Marina629 18/08/2023
Um otimismo ingênuo
Sabe, "Cândido, o Otimista" é daqueles livros que te pegam de surpresa e, quando você percebe, já está completamente envolvido na história. Eu não esperava que um livro do século XVIII pudesse ser tão atual e ter tanto a ver com a minha própria vida.
Acompanhar as desventuras do Cândido me fez refletir sobre como a gente enfrenta situações difíceis com um otimismo muitas vezes ingênuo, assim como ele. É como se a vida estivesse sempre nos testando, lançando desafios absurdos e a gente, teimosamente, insistindo em ver o lado bom das coisas.
E aquela busca incansável pelo "melhor dos mundos"? Quantas vezes eu mesma me vi perseguindo algo parecido, talvez não em lugares exóticos como ele, mas na busca por um emprego perfeito, um relacionamento ideal, uma vida sem problemas. E no final, percebi que essa busca frenética muitas vezes nos impede de enxergar a beleza nas pequenas coisas, nos momentos simples que a vida nos oferece.
E não posso deixar de falar da ironia afiada do Voltaire, que critica com maestria a sociedade da época e suas instituições, revelando a hipocrisia e a falsidade por trás de tudo. Isso me fez pensar em como ainda hoje, tantas coisas continuam igualmente absurdas, e como muitas vezes precisamos de um olhar mais crítico para enxergar além das aparências.
Em resumo, "Cândido, o Otimista" é uma obra que me fez rir, me fez refletir e, acima de tudo, me fez sentir que não estou sozinha nessa jornada de encarar a vida com um sorriso, mesmo quando as coisas parecem estar desabando ao nosso redor. É como se o próprio Cândido fosse um espelho da nossa busca constante por um mundo melhor, mesmo que às vezes isso pareça um pouco ingênuo demais.