração tão detalhista e meticulosa, mas a verdade é que às vezes ela me cansou um pouquinho. Por isso das quatro estrelas. Mas se você acompanha o blog e as resenhas com frequência, sabe que essa classificação é ótima para mim.

Não deixem de ler esse livro. É uma leitura muito rápida que cativa o leitor e o faz querer devorar tudo de uma vez.

site: http://fluffy.com.br/2015/01/breno-melo-a-garota-que-tinha-medo/
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Karina 09/01/2015

A GAROTA QUE TINHA MEDO – Breno Melo.
Parceria formada com o autor Breno Melo.
Sua obra nos mostra todo o talento desse jovem autor que promete estampar seu nome no ramo literário.
Sua obra mescla eventos emocionantes com um bom humor indescritível.
Breno consegue a cada página encantar o leitor de uma forma distinta. Não se consegue parar de ler esse “livrinho”, como muitas vezes é chamado pelo autor, mas passo garantir, que é uma grande obra, um livro completo.
“A Garota Que Tinha Medo”, nos mostra a vida de Marina. Uma garota simples que mora no Paraguai com sua família.
Leva uma vida pacata, sem muitos acontecimentos que podem fazer dela a garota mais popular da região.
Mas amada pelos seus verdadeiros amigos e familiares.
Marina sofria grande pressão de si mesma e também de sua mãe, as vésperas do vestibular, varava noites adentro estudando sem descanso para entrar na faculdade de sua escolha.
Não que tenha negligenciado sua saúde física e mental, longe disso, fazia suas pausas quando necessário. Mas a maior parte do seu tempo era sim, estudando.
Sua única válvula de escape era a internet e a fotografia. Por meio dessas paixões conheceu Júlio, um garoto simpático e encantador que se tornou seu namorado.
O relacionamento não era um conto de fadas, como já mencionada, boa parte da vida de Marina foi passada debruçada em cima dos livros. Mas ela dava um jeito para ser presente na vida do garoto e aproveitar cada momento que passavam juntos.
Finalmente ela entrou para a universidade desejada. Conheceu pessoas novas, teria agora mais tempo para curtir sua vida, seu namoro, seu Júlio.
Foi quando uma crise assustadora de pânico aconteceu em sua vida.
Marina estava trancada em seu quarto, quando sentiu sua garganta se fechar, tremedeira, dificuldades para respirar e se manter de pé e um medo incontrolável que ela não sabia do que se tratar.
Júlio e sua mãe presenciaram essa primeira crise. Marina sentiu-se tão envergonhada e ainda mais confusa por não saber do que se tratar.
Logo as crises passaram a ser mais frequentes, e com uma duração ainda maior.
Ocorreu na igreja, na faculdade, em seu quarto, no transito.
Todos esses lugares tornaram assombrados para a Marina.
Mas o pior foi à crise que aconteceu no dia dos namorados. Estava com Júlio em um motel, comemorando o dia, quando uma crise avassaladora apoderou-se de seu corpo.
Júlio não sabia como contê-la, não sabia como ajudá-la, ficou nervoso com os gritos, e bateu em Marina achando ser o melhor.
A garota teve que correr para não ser abandonada ali, pelo seu namorado.
Sentiu-se um lixo.
Se Júlio não seria capaz de ajudá-la, será que a merecia?
Dias passaram sem que ela conseguisse falar com o rapaz. Ele passou a evitá-la, e olhar Marina como se fosse uma louca.
As crises agora eram cada vez mais constantes, mas sempre que chegavam ao hospital, já havia passado.
Ninguém entendia o que estava acontecendo.
Ela não entendia do que tinha tanto medo.
Após algum tempo, ao consultar um psiquiatra, Maria descobriu que sofria de síndrome do pânico.
Ao conhecer a doença a fundo, descobriu que não era a única do mundo. Que não era louca. E que poderia aproveitar essa nova fase de sua vida, para conhecer outras pessoas. Trocar experiências e se tratar de maneira adequada.
Dessa forma Marina começou a enfrentar os seus medos.
A tomar sua medicação regularmente, e a lutar contra uma doença que a consumia há anos.
Marina conseguirá recuperar o tempo perdido?
Após abandonar quase tudo em sua vida, ela conseguirá recuperar o seu lugar na sociedade?
Júlio ainda fará parte de sua vida?
Uma história emocionante, que nos ensina um pouco sobre uma doença e pessoas, que merecem respeito, atenção e amor.
Obrigada Breno Melo, pela belíssima historia, pelo exemplar nos enviado, pela confiança em nos depositada, e pela obra maravilhosa.
Casa de Livro Recomenda.

Eu era uma chaleira que apitaria cedo ou tarde. Seria bom se alguém abrandasse o fogo.

Titulo: A Garota Que Tinha Medo.
Autor: Breno Melo.
Ano: 2014
Páginas: 277
Editora: Chiado.

Boa Leitura.
Casa de Livro.

Karina Belo.
Eu estava completamente relaxada, além de feliz porque ia sair com meu namorado. Passei a toalha delicadamente por meus seios, que eram pequenos, depois por meus braços, que eram finos. Senti-me ligeiramente tonta e trêmula. Imaginei que fosse um mal-estar passageiro e continuei me enxugando. Passei a toalha por meu ventre, que era muito alvo, depois por minhas pernas, que também eram finas. Até que não pude mais ignorar os sinais de meu corpo.

Meus gritos não se transcreviam; não significavam coisa alguma que valesse uma frase curta. Eram interjeições, ás vezes sequer isso. O que eu berrava poderia ser repetido, sem necessidade de tradução e sem prejuízo de significado, em qualquer idioma do mundo. O desespero é universal.

- Não quero me encontrar com uma louca. Você está louca, Marina. Não me telefone novamente.
Daí por diante, já não sei o que ele disse, se é que disse mais alguma coisa. Fiquei tonta, deixei cair o celular e depois não me lembro de mais nada. Creio que eu tenha morrido por alguns segundos.

Antes de fechar os olhos, concluí que eu havia encontrado o homem perfeito. Continuei pensando e cheguei a uma nova conclusão. Essa nova conclusão me dizia que o amor era bom.

site: www.casadelivro.com.br
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Ana Luiza 06/01/2015

Resenha do blog Mademoiselle Loves Books
Marina é uma jovem paraguaia como outra qualquer, ao mesmo tempo em que é diferente de todos da sua idade. Aos dezoito anos ela descobriu ter síndrome do pânico e, aos vinte cinco, ela narra esse livro, voltando ao passado e relatando para o leitor sua vida antes e depois da descoberta da doença.

“O que eu não percebia é que minha felicidade estava limitada pelo momento, pela situação ou por terceiros. Todas as coisas que me faziam feliz, nessa época, estavam fora de mim. De fato, eu era ingênua e relativamente feliz.” Pág. 29

Aos dezoito anos, Marina já estava carregada de responsabilidades, sendo pressionada pela mãe e por si mesma a entrar em uma boa faculdade. Dedicando grande parte do seu tempo aos estudos, a internet é o local de lazer e de descanso da garota, onde ela mantem um blog sobre sua grande paixão – os livros - e conversa com outras pessoas. É em uma sala de bate-papo que Marina conhece Júlio, um rapaz fofo que ela passa a namorar, apesar de não ter tanto tempo para tal.

Marina consegue ser aprovada em Jornalismo na Universidade que queria e logo faz amizade com outras calouras do seu curso. Realizado o sonho de entrar na faculdade e agora tendo mais tempo para namorar, Marina estava verdadeiramente feliz, apesar de estar em uma época da vida naturalmente cheia de mudanças e incertezas, até que ela começa ter seus primeiros ataques de pânico. Aos poucos, o medo vai dominando a vida da Marina, afastando-a da sua rotina e das pessoas que gosta. Marina sabe que há algo de errado com ela, mas sua família acha que não e até mesmo alguns médicos afirmam que ela não tem nada.

“O auge eram os ataques de pânico. Era como ter um vulcão fervilhando dentro de mim, e de em quando ele entrava em erupção.” Pág. 11

Mas conforme os ataques vão se tornando mais frequentes e Marina se vê cada vez mais perdida e reclusa, a garota começa a questionar sua sanidade e até mesmo duvidar de sua fé. Quando finalmente recebe o diagnóstico correto, Marina se vê determinada a não deixar-se vencer pela doença, mesmo que para isso tenha que encarar seus mais profundos medos sozinha. Mas logo Marina descobre que não está realmente sozinha e, aos poucos, ela vai conquistando de volta tudo o que perdeu, apesar de saber que certas coisas não podem ser recuperadas e que ela, Marina, jamais será a mesma de antes.

A garota que tinha medo despertou minha curiosidade por tratar da síndrome do pânico, doença muito pouco abordada na literatura, mas que é mais comum do que imaginamos. Por ter casos da doença na minha família, já tinha uma alguma ideia dos sintomas, mas acabei aprendendo ainda mais com A garota que tinha medo. A obra é bastante instrutiva e é perceptível que o autor pesquisou a fundo a temática. Entretanto, em alguns momentos, o livro mostrou-se um pouco entediante e mecânico, como se fosse um artigo didático sobre a síndrome do pânico. No entanto, a leitura, em geral, é bastante fluída e cativante.

A narrativa em primeira pessoa de Melo é boa e o leitor tem mesmo a sensação de que é a própria Marina quem conta a história, contudo, a escrita do autor tem ainda um pouco a amadurecer. Senti faltas de descrições mais profundas, principalmente dos cenários, afinal, se não me engano, essa é a primeira obra que leio que se passa no Paraguai. Apesar disso, o autor trata o lugar com muita naturalidade e intimidade e mesmo sem ter uma imagem tão bem construída dele, o leitor se sente lá, ao lado de Marina. A trama é muito bem construída e verossímil, se fosse o nome dela que estivesse na capa, ninguém duvidaria que a Marina e sua história fossem reais. De fato, esse é um dos pontos mais fortes do livro: a obra é carregada de muita realidade.

Algo que amei é que A garota que tinha medo é recheado de referências literárias, históricas e até mesmo bíblicas, o que deixa a obra ainda mais rica. As referências bíblicas, inclusive, são muito importantes, já que a religião é muito presente e relevante na vida da protagonista. E falando nela, gostei da Marina desde as primeiras páginas. Apesar de não ser panicosa, me identifiquei muito com sua ansiedade e a pressão que ela sempre coloca sobre si mesma para agradar a todos. É impossível não se cativar com a personagem ao acompanhar suas ansiedades, inseguranças, medos, descobertas, vitórias e felicidades. Os outros personagens também são bem construídos e tem papel na história.

A garota que tinha medo é uma obra singela e comovente, uma história cativante e edificante. O autor está parabéns por abordar um tema, uma doença, muitas vezes tratado como tabu. A síndrome do pânico é mais comum do que imaginamos e deve ser tratada de modo devido, mas não é um bicho de sete cabeças. Gostei muito que A garota que tinha medo, apesar da temática delicada, seja uma leitura fácil e rápida. Recomendo-o para todos, especialmente para os que, como eu, gostam de obras que abordem doenças psíquicas.

Quanto a edição, não tenho reclamações. A diagramação, apesar de simples, está perfeita. O tamanho e tipo de fonte também estão bons e as páginas amareladas ajudam a deixar a leitura ainda mais rápida. Eu gosto da capa, é simples, mas bonita e, além de combinar com a história, a garota combina com a Marina descrita e com a que imaginei.

“ (...) ‘há mais loucura ou falta de razão no preconceito das pessoas em geral sobre os distúrbios mentais eu nos distúrbios mentais em si’.” Pág. 227

site: http://mademoisellelovebooks.blogspot.com/2015/01/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Samantha @degraudeletras 29/12/2014

MELO, Breno. A garota que tinha medo. Lisboa: Dezembro, 2014.
Eu não conhecia esse livro até que o autor, Breno Melo, entrou em contato comigo após ler minha resenha do livro "Garota, Interrompida" (clique aqui para conferir). Claro que, como todo blogueiro literário que se preze, não contei pipoca já que o tema do livro muito me interessa!

Em "A garota que tinha medo", a protagonista, Marina, relata em primeira pessoa sua experiência com a Síndrome do Pânico. Ela começa com um apanhado geral sobre sua vida antes de começar a ter os ataques de pânico, que corresponde ao período em que ela estudava para o vestibular, quando ela passou para o curso de Jornalismo, arranjou um namorado, tinha um blog literário, frequentava a igreja... Em suma, quando ela levava uma rotina semelhante a de muitas jovens da sua idade, talvez a diferença entre Marina e o restante das garotas era sua auto cobrança exacerbada. Logo depois ela relata os episódios em que ela teve ataques de pânico e a estranheza que aquilo lhe causava por falta de conhecimento no assunto. A estória é, então, conduzida ao diagnóstico e tratamento da síndrome.

Um dos pontos mais interessantes desse livro é a sua aproximação com a realidade, pois a protagonista é tão comum, tão verdadeira que poderia estar descrevendo qualquer adolescente com os mesmos anseios, medos, desejos, religiosidade, qualidades e defeitos. Até mais da metade desse livro eu poderia jurar que conhecia a Marina de algum lugar, pois a descrição de sua rotina e dos causos de sua vida muito se aproximam do que geralmente é comum de se presenciar.

Esse período em que a Marina estuda para o pré vestibular, começa a ter ataques quase fulminantes e desconhecidos para ela, passa no vestibular, descobre o que de fato ela tem, sua aceitação e sua luta é um período cheio de medos, onde ela tem que lidar com um terreno desconhecido. Mas, acrescente isso a um período de idade que vai mais ou menos entre os 18 e 25 anos, que é um faixa de idade cheia escolhas que modelarão o resto da vida dos jovens... Não deve ter sido nada fácil.

Houve um detalhe de narrativa que me incomodou um pouco ali por volta da página 67, que corresponde a cena em que um professor do campus de Medicina liga para um amigo do hospital para pedir certa medicação pois a Marina precisava de atendimento. Como o livro é em primeira pessoa, não teria como a Marina saber o que o terceiro personagem, que estava do outro lado da linha da ligação do professor, respondia, mas ela relata as falas dos dois personagens.

O último 1/3 do livro ficou um pouco enfadonho, pois me pareceu que eu estava lendo uma cartilha para leigos sobre a Síndrome do Pânico. Eu entendo que a proposta do autor é informar por meio de um livro de entretenimento, mas ele fez exatamente isso (de maneira excelente, por sinal) durante boa parte do livro e já no final as perguntas e respostas da Marina com seu psiquiatra virou um "informativo de recepção de clínica".

Essa estória me lembrou muito uma blogueira literária que sofria de Síndrome do Pânico também (a Marina é blogueira, êêê) e fiquei imaginando o quanto deve ter sido difícil para ela durante o seu período de "crise". "A garota que tinha medo" é uma ótima indicação para quem interesse sobre o assunto, pois o autor aborda diversos pontos sobre a Síndrome de maneira super descontraída.


site: http://www.wordinmybag.com.br/
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Cachola Literária 10/06/2014

A garota que tinha medo
Sou dessas que vive zapeando pela internet à procura de boas indicações e, entre tantas críticas e comentários eis que me deparo com a descoberta de novos talentos em meio a tantas indicações de Best sellers. Numa de tantas visitas a blogs literários me deparei com a resenha da minha amiga Vanessa do blog Diário de incentivo à leitura, na qual ela opinava a respeito da obra de Breno Melo.

Nunca havia sequer ouvido falar sobre o autor até que após fazer uma breve pesquisa sobre sua carreira pude perceber que Breno não era um autor iniciante. Breno escreveu “Marta” publicado em 2010, mas somente após ler a resenha no blog da Vanessa que tomei conhecimento do seu trabalho. Pode parecer estranho, ou talvez, inadequado, mas o fato é que não acredito em coincidências.
O livro do Breno chegou em minhas mãos através de um convite feito pelo próprio autor assim que ele tomou conhecimento do comentário que eu havia deixado no blog. Nele, eu expressava a minha vontade e curiosidade em conhecer o seu trabalho. Foi por meio daquela resenha que eu tive a certeza: EU PRECISO LER ESSE LIVRO! E foi assim que tudo aconteceu.

Talvez vocês devam estar se perguntando o que esse livro tem de tão especial. Qual o motivo de tanta retórica para a apresentação de um livro? Bem, confesso que esta foi uma das leituras mais difíceis de toda a minha vida. Não porque o livro tenha uma linguagem rebuscada ou que o autor não tenha conseguido passar claramente a sua mensagem, não, pelo contrário. Breno Melo não poderia ter sido mais objetivo. Na verdade Breno conseguiu atingir em cheio o ponto mais crítico de todos: a minha alma. Posso dizer, como quem sente na pele e sabe o que como é difícil conviver com essa doença.

Quem tem o costume de me acompanhar pelas redes sociais ou até mesmo através das minhas postagens no blog sabe o quanto sou passional em minhas resenhas. Sabe o quanto me entrego às leituras e não meço esforços quanto ao desejo de esmiuçar minhas emoções. Por mais que lhes pareça estranho esse discurso, gostaria de pedir lhes a vossa atenção.

A garota que tinha medo é um livro que aborda um tema sério e muito delicado. Nele Breno Melo nos apresenta o cotidiano de Marina, uma jovem que sofre com a “Síndrome do Pânico”.
Mariana aparentemente levar uma vida comum, mas convivia com a síndrome desde os dezoito anos de idade. Marina era uma pessoa muito perfeccionista e, isso se tornava ainda mais difícil graças às cobranças incessantes de sua mãe que não lhe dava sossego, perseguindo e pressionando sempre que possível. A mãe de Marina era tão controladora que acabou obrigando a filha se inscrever em várias instituições de ensino, mas felizmente Marina conseguiu entrar para aquela que desejava - a Universidade Católica de Assunção para cursar Jornalismo.

Marina era uma garota sensível e tinha como hobby fotografar. Marina tinha um olhar sensível sobre as coisas e, era justamente durante o momento em que fotografava que ela percebia o quanto seu olhar era diferente dos demais. Na maioria das vezes torna-se ainda mais difícil para aqueles que possuem tal sensibilidade tornarem-se alheio as diferenças. O fato era que Marina não conseguia enxergar o lado “positivo” das coisas, ou seja, tudo lhe parecia não fazer sentido. Para pessoas que sofrem com a síndrome isso é muito comum e, saberemos mais adiante como compreender essa doença que por muitos é intitulada como “coisa de gente fresca”.

Marina convivia com o estresse de ser aprovada em uma das universidades na qual se inscrevera tentando incansavelmente corresponder às expectativas da mãe. A síndrome surgiu num desses momentos quando Marina mais parecia uma chaleira prestes a apitar. Seu pai ainda conseguia contornar a situação dizendo sempre a Marina para não ligar para as cobranças da mãe. Mas relaxar era a única coisa que Marina não conseguia fazer. Peça a uma pessoa panicosa para conter sua ansiedade e verá que achar uma agulha no palheiro é a coisa mais fácil do mundo.

Após ser aprovada para a faculdade de Jornalismo na Universidade Católica Marina está pronta para uma nova etapa. Novos amigos, descobertas, conflitos e tudo isso vem à tona num dos momentos mais difíceis de sua vida. Lidar com a síndrome do pânico era algo impensável até mesmo para Marina que não compreendia suas crises e acessos de “loucura”. Esse termo que muitos de nós utilizamos para descrever quem sofre desta doença vai sendo desconstruído ao longo da narrativa.

Por meio de uma história fictícia Breno Melo conseguiu nos transportar para um terreno frágil, ainda pouco explorado. Discutir sobre o assunto com tanta delicadeza e, principalmente, com muito respeito faz dele uma pessoa ainda mais admirável. Seu talento com a escrita é indiscutível e o leitor poderá comprovar isso a partir do primeiro parágrafo do livro. Hoje, a Síndrome do Pânico afeta milhões de pessoas em todo mundo e, por esse motivo vale ressaltar a importância de discutir sobre o assunto.

É impossível não se envolver e comover com a narrativa de Breno. Marina nos descreve coisas comuns do seu cotidiano, ora situações corriqueiras, ora situações extremamente delicadas. É importante salientar a preocupação do autor em descrever cada uma dessas situações com devido embasamento no assunto. Até mesmo para os leigos, a sua abordagem torna-se esclarecedora.

O autor esclarece alguns estágios importantes da doença inserindo-os dentro da narrativa sem que tais informações tornem-se enfadonhas. Não obstante ele as descreve minuciosamente cada situação permitindo compreender a perspectiva de Marina sobre a doença. É evidente que entre as constantes crises que Marina enfrenta o autor mergulhou no assunto para apresentá-lo de maneira tão minuciosa.

Mas apesar de tudo Marina é uma pessoa que leva a sua condição com leveza e humor sempre que possível tirando sarro da sua própria “desgraça” como ela mesma a descreve. Com muito sarcasmo Marina compartilha a visão distorcida e tendenciosa dos romances. Lembrando que tal observação se deve ao fato de que Marina não tem muito sucesso com seus relacionamentos.

Além de questionamentos relevantes à síndrome o autor insere fatos históricos importantes a respeito do país em que vive a personagem. A princípio pode parecer estranho inserir tantos assuntos paralelos dentro da história, mas ao longo da narrativa conseguimos acompanhar o raciocínio lógico da personagem, tendo em vista que cada fato histórico ou religioso esteja intrinsecamente interligado na narrativa.

É quase que impossível imaginar que numa história onde a personagem sofre com a síndrome do pânico, o autor possa recorrer sobre tantos assuntos. Temos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a verdadeira história da “Guerra Grande” ou “Guerra do Paraguai” assim conhecida por nós, brasileiros.
Outro ponto notável da narrativa foi a discussão levantada sobre fé. O autor aborda o posicionamento do Protestantismo e do Catolicismo ao longo dos anos, assim como relaciona a história do Livro de Jó a vida de Marina. Definitivamente, pode parecer totalmente incompreensível que tantos assuntos diferentes possam coexistir dentro de uma única narrativa sem que nenhum deles se percam, já que o tema proposto é a doença de Marina. Mas não se deixe enganar pela minha descrição um tanto resumida.

Temos a oportunidade de conhecer a fundo o que se passa pela mente de uma pessoa que sofre com a síndrome. Encaramos os fatos como devem ser encarados e, principalmente aprendemos a lidar com o preconceito já que muitos de nós ainda desconhecemos o assunto em questão.

Para dar não deixar dúvidas que o apoio dos familiares e dos amigos é imprescindível, o autor insere personagens importantes que se apresentam ao longo da narrativa. Joana e Maitê são duas amigas da universidade que passam por situações bem constrangedoras ao lado de Marina. Sua relação com Péqui, sua amiga desde a infância também é comovente. Já não posso dizer o mesmo de sua mãe que me irritou completamente. Porém, há de se levar em conta sua ignorância em relação a doença da filha e a maneira como qualquer um de nós reagiria se estivéssemos na mesma situação. E o que dizer de Júlio, o namorado de Marina? Meu desprezo pelo personagem não permite que eu o leve em consideração.

Termos como “Ansiedade antecipatória”, “Agorafobia”, “esquiva fóbica”, assim como outros termos relacionados à síndrome são esclarecidos ao longo da narrativa para que o leitor compreenda melhor a doença. Além de agradável, a leitura torna-se enriquecedora a cada virada de página. É praticamente impossível não se emocionar com Marina. Vibramos do início ao fim da narrativa com cada uma de suas conquistas, assim como nos entristecemos com a ignorância daqueles que desconhecem o assunto e tratam os "panicosos" com desdém ou desprezo.

É importante ressaltar a importância dessa obra para aqueles que sofrem com a doença, e principalmente, para aqueles que a desconhecem. A garota que tinha medo é um livro para ser lido com bastante cautela, preferencialmente num momento em que você possa se dedicar exclusivamente a ele para que sua atenção esteja totalmente voltada ao livro. Confesso que posterguei ao máximo o término dessa leitura, pois não conseguia mais distinguir quem ditava o ritmo da narrativa, se era eu ou a personagem. De qualquer maneira termino a leitura com a sensação de ter superado cada situação vivida por Marina. Só quem sofre com a doença, já sofreu, tem algum amigo ou familiar na mesma situação saberá compreender o quanto é difícil falar, ler e abordar o assunto.

O livro é dividido em sete partes cada um apresentando um estágio da doença. Não pense que o livro é feito um muro de lamentações porque ele não é. Apesar de tudo, Marina é uma jovem bem humorada. Suas reflexões e questionamentos são sempre coerentes e acabam refletindo um pouco de cada um de nós.

A edição do livro está impecável. A capa do livro é belíssima transmitindo perfeitamente a mensagem contida no livro. Gostaria de agradecer imensamente ao autor pela oportunidade e dizer que sua obra foi um divisor de águas na minha vida. Que jamais conseguirei exprimir o quanto sua obra foi providencial. E acima de tudo, dizer que a partir dessa obra ele ganhou mais uma fã. Daqui por diante quero conhecer todos os trabalhos que o autor vier a publicar. Espero sinceramente que todos possam ter a oportunidade de conhecer o seu talento.

Avaliar o livro com cinco estrelas? Não. Para A Garota que Tinha Medo, uma constelação inteira!

site: http://www.cacholaliteraria.com.br/2014/06/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html#more
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Amanda Carneiro 08/06/2014

Uma verdadeira aula!
“Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou.”

Marina é uma típica adolescente certinha: é muito religiosa (muitas vezes faz comparações de si mesma com passagens bíblicas) e vive para os estudos (seu maior obejtivo é passar na Universidade Católica, em Jornalismo), até que começa a ter seus primeiros surtos. Presa a uma família que pouco a entende e com um namorado que tem vergonha de estar ao seu lado, Marina se isola cada vez mais do mundo, procurando consolo nas suas novas amigas da faculdade, e em Péqui, uma carinhosa amiga de infância. Passa-se algum tempo até que Marina recebe o diagnóstico de síndrome do pânico e agorafobia (medo de estar no meio de uma multidão) e conforme o livro se desenrola, mergulhamos de cabeça nos sentimentos da garota.

“O fato é que não nos contentamos em quebrar a cara uma única vez, e procuramos novas oportunidades de cometer os mesmos erros. Somos repetitivos em nossas ações, ainda que cada ação pareça nova devido às variantes. Em essência, nossos atos se resumem a meia-dúzia.”

Explorando um mundo totalmente novo para mim, Breno Melo explica, em detalhes, como um panicoso se sente e a narração em primeira pessoa nos proporciona uma intimidade maior com a personagem. Por muitas das vezes encontrei semelhanças entre nós: além dela ter um blog literário, é uma menina muito ansiosa e romântica. Apesar do enfoque na síndrome do pânico, Breno Melo nos presenteia com uma verdadeira aula de História! Aprendemos muito sobre a guerra do Paraguai (país onde a Marina mora) e sobre questões religiosas que nos levam a muitos questionamentos. Li “A garota que tinha medo” em dois dias, tamanha a curiosidade em saber o que aconteceria a seguir e foi, de fato, um livro que me ensinou muito! Recomendo a todo mundo que está disposto a algo diferente e que, além de se divertir, também quer aprender com um livro!

“Quem ama e quer algo, certamente ama em vão quando não alcança o que almeja. Mas quem ama e não quer nada, nunca ama inutilmente. Há tantos tipos de amor que seria ingenuidade pensar que aquele que sentimos é o único.”

Ano passado realizei um trabalho muito parecido com um TCC na escola. O tema do meu grupo foi “A reintegração social de esquizofrênicos” e foi incrível como, aprendendo mais sobre a doença, quebramos muitos de nossos preconceitos! Mesmo com as diferenças entre esquizofrenia e síndrome do pânico, ambas são doenças mentais que carregam muito estigma (ainda existem pessoas que acreditam que é tudo frescura).

site: www.primeiro-livro.com
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Nessa 11/04/2014

A garota que tinha medo
Esse livro trata de um assunto muito importante, a Síndrome do pânico. Aqui conhecemos a Marina, uma jovem que está estudando dia e noite para o vestibular, para o curso de jornalismo. Ela sofre uma certa pressão por parte de sua mãe, que a faz se inscrever em umas seis universidades, em uma ela terá que passar.

Graças ao seu estudo ela consegue passar em mais de duas, onde ela poderá escolher em qual irá cursar. É diante dessa realidade, pressão da sua mãe, início na universidade, novos amigos e um amor que surge, que a síndrome do pânico aparece na vida de Marina.

Gente, para quem não conhece esta doença este livro é uma bela dica, porque aqui acompanhamos todas as características da doença, como ela começa, sensações, como a pessoa reage no momento dos ataques, como as pessoas ao redor reagem.

Algo que achei muito interessante é que acompanhamos as idas de Marina ao psicólogo e ao psiquiatra, onde encontramos possibilidades de como controlar os ataques. Gostei muito da Marina e a força que teve para enfrentar tudo, superar e seguir sua vida.

Gente, lá vai um testemunho meu... Eu tenho a síndrome do pânico, infelizmente. Ela desencadeou ano passado, logo depois que eu perdi meu irmão. Confesso que não foi fácil eu admitir e tomar coragem de ir ao psicólogo e psiquiatra, sim, por que tenho que tomar remédios para não ter os ataques.

Pelo que minha psiquiatra me explicou, isso aconteceu comigo pela junção de coisas que sofri ano passado, é como se fosse um fuga do meu cérebro, algo assim. E a síndrome surgiu por causa da ansiedade que tenho, medos intensos de que coisas ruins aconteçam, taques cardíacos, medo da morte. Medo do Medo.

Essa doença é terrível e me identifiquei muito com a Marina, em vários aspectos. Principalmente quando vemos na história a forma que as pessoas reagem quando surgem os ataques. Não escolhemos o momento, simplesmente acontece, mas as pessoas não entendem.

Bem, se você que está lendo tem ou acha que tem a síndrome do pânico, não deixe a coisa se agravar, não tenha vergonha de ir ao psicólogo, vai logo, quanto antes melhor. Se você não sabe os sintomas lá vai algumas características:

1. Coração acelerado, ataque cardíaca;
2. Falta de ar;
3. Tontura;
4. Dor no peito;
5. Medo de morrer;
6. Náuseas;
7. Tremores, suor...

Falando por mim, é terrível. Não é fácil controlar. Eu tenho essas sensações a qualquer momento, posso estar no trabalho, na rua, lendo, na livraria, com minha família, antes de dormir, não interessa, quando vejo, já estou tendo o ataque.

A leitura deste livro me ajudou muito, como falei antes, o autor dá algumas dicas de como controlar os ataques e até mesmo de como enfrentar, e eu estou colocando em prática. Tudo indica que às vezes a síndrome surge na mudança de realidade, coisas novas.

Gostei muito do desfecho da história, a leitura é fluida, gostei de como o autor explicou a síndrome e principalmente me mostrou de como é possível vencer, conviver com isso e ter uma vida "normal".
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Juli.ana 04/04/2014

Um livro enriquecedor
Narrado em primeira pessoa, A garota que tinha medo conta a história de Marina, uma garota de 17 anos que passa pela pressão, constante, de sua mãe para ser aprovada em um vestibular, qualquer que seja ele, além de todas as mudanças que essa transição lhe causa. Após ser aprovada na UCA para o curso de jornalismo e começar a namorar Júlio, parecia que tudo estava se acalmando e que finalmente Marina iria se equilibrar, mas é nesse momento que ela passa a sofrer com crises de pânico.

“Alguém programou minhas esperanças no “Modo negativo” em vez de programa-las no “modo positivo”. Eu receio o que acontecerá no minuto seguinte.”

Os transtornos psicológicos têm atingido de forma massiva o mundo Ocidental. Talvez o ritmo do nosso dia a dia, a violência ou mesmo nossa filosofia de vida acabam corroborando isso. O livro é bastante interessante possuindo conhecimentos filosóficos, teológicos e lançando uma pequena luz acerca desse problema, que atualmente afeta boa parte da população mundial.

Continue lendo no Blog Reticências

site: http://www.reticenciando.com/2014/04/resenha-garota-que-tinha-medo.html
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Nathy 23/02/2014

A Garota que tinha Medo – Breno Melo – #Resenha | O Blog da Mari
Quando peguei esse livro fiquei com receio porque já tinha lido outros livros abordando a síndrome do pânico, mas de uma forma tão técnica que a leitura se arrastava demais. Com esse a experiência foi muito diferente e bem melhor, na mesma tarde em que comecei consegui finalizar. Os termos abordados pelo autor são facilmente entendidos e explicados para aqueles que nunca ouviram falar do assunto e como pode interferir na vida das pessoas. Quem já sofreu desse mal ou ainda sofre conseguirá se identificar facilmente com tudo que Marina vivencia e a forma como consegue lutar contra.

Com a narrativa em primeira pessoa o leitor entra no mundo de Marina, uma menina que quando começou a ter os sintomas tinha apenas dezoito anos, um período de grandes mudanças e pressões. Tudo porque sua mãe ainda que não perceba não deixa de fazer uma pressão para a menina passar em seis universidades, ou seja, tudo que ela quer que faça é estudar e ter um ótimo futuro. Além de a leitura fluir pelos temas, gostei da forma que o autor encontrou para mostrar como esse mal pode prejudicar a pessoa que sofre disso e como outras não conseguem compreender o que passa com a pessoa. Ainda que os relatos sejam fictícios, todos os sentimentos de Marina pareceram bem reais, justamente por ja ter vivenciado isso de muito perto.

Me chame de Marina. Tenho vinte e cinco anos e sofro de síndrome do pânico desde os dezoito. Tenho ataques de pânico que podem acontecer a qualquer momento. Inclusive agora, enquanto escrevo.

A Marina é uma personagem que a cada página vai se tornando mais real até se tornar uma parte da pessoa que está lendo. Teve diversos momentos nas quais me identifiquei com a menina ao ponto que parava a leitura e mostrava para a Mari, parecia que muita das coisas relata tinham sido retiradas da minha própria história, isso foi algo que me fez gostar demais poder ter tanta proximidade com a personagem. Ao ingressar na faculdade a menina toma atitudes que não são legais e de forma alguma agiria do mesmo jeito, mas foi compreensível, pois ela parecia bastante perdida ainda mais sobre o que estava acontecendo em seu corpo e porque disso tudo.

site: http://www.oblogdamari.com/2014/01/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo-resenha.html
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Gabii 04/02/2014

Um livro desconhecido, de uma editora que eu quase nunca tinha ouvido falar – até o dia em que alguém, a quem devo agradecer, entrou em contato comigo misteriosamente pelo meu facebook –, A Garota que Tinha Medo, foi uma leitura muito agradável, e que superou minhas expectativas.
Eu tenho que admitir que quando comecei a leitura e a personagem principal passou a discorrer sobre varias coisas relacionadas à igreja católica e ao protestantismo, fiquei com medo de acabar abandonando a leitura, mas após a pagina 50 acabei me acalmando: o texto tem mais caráter informativo, e ler informações e manuais é uma coisa da qual eu estou meio acostumada. Deixe-me explicar: eu me sinto meio desconfortável lendo coisas de caráter muito religioso (principalmente cristãs), uma coisa é a obra ter algo cristão nas entre linhas (se não eu odiaria As Crônicas de Nárnia, e isso não ocorre), outra é ela tratar diretamente disso (por motivos pessoais e familiares eu sou meio relutante em “mexer” com isso, mas isso é puramente pessoal – e traumático).
No inicio do livro Marina é uma vestibulanda que enfrenta situações parecidas com as de qualquer outro vestibulando – pressão da família, amigos, etc – e que no momento de transição para a faculdade descobre que tem algo errado com ela, acho que a parte angustiante é que em boa parte do livro é um mistério para ela qual é seu mal, mas depois de passar por ataques em que Marina acha que vai enfartar, e que são minuciosamente descritos por ela – esqueci-me de dizer que o livro é em primeira pessoa, e só pra lembrar, ela é fictícia, e a estória também – e de se interessar mais por o que esta acontecendo com ela – se metade das coisas que ela descreveu acontecessem comigo eu não ia sair do PS – ela descobre que sofre de síndrome do pânico. A partir da descoberta da síndrome do pânico, Marina escreve sobre como foi o período de seu tratamento, suas duvidas em relação a Deus e a sua fé, e como ela superou tudo isso.
Marina é muito simpática – e maluquinha, no sentido não pejorativo da palavra – e os demais personagens também o são, é legal ver um “livro escrito para pessoas, por uma pessoa, e que contém pessoas” – os personagens parecem pessoas, sabe? Não é nada incrível, e fora da realidade – e a leitura é simples e até divertida em alguns pontos, e na realidade, é bem interessante, a síndrome do pânico pela ótica de uma “panicosa” é diferente, acho que essa é uma leitura que te faz repensar o modo como você olha para pessoas com esse distúrbio, e com outros semelhantes.

site: http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com.br/2013/12/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Autora Nadja Moreno 04/02/2014

Esclarecedor... Profundo...
Este livro foi gentilmente enviado pela Editora Schoba para resenha, e posso dizer que fiquei muito contente com este 'presente'. Sim, A Garota que tinha Medo é um presente. Esclarecedor e profundo. Me senti ligada a Marina ao longo das páginas. Breno foi mestre ao traduzir a forma como os acontecimentos se desenrolam na vida de uma panicosa.

A Garota que tinha Medo conta a vida de Marina, uma jovem que desenvolve a Síndrome do Pânico e a Agorafobia, este decorrente do outro. O livro é narrado em primeira pessoa e é redigido em um estilo conversante muito gostoso de se ler. É como se Marina estivesse sentada do meu lado num Café, me contando as coisas que aconteceram com ela.

Em alguns momentos Marina divaga bastante, seja falando de religião, em especial a Católica, seja falando da guerra do Paraguai ou ainda comentando sobre obras e arte. Divaga falando de fé numa hora e de amor noutra. Nestes pontos achei a leitura um pouco arrastada, embora tenha ciência de que estas divagações estavam dentro do contexto.

Breno retrata os sintomas, os questionamentos, as angústias, a vergonha e até as pequenas alegrias que o portador de Síndrome do Pânico vive. O faz de uma forma genial que não deixa dúvidas - então é assim! O livro me fez lembrar de "O Mundo de Sofia" que nos faz entender de Filosofia de uma forma lúdica, ou de "A Viagem de Théo" que é uma aula de Teologia de um jeito romanceado. A Garota que tinha medo nos ensina sobre esta Síndrome assustadora, na forma de um bate-papo leve, descontraído, gostoso.

"Fiquei horrorizada com a minha distração. Nunca o havia visto por ali. Sabia que compartilhávamos o mesmo bairro, mas jamais havia imaginado que pudesse ser o mesmo condomínio.
Eu não era burra, ouviu? Só era distraída."

Fiquei maravilhada com a facilidade em que Breno "se transmuta em Marina" ao redigir esta obra. Quando terminei, li a NOTA no final do livro. Cita que é uma ficção. Que tudo que eu havia acabado de ler era ficção. Veja bem, eu sabia, afinal a protagonista era Marina, uma jovem, e o autor é Breno Melo. Simples de se perceber que não são a mesma pessoa, correto? Não. Errado. Ao terminar de ler e novamente me lembrar que era uma obra de ficção fiquei pasma. "Mas... era tudo tão real!" Impressionante como ao longo da leitura eu tinha certeza de estar lendo uma biografia. O relato da própria Marina. Quando dei por mim de que era uma obra de ficção Breno me ganhou como fã.

A diagramação é bem feita, páginas amareladas, fonte no tamanho ideal e capítulos pequenos. A editora Schoba é cuidadosa!

P.S. Depois de ler esta obra vejo com olhos ainda mais respeitosos os panicosos que estão por aí, por todos os lados. Olhei também com um carinho ainda mais genuíno o livro "O Pequeno Príncipe" (só entenderá a linda referência quando ler A Garota que tinha Medo). Recomendadíssimo.

site: http://escrev-arte.blogspot.com.br/2013/12/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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