Paula Juliana 03/04/2022
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''- Por que a pintura de guerra, Fadinha?''
Paixão, emoção e muito drama em um romance intenso de tirar o fôlego!
Doce Queda é uma obra profunda, complexa e sensível em seus temas, ambos os protagonistas lidam com situações bem difíceis de âmbitos emocionais e pessoais, acompanhar o desabrochar tão simples e bonito dessa relação foi lindo, e como um bom livro do gênero young adult foi impossível largar a narrativa até o capítulo final!
Terminei a obra emocionada e muito apaixonada, achei a autora com uma escrita maravilhosa e muito, muito sensível sendo que estava lidando com uma doença tão complicada e mortal como a anorexia nervosa. As partes que Lexi, que é nossa protagonista retrata a doença são palpáveis e cruéis. É impossível não sentir as dores e as angustias da mocinha, e é terrível ver a personagem caindo, se entregando a voz da doença, decaindo em um ponto que sua vida corre risco a todo momento. Igualmente mortal é a situação de Austin nosso maravilhoso bom moço e protagonista, que por uma questão de sobrevivência muito jovem entrou para uma gangue, Austin carrega consigo muitas questões familiares e também sociais, mostra a dificuldade de sair da vida do crime e como um vínculo desses pode perdurar por toda uma vida e ser muito perigoso para ele e para os seus. Uma marca que vai além da pele!
A obra é profunda, crua, dolorida de se ler por vários aspectos, é possível liberar vários tipos de gatilhos em seus leitores mais sensíveis, Lexi mexeu bastante comigo, o modo como se sentia frágil, e insegura com seu corpo, a forma que demonstrou seu transtorno durante toda a narrativa, ou melhor, a forma que escondeu seu transtorno, vestindo uma falsa máscara feliz, demonstra o quanto cruel é essa doença que busca uma mentirosa e ilusória PERFEIÇÃO. Doce Queda mostra como devemos ser mais gentis e bondosas com nós mesmas, principalmente nós mulheres que buscamos nos enquadrar em padrões estéticos sociais que muitas vezes não deveríamos, e nem mesmo tentar nos diminuir para caber em padrões e rótulos preconcebidos.
''Por que as tatuagens, Austin?''
Austin já vêm com outro tipo bagagem, o mocinho que queria seguir o caminho certo e buscar um futuro melhor e correto por meio do futebol, mas por ter feito parte de uma gangue desde muito novo, não conseguiu se desvencilhar de seu passado, longe do crime e do trafico de drogas, onde seu irmão mais velho parece não querer sair. Violência, pobreza, uma guerra por território entre gangues, muito sangue, tiros e facadas, um irmão mais velho que está metido nisso tudo até o pescoço, um irmão de 14 anos que acaba de entrar para a mesma gangue e uma mãe com uma doença grave em estado terminal que precisa de muitos cuidados e remédios caros demais. Em alguns pontos da história fiquei tão apavorada com a situação de Austin que nem eu mesma conseguia ver saída para o moço.
Doce Queda é uma história que é impossível não sentir! É uma leitura intensa, cruel, dolorida, e ao mesmo tempo apaixonante e envolvente, sexy e dramática! Cheia de reviravoltas, emoções, questionamentos, uma montanha russa emocional regada por muita sensualidade, química e uma escrita envolvente, real e sensível! Uma obra para emocionar, para se sensibilizar, uma narrativa cheia de empatia, que pode retratar mesmo em meio a ficção a realidade de tantas pessoas pelo mundo! Recomendadíssimo!
Paula Juliana
@Overdoseliteráriaoficial
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