O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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SILVIA 12/03/2017

Excelente!
Meus comentários estão no site.

site: http://reflexoesdesilviasouza.com/livro-o-deserto-dos-tartaros-de-dino-buzzati/
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Ayla Cedraz 20/12/2016

De um livro bem recomendado
Peguei O Deserto dos Tártaros emprestado de uma amiga, e recebi fortes recomendações e certas premonições sobre seu possível efeito. É muito fácil, para mim, alimentar expectativas (às vezes, conferindo-lhes considerável obesidade); e assim foi feito. O título definitivamente promete. Quando abri o livro, encontrei um recorte de jornal contendo uma coluna de certo político e jornalista, comentando a obra. Encanto-me quando encontro esse tipo de coisa em livros emprestados. Decidi que leria a coluna quando terminasse de ler, a fim de evitar informações precipitadas. A história do oficial Drogo é, penso, lenta, sofisticada e curvilínea, porque não pode caber mais nada; há um fim incontestável. Até o fim, contudo, cabe ao leitor investigar o que existe entre aqueles fatos tão metodicamente narrados, sobre a longa estadia de Drogo no forte Bastiani.
Li e fiquei um minuto parada, pensando. Em desespero, peguei o recorte de jornal e li a coluna; descobri que os pensamentos ali reunidos se assemelhavam muito aos que me ocorreram no meu minuto de imobilidade, e eu os negara. Acredito que não seja incomum ocasião em que leiam avidamente esse livro, à espera de um grande acontecimento que trará luz a toda a monotonia e a todos os questionamentos acerca do que pensava Dino Buzzati ao escrever essa obra. O grande acontecimento não acontece realmente; ele fica à cargo do leitor, e do que ele fará da vida quando pôr de lado o livro finalizado. Terá Buzzati pensado algo assim?
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José Ricardo 08/11/2016

O Tempo Passa...A Vida Passa
O enredo de O Deserto dos Tártaros é muito simples, porém de uma densidade psicológica acentuada. Nele, o protagonista Giovanni Drogo, um militar de carreira, ainda muito jovem é designado tenente no longínquo forte Bastiani. Na ocasião, Drogo sonhava ter uma carreira militar brilhante, coroada com honrarias e reconhecimento por sua atuação em guerras e combates que, seguramente, estavam por vir.

Contudo, a realidade se apresenta bem diferente dos sonhos. No forte, o tempo demora a passar diante da mansidão local e de um inimigo que nunca mostra as caras. É assim que em meio a rotinas e acontecimentos triviais no forte, os dias vão se transformando em meses, os meses em anos e os anos em décadas, sem que Drogo se dê conta disso, tamanho é seu desejo pelo sucesso. Sucede que, na verdade, não é apenas o tempo que passa; é a própria vida de Drogo que se esvai, enquanto ele está focado no externo; no reconhecimento e nos dias de glória como única maneira de justificar sua existência.

Dizer mais do que isto neste momento seria spoiler. Seja como for, da leitura da obra, passa-se a perceber que muitas pessoas conduzem suas vidas na aspiração e na esperança de realizarem belos feitos e, com isto, darem uma razão, um sentido para suas vidas. Deste modo, veem somente aquilo que desejam conquistar, acreditando cegamente que terão o tempo todo do universo para concretizá-los.

Todavia, há nesta forma de pensar e de agir pelos menos três equívocos graves.

O primeiro consiste em não se dar conta de que o tempo, aparentemente estático em determinados momentos, em uma visão global flui tão depressa que sequer nos damos conta de sua rapidez. Rapidez com que consume nossos corpos; com que consume nossas vidas.

Segundo, a vida não deve ser vivida somente a partir de projetos a serem concretizados no amanhã. A vida; a vida mesmo; a vida que temos está no agora. Logo, se nos distanciarmos do agora, seja com sentimentos nostálgicos, seja com ilações do futuro, perdemos o que temos de mais precioso: o agora; a vida.

Terceiro, será que a vida de alguém para valer a pena precisa de grandes feitos, obras ou realizações? Seria isto uma forma de ser aceito e amado? Por que não simplesmente viver a vida? Por que não aceitar as limitações, desviar dos perigos, superar obstáculos, ampliar o campo de visão, desfrutar das paixões humanas, vencer batalhas ou aprender com derrotas? Por não apenas amar?

A bem ver, tais metas e objetivos que criamos para nós mesmos acaba por nos afastar de nossa essência, desencadeando um círculo vicioso que nos torna escravos de nós mesmos em nome de um objetivo exterior, impedindo-nos de viver a vida, enquanto ela passa.
O Deserto dos Tártaros de maneira metafórica e com uma linguagem simples, sutil e perspicaz fomenta estas e outras reflexões. É um livro para ter presente, não no sentido físico-material da expressão.

É um livro que fala sobre o tempo; sobre carências e angústias humanas; sobre como o ser humano se escraviza a si próprio sem saber e sem ver a vida passar.


Fragmento:

“O tempo entretanto corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. “Pare, pare!”, se desejaria gritar, mas vê-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca.”


site: http://www.jrav.com.br/o-deserto-dos-tartaros-dino-buzzati/
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Exusiaco 10/09/2016

Com matizes kafkianos, o romance de buzatti situa o mundo militar de maneira alegórica colorindo o absurdo existencial em torno da espera. A vida de Giovanni Drogo é tolhida pelo cotidiano militaresco em um forte isolado de tudo, contíguo a um deserto ao norte donde se nutria uma razão de ser com a absurda espera do ataque de improváveis tártaros. A alegoria se faz densa, no forte Drogo vai consumindo toda sua vida na rotina militar em detrimento de muitas outras possibilidades, românticas, afetuosas e vitais. Qualquer outro ofício humano não seria muito diferente. A obra indica, de maneira cristalina, o amesquinhamento da condição humana, fazendo com que se subentenda etapas, ciclos e experiências dentre cargas de esperanças e estímulos que as move, sempre com a desilusão pairando acima de tudo, sempre em direção ao nada.
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Pâmela. 25/05/2016

De trás dos muros do castelo, existe uma batalha. Essa batalha, que ninguém vê, que ninguém fala, essa batalha é sempre perdida. Não só Drogo está esperando a vida começar, estamos todos, mais ou menos, esperando o momento em que a vida vai começar a fazer sentido.

Desde a adolescência, a gente passa a viver uma vida provisória, porque a vida de verdade ainda não começou. Quando a vida de verdade começar, seremos pessoas melhores, faremos coisas significativas. Assim que nos formarmos no colégio, na faculdade, talvez uma pós, no próximo emprego, depois que as crianças crescerem, assim que me aposentar, quem sabe depois de melhorar da dor nas costas.

O tempo vai passando, indistinto. O tempo não espera. A gente espera o tempo, espera os acontecimentos, a glória. O único inimigo, aquele que todos nós enfrentaremos, é exatamente aquele que relutamos em acreditar que chegará.

Drogo enfrenta o inimigo de forma honrosa. Mas ele, assim como todos nós, perde a batalha.

A morte é nossa única certeza.
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Julio.Argibay 10/04/2016

Muito bom. Um de meus favoritos. O personagem e incrível a história muito interessante.
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spoiler visualizar
Paula 29/02/2016minha estante
Está na minha estante há tanto tempo! Vou ler, Aline :)


alineaimee 01/03/2016minha estante
Leia, sim, Paula! É maravilhoso! :)


LidoLendo 06/03/2016minha estante
Favorito da Vida!! Perfeita resenha, Aline!! Bjo da Isa.


João Ks 24/01/2019minha estante
Ótima resenha!




Rafael.Barbosa 04/02/2016

Melancolia, Esperança e Solidão
Um grande livro, vale muito a pena ler, de uma forma bem melancolia conta a vida de um jovem que sonha ser um herói militar, mas que o isolado forte "Bastiane" onde é designado a servir, o nega guerrear com um inimigo que todos imaginam, mas que nunca chega, o livro é em alguns momentos bem lento, e em outros a expectativa e esperança do personagem lhe são passadas a tal ponto que fica excitado com que vai acontecer.
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GilbertoOrtegaJr 08/12/2015

O deserto dos tártaros – Dino Buzzati
Criar expectativas é sempre perigoso, e é claro um ponto que nunca pensamos é de que as nossas expectativas, e decepções que podem surgir a partir delas, são única e exclusivamente de responsabilidade nossa. Neste caso é necessário que eu fale de expectativas por ser parte do tema do livro, como ironicamente parte do que definiu a minha relação com O deserto dos tártaros.

Lançado em 1940, o leitor começará a acompanhar Drogo, um jovem oficial que é designado para trabalhar no forte Bastiani, que fica nos limites do seu país, este forte faz fronteira com um deserto chamado deserto dos tártaros (uma referência aos povos que viviam nos arredores deste deserto, a muitos anos atrás).

E Drogo espera algo que justifique ele estar ali, algum combate guerra, ou qualquer coisa que possa lhe dar fama, mas não acontece isso, e por vários momentos ele se engana acreditando que logo mais surgirá algo que faça com que ele tenha notoriedade ou chance de demonstrar sua bravura e valentia. Aliás não somente eles como todos ali esperam e tem expectativas, muitas vezes frustradas e em vão.

Ainda comentando sobre expetativa, as minhas fizeram com que eu achasse este livro cansativo e chato, de tanto ler resenhas positivas eu acreditava cegamente que iria gostar desta obra, e sobretudo acreditava que nela teria pinceladas de surrealismo, mas não tem. E isso fez com que as 224 páginas parecessem ser mil, de tão arrastada que a leitura se tornou, acredito que se eu soubesse antes de tudo que acontece na obra não teria criado tais expectativas.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/12/09/o-deserto-dos-tartaros-dino-buzzati/
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Bells 21/02/2015

Trágico
Um livro fantástico, leva-nos a refletir, fala da natureza humana em suas esperas e descansos; nossa ocupação com coisas que não se realizam que não nos preenchem, apenas ocupam nosso tempo e nos distrai, enfim encontramos o nosso fim e nada nos completou, não obtivemos a nossa guerra tão esperada os nossos anseios não foram alcançados.
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Helena 05/01/2015

"A vida inteira que podia ter sido e que não foi"
que sensação estranha esse livro dá.. uma tristeza grande, impossível não entender os anseios e as dores de Giovanni, tão humanas! Esse livro é uma alegoria da vida, dos desejos frustrados, dos sonhos abafados pela mediocridade, pela rotina e o ritmo alienante das exigências do mundo e a ação de um tempo que não para, mas paradoxalmente também não passa, por estar estagnado em adição infinita de zeros. nada se soma verdadeiramente. uma vida relativamente sem sofrimento, mas também sem criação, sem propósito. até mesmo sem relações afetivas profundas. tudo no meio-termo.
Impossível não lembrar da frase linda de Antonio Cândido citada por Maria Rita Kehl: "Tempo não é dinheiro. O tempo é o tecido de nossas vidas". E o que nós fazemos com nosso tempo? Com nosso tecido de vida?
Vida humana é roteiro (exemplificada no livro pela inóspita burocracia militar)? tempo de serviço? busca de aposentadoria, finais de semanas, férias livres de trabalhos frustrantes e obrigatórios? vida é o tempo que gastamos indo ao trabalho, imaginando chegar mais cedo em casa, pra dormir mais cedo, acordar mais cedo, ir trabalhar mais cedo, morrer mais cedo?
Certamente são questões dignas de reflexão que ficaram em mim após ler esse livro.
Hélio Rosa 11/07/2018minha estante
Li há bastante tempo, motivado por um ensaio do Antonio Candido. Mas não sabia que essa expressão que você colheu na Maria Rita Kehl era dele... Vou procurar, agradeço.


Pedróviz 19/02/2019minha estante
Seu comentário me impressionou muito! Fiquei interessado nesse livro...




Cássio 15/06/2014

Sobre o Serviço público.
Quem trabalha, ou já trabalhou, no serviço público do nosso pais vai conseguir se identificar com esse romance. O nada é tão grande, que chega a pertubar. Muito Bom.
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RafaelW 08/10/2013

O Deserto de Komul da Tartária
Não sou de fazer resenhas. Gosto apenas de transcrever trechos dos livros que eu li e que eu acho mais significativo.
Fiquei tentando entender porque o autor do livro deu esse nome, se os Tártaros são povos que vivem ou viveram na Rússia e na Ásia. Não estava entendendo a relação desse povo com a Itália, até que numa pesquisa simples no Wikipédia eu achei essa definição:
"O 'deserto de Komul da Tartária'foi mencionado pelo pensador alemão Immanuel Kant em suas Observações sobre o Sentimento do Belo e do Sublime como uma "grande [e] infinita solidão".
Essa definição do Deserto de Tártaro explica bem o livro: Drogo não é escolhido pelo Exército para assumir um posto numa fortaleza qualquer perto do Deserto de Tártaro. Na verdade, qualquer fortaleza militar é um Deserto de Tártaro; a vida militar é um Deserto de Tártaro; a vida é um Deserto de Tártaro; a vida é uma 'grande (e) infinita solidão'."
Maria de Fátima 31/03/2015minha estante
Você não é de fazer resenhas, mas esta foi poderosa o bastante para me fazer ter uma vontade incrível de ler o livro! (:


Dan 12/05/2016minha estante
Muito bom!!! Essa informação eu não sabia!!!




Tito 27/08/2013

Uma longa espera por algo que a justifique.
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