Gabriela, Cravo e Canela

Gabriela, Cravo e Canela Jorge Amado




Resenhas - Gabriela Cravo e Canela


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Flávio 07/12/2020

Eu nasci assim, eu cresci assim...
Instigante; quanto mais leio, mais eu quero ler.

Uma história que são muitas e cada recorte mais importante que o outro criando uma teia, uma rede que se encontra e desencontra de modo mais que organizado e programado.
Jorge, detalhista e ao mesmo tempo focando no que importa pra não perder-se entre tamanha imaginação. Ele cria uma Ilhéus real, tão real quanto a própria invenção.
Cheio de personagens que já nascem clássicos e que pode passar anos e anos, você sempre irá conseguir ver pedaços de suas personalidades em pessoas ao redor.

Nos debruçamos sobre as histórias e vamos tomando partido, criando laços, fazendo amigos/inimigos, criando aventuras inexistentes a partir daquele universo real como o agora.
Mexendo profundamente com a emoção: vamos de 8 a 80 rapidamente. Temos uma sensação crescente de curiosidade e angústia que se retroalimentam e continuam nesse ciclo sem fim, mesmo após finalizar o livro.

Não falarei de Gabriela, pois sua existência já basta.
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Lari 06/12/2020

A História de Ilhéus
Não recomendo que esse livro seja lido sem obter boas doses de spoilers.

Esse não é um livro de romance, é um livro sobre o crescimento da cidade de Ilhéus localizada no estado da Bahia e há muito assunto político - fala sobre o machismo, o sexismo, a queda do coronelismo, a pobreza e a riqueza. É como se a história de Gabriela e Nacib fosse um comercial.

Confesso que eu não havia pesquisado sobre ele na primeira vez em que o li e gostaria muito de voltar no tempo para faze-lo, pois perdi muitos pontos importantes sobre a história do nosso Brasil (há muitos fatos nessas páginas). Continuo não gostando de como a Gabriela é retratada como uma mulher infantil, ingênua, que ama fazer sexo tanto quanto um homem, que gosta de ser deseja e cantada por homens bonitos, que sabe limpar, passar e cozinhar de forma impecável, mas que não tem estudo, senso crítico, não conhece política, não pensa em outra coisa a não ser sexo, sol e Nacib. Ela é uma personagem muito cativante, assim como o Nacib, Olga, Professor Josué, Malvina, João Fugêncio, entre outros...

Nessa releitura, foquei nos conflitos políticos que abordam sobre e o antigos costumes, me fez refletir bastante. Esse é um dos livros dos quais eu pretendo manter para sempre em minha prateleira.
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Gois 26/11/2020

Excelente livro
Legal como mistura romance, questoes politicas, questões religiosas, questões sociais, entre vários outros temas em uma escrita harmônica e fluida. As descrições são incríveis: Se sente o gosto da comida e o cheiro de Gabriela. Fala de vários temas: hipocrisia das pessoas da sociedade, Antigo x Novo, Tradição x Progresso. Recomendo fortemente a leitura.
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EvaíOliveira 21/11/2020

Além das críticas aos coronéis, o trecho em que Gabriela questiona o fato de só o homem ter o direito de dormir com outras mulheres além da esposa também é crítico, pois essa declaração de direito do homem ainda é reproduzida seis décadas depois (se considerar o contexto retratado de 1920, são 100 anos).
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custodiovitoria 20/11/2020

Perfume de cravo, cor de canela
"Gabriela, cravo e canela" é uma das aclamadas obras de Jorge Amado, conhecida pelo romance entre Gabriela e Nacib. No entanto, além da construção do romance dos dois personagens, o livro se preocupa em delinear o crescimento de Ilhéus - que enfrenta o contraste entre o progresso econômico e a permanência dos costumes arcaicos.

O contraste de narrativas no início da obra é algo brilhante. "Gabriela, cravo e canela" se inicia com o assassinato da esposa e amante do coronel Jesuíno, que o comete com o intuito de lavar a honra. Costume tradicional em Ilhéus. Em contrapartida, a cozinheira de Nacib abandona o cargo, colocando o dono do bar em uma busca incansável por uma nova cozinheira. Aos outros personagens, o problema de Nacib é diminuído e pouco interessante. Ao leitor, Jorge Amado faz ser crucial, visto que já é de conhecimento público que a nova cozinheira será Gabriela.

Gabriela é imensurável. Como o próprio Jorge Amado propõe: acima do bem e do mal. Gabriela é menina, Gabriela é mulher. Impossível não se apaixonar por essa construção do autor. O romance de Gabriela e Nacib representa um marco na narrativa.

"Tem certas flores que são belas e perfumadas enquanto estão no galhos, nos jardins. Levadas pros jarros, mesmo jarros de prata, ficam murchas e morrem"

Assim, é Gabriela. A liberdade de Gabriela me encanta, tal como o desejo de ser livre nutrido por Malvina. A liberdade é como o sol, como diria "Capitães da Areia".

No mais, os personagens são encantadores. "Gabriela, cravo e canela" é, sem dúvidas, um dos meus livros favoritos. E nenhuma resenha conseguiria expressar o meu amor por essa obra.
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Gabriel 20/11/2020

Uma leitura fascinante
Um aspecto muito interessante a respeito dos livros do Jorge Amado, é que a gente adentra profundamente no universo criado por ele. Amado descreve os personagens e os lugares de uma forma tão intensa e poética, de modo que é impossível não se sentir fazendo parte daquilo tudo. Gostei tanto do livro, que até decidi começar a assistir a novela (Gabriela) feita com base em sua narrativa. Gabriela é uma personagem muito singular.  É indiferente a convencionalismos e a sua realidade é viver a partir da simplicidade das coisas, diferentemente de muitos que viviam sob aparências, afundados em hipocrisia. É engraçado perceber que aqueles homens que defendiam os "bons costumes" eram os mesmos que no início da noite se divertiam nos cabarés, escondidos das esposas. É engraçado ver que aquele juíz que tanto se gabava com a enorme quantidade de livros que possuía nas estantes, nunca lera nenhum deles. Enfim, um sambinha aí muito bom diz "o homem que diz sou, não é"... Gabriela era uma das poucas pessoas verdadeiramente autênticas que existia em Ilhéus. Além disso, agrada-me muito perceber que Amado foi um escritor muito a frente de seu tempo, pois ele faz uma denúncia a dominação das mulheres. Por meio da personagem Malvina, que é uma jovem que não aceita o infeliz destino de esperar um marido para ser submissa a ele. Malvina enfrenta seu pai, e acaba fugindo de casa, tempos depois, descobre-se que ela está vivendo sozinha e trabalhando em São Paulo. Tudo o que ela sempre quis - ser livre. Essas pequenas histórias, e de outros personagens também, são tecidas em um cenário maior, que é a própria Ilhéus. Uma cidade em conflito entre passado e futuro, ou melhor, entre o obsoleto e o progresso. Portanto, uma disputa na qual felizmente quem sai ganhando é a afirmação de valores novos, e outras formas de organização social, que são mais coerentes para todos. Enfim, Jorge Amado, em Gabriela, cravo e canela, escreve um parte de nossa história, e fazendo isso, demonstra que alguns constumes são extremamente nocivos a sociedade, e que apenas a partir de sua mudança, é que vamos ter um mundo mais civilizado. 
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Luana 16/11/2020

Bié...
?Com cheiro de cravo e cor de canela,
As ancas redondas, lá vem Gabriela...
A passear pelas ruas e chamar atenção,
Com rosa na orelha, e pés no chão...?

O vislumbre de uma mulher livre, fêmea, dona de si!
Gabriela é a personificação da imaginação de muitos de nós...
Mais uma vez, parabéns Jorge Amado!!
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Crvlhog 09/11/2020

Impossível não se apaixonar
A história se passa em Ilhéus, na Bahia. Anos após os barulhos que abalaram a região e derramaram o sangue daqueles que lutavam por um pedaço de terra para que pudessem plantar cacau e fazer dinheiro. Situada em meio a disputas políticas entre coroneis e os partidários do progresso, Ilhéus, durante a trama, perpassa acontecimentos que deixam bem claro as transformações morais e políticas dali.
Gabriela é uma figura simples, mas não menos encantadora, talvez justamente por sua simplicidade e jeito de menina, inocente e livre. Não foi feita pra ser de ninguém. É quase uma sereia em terra, aonde passa encanta a todos. "Seu" Nacib, moço bonito e tão bom tem vida sua em meio ao bar, aonde todos fofocam, todos passam e todos são amigos... ou nem tanto assim.
Jorge Amado definitivamente sabe contar histórias, faz a gente viajar e amar muito de seus personagens, captar suas críticas muito a frente de seu tempo e, sobretudo, devorar um livro enorme em pouco tempo, eu diria :)
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Raphael 28/10/2020

Leitura agradável, envolvente - leve, sem ser pueril. Adorei!
De Jorge Amado apenas havia lido "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água" - uma novela divertidíssima, aliás - e há tempos vinha querendo encarar um de seus romances. A oportunidade surgiu com a indicação de "Gabriela, Cravo e Canela" para o Clube de Leitura Travessia, de que faço parte. Adorei a experiência de leitura e me deu muita vontade de assistir as adaptações que a nossa teledramaturgia produziu a respeito desse livro! Jorge Amado é um contador de histórias de mão cheia.

A história é ambientada na Ilhéus dos coronéis do cacau, no transcurso de alguns meses entre 1925 e 1926. O leitor desavisado vai se surpreender ao descobrir que Gabriela, que dá nome ao romance, é menos central do que imaginava. A narrativa opera em dois planos, trazendo em um deles a história do romance entre a retirante Gabriela e o árabe Nacib, e no outro o conflito político entre o exportador carioca Raimundo Mendes Falcão e o chefe político local, o Coronel Ramiro Bastos. A dinâmica do texto constrói, assim, uma interposição entre o micro e o macro, entre o individual e o coletivo, entre o regional e o nacional.

Nesse universo, transita um grande número de personagens, a ponto de o leitor, a princípio, ficar até meio tonto. É muita gente: Nacib, Gabriela, Fagundes, Clemente, Mundinho Falcão, o Capitão, o Doutor, o livreiro João Fulgêncio, o sapateiro Felipe, Nhô Galo, o professor Josué, Ari Santos, o jornalista Clóvis Costa, o coronel Ramiro Bastos, seus filhos Alfredo Bastos e Tonico Bastos, a menina Jerusa, a menina Malvina, o coronel Amâncio Leal, o coronel Melk Tavares, o coronel Ribeirinho, o coronel Manuel das Onças, o coronel Altino Brandão, o coronel Aristóteles Pires e, tenham a certeza, estou deixando de citar muita gente! Nesse sentido, o subtítulo do livro nos diz muito: "Crônica de uma cidade do interior". E Jorge Amado usa muito bem todas essas peças, na construção de uma história coletiva.

Trata-se de um romance histórico de costumes, no qual se vê surgir como grande tema o descompasso entre o rápido progresso econômico da região cacaueira e a lenta mudança dos costumes, numa Ilhéus que se desenvolve em ritmo acelerado, mas se agarra a antigos códigos morais, que, entre outras coisas, aplaude e estimula o feminicídio como antídoto para a honra maculada do marido. Aliás, dentro dessa chave dos costumes, a questão da liberdade/sujeição da mulher é, sem sombra de dúvida, um grande tema de "Gabriela, Cravo e Canela": seja através do espírito livre de Gabriela, que Nacib intenta domar; seja no desafio da menina Malvina à autoridade do pai e aos códigos locais; seja no contraste em torno da questão do adultério: para o homem um direito, para a mulher um delito punível com a morte. Como pano de fundo, os contornos políticos da República Velha, a política dos governadores, o coronelismo, a jagunçagem...

De novo, adorei e recomendo muito!
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CAMBARÃ 23/10/2020

Sem sacanagem
Não vi a minissérie da globo mas só ouvia q era muita putaria. O livro é oposto às coisas que ouvi
. Gabriela nem de longe é algo central na história ou um personagem de extrema importância na verdade se ela não tivesse no livro não sentiria falta alguma. No livros a presença de Anita ela é uma personagem central e q tem domínio na narrativa. Achei o livro ótimo e com uma pegada política muito bem colocar. Gostei mais mundinho falcão até mesmo do fugencio mas de Gabriela não gostei tanto. Se o título fosse ilhéus paraíso na terra seria bem colocado Ja q ilhéus é a personagem central.
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Barbara1444 22/10/2020

Amei
A história de Gabriela e Nacib é uma história de amor sem igual
Affonso 20/03/2022minha estante
Melhore




Thalitla 18/10/2020

Ótimo livro
A obra, ao contrário do que eu achava, não conta somente o romance entre Gabriela e Nacib, mas também o contexto de toda Ilhéus durante a época. Recomendo
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Daniele522 17/10/2020

Gabriela Cravo e Canela
Uma história que remonta os costumes de uma época que o Coronelismo estava perdendo força, mas sua palavra era lei na sociedade.
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Amanda.Monteiro 14/10/2020

Tem como uma cidade ser considerada a protagonista em uma história?

Sobre a querida obra de Jorge Amado é curioso ver que apesar do livro levar o nome de Gabriela, demoramos um pouco para sermos apresentados a ela durante a leitura. Muita das vezes o seu protaganismo não ficou tão evidente, “competindo” inclusive com outros personagens e até mesmo com a própria cidade de Ilhéus. Tem como uma cidade ser considerada a protagonista? Porque se sim, já vejo um título alternativo tipo “Ilhéus, cacau e progresso” haha aquelas.

Mas sim, Gabriela é uma personagem super interessante que por mais que seja descrita como uma mulher independente, ela ainda sim é uma visão masculina de uma mulher independente. Daquela perfeita aos olhos do pai, sabe? Que é ingênua, passiva e no fim do dia tá sempre linda, com a casa arrumada e esperando o marido para atender seus desejos. Isso me incomodou levemente, mas também não julgo muito por causa do período em que se passava a história e o ano que foi escrita pelo autor.

Uma personagem que me chamou bastante atenção foi Malvina (inclusive se Jorge Amado quisesse ter escrito um spin-off sobre a vida dela, eu ia AMAR!), com sua independência e empoderamento, batia de frente com o seu pai e os costumes da época, onde não aceitava ser mulher da casa e sempre sonhava com mais.

Sobre a história no geral, é indiscutível a riqueza dos detalhes nela presente, em todos os sentidos. Por um lado é bom porque conseguimos imaginar perfeitamente cada cenário e se situar historicamente, mas por outro, em certos momentos a gente fica com um sensação de que Jorge Amado tava embromando demais. O certo é que a história dá muito pano pra manga e acredito que talvez até por isso virou novela da globo haha Mas nessa riqueza toda, não tem como não amar todo o regionalismo carregado nessa obra.

Outra coisa que amei sobre o livro foi acompanhar os dilemas do crescimento urbano e social de uma pequena cidade (Ilhéus em 1925) que cada vez mais se tornava uma potência econômica por conta do cacau e precisava crescer pra acompanhar o seu desenvolvimento. Ou o povo seguia as ideias do coronel Ramiro Bastos que era mais velho, apegado as coisas mais tradicionais e ao coronelismo, ou apoiava Mundinho Falcão, jovem, vindo de outro estado, moderno e com ideias mais voltadas ao progresso.

Mas enfim, no geral gostei. Gostei do final, apesar de ter sido um pouco previsível pra mim, mas acho que nada mais justo terminar do jeito que terminou.
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