@apilhadathay 18/10/2016
Diferente.
*Quem me via no cinema rindo do filme ao lado dele não imaginava quão infeliz eu estava. As pessoas que se sentiam "solitárias" ao observar meu relacionamento do lado de fora da redoma não sabiam como eu me sentia só lá dentro. (...) Eu estava me destruindo para poder manter um relacionamento. E, olha, não vale a pena. (p. 18)
Se espera que este livro seja a solução dos seus problemas para desapegar... Você pode ou não ter encontrado a solução! Depende de você, leitor. Li as resenhas mais controversas sobre este livro no Skoob e outras redes, e decidi que adiantaria sua leitura para poder saber mais sobre ele e se ele seria bom para mim. O livro não transformou a minha vida em um Mar Cor de Rosa, porém é inegável que tive de me calar e refletir várias vezes, em diversos trechos que li em Não se apega, não.
* Sabe o que nos deixa de mãos atadas? Expectativas. (p.24)
Isabela, 22 anos, protagoniza a história. Narrando em 1ª pessoa, ela nos conta como terminou um relacionamento de muitos anos porque não estava mais sendo produtivo para ela, faz uma mescla interessante entre vida real e ficção e nos conta aspectos da sua vida que vão nos fazer compreender porque é tão desprendida... Ou aparenta ser. Durante todo o livro, por uma frase aqui e ali, a autora me faz perceber que não é, de fato, desprendida, mas teve tão fortes decepções no passado, que essas feridas, e as cicatrizes que ficaram, estão fechando o espaço para novas oportunidades. Ao mesmo tempo em que nos ensina a não nos apegarmos tanto a amores de verão, a demonstrações de paixão fugazes, Isabela está sempre incorrendo nos mesmos erros. Mesmo quando você espera uma atitude diferente dela, não segue os próprios conselhos o tempo todo.
* (...) E assim se passa mais um dia infeliz na vida de um adulto que esqueceu que, lá na infância, o seu desejo era viajar pelo mundo apenas com uma mochila nas costas e a felicidade no bolso. Por que é que a gente se esquece de ser feliz? (p. 149)
O primeiro livro de Isabela Freitas tem um tom bem jovial, bem artigo da Capricho, como cansei de ler por aí. Não posso afirmar que o livro trouxe as soluções para todos os meus problemas, mas vez ou outra senti como se a Bela estivesse dando um tapa enorme na cara da minha sociedade, entende? Compreendi o tom fictício da história logo de cara, e até apresentei o livro para a minha mãe (DE 59 ANOS, e que nunca leu um livro por completo na vida) e, pasmem, ela já está no capítulo 2, dizendo que é importante mesmo aprender a desapegar. Então, não creio que o livro seja restrito a uma faixa etária, mas ao leitor que sentiu o desejo de ler aquele livro, foi lá e experimentou a leitura para tirar suas próprias conclusões. Não é uma obra +18, então podem ler sem medo, jovens a partir de 12, 13 anos!
Porém, senti que o fator Desapego merecia ser mais bem trabalhado pela autora. Tudo bem, o livro abre com as "20 regras para o desapego", mas no geral, não vi muito o desenrolar no decorrer da trama.
Cada experiência de leitura provoca uma das duas reações no leitor: ou transforma sua vida de forma notável, ou é apenas uma leitura de passatempo, sem provocar catarse e que pode ser lida em poucas horas. Mas a obra de Isabela ficou a um meio termo para mim. Eu consegui, sim, captar algumas lições no decorrer do livro, mas ele é uma leitura leve, para intercalar com algo mais profundo, e não deve ser encarado como a solução dos seus problemas. A solução dos seus problemas é você mesma(o).