"Ano de 1582 - No sábado, 1º de dezembro, aconteceu na Casa do Galo, à rua Saint-Jean-de-Latran, um terrível massacre. O livreiro Nicolas Heucqueville foi morto durante a noite, e também sua esposa, sua irmã, seus dois filhos e mais um recém-nascido, e a ama-de-leite deste, e também seu pai. [...] É imensamente deplorável, neste século infeliz, ver as casas de pessoas honestas banhadas de sangue inocente." O cronista Pierre de l'Estoile relata assim, numa página desconhecida de seu Diário, um dos mais horríveis episódios criminais do reinado de Henrique III. No mesmo mês de dezembro de 1582, na rua de Latran, morava o filósofo italiano Giordano Bruno, que havia algum tempo abandonara o convento dos dominicanos. Envolvido na investigação, Bruno parte a descobrir os surpreendentes culpados, na Paris dos últimos Valois, com suas lojas, colégios, livrarias e tavernas do Quartier Latin.