Raffafust 09/03/2015
Sim, eu amo biografias. E ainda mais essas que tenham a ver com a minha infância. Explico : como carioca não sou corintiana, e sim flamenguista. Mas na década de 80 ainda criança meu pai sempre fã de futebol fazia dos jogos da seleção momentos únicos junto com meu falecido avô. Sempre víamos os jogos e torcíamos juntos, e a seleção de 86, aquela que perdeu o famoso pênalti nos pés de um dos maiores craques do meu time, tinha como capitão o " Doutor" ou " o Magrão" : Sócrates.
Com o tempo e entendendo mais de futebol me encantei com o irmão dele, Raí, que em 94 levantou a taça de Tetra Campeão nos Estados Unidos . Ao saber que o livro com a vida de Sócrates seria lançado me interessei muito, pelos motivos citados acima e porque queria saber mais sobre a vida do mito dos gramados.
Tom Cardoso , o autor, nos presenteia com muita informação sobre os jogos da carreira dele, e se você curte futebol vai obviamente se deliciar com a trajetória do estudante de medicina, filho de um cearense muito batalhador que fez de tudo para que seus filhos pudessem ter o estudo que ele não teve. Sócrates fez faculdade de Medicina, apesar de ter exercido muito pouco a profissão. Tudo culpa do talento do moço imenso mas de pés relativamente pequenos para o tamanho.
Da vida em Ribeirão Preto jogando pelo Botafogo de lá até a Fiorentina na Itália, tudo é relatado. Não espere muito sobre avida amorosa pois esse não foi o foco do autor, cita-se a primeira esposa de um casamento de 14 anos, depois uma tenista...e o resto é muito, muito futebol. E também muita bebida. Pelo que o autor conta Sócrates nunca foi um drogado ou alcoólatra, desses que caiam pelos cantos. Mas usava cocaína - muito menos que Casagrande - e amava beber, fumava quase sempre também, o que impressionava os dirigente que não entendiam como ele poderia ter fôlego e ainda marcar tantos gols. A carreira deslanchou pelo Botafogo de Ribeirão e claro no Corinthians onde é ídolo lembrado até hoje. Sua passagem no Flamengo ao lado de Zico rendeu poucos gols , assim como na Itália onde nem renovaram seu contrato.
Do menino nascido em Belém até o ídolo da seleção brasileira comandado por Telê Santana, vemos a história do craque passar na nossa frente e nos encantamos com o chamado futebol arte. Sócrates marcou gerações, teve 4 filhos e se casou no papel duas vezes. Jogou por 5 times profissionalmente - ah sim, 6 se contarmos o da Inglaterra quando já tinha mais de 50 anos- e deixou sua marca registrada , ou melhor gols, por onde passou.
Sócrates era também engajado na política , fã de esquerda acreditou muito no PDT e no PT, mas morreu desencantado com o governo de Lula e com seus companheiros de partido.
Em 04 de dezembro de 2011 seu coração parou de bater, em dia de jogo do Corinthians X Palmeiras. Os jogadores, claro, o homenagearam. Merecido , o craque deixou seu nome na história, e se você curte futebol ou conhece alguém que goste, esse livro é a coisa certa para isso.
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