Tami 24/05/2015“O anjo está escondido, enquanto o demônio ruge mais uma vez. Ele está faminto. Ele não suporta desilusão.”A Escolhida é o primeiro livro de uma trilogia fantástica homônima e nele vamos conhecer a história de Ariali.
Ari, como ela gosta de ser chamada, foi abandonada por seus pais e foi encontrada na rua por Lina. Lina cuidou de Ari até a sua morte, mas nem mesmo todo o cuidado de Lina fez Ari acreditar que o amor constrói. Ari não acredita no amor, no sentir, Ari é própria rocha, como ela mesma diz.
Ariali tem o bem e o mal dentro de si. Ela é, digamos, um híbrido de anjo e demônio. Ultimamente, o demônio que vive dentro dela tem falado mais alto e isso desperta em Ari um desejo incontrolável de matar.
"Não tenho uma família, nem imagino de onde venho. Matar é o meu maior desejo e o único que não deixo de colocar em prática. O odor da vida esvaindo através de meus dedos é a sensação mais intensa que vivencio. Sou o nada e o tudo, um meio termo. O amor não me petrifica, o perdão não é acumulado em minha carne e as emoções não invadem o meu coração. Sou a própria rocha."
Certo dia, ao sair para encontrar alguém para assassinar, Ari é abordada por dois jovens, Luke e Edlun. Eles são feiticeiros e têm um recado pra ela: Egran, mestre do círculo ao qual eles pertencem, solicita sua presença.
Ariali, então, vai ao encontro de Egran e descobre que este quer que ela trabalhe para ele. Ao negar, Ariali se vê amaldiçoada. Falhar não é uma opção. Ou ela cumpre o que Egran está pedindo ou ela morrerá Em troca dos seus serviços, Egran diz para Ari que dará informações sobre seus verdadeiros pais. Sem saída e curiosa para saber de onde vem, Ari não tem outra escolha.
Egran quer que Ari faça para ele o que ela sabe fazer melhor: matar! Mas, como diz o ditado, há males que vem para o bem.
Estando presa ao circulo, Ari tem a oportunidade de conhecer Luke um pouco melhor, e ela, que antes se privava de sentir todo e qualquer sentimento, de repente se vê envolvida com aquele feiticeiro de cabelos bagunçados.
" — Não se molda o destino, menina. É impossível mudar o curso de dois rios quando ambos são feitos para desaguar em um só lugar."
Só que o romance dos dois não é tão simples assim. Criaturas diferentes não podem se relacionar, é contra as regras. Será que o que eles sentem será forte o bastante para suportar todas as adversidades? E, o mais importante, será Luke capaz de entender quem é Ari , ou melhor, o que é Ari?
Luke tem uma irmã, Vincy. Em um primeiro momento, Ari e Vincy não gostaram muito uma da outra, mas depois de ditas certas verdades, surge ali uma amizade e Ari se vê rodeada de amigas, as amigas de Vincy, coisa que ela nunca teve antes.
As meninas querem encontrar o Livro das Sombras. Seria ele só uma lenda? E se não for, o que Egran seria capaz de fazer se encontrasse o livro primeiro?
Em certo momento, Luke conta para Ari que ela é filha de uma anja com um demônio. Não vou falar quais foram as circunstâncias e as consequências desse relacionamento, mas é importante ressaltar isso pois, em dado momento, Ari descobre que está sendo procurada, que muitos querem encontrá-la.
"Se não temos o que perder, não temos pelo que sofrer. O pesar, a paixão, a angústia – jamais fui digna de senti-los. Jamais sucumbiria à fraqueza. Jamais iria sentir outra vez. É uma promessa da qual sempre irei lembrar. Custe o que custar."
Após um massacre no círculo que resulta na perda de uma de suas novas amigas, Ari descobre que seu pai, o demônio, está a sua procura. Por quê? Para quê?
O livro possui uma capa linda, feita pela capista Marina Ávila, e que nos passa toda a essência da história. É super fácil de conectar a sinopse com a capa e gosto de livros capazes de fazer isso.
Para uma publicação independente, o livro praticamente não contém erros, mais um ponto para a Amanda.
Agora vamos falar sobre o que não me agradou tanto.
Alguns capítulos ficaram grandes demais. Eu li o ebook e alguns capítulos tinham mais de quarenta páginas! Talvez no livro físico eles tenham ficado um pouco menores, mas, ainda assim, acho capítulos com mais de vinte e cinco páginas cansativos.
O amor é, em sua essência, um tanto quanto piegas, admito. Mas algumas passagens do livro pecaram um pouco no apelo sentimental. Frases como “lábios vermelhos como o carmim”, “olhos redondos (ou grandes, ou pretos, não me recordo agora) como a jabuticaba”, “todo o néctar do desejo que serpenteia em meu sangue”...não é algo que eu costumo ler em livros e isso me causou certa estranheza.
Queria ver Ari em mais missões, ela quase não fez nada para Egran. E queria que o embate entre os dois lados dela, o bom e o mau, fossem mais explorados. Sabe a Jean Grey, do X-Men, que tem a fênix dentro dela e que, de repente, a fênix desperta e faz ela fazer coisas que ela não faria normalmente? Então…acho que uma luta interna do bem contra o mal bem explorada seria super legal.
Para finalizar, A Escolhida é um livro com uma premissa muito boa. Ele começa um pouco confuso, tudo acontece rápido demais, mas chega em um determinado momento em que a história pega no tranco e flui de uma maneira bem bacana.
Tenho certeza que o segundo livro vai ser bem melhor e estou ansiosa para saber o que vai acontecer! Quem sabe o que está vindo por aí, não é mesmo? Com certeza vou continuar acompanhando Ari para saber as respostas de algumas perguntas que não foram respondidas e para saber se o amor é capaz de, realmente, transpor qualquer barreira.
Resenha publicada originalmente no blog Meu Epílogo - Não reproduza!
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http://meuepilogo.com/resenha-a-escolhida-amanda-aghata-costa/