O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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lucas.pinheiro.5815 22/08/2023

Esperar o que?
Titulo: O Deserto dos Tártaros
Autora: Dino Buzatti ??
Ano: 1940

A obra prima do escritor italiano Dino Buzatti é um clássico do século XX e conta a história de Giovanni Drogo, um jovem tenente que foi designado a prestar serviço no forte Bastiane, uma construção localizada no extremo norte do pais.
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Antes de chegar ao forte, o tenente imaginara que esse seria o início de uma vida militar ladeada por glórias e desafios imponentes. Contudo, ao chegar na construção, percebeu que a vida ali era melancólica e monótona, baseada numa esperança cada vez menor de que aquela fronteira seria, em breve, atacada e, então, a vida que se levava ali ganharia significado e relevância.
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Com os dias passando lentamente e os anos passando rapidamente, o tenente Drogo não percebia que, em vários momentos, algumas portas se fecharam em sua vida.
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Esse livro me trouxe duas valorosas lições que, apesar de parecerem contraditórias em uma análise inicial, são plenamente complementares: (i) a necessidade de tomarmos as rédeas de nossa existência e, (ii) principalmente, saber dotar de significado a nossa existência, independentemente das circunstâncias nas quais estamos inseridos.
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Cleia 20/08/2023

Eu senti um soco no estômago!
Esse livro vai ficar por alguns dias na minha cabeça. Que livro! Me identifiquei muito com o personagem. Na vida, nos preparamos para sermos melhores no emprego, para ascendermos na carreira. E vc deixa a vida passar, se acostumando com a rotina. Mas se a sua consciência lhe ajudar, vc sentirá que vc aplicou tanto empenho nisso, que já não reconhece mais os seus. Seus amigos e parentes viram meros personagens de sua vida, e vc de repente se sente só, com a sensação que perdeu seu tempo. Aplicou todo seu melhor esperando sempre por aquela promoção no emprego, ou que pelo menos fosse reconhecido. Mas nesse ínterim a vida passou, e você deixou de fazer tanta coisa que gostaria, pq ficou preso à rotina e aos desejos.

Foi pra mim um soco no estômago assim, como foi o livro de Tolstoi, ?a morte de Ivan Ilictch?.
Tiago1275 21/08/2023minha estante
Comecei ler ele, ontem já estou gostando. Vi muitas indicações a ele.




levy.franco.5 16/08/2023

Momento
Livro um pouco enfadonho, a gente espera por aquele momento em que vai dá uma guinada, mas não chega. Mostra que nunca devemos ficar esperando pelo momento ideal para realizar algum projeto em nossas vidas. As vezes o trem da vida passa e a gente não se dar conta.
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Jéssica Libranumo 15/08/2023

O deserto dos tártaros é a obra-prima de Dino Buzzati. Publicado originalmente em 1940, o livro marcou a consagração do autor entre os grandes nomes da literatura italiana e foi eleito pela crítica especializada um dos melhores livros do século XX. A obra narra a história do jovem tenente Giovanni Drogo, que recebe com alegria uma missão no forte Bastiani ? para ele, a primeira etapa de uma carreira gloriosa. Embora não pretendesse ficar por muito tempo, o oficial de repente se dá conta de que os anos se passaram enquanto, quase sem perceber, ele e seus companheiros alimentavam a expectativa de uma invasão estrangeira que nunca acontece. A espera pelo inimigo transforma-se na espera por uma razão de viver, na renúncia da juventude e na mistura de fantasia e realidade.
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Maiara.Alves 15/08/2023

Tragicamente belo
Giovanni Drogo é um recém formado Tenente, tendo estudado bastante para receber a patente. Seu "prêmio" é a lotação em um antigo forte, na fronteira, onde permanece a necessidade de vigia diante dos exércitos dos tártaros (ou da sua lenda). Drogo, na medida em que permanece, escuta colegas dizendo: estou aqui fazem 16 anos. Outro 25. Outro 28. E ele também vai ficando. Três meses... Quatro anos.... e a sua vida vai passando.
O deserto dos tártaros me fez refletir em cada página sobre a vida, os hábitos rotineiros, a mania de adiar a concretização dos nossos desejos, sobre a espera por um futuro incerto e o apego ao que pode estar estagnado. É angustiante a travessia de Giovanni Drogo!
Um livro que consegue tocar todos os nossos maiores anseios de uma forma incrível, mostra o quanto nossas fragilidades podem nos consumir, o quanto não vivemos por querermos viver. Ótimo livro!
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Everton.Paulo 13/08/2023

Estagnar-se
Tudo que fazemos na vida é para alcançar um objetivo. Nosso trabalho faz com que possamos conquistar nossos desejos, mesmo que não sejam todos.
Mas para isso temos que ir atrás das coisas e não simplesmente esperar que elas aconteçam.
Nesse romance o tenente Drogo é designado a uma guarda de um forte no meio de um deserto na preparação para um possível confronto com a nação inimiga: os tártaros do título.
Mas os anos passam, e após vários enganos, aquele encontro parece cada vez mais improvável. E aquele militar que chegou pra ficar quatro meses, praticamente se aposenta no local, sempre esperando.
E isso nós traz de volta a questão que o livro provoca: Esperamos por algo acontecer? No fim, ter esperança nos motiva, claro, mas um pouco de pé no chão pode nos tirar dessa estagnação e sair da zona de conforto.
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matlima 13/08/2023

Um clássico contemporâneo que trata da fugacidade da vida
Não há dúvidas de que é um bom livro, porém, dadas as indicações que tive, esperava mais.
A escrita é impecável e as reflexões sobre o tempo são profundas. O enredo, porém, é bem simples e a leitura fica monótona em alguns pontos.
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Paulo.Vitor 11/08/2023

O Tempo.
É um livro sobre a inexorabilidade do tempo ou sobre ansiedade? É uma alegoria sobre o tempo, um exercício de reflexão sobre a ansiedade, sempre a espera de algo que não chega, e quando chega, não podemos fazer nada quanto a isso. Estou falando da morte ou simplesmente da sensação debilitante e desanimadora da ansiedade? Que nos impossibilita de agir?

É isso que eu pensava durante a leitura. Eu tenho ansiedade generalizada, bem no começo da leitura (não por causa do livro), estava passando por um momento de crise forte, e isso fez com que o livro tivesse outra interpretação pra mim.
A parte da demarcação de fronteira, pra mim, é a exemplificação da ansiedade, antecipando situações e categorizando como problemas mesmo antes de ter qualquer confirmação sobre.
Acaba também, que de certo modo eu me identifiquei com Drogo. Não foi explicitado isso durante o livro, mas eu vejo que, pra ele, em certo momento, a rotina, sempre igual e repetida, na qual ele saberia o que aconteceria no dia seguinte era confortável, pois é normal querer controlar o futuro e ser de certa forma "onisciente" sobre os acontecimentos futuros (principalmente quando se tem ansiedade rs) e de certa forma, com a rotina, essa previsão, de certa forma era possível, mantendo Giovanni em sua zona de conforto.

O livro também nos trás, como já coloquei, obviamente, reflexões sobre o tempo, vida e morte, sobre muitas vezes a omissão que temos para situações do dia a dia. A localização do forte Bastiani não é especificada, não tem um país delimitado, a data também não é especificada, temos sabres e armas de fogo, temos carros e cavalos. O período e espaço nesse caso não é importante, pois a passagem do tempo, que é, provavelmente, o real protagonista da história, é muito mais forte e importante que qualquer outro, afinal, ele é inexorável.

A leitura é boa de fácil entendimento, é daquele tipo de leitura que vai fazer refletir sobre qualquer mínimo detalhe, tentando decifrar as alegorias e metáforas. Provavelmente um dos melhores que li esse ano. Gostei tanto que eu tinha começado a leitura, e durante o livro, decidi comprar o de capa dura da Tag+Nova Fronteira, pois sabia que ia valer a pena. Recomendo.
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Luciane.Gunji 10/08/2023

Arrastei a leitura o máximo que pude, mas fico feliz de não ter desistido. É um clássico, de fato, mas não um dos meus preferidos.
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Laura Oliveira 10/08/2023

Resenha - O deserto dos tártaros
Na obra, o jovem tenente Giovanni Drogo é designado para servir no forte Bastiani ? um grande e velho posto oficial para a proteção de fronteiras.

No auge da juventude, Drogo não pretende passar muito tempo no forte. Porém, cresce em seu íntimo a espera pelo inimigo: sua grande oportunidade na vida, seu momento de glória em que toda a espera valerá a pena. Assim, sem que perceba, os anos se passam e a invasão estrangeira nunca acontece.

Mas agora já é tarde. Giovanni renunciou sua vida e juventude por algo que nunca aconteceu. O tempo escorreu por seus dedos enquanto ficava confinado em um serviço repetitivo e sem propósito. Não há mais tempo de voltar atrás, recuperar os anos perdidos e recomeçar do zero.

A obra traz inúmeras reflexões sobre a vida e o tempo, principalmente no fato de que desperdiçamos a vida cotidiana na expectativa de alguma coisa maior, mais grandiosa e que seria nossa por direito. Entretanto, o tempo continua passando, a juventude se vai e quando percebemos, a velhice já bateu à porta e não aproveitamos as chances que tivemos.

Recomendo o livro para todos que gostam de leituras reflexivas e incômodas. É uma narrativa dura e triste de uma história que poderia muito bem ser a de qualquer um de nós.

"No fundo teria bastado uma simples batalha, uma única batalha, mas de verdade, atacando em uniforme de gala e sendo capaz de sorrir ao precipitar-se em direção dos rostos herméticos dos inimigos. Uma batalha, e depois quem sabe teria ficado contente pelo resto da vida."
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Testa de ferro 08/08/2023

Minha vida mudou
Por algum motivo comecei a ler este livro só por achar que tinha ouvido o título em algures e fui pego totalmente desapercebido pela profunda mensagem que Dino Buzzati passa através desta estória.

Resumidamente: não espere que a vida vá mudar como mágica, tudo depende de você! Pode ser que se esvaia todo o seu tempo aguardando algo acontecer por vontade própria senão a sua!
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Paulo 07/08/2023

A vida pode virar um deserto
O livro conta a história do jovem Giovanni Drogo, militar nomeado para servir no Forte Bastiani, encravado em montanhas na fronteira desértica da Itália. Em tempos passados, a fortaleza fora importante posto de defesa contra os tártaros. No contexto da história, é um posto de trabalho irrelevante e decadente.
Drogo passa a vida solitária no forte, esperando pela guerra, que nunca vem. Mas ele mantém a esperança de que “algo grandioso acontecerá”, é disciplinado e trabalhador. Um militar exemplar que cumpre com exatidão sua função. Sonha com a guerra nunca vindoura. Quando deu por si, sua vida havia passado em vão.
A obra trata do tédio no forte, do cotidiano massacrador de sonhos, de esperanças vãs, do comodismo desleixado. Na verdade, o importante é viver a vida presente, sem se preocupar com o futuro ou com eventos que podem nunca vir a ocorrer.
O livro não me impactou tanto quanto esperava, talvez porque tenha lhe associado ao clássico “A montanha mágica”, romance bem superior. Há clara influência do romance de Mann sobre Buzzati: a relatividade do tempo, a redenção pela guerra, o declínio da modernidade, entre outros, são temas que permeiam ambas as obras.
Ainda assim, é muito bem escrito e poético em diversos momentos e vale a leitura.

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Aline.Silva 31/07/2023

Gostei muito da forma como o autor aborda a passagem do tempo e sobre a perspectiva do personagem principal sobre os dias, épocas do ano. O livro em si trata sobre a passagem do tempo em sua temática geral.
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Clakson 27/07/2023

Vazio existencial
Reflexivo e inquietante, o livro trata sobre a obsessiva espera de algo grandioso e cria uma tensão conforme narra o tempo de vida sendo consumido, descrevendo um processo de isolamento emocional angustiante.
Esse livro descreve com tanta riqueza momentos de absoluta solidão que me levou a reflexões profundas sobre a finitude da existência de todas as coisas.
Por falar tão intimamente sobre esses sentimentos, ele se tornará um amigo para os momentos que remetem à saudade e despedida.
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Bruno 24/07/2023

Uma obra para reflexão
Essa obra é excelente e mostra o poder do tempo, o tempo que foi e o tempo que temos pela frente... Envolto em uma situação em que não escolheu Drogo é impelido em fazer suas escolhas... O forte bastiani, a fronteira mais longiqua e a espera pelo aguardado ataque dos tártaros nos movem para um -tempo fora da realidade externa... O micro cosmo que o livro cria nos envolve e nos faz enxergar a vida como enxerga o personagem... Uma obra linda e reflexiva que nos exige um olhar treinado sobre o mundo... Mas ainda assim uma lição de vida que nos ensina a olhar nossos próprios desertos dos tártaros. Recomendo muito a leitura.
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