SamuellVilarr 05/03/2022
Cândido ou o otimismo, Voltaire.
Excelente historieta ou narrativa curta do escritor francês François-Marie Arouet, pseudônimo Voltaire, além de refletir sobre a questão do otimismo, do bom lugar, ainda redige uma narrativa consistente, humorada e cujos personagens representam o cunho filosófico que ela pretende representar com as suas analogias, referências e também, descrições e passagens, como, por exemplo, as pretensões de Cândido, as alusões aos "paraísos" utópicos que utiliza Voltaire como representação do bom lugar como o é o Eldorado que lá aparece (que é na verdade, uma alusão ao idealismo alemão de Leinbnz ao adotar um otimismo ferrenho que Voltaire, por sua vez, detesta, exatamente por isso escreveu esta narrativa), diálogos acerca da moral, da metafísica e outros assuntos de filosofia com o seu grande amigo e mestre Pangloss (justamente o personagem que personificará esta personalidade aversa ao otimismo de Leibnz), e toda a jornada que servirá, ao final, de aprendizado se resultando em uma conclusão dado a questão do que seria, afinal de contas, o que é o homem e o que importa na sua vida para se alcançar a plenitude e a alegria em um mundo que, contrariamente a noção idealista alemã e otimista de Leibnz, não é o melhor dos lugares, não se trata de um Eldorado, a definição prática que se terá como resposta apesar de ser algo que, para alguns, talvez não seja tão comovente, também pode ser interpretada como uma verdade singela que na maioria das vezes não percebemos quando estamos embrenhados com pensamentos, confusões ou então, quem sabe, otimismos, e no caso de Cândido, com uma experiência dotada de desavenças e trivialidades. Um ótimo livro e uma boa narrativa, vale a pena conhecer.