spoiler visualizarAlziraPerdigao 06/05/2023
Tudo começou com um trabalho escolar.
Laurel recebeu da Sra Buster, sua professora de inglês, a tarefa de escrever uma carta para alguém que já morreu. E ela fez além, não escreveu apenas uma, mas um caderno de cartas. Cartas destinadas a famosos que já haviam morrido, alguns deles de maneira trágica como suicídio e overdose. Alguns dos destinatários foram Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Judy Garland, Elizabeth Bishop, River Phoenix entre outros. Porém, ela nunca mostrou uma carta dessa à professora. Pelo menos até o fim do livro, quando ela entregou o caderno a ela com todas as cartas. Nessas cartas ela começou contando sobre sua vida, sobre a perda da irmã, sobre como se sentia em relação a isso, sobre sua família e como ela ficou após a morte da irmã, sobre a transferência para uma nova escola, sobre os novos amigos, o novo paquera que virou namorado, sobre o relacionamento dos amigos e coisas tristes, mas comuns na vida dos jovens, como abuso sexual, uso de drogas e bebidas alcoólicas, violência, relacionamento familiar problemático... Também passamos pela descoberta do amor, da sexualidade e sua aceitação, fortalecimento de amizades, fortalecimento de vínculos familiares, perdão, auto perdão... Enfim, o livro traz muitos temas relacionados à juventude, traumas e superação. De início fiquei incomodada ao lê-lo pela semelhança com "As vantagens de ser invisível", que traz muito desse mesmo universo, só então descobri que a autora era amiga e mentoranda de Stephen Chbosky, autor de "As vantagens..." , mas depois notei que cada livro tem seu porquê e a semelhança no modo de se apresentar e temas não são relevantes para descaracterizar esta história, pois cada uma é original, única e especial. No fim das contas, a professora conhecia May, a irmã de Laurel e fez esse trabalho, pois queria ajudar a adolescente a superar a sua perda. A própria professora tinha perdido seu filho e achou que assim ajudaria Laurel. E ajudou! As cartas foram terapêuticas e com a ajuda da terapia também, Laurel se livrou da culpa que levava pela morte da irmã. E também conseguiu entender o comportamento dos adultos e aceitá-los ( principalmente sua mãe). Também pode ajudar seus amigos. No fim das contas me vi chorando com pais e filha reunidos jogando as cinzas de May no Rio e tentando levar a vida adiante da melhor maneira que puderem. O livro não é extraordinário, mas é uma boa leitura. Valeu a pena dar uma chance a ele. Gostei muito de Laurel, de seu pai, Sky, de tia Amy, Natalie, Hannah, Kristen e Tristen. Se vc não tiver nenhuma prioridade de leitura, pode dar uma chance a ele também. É triste, mas tem um final bonito.