Guinho 08/04/2023
ESSE LIVRO MOSTRA QUE CLÁSSICOS NÃO SÃO CHATOS!!!
Pensa em um livro que é crítica social f... do começo ao fim! Pensou? Esse é CÂNDIDO OU OTIMISMO. VOLTAIRE, totalmente controverso na época que viveu, colocou na história do ingênuo Cândido tudo que reprovava: autoritarismo da igreja, soberba dos monarcas... até citou as peças teatrais que ele escreveu – para mim, um ato corajoso e engraçado, tanto que ri alto nessa parte. hahahaha
Geralmente, não sou adepto a personagens unilaterais, ou seja, aqueles que agem somente como são rotulados, em livros ou filmes, porém aqui nessa sátira fabulesca (acreditem que tem macacos perseguindo mulheres?!) isso caiu como uma luva. Embora no começo da trama, tenha ficado com ranço do protagonista pelo seu excesso de pureza e do seu preceptor Pangloss pelo alto nível de otimismo, com o passar de páginas fui compreendendo que tudo era proposital do autor e já mais acostumado, achei graça nas situações igual a uma disputa filosófica entre o doutor citado e Martinho, um dos criados de Cândido, que tinha como lema o negativismo.
Apesar de conter estupro, estripação, assassinato e outras coisas para maiores de dezoito anos, a história é, por incrível que pareça, cheia de aventuras, partes engraçadas e até, como falei acima, cenas fabulesca. Sobre o final, amei! Por que ele destoa de todo conto de fadas que se preze.
Em relação linguagem, percebi algo curioso em uma ficção: um ritmo entre as descrições e diálogos, parecendo que você estava lendo um livro de poesias ou uma peça de teatro. Outra questão é que, por ser uma recontagem – a segunda que leio da Editora Scipione -, as palavras são simples, no entanto, como se trata de um clássico, não esqueça de um dicionário (manual ou do Google) por perto, pois vai precisar.
Recomendo ou não esse livro? Hum! Sim, porém não esquecendo da faixa etária. Entretanto, se você o ler vai notar uma coisa: não é todo livro clássico que é chato e que dá aquele ‘bode’ que sentimos na adolescência em relação a leitura.
Nota: 4,9