Ogro 15/11/2011Um micro-mini-economico-o-nome-da-rosaxistem alguns motivos para o título : como em O Nome da Rosa, que , de acordo com Umberto Eco,foi baseado nas anotações de um certo Adso de Melk, neste o autor justifica o livro referenciando determinadas anotações encontradas numa edição francesa de Giordano Bruno e que referiam-se a eventos ocorridos durante a estadia de Bruno em Paris, mais especificamente um assassinato que o autor das anotações teria vivenciado. Também, como em O Nome da Rosa, um religioso usa de lógica e filosofia para desvendar um crime e a estória é contada do ponto de vista do "pupilo".
Mas enquanto O Nome da Rosa prende a atenção pela erudição e o crime ocorrido na abadia nos mantém atento aos detalhes do texto, neste arrasta-se a trama - o personagem que narra a estória adota uma atitude literária que lembra o Watson narrando as aventuras de Sherlock Holmes, mas enquanto este último tinha crimes curiosos que nos forçavam a quebrar a cabeça em interpretar as pistas, no livro é um mistério bem pífio.
Enfim, este é um livro que você lê se:
- tem curiosidade em ver Giordano Bruno como personagem de ficção
- gosta de temas medievais (a trama decorre na Paris do século 16 ( para quem leu a série dos Reis Malditos de Maurice Druon os eventos situam-se à época do livro A Lei dos Varões)
- quer uma leitura sem complexidades de enredo ,mas com pedaços de informação histórica e filosófica aqui e acolá.
Pena, o personagem e a época que ele viveu poderiam ter rendido um livro mais empolgante, mas em 150 paginas o autor não conseguiu nem granjear-me interesse seja por Bruno seja pelo narrador.