Otávio 22/03/2014
Uma das primeiras coisas que pensamos ao descobrir que este livro foi escrito pelo aclamado George R. R. Martin, é: “ESTE LIVRO É MUITO ‘FINO’!”, bem, seus pensamentos podem mudar quando eu disser que este é uma antologia de contos. “Ah, contos são pequenos, por isso o livro é menor que outros do Martin”. Só que O Cavaleiro dos Sete Reinos contém apenas TRÊS contos, ou seja, cada conto tem mais de oitenta páginas! É, esses contos são bem grandinhos...
Sem mais delongas, temos em O Cavaleiro dos Sete Reinos contos baseados na mitologia encontrada na série As Crônicas de Gelo e Fogo, só que as histórias narradas nos contos ocorreram noventa anos antes da história d'A Guerra dos Tronos se iniciar, logo, seria um tipo de prequel.
Na cabeça de pessoas que não sabem nada de Game of Thrones, deve surgir esse questionamento: “Se eu não sei de nada, para quê vou ler?”. Sim, eu sei que isso veio a sua mente porque também veio a minha, e vou logo dizendo: O Cavaleiro dos Sete Reinos é ótimo para pessoas que, assim como eu, tem (ou tinha, no meu caso) dúvidas de iniciar a leitura da rechonchuda série de Martin. O livro é mais sucinto, apresenta meio que uma introdução àquela mitologia e nos apresenta ao modo de escrita do autor, que é ótima por sinal. Outra coisa bem interessante foi que no prefácio escrito pelo autor tem um “resumo” bem legal de toda a mitologia dos Sete Reinos, por isso nem venha me dizer que não leu porque não tinha lido GoT.
Os contos de O Cavaleiro dos Sete Reinos fazem referência única e exclusiva a dois personagens, Dunk e Egg, e isso infere que todos os três contos tem esses dois personagens como protagonistas.
Dunk cresceu na Baixada das Pulgas, não conheceu a sua mãe, muito menos o pai. Não sabe nem se o seu nome é Dunk ou Duncan, nem sua idade. A única coisa que sabe é que sua estatura gigante não é nada normal. Nas ruas, sua vida já estaria perdida se não fosse pelob sor Arlan, de Centarbor, que o tira das ruas e torna Dunk seu fiel escudeiro e o ensina todas as “mutretas” para torná-lo um Cavaleiro exemplar.
Egg é um garoto careca que “topou” com Dunk em uma estalagem que fica a caminho de Vaufreixo, desde então, passou a ser seu escudeiro. Porém, Egg guarda um segredo.
O Cavaleiro Andante
O conto se inicia com Dunk enterrando seu mestre, Arlan, e logo ele decide ir atrás de torneios para exercer a “profissão” de Cavaleiro Andante. No caminho de Vaufreixo, ele decide parar numa estalagem onde encontra um estranho garoto careca (e seu futuro escudeiro), Egg, e um nobre bêbado e estranho que diz ter sonhado com Dunk.
Passando da estalagem e chegando a colina do Vaufreixo, ele decide entrar nas justas que estão acontecendo. Então o garoto Egg aparece e se torna seu fiel escudeiro (como falei ali em cima). E daí Dunk (ou sor Duncan, o Alto) se envolve em uma confusão que envolve um nobre malvado e uma títere, Tanselle. A partir desse ponto, acontece a verdadeira história do conto, que tem relação ao modo que Dunk será julgado.
E fim do primeiro conto.
A Espada Juramentada
[Nesse segundo conto, assim como no último, irão aparecer referência s a uma guerra que havia acontecido entre o “Dragão Vermelho” e o “Dragão Negro”. Não entrarei em detalhes políticos, mas esse acontecimento é importante para esses dois contos.]
Em A Espada Juramentada, Dunk serve ao sor Eustace, um velho que havia perdido seus três filhos há algum tempo e agora conta com um misterioso caso do desaparecimento repentino de toda água do rio.
Enfim, Dunk e o desprezível Bennis descobrem que, na verdade, a vizinha de terras, a Viúva Vermelha, havia construído uma barragem do seu lado do rio, por isso a água havia sumido.
E a história se completa assim: Bennis cria uma cicatriz no rosto de um dos mandados da Viúva Vermelha, Dunk vai até ela interceder por sor Eustace, Ele descobre que, apesar da fama de assassina de maridos, a Viúva Vermelha é, na verdade, uma jovem. E tudo acaba bem no final.
O Cavaleiro Misterioso
Esse foi o meu favorito, porque envolve conspirações, tentativa de assassinato e muitas coisas mais. Por isso eu vou dar um resumo bem simples e básico: no caminho para A Mulhara, Dunk e Egg resolvem participar do torneio que está acontecendo em comemoração ao casamento do Senhor de Alvasparedes... E pronto, acaba aí, não falo mais nada...
No geral, O Cavaleiro dos Sete Reinos é MUITO BOM. A narração é boa demais de se ler e as construções de mitologia, espaços e personagens são bem interessantes. Como por exemplo, o fato de Dunk ser o protagonista não faz com que ele seja o herói invencível da história toda. Na maioria das vezes, quem está no chão é ele, mas isso não o faz um pior cavaleiro, pois ele é um exemplo de bom cavaleiro. E isso é legal por demais!
Aqui, o livro foi publicado pela LeYa que também nos disponibilizou o exemplar para esta resenha. E só tenho uma coisa a dizer: a edição brasileira com a arte de capa feita por Simonetti ficou uma belezura só, dá prazer só em olhar para ela.
Ah, quase ia finalizando minha resenha sem dizer o único ponto negativo do livro: OS NOMES! Repararam que tinha momentos aqui que eu não coloquei o nome do personagem? Por isso. Os nomes lembram muito uns aos outros e, além do mais, tem algumas pessoas com o mesmo nome. Isso deu um pouco de enrolada na minha cabeça, mas no final acabou tudo bem.
E uma última coisa, para podermos ir para casa: Parece-me que este é o primeiro de uma coleção de livros de contos com a mitologia de GoT, e que foi escrito muito tempo atrás (antes mesmo de GoT) por isso, se essa informação for verídica, fico aguardando ansioso pelos próximos volumes.
Então gente, espero que tenham gostado e até a próxima!
[QUE RESENHA GRANDE!!!]