O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Amadeu.Paes 04/06/2013

Somente minha opinião
Esse foi o tipo de livro que veio parar em minhas mãos, sei lá como. Ficou encostado um bom na estante e num belo dia resolvi li e me xinguei por não ter lido antes.

Tudo começa quando um jovem militar, cheio de esperanças tem sua primeira missão fazer guarda no Forte Bastiani. Chegando lá, ele descobre que um pequeno forte de fronteira nos cafundós do Judas e do outro lado da fronteira há um lendário deserto que dizia que mil anos atrás os tártaros havia invadido a Itália.

É só ele ficar dois anos que na ficha constaria quatro e era uma promoção automática. Esses dois anos se transformam em dez, em vinte e finalmente numa vida inteira. Sempre a espera de que os tártaros ataquem.

Na verdade essa espera é uma alegoria de nossas vidas rotineiras. Sempre estamos à espera de que algo fantástico que vai acontecer, mas não fazemos nada para que isso aconteça, sempre deixando pra amanhã e quando se vê a morte nos bate a porta. E na trama, a vida sempre dá oportunidades para reviravoltas, mas o medo e a insegurança, nos impede de fazermos as mudanças e preferimos a doce e segura rotina.

O livro trata exatamente disso. É impossível você não se identificar com as personagem e mesmo com as personagens coadjuvantes, temos um pouquinho de cada um deles.

Sinceramente, um dos melhores livros que li na minha vida.
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Tatamara 21/02/2013

Uma grande surpresa
Sabe aquele livro que você talvez nunca compraria numa livraria ou pegaria emprestado em uma biblioteca, então essa é minha opinião sobre o livro que meu professor de faculdade propos um trabalho e eu acabei por aceitar o desafio de lê-lo e digo que o resultado foi marcante para minha vida.
A ideia central foi mostrar a perda da juventude, para uma obsessão de realizar um ato heroico, a vontade de salvar a pátria, que acaba por se tornar para o protagonista como um falso sentido da vida, Drogo fala que tem muito tempo de vida e que por isso poderia ficar mais tempo no Forte de Bastiani, sendo assim o personagem acabar por fazer do local o seu “templo” particular, no qual ele foge do tempo e desenvolve sua maior ambição.O livro tem seu final frustrante para que possamos perceber a importância de aproveitar cada minuto, vivendo com a maior intensidade possível, cada instante da vida. Tem uma cena do livro que remete muito bem a mensagem principal, nela o protagonista da história tem um sonho, no qual ele ainda é uma criança, querendo brincar e explorar o mundo e sonha com um amigo companheiro do forte também criança, que é levado por fantasmas para a morte. Isto era um alerta para Drogo, pois da forma que ele estava vivendo na monotonia, ele acabaria por esperar a morte e seria como se morresse ainda menino , pois era o único momento em que ele teria “vivido” verdadeiramente. O fato é que ler sobre uma vida jogada fora desta forma, é de fato muito chocante e acaba por mexer com as nossas emoções.
Lendo o livro pode-se perceber como a guerra afeta o indivíduo pessoal, até a forma melancólica com que o autor escreve, é para mostrar a tristeza que uma guerra gera, e dessa vez foi demonstrado, um sentimento diferente, a frustração de um soldado não poder realizar a sua atividade para o que foi treinado. Ao final dessa atividade eu só posso reforçar uma conclusão, de que guerra não compensa de hipótese alguma. Parece um pouco clichê mais realmente o mundo precisa de paz.
Resenha completa no Blog:
http://livrosfilmesetudomais.blogspot.com.br/search/label/Cl%C3%A1ssicos%20do%20S%C3%A9culo%20XX
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duh 12/02/2013

instigante
muitas vezes somos levados pelas circunstâncias e nos adaptamos a elas de uma forma, que nos é difícil, quase impossível uma ruptura, um recomeço. Esse livro fala sobre as prisões que construímos para nós mesmos. É um livro extremamente triste, intenso e verdadeiro.
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Ricardo 09/12/2012

Metáfora
O livro é melhor lido como uma metáfora da passagem do tempo durante a vida.O enredo em sí não tem nada de especial,mas é uma leitura agradável.
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otxjunior 10/08/2012

O Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati
"E se realmente estivesse errado? Se fosse um homem comum, a quem por direito não cabe senão um destino medíocre?" questiona-se Giovanni Drogo numa passagem de O Deserto dos Tártaros. Outras dúvidas, igualmente cruéis, irão tomar o protagonista no seu caminho de autoconhecimento enquanto o mesmo espera o reconhecimento glorioso de anos dedicados a vida militar em um forte esquecido por Deus e por homens.
Dino Buzzati expõe sobretudo a falta de sentido no rigor das atividades diárias que ocupam boa parte da nossa existência passiva (e medíocre). O tempo é implacável na destruição dos sonhos da juventude e, dessa forma, a vida passa sem sequer um episódio marcante. Drogo é um reflexo da humanidade na sua busca incessante por um momento que justifique a sua existência. Chega a ser sufocante e dolorosa a leitura de alguns trechos do livro onde a ilusão desaparece e a triste realidade sobressai: Nada vai acontecer. Você não é especial.
Deprimente, não? Não poderia ser diferente. Pois acompanhamos a história de um homem que espera a vida inteira para sua vida começar. Obra-prima!
Daniel 21/08/2014minha estante
A sinopse não tinha me atraído nada ("livro sobre guerra? sobre um forte? sobre militares? eca!").
Mas trata-se de Literatura, com L Maiúsculo, daquele tipo que faz pensar, refletir e fica na cabeça do leitor por horas depois de ter fechado o livro.




Rosa Santana 01/03/2012

O DESERTO DOS TÁRTAROS, Dino Buzzati, Nova Fronteira, 221 páginas.

Em “O Deserto dos Tártaros” o personagem seguido pelo narrador que lhe conta os sonhos, as esperanças e os desejos de glória, Giovanni Drogo, é designado a prestar serviço no forte Bastiani, limite do seu país, confrontando-se com o deserto a que chamavam ‘dos Tártaros’, porque Tártaros eram os que por ali chegaram, há muitos anos, para guerrear com seus compatriotas.

Drogo, então nomeado oficial, se acha em estado de quase alegria, em vista da nova vida que divisa: a despedida de um tempo ruim, de muitos e cansativos estudos, de punições superiores, de gelados dormitórios; dirá adeus a esses dias ruins que vivera! Aqueles meses e anos que lhe pareceram odiosos nunca mais se repetiriam. Agora, com a patente, teria dinheiro, belas mulheres... Mas, ao vestir o novo uniforme, onde a alegria que, como julgara, sentiria?

É no forte Bastiani que estarão, então, os motivos de contentamento e de preenchimento da parca existência. É lá que ele vai buscá-los! Mas, nova decepção o espera: o forte é um lugar desolado, triste, com paredes nuas e úmidas, com luz escassa, em que “todos lá dentro pareciam ter-se esquecido de que em algum lugar do mundo existiam flores, mulheres sorridentes, casas alegres, hospitaleiras.” (25) Um lugar distanciado de povoados, de moradores e com uma vida metódica, como o cantar de uma goteira, ininterrupta.

Mas, a par disso, há nos militares dali uma viva esperança: virão os tártaros para a guerra. Combatê-los lhes dará a oportunidade de realizarem os grandes feitos pela pátria e se cobrirem de glória, justificando assim seus dias tacanhos...

E é movido por essa esperança que Drogo vai se deixando permanecer no forte por mais de trinta anos. E é por ser o portador dessa expectativa que aquelas frias paredes lhe vêem os dias se indo, os cabelos embranquecendo, as articulações sendo tolhidas, lhe advindo a doença, a velhice, a incapacidade de lutar, mesmo quando chegam os ‘tártaros’... Então, o personagem, já muito debilitado, é mandado em uma carruagem estilosa, para a cidade que ele negou... Tornar-se herói já não lhe é possível. Ou ainda lhe restava um motivo?!..

“O Deserto dos Tártaros” conta-nos a história de Giovanni Drogo, que se deixa levar pela morna passagem dos dias repetitivos cheios de regras ditadas pelo regulamento militar. A cada página, das duzentas e vinte e uma, o que vemos é o adiamento da esperança, das alegrias e das glórias. Mas é, também, a história de todos aqueles que vivem cada dia com “uma obscura certeza de que o bom da vida ainda está para começar” (194); daqueles que vêem seus dias se arrastando, despovoados de novidades, como o deserto, sem que nunca lhes cheguem os tártaros, trazendo-lhes a possibilidade de grandes e gloriosos feitos que lhes justifiquem a existência insignificante...
É a história daqueles ‘desertores’ da concepção da vida como é vista por Miguel Torga:

“A vida é feita de nadas
de grandes serras paradas
à espera de movimento
de searas, onduladas pelo vento...

.....

Jean Paul Sartre, em seu SURSIS, coloca diante de nós, personagens que, depois de combaterem na guerra, nos lançam o doloroso grito drummondiano-existencialista: “E agora, José? / José, para onde?” Ele também vê a guerra como uma suspensão condicional da dura existência, como uma justificativa da descrença absoluta nos dias normais e na felicidade que é possível extrair deles...

....

Ps. Aos que desejam ler “O Deserto dos Tártaros” e já sabem tudo o que acontece, porque minha resenha está cheia de ‘spoillers’, eu grito: não deixem de ler. O livro vale cada letra, cada palavra, cada frase, cada parágrafo, cada página, cada capítulo... A construção da linguagem, a beleza com que Buzzati constrói esse discurso, é, para os amantes da leitura, imperdível.

....
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Ana 17/06/2011

Todo mundo com quem falei, que leu esse livro, tem sensação parecida: identificação imediata! E não importa a idade. Imperdível, e para ler a cada década (apesar de que acho difícil esquecer. Depois da primeira leitura, a mensagem está dada ...). Será que todo mundo se sente em seu Forte Bastiani particular?

Talvez a diferença de leitura em fases diferentes da vida sejam os trechos mais impactantes. Por um lado, ao observar Drogo jovem (e sendo mais velha), um certo ar de "espere e verá". Depois, ao ver Drogo envelhecer e começar a perceber o que se passa (ou não se passa), a identificação ...

"Assim, Drogo sobe mais uma vez o vale do forte e tem quinze anos a menos para viver. Infelizmente ele não se sente muito mudado, o tempo passou tão veloz que a alma não conseguiu envelhecer. E, mesmo que a angústia obscura das horas que passam se torne cada dia maior, Drogo persiste na ilusão de que o importante ainda está para começar. Giovanni aguarda, paciente, a sua hora que nunca chegou, não pensa que o futuro se reduziu terrivelmente, não é mais como antes, quando o tempo vindouro podia parecer-lhe um período imenso, uma riqueza inexaurível que ele não corria nenhum risco em esbanjar." (p. 187)
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Mariana. 13/06/2011

"Se fosse um homem comum, a quem por direito não cabe senão um destino medíocre?"

Alegoria do existencialismo, provando que não apenas falta qualquer sentido à existência, como sobram cinismo e ironia na vida.

Leitura obrigatória.
Arsenio Meira 08/02/2013minha estante
Com a devida licença, perfeito o seu comentário-resenha.
Apenas uma frase é capaz de definir um livro para sempre. Esse poder de síntese não é fácil.


George 10/07/2020minha estante
Difícil resenhar esse livro, mas realmente descreve como muitas vezes a nossa vida se torna banal e supérflua. Cabe a nós seguirmos o exemplo do tenente Dino e lutarmos sem cessar por um lugar ao sol!!




Antoniolee 15/05/2011

Excelente
Como Esperando Godot que revolucionou a dramaturgia, o Deserto dos Tártaros é uma história calcada na imobilidade, o que indicaria uma estrutura paradoxal. Não nas mãos de seres talentosos como Dino Buzzati e Samuel Beckett.

A grandeza da obra ainda é afirmada por aqueles que releram em diferentes épocas da vida, e atestaram que o mesmo texto se relaciona profundamente com as inquietações de diversas fases da vida, da adolescência a velhice. Que definição melhor para um clássico?

A genialidade de Buzzati não repousa apenas nesse romance. Muitos o consideram ainda mais talentoso no manejo das palavras em seus pequenos, muitas vezes micro-contos.
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Henrique Fendrich 12/03/2011

Guerra contra a mediocridade
Não, "O Deserto dos Tártaros" é bem mais do que uma crítica a "inutilidade do poder", como sugere a sua orelha. Trata-se, essencialmente, da terrível batalha que o ser humano trava consigo mesmo para vencer a mediocridade e assim transcender. Parece inaceitável que o tempo passe e a vida se gaste sem que nada de realmente importamente ou mesmo heróico aconteça ao homem. Nessa esperança ele se fia, mas de forma passiva: espera que esse "algo", que ele não sabe precisar, aconteça naturalmente, sem a sua ação.

Mas os anos passam, a inércia permanece e, por isso, cada vez mais a esperança se esvai. Giovanni Drogo é tenente de um forte, um inútil forte, em que todos esperam ansiosamente pelo dia em que virá a guerra, porque aí sim os anos que desperdiçaram lá, e as suas próprias vidas, poderão ser recompensados. O desejo é tamanho que os militares se acostumam a viver no forte, e temem sair de lá e perder o grande momento. E, além do mais, vão ter muitos anos ainda para passar no meio da cidade, como pessoas normais.

A cidade, aliás, nem é tão atrativa assim. Os capítulos em que Giovanni deixa o forte e volta para a cidade são pungentes, lindos, dilacerantes. Nela, ele se dá conta que o tempo passou, levando consigo todos os desejos, todas as afeições de outrora, o mundo todo passou a ser uma outra coisa, não restando nada senão estranhamento, e o desejo de voltar: voltar para a nossa boa esperança, e certos de que a cidade sempre poderá esperar. Somos tão jovens, afinal!

Mas há um momento em que as coisas envelhecem, e até mesmo os sonhos. Giovanni tem o seu, mas ele parece absurdo, e por isso sofre. Ele percebe, como um verdadeiro Ivan Ilitch, que o seu sofrimento não diz respeito às outras pessoas. Em Giovanni, há ainda uma reflexão ausente no personagem de Tolstói: não é sequer o amor que irá garantir que o seu sofrimento seja compartilhado pelos outros. Ainda que lhe devotem grande afeição e estima, Giovanni se desconsola ao perceber que a dor continuará sendo sentida e sofrida apenas dentro dele.

E no meio disso tudo, o absurdo kafkaniano, as situações ocorrendo de forma improvável, mas sempre tendo como resultado a opressão de Giovanni, preso em circustâncias das quais não tem controle, e contra as quais não parece haver nada a ser feito. Resta então se conformar com as injustiças, e tentar travar uma luta ainda mais difícil e de resultado definido, contra o tempo e contra a própria morte.
Nilva 28/07/2014minha estante
Você sabe, Henrique, este foi o livro que eu mais tive dificuldade em ler? Talvez por me ver refletida no Giovanni Drogo. Esta certeza de ter entrado numa batalha perdida contra a finitude. Queria, como John Donne, sentir a verdade dos versos:

"Um breve sono a vida eterna traz,
E, vai-se a morte.
Morte, morrerás."




Hudson 09/01/2011

O Agreste de Muitos de Nós.



De fato o livro é bastante "hipnótico" é uma leitura praticamente ininterruptível.
não acho que a comparação do Buzzati com Kafka seja possível, visto que a história descrita no livro
pode ser muito bem passível de quiçá ter sido real, diferente da metamorfose por exemplo que é humanamente impossível.


O realismo "atroz" e filosófico, impresso no livro é algo que chama atenção, mas acredito que poucos sejam capazes de
ser perspicazes a isso confundindo as vezes com a questão do enredo ser passado em uma caserna.

O livro não é um livro militar, de fato.


A força do hábito, e a transformação de seres humanos em autômatos
a compassividade, a nossa rendição pessoal a morte de nossos ideais são temas marcantes ao decorrer das páginas.


Ainda, sim a febre arrebatadora que faz, retomar os já moribundos e derradeiros devaneios
e o profundo sentimento de inadequação, que Drogo sente em muitas partes do livro é horrivelmente fascinante..

O Estranho e atroz fascínio que o forte exerce sobre várias vidas que passam por ali, ele é como uma "bussola"
para muitas vidas, e implacavelmente e como o Saturno, que devora os seus próprios filhos.


Todo um séquito de questões e conflitos interiores atemporais, é mostrado aos olhos do leitor
O abandono lento,e gradual de si mesmo ao verdugo do tempo, e ao nosso verdugo pessoal
a incredulidade,por vezes irredutível e atroz.
talvez isso lembre um pouco Kafka.



O livro é um convite a uma expedição aos pontos mais "agrestes" de nós mesmos,
talvez todos nós tenhamos o nosso deserto, muitos vivemos nele até.


Gostei muito do livro, acho que experienciar toda essa "insolação"
desse deserto é uma experiência única.

Vale a pena sem dúvidas.
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Zé Pedro 15/10/2010

Acabei o livro e me senti um pouco o Drogo. Creio que todos se sentem um pouco o Drogo nesta vida, aguardando que aconteça algo que nunca virá, algo que nos dará sentido a vida e nos fortificará...Prá descobrirmos que no fim, bem, no fim...A vida é quem se encarregará de tudo. Me lembrou, mesmo, "Montanha mágica" do Thomas Mann. Variações sobre o mesma tema: o vazio, a impotência diante de tudo, a inexorabilidade do tempo.
Ana 17/06/2011minha estante
sim, impossível não se identificar com o Drogo! (talvez alguns afortunados - que imagino sejam poucos - escapem dessa sina!). O atual estado da nossa vida é resultado das nossas escolhas, e é inevitável não pensar que um pequeno desvio teria feito tudo ser diferente ...




Marília 21/07/2010

Não deixe de ler...
Publicado em 1940 é o romance mais famoso de Buzzati, caracterizado por um clima de profunda indagação filosófica, trata-se de uma reflexão sobre a inutilidade do poder.
O livro conta a desventura do oficial Giovanni Drogo que se ergue imponente e solitário às margens abandonadas do " deserto tártaro". Ele quer conhecer a glória de participar de uma guerra que não vai acontecer. Num sistema disciplinar opressivo Drogo representa a encarnação do decoro, antiretórica e da dignidade.
A crítica social e politica é sempre apresentada através de uma alegoria poética desconcetante.
Buzzati é criador de uma ficção profundamente original.
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