Cândido ou o Otimismo

Cândido ou o Otimismo Voltaire




Resenhas - Cândido


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Wilton 04/12/2014

Voltaire viveu o Século das Luzes e a sua expressão filosófica: o Iluminismo, corrente que defendia fanaticamente o racionalismo e a perfeição humana. Pela concepção iluminista nada era aleatório e os fatos mais rotineiros eram demonstrados cientificamente. Até a existência de Deus era “provada” com equações matemáticas. Em Cândido, Voltaire recorre à sátira para ridicularizar os excessos dos iluministas, demonstrando a insignificância do Homem. O anti-herói, Cândido, viaja por todo o mundo conhecido na época e descobre que o ser humano, como regra geral, é mentiroso, pérfido, velhaco, ingrato, malfeitor, fraco, volúvel, covarde, invejoso, guloso, bêbado, avarento, fanático, hipócrita e tolo. Não tinha, portanto, as qualidades salientadas pelos iluministas que consideravam-no um ser privilegiado. Aos poucos, os percalços da vida fazem Cândido abandonar o otimismo doentio. Decepciona-se por ser maltratado pela vida apesar de seguir as normas prescritas pelos filósofos iluministas e de comportar-se como um otimista inveterado. No final de suas aventuras, devolvido à natureza e tendo que trabalhar para viver, ele conclui que “o trabalho afasta três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade.” Descobre a inutilidade da filosofia e abraça a felicidade de levar uma vida simples.
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Micangel 20/11/2014

Sarrando o sarcasmo!
Um livro que me deixou de maxilar câimbrado de tanto gargalhar do ilustre Cândido. Sem contar Cacambo. Um companheiro ligeiro, salafrário, malandro, cheio de astúcia!
Um livro de se emocionar de tanto sarro. Recomendadíssimo!!!!
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DIRCE18 12/10/2014

Enriquecedor e tragicamente hilário.
Existem escritores que me assustam ( meu receio é que sejam muito Cult para minha pessoinha) e, dentre eles, estava Voltaire, porém as resenhas, daqui do Skoob, especialmente a da Glaucia, fizeram com que eu deixasse o meu receio de lado e me incentivaram a ler Cândido.
Esperava fazer uma leitura descontraída e divertida, mas ...espera aí: para, para, para tudo. Eu me senti do mesmo modo que me sinto diante dos tais vídeos cassetadas,vídeos divertidos e assemelhados, mudo de canal, pois não acho a menor graça -seria o mesmo que rir de uma pessoa que cai próximo de mim. Ara, ara...não faz o menor sentido. Parei. Busquei afastar da minha mente a névoa que ofuscava a lembrança de Calvino e, essa busca, me permitiu voltar à leitura com um novo olhar.
Cândido era um agregado de certo barão e, segundo seu professor ( Pangloss), vivia em um reino que era o melhor lugar do mundo. Todavia, Cândido se apaixonou pela diva Cunegundes, mas como ele não possuía sangue azul, foi expulso do reino.
Lançado à vida, vai parar em meio à guerras, terremoto, é açoitado e por pouco perde a vida.Continua sua jornada, encontra o Eldorado, enriquece, conhece seus semelhantes, pouco a pouco vê sua fortuna se esvair, mas, ainda assim, continua vendo a vida com os óculos de lentes cor- de- rosa que seu professor lhe impusera.
O viver é feito de voltas e reviravoltas e, foi graças a essas reviravoltas que Cândido teve seu quinhão de felicidades, porém, dessa feita, com os pés no chão. Simples assim? Claro que não. Cândido ou O Otimismo é um livro filosófico onde Voltaire critica a religião ( a católica face o desmando da Inquisição) o exercito , o governo e a filosofia do Otimismo. E agora, é simples assim? Claro que não. Eu, uma leitora adepta das leituras tortas, comparei Pangloss a nós - mães. Nós queremos proteger nossos filhos das frustrações, os criamos sob uma redoma, fazemos uso dos óculos de lentes cor-de-rosa, nos recusamos a deixá-los a aprenderem empiricamente, a valorizarem aquilo que obtiverem com seu trabalho, a aprenderem, como muito bem disse Cândido, a cultivarem os seus jardins .
Essa obra é enriquecedora e, tenho que confessar: tragicamente hilária.
Gláucia 21/10/2014minha estante
Uma das melhores surpresas literárias, simplesmente delicioso.
Acredito que uma pessoa que entenda de filosofia fará uma leitura diferente e mais profunda pois enxergará aspectos não vistos por um leitor não habituado ao tema (como eu). mesmo assim é um livro que pode ser lido por qualquer um. Bom que tenha gostado também.


DIRCE18 21/10/2014minha estante
Concordo, Gláucia.
Um livro que agrada a gregos e troianos.
Obrigada.
bjs


Marta Skoober 24/10/2014minha estante
Meu problema com Cândido foi o excesso de expectativas.
E coitado, morria de pena enquanto lia.


DIRCE18 24/10/2014minha estante
Marta, a expectativa, na maioria das vezes, é nociva e compromete sobremaneira a leitura. Ah! mas o importante é que o Cândido "acordou" para a realidade.
bjs




Gabriel 08/10/2014

Cândido é engraçado e divertido. É surpreendente que ele seja também a resposta de Voltaire ao sistema filosófico de Leibniz - um dos maiores filósofos, matemáticos e gênios da modernidade, o inventor do calculo infinitesimal - que asseverava o melhor dos mundos possíveis, a harmonia pre-estabelecida e a providência divina. É interessante que Voltaire responda um argumento filosófico influente e prestigiado, com a ironia, o sarcasmo presentes em Cândido. Ele força até os limites a verosimilhança criando aventuras fantásticas, como a terra de Eldorado, costurando com fatos históricos relevantes como terremoto de Lisboa de 1755.
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Cristiano 18/07/2014

Um espetáculo!!
Que livro incrível!! Voltaire nos entrega uma obra espetacular, daquelas que você lê de uma tacada só e sem vontade de pular páginas.

A saga de Cândido é tão rica, que a história passa voando, sendo uma ótima leitura para quem está se iniciando em filosofia e acha complicado demais ler Schopenhauser, Kant e afins. O autor faz pensar e refletir de modo muito simples, de modo que após terminar a leitura já dá vontade de reler.

O protagonista é um ótimo personagem, mas meu preferido é o pessimista Martinho, que mesmo de um modo exagerado, parece ser o único ali com os pés na realidade. Também é notória as críticas que Voltaire faz a seus desafetos, usando genialmente as falas dos personagens para cutucar seus rivais e detratores.

Se você tiver pouco tempo para ler, esse aqui é um dos livros que deve estar na linha de frente, pois não ele é daqueles que marcam o leitor!
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Paulo Silas 15/07/2014

Crítica de Voltaire aos ideais filosóficos de Leibniz, numa escrita irônica típica do autor.

Por meio de uma sátira literária, Voltaire narra na novela a história de Cândido, personagem que vivencia as mais diversas tragédias possíveis, afetando negativamente sua vida e daqueles que o cercam. Porém, diante ensinamentos que recebeu de seu mentor, Pangloss, o protagonista da trama reluta em abandonar o seu otimismo extremo.

Passando por várias provações durante a história, Cândido insiste em ser guiado pelos ideais filosóficos da Razão Suficiente e do Melhor Mundo dentre os Possíveis. Assim, encontra forças para continuar travando sua jornada em busca de sua amada Cunegundes, ignorando as dificuldades dos obstáculos que surgem a todo instante.

Dentre os personagens que também acabam cruzando o caminho com Cândido, que merecem destaque, estão Martinho, companheiro de viagem de Cândido que funciona como seu antagonista filosófico, Cacambo, criado do protagonista que o acompanha em viagens, O Barão, irmão de Cunegundes, contra quem Cândido trava batalha para almejar sua amada, entre outros.

Num tom de humor ácido e mordaz, o livro satiriza justamente os preceitos filosóficos de Leibniz em sua grande parte, evidenciando as consequências da realidade em detrimento aos ideais propostos pelo criticado. As ideias de Rousseau também sofrem uma pontada de ironia do autor, quando numa passagem, Cândido, ao ser confrontado pelo fato de almejar casar com Cunegundes enquanto não possuiria o prestígio e riqueza necessária para tanto, exclama: "Mestre Pangloss sempre me disse que os homens são iguais".

Recomendo!
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Augusto 07/07/2014

Cândido, filho bastardo da nobreza alemã, é criado dentro do castelo de um Barão de Vestfália e assim resguardado de todas as agruras do mundo exterior. Intelectualmente, o inocente herói é posto desde cedo sob a tutela de Pangloss, um “sábio” filósofo que defende com unhas e dentes a ideia de Leibniz de que o mundo tal qual existe é “o melhor dos mundos possíveis”.

Assim o jovem Cândido é mantido alheio à maldade inerente ao ser humano e totalmente ignorante dos dissabores da vida até o dia em que, flagrado aos beijos com a filha do Barão (a bela Cunegundes), é expulso do castelo com “vinte pontapés no rabo” (sic). A partir daí, o mundo tal qual conhecia se desfaz diante de seus olhos enquanto ele tenta, forçosamente, conciliar a realidade cruel que passa a vivenciar com aquela que lhe fora ensinada pela “sabedoria” de Pangloss.

Por vezes durante a leitura me fiz a pergunta: por que diabos ninguém me disse que Voltaire poderia ser tão divertido?
Sim, “Cândido” provoca mesmo boas risadas em muitos momentos. A ironia aguçada de Voltaire torna quase leve a discussão acerca de temas densos como a Origem do Mal por exemplo.

É claro, sobram alfinetadas pra todos os lados: críticos de teatro, nobres, reis, filósofos, ninguém escapa. Mas o autor reserva os seus melhores e mais afiados alfinetes à Igreja e seus representantes aqui na terra. Como por exemplo, no diálogo entre Cândido e o rei do Eldorado.

Imagino Voltaire gargalhando sozinho enquanto escrevia o livro e falava o que queria, mas não podia, sobre seus desafetos, sob o risco de voltar a “visitar” a agradável Bastilha pela terceira vez.

Há espaço inclusive para a “insinuação” de homossexualidade, mais claramente vista no episódio em que o irmão de Cunegundes (relutante cunhado de Cândido) é flagrado nu juntamente com um jovem icoglã (que, nas palavras do próprio jovem barão, “era muito bem feito de corpo”) num "inocente" banho, o que acaba lhe valendo 100 pancadas nas plantas dos pés e um lugar cativo como remador nas galeras como forçado. E adivinhe só, o jovem barão era padre... O personagem, que evidentemente personifica a nobreza e o clero da Europa simultaneamente, é pintado como um imbecil arrogante e ingrato, capaz de prescindir da própria vida, mas não de seu orgulho de nobre. Não é de se admirar que Voltaire tenha negado com tanta veemência a autoria do livro!

O autor zomba durante toda a obra da filosofia de Leibniz (ou pelo menos da interpretação que adquiriu à época na Europa) e o otimismo tem o mesmo destino, personificado na pessoa do filósofo Pangloss. O seu contraponto é Martinho, que é provavelmente um dos personagens mais sábios de todo o livro (ok, sou suspeito, afinal é um dos meus preferidos).

Ao final, Voltaire parece insinuar, não sem ironia, que a única maneira de suportar, incólume, as mazelas desta vida é dedicar-se incessantemente ao trabalho e fugir da reflexão. Pensamento sintetizado na resposta final de Cândido às considerações filosóficas de seu amigo Pangloss: “Muito bem dito, mas temos de cultivar nosso jardim”.

Excelente!
Aldeizia 29/06/2024minha estante
Obrigada por essa resenha!




Fernanda 20/06/2014

Um livro que cativa
Só pela ironia de Voltaire esse livro já valeria a pena, mas ele tem muito mais a oferecer. É um tesouro para quemestá atrás de uma leitura interessante, atemporal, enfim, rica. Tem que ler!
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AWolowski 08/05/2014

Já devia ter lido há muito tempo. Recomendo.
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Monique 29/03/2014

Candido
Comprei esse livro num sebo, mas está bem conservado e eu, particularmente, cuido muito bem dos livros.
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Ulysses.Rubin 25/03/2014

Fantástico
Como pude demorar tanto para ler isso? Se eu soubesse que daria tantas gargalhadas e que terminaria me sentindo tão gratificado, já teria lido essa maravilha dezenas de vezes, como pretendo fazer a partir de agora.

""Nasci em Nápoles - disse-me, "e lá dois ou três mil meninos são capados por ano; uns morrem da coisa, outros adquirem uma voz mais bela que a das mulheres, outros vão governar Estados."

O trecho acima dá uma boa ideia da leitura quase insuportavelmente hilária que este livro proporciona. Cada parágrafo contém duas, três sacadas geniais. Isso sem contar as referências que eu devo ter perdido, por conta da época em que Voltaire viveu e escreveu a obra. Ainda assim, as alfinetadas sociais que o autor descarrega freneticamente continuam a fazer todo o sentido, séculos depois. É uma sátira dolorosa sobre a arbitrariedade do autoritarismo , a indiferença à violência, a escravidão, o tédio da burguesia, a hipocrisia religiosa. Melhor: o protagonista praticamente dá a volta ao mundo para mostrar tudo isso acontecendo de maneira igualmente desavergonhada em todos os lugares (menos em Eldorado, que não passa de uma lenda). Seria o livro mais pessimista de todos os tempos, se não fosse tão maravilhosamente engraçado!

Há ainda passagens que, mesmo entregues em meio a piadas, soam poeticamente tristes.

"Pois há algo mais imbecil do que querer carregar continuamente um fardo que sempre queremos jogar no chão? Do que ter horror ao seu próprio ser e de se prender a ele? Enfim, do que acariciar a serpente que nos devora, até que nos tenha comido o coração?"

Ainda assim, a impressão final é inevitável: este é um dos livros mais histericamente engraçados já escritos.

"- Quem é - perguntou Cândido - aquele grande porco que me falava tão mal da peça em que chorei tanto e dos atores que tanto me agradaram?
- É um infeliz - respondeu o padre - que ganha a vida a falar mal de todas as peças e de todos os livros; ele odeia qualquer um que tenha sucesso, tal como os castrados odeiam os que gozam."
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Rafa 05/02/2014

Resenha - Cândido - Voltaire
O título em si já diz muita coisa sobre a história, um romance romântico com bastante tragédia. Nessa crítica, o sistema otimista de Leibniz satiriza a realidade, ao contrário de Cândido, pureza e otimismo, o personagem principal vê em tudo a maldade humana e até casos inacreditáveis, mas era uma questão de perspectiva de vida que a obra de Voltaire nos contradiz.

Cândido vivia na casa do barão de Vestfalia, aproveitava a vida na maior parte do tempo com a baronesa, Cunegundes, a bela no qual ele ama até o fim dessa história. Há também o velho Pangloss, que para Cândido era o homem mais sabido do mundo, sempre quando necessitava de algo o consultava.

Após ter cortejado a bela Cunegundes, Cândido foi parar no país dos búlgaros, açoitado terrivelmente. Sobrevivendo a fatalidade descobre pelo Dr. Pangloss todo mendigado que a família do barão tinha morrido, mas Cândido estava otimista, não acreditava na história, acolheu o Dr. na casa do anabatista Tiago que lhe deu estadia depois da guerra que compadeceu de sua história.

Cândido vai saber sobre sua amada e a família dela, junto com Pangloss e um marinheiro até Lisboa, depois de alguns acontecimentos ele e a turma foram jurados a ser enforcados, mas somente Cândido a ser açoitado novamente.

Cunegundes ainda estava viva, Cândido suspirava... mas estava toda maltratada, ela fora vendida por um judeu, até que Cândido fica feliz em saber de seu paradeiro.

Cândido não tinha só mãos limpas, era otimista, mas também matava sem piedade quando necessitava... Os três fogem juntos, chegando a Cadiz, ele se torna capitão e embarca para vários mundos.

Parando em Buenos Aires, um nobre pede a mão de filha da baronesa, descobrindo por sua vez que eles estão foragidos de outro país. Cândido com medo se separa das duas e parte com Cacambo, seu primeiro criado, até chegar ao Paraguai tornar-se jesuíta, em seguida foge com Cacambo para Eldorado, um país cheio de riqueza onde não se tinha guerra e era quase impossível estar por voltar, uma terra no qual ninguém ligava para ouro e nem prata, pois se banhavam disso.

Seguem para a Itália, mas toda a riqueza que levava consigo no barco fora perdido ou roubado por "esperteza". E quando se separa de seu fiel escravo, Cândido adoece na França. Ambos se reencontram em Veneza a procura de Cunegundes, até que Cândido a encontra, junto com o barão ferido e Pangloss.

Eles partem para Constantinopla, onde pensaria que estaria feliz para sempre, mas não, depois de se casar com ela toda felicidade vem e com ela as fatalidades da vida, ele é maltratado novamente e roubado, deixando dúvidas sobre o título e o sarcasmo do autor, Cândido não é sortudo e sim mega "otimista", pois sua filosofia pregado juntamente por Pangloss nos faz refletir que enquanto estamos na luta, não podemos crer que vamos sobreviver.

Leibniz defendia a ideia de que o mundo não há guerras e doenças, era tudo paz e amor, mas Voltaire pensava diferente, ele contraditou o clichê, assim quando Cândido perde sua vida perfeita, tudo quando estava a mil maravilhas, fora torturado, açoitado, perdeu sua amada diversas vezes e sem contar seus melhores amigos. As descrições de crueldade com seu tom de deboche me fez várias vezes ter que fechar o livro.

Eu realmente adorei o livro. E eu realmente recomendo esse livro!
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Gláucia 26/01/2014

Cândido - Voltaire
A primeira leitura que fiz desse livro foi surpreendente pois não conhecia o autor, sabia apenas se tratar de um filósofo e como não assimilo nem compreendo bem a área imaginei que seria uma leitura enfadonha. Não havia como estar mais enganada, esse é um dos livros mais engraçados que já tive o prazer de ler (e reler).
O livro é curto e rapidíssimo de ler mas demorei na leitura pois muitos trechos li 2 ou 3 vezes, coisa que não tenho o hábito de fazer. Os personagens principais são apresentados logo no primeiro capítulo, numa sequência dinâmica onde Cândido, inocente como sugere seu nome, vive num castelo de um barão alemão com seu tutor Pangloss, filósofo que defende estarmos vivendo no melhor dos mundos possíveis. O jovem se apaixona por Cunegundes, fato que o faz a partir daí viver uma sequência divertidíssima de desventuras e situações esdrúxulas.
Destaque para o personagem Martinho, meu preferido e o contraponto de Pangloss, o defensor do otimismo e para Pococurante que aparece no mais divertido capítulo do livro, o 25.

"Muito bem dito, mas temos de cultivar nosso jardim."

site: http://www.youtube.com/watch?v=GOr2xpVKg4g
DIRCE18 13/10/2014minha estante
Esta sua resenha, foi o gatilho para eu me aventurar com Cândido em sua peregrinação, Gláucia. Excelente livro.




Marcola. 03/01/2014

Um pequeno livro, uma grande obra
Cândido era um rapaz belo por dentro e por fora, que imaginava morar no melhor lugar do mundo. Porém uma série de acontecimentos fez com que ele mudasse o seu e o meu modo de enxergar a vida.

Com ótimos personagens o livro é lido com facilidade, Voltaire nos apresenta uma obra prima, utilizando de linguagem fácil e humor simples para analisar e criticar as tradições, conceitos, instituições e tudo aquilo que o autor julgava não ser correto. O principal do livro é que Voltaire critica a hipocrisia e demagogia da época, ainda encontradas nos dias de hoje. O autor merece muito reconhecimento por ousar abordar temas que eram tabus na sua época.

Quando Cândido chega a cidade de Eldorado, se depara com uma sociedade com costumes totalmente diferentes dos seus mas que vive na mais perfeita harmonia. Mesmo as voltas com maravilhosas pedras preciosas os cidadãos são indiferentes as riquezas se importando com coisas mais humanas.

Mesmo curto o texto tem muitas passagens interessantes: "Sim, senhor - retorquiu o negro - é o costume. Se trabalhamos nos engenhos de açúcar e a moenda no apanha um dedo, cortam-nos a mão. Quando tentamos fugir, cortam-nos a perna. Eu me encontrei nestes dois casos. É a custa de tudo isso que podeis comer açúcar na Europa. E, contudo, quando a minha mãe me vendeu por dez escudos, na costa da Guiné, disse-me: _Meu querido filho, venera os nossos feitiços, adora-os todos os dias e eles te farão feliz. Tens a honra de ser escravo dos nossos senhores brancos e farás a felicidade do teu pai e da tua mãe. Ai de mim, não sei fiz a felicidade do meu pai e da minha mãe, mas eles é que não fizeram a minha. Os cães, os macacos e os papagaios são mil vezes menos infelizes do que nós. Os feiticeiros holandeses que me converteram dizem todos os domingos que todos, brancos e negros, somos filhos de Adão. Não sou genealogista, mas se esses pregadores falam a verdade, todos somos primos co-irmãos. Ora tendes de reconhecer que não se podem tratar os parentes de maneira horrível."


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