Gabriela, Cravo e Canela

Gabriela, Cravo e Canela Jorge Amado




Resenhas - Gabriela Cravo e Canela


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Amanda Prado 01/08/2012

Simplesmente apaixonante e envolvente!!
Esse jeito Gabriela de ser envolve o leitor de uma forma imensurável. É admirável o personagem. Seu desapego pela matéria, só buscando o prazer e a felicidade. É lindo!

" [...] Parecia feita de canto e dança, de sol e luar, era de cravo e canela. [...]"

Gabriela Cravo e Canela. AMADO, Jorge.

Amei
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Xxxxxxxx1 25/07/2012

Delicioso
Esse livro é picante, sensual, envolvente, enfim, o melhor livro de Jorge Amado.
É uma galeria de personagens memoráveis, recomendo muito.
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CooltureNews 22/07/2012

Publicada no www.CooltureNews.com.br
Como grande fã de Jorge Amado é sempre prazer falar sobre suas obras, e ao mesmo tempo isso se torna extremamente díficil, pois sei que nada do que disser daqui para frente fará jus a sua grandeza. Gabriela, cravo e canela se torna um livro duplamente complicado, não é uma obra que qualquer um consegue ler, digo isso principalmente aos novos leitores que estão acostumados a uma literatura que beira o sistema industrial, com fórmulas prontas e linguagem, digamos mais fácil acessível.

Lembro que na primeira vez que li este livro, isso com meus 15/16 anos, quase o abandonei, a trama em si demora a dar as caras e suas primeiras páginas são focadas principalmente em apresentar o cenáro de Ilhéus (meu sonho é um dia conhecer essa cidade!) e nos localizar na época em que se passa, somente os fortes sobrevivem a isso, mas se você for um daqueles brasileiros legítimos (que não desistem nunca), será recompensado com uma das melhores histórias escritas que já tive a oportunidade de ler (e reler, com essa soma-se 5 vezes).

O que torna essa obra grande é que não se trata somente de um romance, apesar de você conseguir ler através desta abordagem sem problemas algum, mas é um retrato da sociedade que, em muitos aspectos, continua sendo atual. O livro é repleto de personagens e histórias paralelas que se completam formando o "todo", o que novamente, acaba tornando-o complicado para aqueles acostumados a livros limitados a trama principal. Em Gabriela, cravo e canela temos o estrangeiro, o padre, a fofoqueira, o poeta, a santa, a vadia e por ai vai.

O livro é repleto de quebras de paradigmas, assim como todas as obras que já li de Jorge Amado, vivenciamos através da obra, casamentos interracial e a superação da mulher em uma comunidade extremamente machista, o que por sí só pode ser chamado de um escandalo para a época em que foi escrito, e realmente deve ter sido.

Vejo muitos colegas de "profissão" enxendo a boca para falar que lê muitos clássicos, snedo em sua grande maioria estrangeiros, acredito que você só pode ter orgulho de falar isso após ler muitos clássicos nacionais e que tal começar com um dos grande autores nacionais, aquele que foi durante muito tempo, o mais traduzido para outros idiomas (até Paulo Coelho aparecer). Porém não recomendo começar com Gabriela, cravo e canela, você pode se assustar e se surpreender de uma boa forma, esteja preparado.
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Sabrina 13/07/2012

Um livro inesquecível
Ler Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, é simplesmente arrebatador. O livro tem vida, as páginas parecem pulsar ao ritmo do cotidiano da cidade de Ilhéus da década de 1920. Não é à toa que Jorge Amado é tão celebrado.

[SPOILERS]

A história se inicia quando Nacib, descendente de sírios, mas tipicamente brasileiro, se descobre subitamente sem cozinheira para preparar os doces e salgados que serve no bar do qual é dono. Desesperado pela falta de mão de obra, ele acaba contratando uma retirante da seca no sertão: Gabriela.

Está criado o pano de fundo para a obra que é uma verdadeira crônica social de uma cidade em pleno desenvolvimento. Pelo bar passam os principais personagens, e da vida deles o leitor vai sabendo, página a pagina. Assim o escritor resume o que significava viver naquela cidade com tantas perspectivas de progresso.

Jorge Amado resume precisamente no início do livro que nada representou tanto o progresso da sociedade naquele ano como a paixão de Nacib e Gabriela. O casal quebra com o costume de que marido traído deve matar esposa e amante. Eles também introduzem a ideia de casamento por amor, mesmo entre classes tão distintas. E entre eles ocorre ainda uma espécie de divórcio, impensável naquela época.

O enredo mostra ainda um relacionamento aberto depois da separação do casal protagonista. E vai além de apenas demonstrar o progresso da cidade: mostra claramente as consequências de se tentar mudar a essência de uma pessoa devido ao casamento, de forçá-la a agir de uma forma que vá contra a sua natureza, apenas devido aos costumes esperados pela sociedade na qual se vive.

Mas Gabriela, a personagem principal do livro, é realmente o que há de mais brilhante na obra de Jorge Amado. Ela é um enigma, e tão bem construído psicologicamente que instiga o leitor a tentar desvendá-la, a tentar entender por que ela age assim. Faz parar de ler por uns momentos para refletir, para entender. Se Gabriela amava Nacib tanto assim, por que o traiu? Mas é apenas por alguns instantes, pois logo o leitor vai continuar a virar as páginas num ritmo mais frenético ainda.

Fiquei chocada ao perceber o comportamento da personagem principal, mas me recusei a julgá-la no calor da emoção. Isto porque o escritor faz com que se crie uma simpatia desde o início com a protagonista, e não conseguia pensar nada de mal dela. Depois, entendi que Gabriela é a personificação da simplicidade. Para ela ser feliz era necessário muito pouco. Ela é tão simples, que chega a ser ingênua, de uma pureza tocante, capaz de amar de uma forma linda, apesar de toda a sensualidade que representa.

É por isso que ela não é uma heroína típica, que só tem qualidades. É uma personagem que cativa qualquer leitor. E aí aparece mais uma vez a genialidade de seu autor: muito mais do que retratar Gabriela por si mesma, por suas falas, ações e pensamentos, Amado a retrata através da visão dos outros personagens. Por ser uma protagonista, pode-se considerar que pouco dela é genuinamente mostrado. O resto é subjetivo, é para ser lido nas entrelinhas.

E a presença de Gabriela norteia todo o livro, apesar de haver ainda muitas histórias enlevadoras, como a de Malvina, moça de ideias modernas, que foge para quebrar com a tradição de ter que obedecer a um marido e cuidar de um lar; a de Mundinho Falcão, que revoluciona a política; a de Jesuíno, primeiro coronel a ser preso por crime passional na cidade; e tantas, tantas outras, que tem em comum entre si o fato de demonstrar como Ilhéus vai se transformando por causa do progresso trazido pelo cacau. Tudo isso sem esquecer de contar como era no passado.

Ler as páginas de Gabriela, Cravo e Canela é ser transportado para outro tempo, devido a uma descrição de cenário que quase é possível tocá-lo. Durante alguns dias, vivi naquela Ilhéus, e desejei ser um de seus personagens. Essa é a força de Jorge Amado: nos faz captar uma realidade, e nos faz amar seus personagens como se fizessem parte de nossas vidas. São histórias que, apesar de retratarem um período histórico, são atemporais, pela força das emoções que carregam.
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Daniel 11/07/2012

Assim como Capitães da Areia, esse romance é um livro completo. Jorge Amado consegue abordar com harmonia a questão dos retirantes nordestinos, o desenvolvimento de uma região e fazer uma crítica válida à politica e aos costumes da sociedade da época em que a história se passa. Além disso, contar a bela paixão entre Gabriela e Nacib, apimentada com prazeres e desilusões. Recomendo.
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Li 08/07/2012

DESAFIO LITERÁRIO 2012 - JULHO - PRÊMIO JABUTI *OFICIAL*
Sinopse: O romance entre o sírio Nacib e a mulata Gabriela, um dos mais sedutores personagens femininos criados por Jorge Amado, tem como pano de fundo, em meados dos anos 1920, a luta pela modernização de Ilhéus, em desenvolvimento graças às exportações do cacau. Com sua sensualidade inocente, Gabriela não apenas conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheenses, colocando em xeque a lei que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue. Publicado em 1958, o livro logo se tornou um sucesso mundial.

Não, não optei por este pela novela (não vejo TV desde dezembro do ano passado). Temos a coleção toda de Jorge em casa: Olhei para o livro, ele olhou para mim... Pensei “porque não?!”. Além disso, o mesmo ficou em 1º lugar, na categoria romance, na primeira edição do prêmio em 1959, né?!

Bom, o começo do livro é bem chatinho, mas achei isso quando li “Tieta” ano passado também, mas depois até que acabei gostando... Não são livros que vão constar na minha lista de preferidos, mas são bons, de qualquer forma.
“Gabriela” me pareceu uma história sobre liberdade, seja ela sobre o próprio corpo, as próprias ideias, as convenções sociais, enfim sobre a própria vida. E como sempre em todo livro de Jorge que já li, é uma boa fonte de contexto local de época: social, político e econômico. Como conheço aquela área, principalmente Ilhéus (meu padrasto é de lá), não deixou de ser interessante a leitura do livro, mesmo que a história se passe em 1925/26... Uma coisa é você saber a história por um livro didático, outra é ter um escritor local dando as informações através das palavras, pensamentos e atitudes de seus personagens.

“(...) Para uns foi o ano do caso da barra, para outros o da luta política entre Mundinho Falcão, exportador de cacau, e o coronel Ramiro Bastos, o velho cacique local. Terceiros lembravam-no como o ano do sensacional julgamento do coronel Jesuíno Mendonça, alguns como o da chegada do primeiro navio sueco dando início à exportação direta do cacau. Ninguém, no entanto, fala desse ano, da sefra de 1925 à de 1926, como o ano do amor de Nacib e Gabriela e, mesmo quando se referem às peripécias do romance, não se dão conta de como, mais que qualquer outro acontecimento, foi a história dessa doida paixão o centro de toda a vida da cidade naquele tempo, quando o impetuoso progresso e as novidades da civilização transformavam a fisionomia de Ilhéus.”

Bom, aviso aos navegantes: Já me disseram que a versão atual da novela da globo não tem praticamente nada a ver com o livro, então...


*http://desafioliterariobyrg.blogspot.com.br/*
Viquinha 18/07/2012minha estante
Li, eu não sou fã do autor. E tenho uma preguiça federal dessa novela...Mas, lendo o trecho supracitado, achei bonitinho o tom provinciano. Bjs!




Guztavo 29/06/2012

Cheiro de cravo, cor de canela...
A princípio achei a obra parada, confesso. Tudo porque virava e virava as páginas e nada de Gabriela. Mas aí fui me rendendo e quando percebi, todos os ilheenses me cativaram. Seus modos, seus jeitos de falar, suas ambições. Era como se eu os conhecesse, como se eu tivesse passado uma tarde no Bar Versúvio rodeado por todos. Ah, e como eu queria que isso fosse possível... Como não rir em certos momentos? Como não se comover ou se pegar torcendo por um personagem? Nada demais, nada de menos, mas na medida certa! E Gabriela? Ela demora mas não tarda. Chega sutilmente, e encanta a todos. Nos encanta, meros leitores que do lado de cá das páginas só podem imaginar seu cheiro de cravo, sua cor de canela. Uma obra que diz muito, que vale muito a pena ler. Não explicar... E falando em explicar, usarei um pequeno trecho que descreve muito bem tudo isso que eu quero dizer: "Gabriela é boa, generosa, impulsiva, pura. Dela podem-se enumerar qualidades e defeitos, explicá-la jamais. Faz o que ama, recusa-se ao que não lhe agrada. Não quero explicá-la. Para mim basta vê-la, saber que existe. (...) O fato de não se compreender ou explicar uma coisa não acaba com ela. Nada sei das estrelas, mas as vejo no céu, são a beleza da noite."
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João Marcos 22/06/2012

Até eu sinto falta de Gabriela.
com certeza, ainda vou reler esta obra prima!
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HelinhoTimba 20/06/2012

Musa Baiana
Ler Gabriela Cravo e Canela é ter um encontro com a força do cacau na região baiana. Jorge Amado mostra toda a força dos coronés nos anos 20.
Para mim Gabriela sempre será a musa de Jorge Amado, este escritor da geração de 30 que conseguiu revelar para o país toda a sensualidade da mulher baiana.
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Iarelena 20/06/2012

A menina que não morre
Gabriela é linda. Mas é tão linda, mas tão linda, que se arrebenta e se explode em si de beleza. Ela rompe aquela primeira barreira que as mulheres ligeiramente bonitas alcançam, que é a de gerar inveja e ciúme nas outras mulheres. No caso dela, o ciúme é até justificado, mas realmente não vem ao caso. Ela é linda de tal maneira que isso, o ciúme, a inveja, ficam pequenos. Ou, pelo menos, menores que suas ancas.
Ela é linda porque gera beleza ao seu entorno. Ela é musicalidade, mas não é qualquer musicalidade. Ela é aquela brincadeira de samba de roda, com um quê de baião, e é ginga. É sorriso sincero e sem tamanho, felicidade por pouco. Felicidade que não precisa de grandes motivações, porque ela não precisa ser gerada: Ela nunca deixa de ser. Não é o riso de desespero, que esconde qualquer coisa, ou talvez até o seja, mas que deixa essa qualquer coisa a ser escondida pra trás tão longe que nem mais escondida fica. Fica à mostra, aos olhos de quem quer ver. Qualquer um que queira efetivamente ver. E, ao mesmo tempo, que não se impõe.
Ela é uma mocinha de aproximadamente 17 anos, e embora não se ofendesse se eu a chamasse de ninfeta e não entendesse -, eu não gostaria de chamar. Porque ser ninfeta pressupõe uma série de quesitos aos quais ela deveria preencher, e Gabriela não lida muito bem com bandeiras, com papéis. Ela só é. Ela é uma mocinha que provavelmente é nordestina, embora não se saiba bem de onde. É de um lugar que já nem há. Nova que só, já passou por muita coisa. Aprendeu muita coisa. E não sabe coisa alguma. Gabriela quer, apenas, um teto, um pouco de água, um pouco de comida, uma flor no cabelo, os carinhos de um moço bonito, os olhares de frete dos moços.
Não lhe importam as águas de cheiro, os sapatos altos, jóias, maquiagem, luxo, roupas caras. Não lhe importa a política, a emancipação feminina, o cacau no pé, o cacau no banco, a economia, a velhice, o futuro... Ela serve ao seu patrão, e é isso que ela faz. Ela serve às bocas da cidade, com seu sabor inconfundível. Ela serve aos olhos dos homens, e ao seu quase toque... Ok, eventualmente, a alguns toques. Com gosto, ela serve. Ela serve ao seu moço bonito então... Com um prazer que faria corar. Não diria submissa porque os rótulos não cabem em Gabriela, e esse logo falharia também: Ela serve, principalmente aos seus desejos. Deles, é cativa. E, com isso, sem querer e sem saber, contesta sim a grande ordem, faz barulho, e ais de amor. Ela quer sexo. Ela quer ser desejada. Ela não quer casar. Ela prefere samba à festas de sociedade, e tira o sapato e vai correndo de uma a outra. Essa é a nossa menina. Ela serve-se de si, e como não é egoísta, serve aos outros e dos outros também. E não é isso o tal do amor, e do amor ao próximo?
E isso é o livro. O livro é Gabriela. O resto? Cenas de Ilhéus, com briga de poderes entre uma frente de fazendeiros de Cacau e um liberal vindo da cidade. Causas aqui, bandeiras acolá. Tudo o que existe em tantas outras obras, e que me perdoe Jorge Amado, mas sei que ele amou Gabriela tanto quanto eu. E eu digo de cadeira: Tudo isso é interessante, sim. Ilhéus é apaixonante. A Bahia, como diz Caetano, tem um jeito... E, como completaria Caymmi, que nenhuma terra tem. E a trama política, o assassinato, tudo isso é primoroso. Mas é sufocado pelo cheiro de cravo que emana de Gabriela. É ela de quem se quer saber. E, como Nacib, perdidos em seu encanto, que caminhamos pelas páginas.
Nacib é um moço bonito, apesar de não ser exatamente bonito. Ele não é um bonito galanesco, e nem tão moço... Tem barriga, faces cravadas e brutas de sírio. Mas em expressões tão doces, e comportamento de mel, que é bem quisto por todos os lados de todas as batalhas. Nacib é boa praça, mas não só. É boa gente, mas não só. E é tão bonito que compensa o fato de não ser bonito de todo. E, como todos, se apaixona por Gabriela. E no meio de seus dilemas machos, que não cabem aqui porque há que se ler o livro, e no meio de sua consciência tão síria e tão brasileira, percorre com a nossa menina uma jornada de amor, de aceitação das diferenças, de superação dos limites sociais e das regras comportamentais em busca dos desejos pessoais. É uma linda jornada de se acompanhar, enquanto se espera na espreita para ver Gabriela desnudar-se.
Porque é a linda Gabriela que queremos ver quando lemos esse livro. Ao menos eu. No meu caso, não tanto com a fome dos moços. Mas por ser tomada por sua beleza de alguma forma. Porque, retomando lá no início, ela é de uma lindeza tão abrangente, e tão abundante, e tão não mesquinha, que nos faz buscar em nós mesmos essa beleza. Que é dela e nossa. Se aos homens, o argumento de tê-la já parece o suficiente, para as mulheres ele é similar, mas com uma diferença fundamental. O argumento é tê-la... Dentro de si. Gabriela é a menina que descobre o amor, que gosta de se envaidecer com a própria beleza um pouco. Que não liga pra dinheiro, pro cartão de crédito, pro casamento, pra velhice, que não faz previdência social, que nem sabe o que isso é, que não entende de impostos. Gabriela não quer casar com o príncipe para jamais precisar ser rainha de nada. Traz só suas chinelas velhas, seus trapos, uma flor do meio do caminho e ela. E... Bom, nós temos tudo isso. O namorado, o marido, a fidelidade, as contas, as preocupações, os projetos ao longo prazo, um perfume, um ouro, uma roupinha, uma maquiagem, uma mesquinharia, um ciúme... Mas também Gabriela, com tudo o que ela pressupõe. Ela, aquela voz maliciosa de querer dizer vem, quando você diz não quero mais te ver. Ela, aquele sorriso descarado depois de ouvir um gracejo sórdido. Ela, a menina de chinela em nós que não morre nunca, por mais que tentemos matar dia a dia. Ela, aquela flor desengonçada que você põe no cabelo, aquele vestido simples e o cabelo não-escovado.
Ela...
Jorge a trouxe à tona. Para nós.
Gabriella 14/09/2012minha estante
Lindo. Lindo.
incrível como você descreveu exatamente o que se sente ao ler Gabriela.


MimiPanda 13/04/2020minha estante
Na minha opinião, essa resenha deveria ser inclusa em todas as edições do livro. Perfeita a resenha, que sensibilidade vc tem, menina. Tem alma de Gabriela ?


Alessandra.Rodrigues 02/05/2020minha estante
Que lindo, realmente é isso! Como uma colega falou deveria ser inclusa nos livros


Jay 13/10/2020minha estante
Lindíssimo ?


Karina.Almeida 02/01/2021minha estante
Uauuuuu ??




Rosi Ramos 15/06/2012

Simplesmente amo esse livro!
O livro “Gabriela Cravo e Canela” de Jorge Amado é um mais belos e queridos livros que já. Jorge Amado com toda sua desenvoltura e conhecimento literário escreveu obras que encantaram e marcaram minha juventude, me enlearam na rica construção cultural do povo brasileiro.

Para mim ele é e sempre será um dos ícones na literatura, a pessoa que escreveu e descreveu com maestria nos livros com o qual nos presenteou com um pouco da construção da história brasileira, os costumes, credos e efervescência política.
Esse livro me marcou pela impressionante estória da retirante Gabriela que em busca da água e de uma vida melhor encontrou seu amor nos braços de Nacib, com ele conheceu a cobiça dos coronéis do agreste baiano, e a maldade da sociedade racionalizada no poder dos mais ricos fazendeiros de cacau.
Li praticamente todos os livros de Jorge Amado e todos eles me marcaram de uma forma profunda e linda, as memórias sensoriais que guardo dessas leituras são os cheiros, as cores, os sabores que somente Jorge Amado conseguiu me fazer sentir através de um livro. Lindo Demais!!!

Sei que pode parecer estratégia o revival ao livro agora quando a novela da Globo esta para estrear, mas nunca é tarde para prestar homenagem e quem realmente merece e indubitavelmente esse ícone literário denominado JORGE AMADO o merece, de forma ímpar e constante, por isso as faço. Grande és tu Jorge!

Ficam aqui registrados alguns trechos magníficos do livro:



“Só Gabriela parecia não sentir a caminhada, seus pés como que deslizando pela picada muitas vezes aberta na hora a golpes de facão, na mata virgem. Como se não existissem as pedras, os tocos, os cipós emaranhados. A poeira dos caminhos da caatinga a cobrira tão por completo que era impossível distinguir seus traços. Nos cabelos já não penetrava o pedaço de pente, tanto pó se acumulara. Parecia uma demente perdida nos caminhos. Mas Clemente sabia como ela era deveras e o sabia em cada partícula de seu ser, na ponta dos dedos e na pele do peito. Quando os dois grupos se encontraram, no começo da viagem, a cor do rosto de Gabriela e de suas pernas era ainda visível e os cabelos rolavam sobre o cangote, espalhando perfume. Ainda agora, através da sujeira a envolvê-la, ele a enxergava como a vira no primeiro dia, encostada numa árvore, o corpo esguio, o rosto sorridente, mordendo uma goiaba.”

......
“Entrou de mansinho e a viu dormida numa cadeira. Os cabelos longos espalhados nos ombros. Depois de lavados e penteados tinham-se transformado em cabeleira solta, negra, encaracolada. Vestia trapos, mas limpos, certamente os da trouxa. Um rasgão na saia mostrava um pedaço de coxa cor de canela, os seios subiam e desciam levemente ao ritmo do sono, o rosto sorridente.
- Meu Deus! – Nacib ficou parado sem acreditar.
A espiá-la, um espanto sem limites, como tanta boniteza se escondera sob a poeira dos caminhos? Caído o braço roliço, o rosto moreno sorrindo no sono, ali, adormecida na cadeira, parecia um quadro. Quantos anos teria? Corpo de mulher jovem, feições de menina.”
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Carlos Wilker 13/06/2012

Jorge Amado não escrevia apenas histórias. Quem é baiano sabe. É ler e sentir o sol a queimar a pele, o cheiro do peixe e do acarajé a entrar pelo nariz, o barulho do mar ao fundo. É nos reconhecer em cada gabriela, em cada nacib, em cada coronel do cacau. É sentir o ritmo das palavras - palavras que nos remontam à infância, ao interior, às festas de rua.
Mais: não são "apenas" histórias (como se já fosse pouco). É um retrato formidável de uma região, de uma época, de um povo. E um retrato não-estático, e sim um painel histórico, denso, cheio de desdobramentos atuais.
Orgulhoso e bem representado, o baiano aqui é um fã dos bons.
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Edivaldo 08/06/2012

Das confusões de politica, traição ou gabriela: cravo e canela
Não entendia porque tanta bajulação com livros clássicos o professor dizia leia Manuel macedo (ou o resumo) é importante para o vestibular.
Os livros clássicos, são realmente clássicos porque foram bons o bastante para se tornarem inesqueciveis. é o caso de gabriela. Sob a decadência do coronelismo, e os "tempos de barulhos" e a empregada filomena que arruma seus "terens" e vai embora, Nacib encontra seu novo amor gabriela. Ilhéus também encontra novos costumes.
Pela leitura fui transportado para todos os cenários daquela cidade em progresso, da cozinha de Gabriela para o bar Vesúvio. a leitura flui facilmente. Indico
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Oliveira 06/05/2012

Esse livro é fantástico,por meio da sua narração jorge amado nos levar ao Ilhéus de 1920 uma cidade com costumes conservadores,Gabriela por meio da sua beleza e do seu charme revoluciona aquela sociedade arcaica.
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Luis Netto 20/09/2011

Gabriela, Cravo e Canela
O dia de hoje amanheceu gelado para os padrões de São José do Rio Preto e como estava convidativo para ficar em casa, aproveitamos o momento em família e fomos todos ver fotos antigas, um grande passatempo. Numa das fotos, me encontrei de volta a Ilhéus, na Bahia, local onde fiz minha primeira viagem de férias em companhia de meus pais. Na época eu ainda era muito pequeno, tinha cerca de 4 ou 05 anos de idade. Nos comentários de cada foto, surgiu a vontade de escrever sobre um livro que teve sua historia baseada naquela cidade e que a tornou famosa no mundo inteiro. O livro que me refiro é “Gabriela Cravo e Canela”, de Jorge Amado, um dos maiores autores brasileiro do século XX. Jorge Amado de Faria nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna, Bahia em no dia 10 de agosto de 1912. Ele teve três irmãos: Jofre, 1915, Joelson, 1920, e James, 1922.
No livro “Gabriela, Cravo e Canela” o autor, conta a fascinante história do amor entre o sírio Nacib e a bela Gabriela e seu texto vem mostrando e valorizando a maior região cacaueira do Brasil, num texto regionalista
Cacaueiro

Em 1925 os fazendeiros da região do Sul da Bahia estavam preocupados com a estação das chuvas, pois nunca havia chovido tanto. Meses antes, todos estavam preocupados com a seca, por isso começaram a aclamar por chuvas para os padroeiros São Sebastião e São Jorge. Até procissões foram feitas. Durante uma delas aconteceu o milagre e as chuvas começaram. Choveu tanto que ficou tudo inundado.
Os mais beneficiados com as chuvas foram os fazendeiros de cacau e café. Dentre eles estava o Coronel Manuel das Onças, que ia vender o seu produto ao Mundinho Falcão, um jovem carioca que veio para Ilhéus e lá enriqueceu como exportador dos produtos da região.
Fachada do Bar Vesúvio

O Coronel fez três viagens e numa delas encontrou o cozinheiro Nacib Saad, dono do bar Vesúvio (este bar ainda existe e está localizado no centro da cidade de Ilhéus e é um ponto turístico do lugar), que estava desesperado, pois havia perdido sua melhor cozinheira, Dona Filomena, nas vésperas do jantar que havia preparado para mais de trinta pessoas em comemoração da recém-inaugurada empresa de ônibus que fazia Ilhéus-Itabuna duas vezes por dia. Agora Ilhéus tinha um serviço de transporte coletivo, graças ao empreendimento de dois homens corajosos - o russo Jacob e o Moacir da garagem.
Os principais personagens de Gabriela Cravo Canela
A família Bastos comandava o destino político de Ilhéus há mais de vinte anos, prestigiados pelos sucessivos governos estaduais. O coronel Ramiro Bastos não gostava da liderança exercida por Mundinho Falcão. Ele estava à frente de quase todos os projetos que se fazia em Ilhéus: a instalação de filiais de bancos, empresa de ônibus, a avenida na praia, a publicação do jornal diário, os técnicos vindos para as podas de cacau, arquitetos para projetar os palacetes dos coronéis. Para Mundinho, as necessidades dos coronéis não mais correspondiam com as necessidades da cidade em rápido progresso. Era uma guerra de ideologia.
Houve o assassinato de um casal que despertou inúmeras discussões acaloradas entre os moradores de Ilhéus. O coronel Jesuíno, um rico e respeitado fazendeiro da região flagrou sua esposa, Sinhazinha, na cama com o dentista, Dr. Osmundo e matou a ambos em nome da honra. Todos discutiam as diversas versões da sociedade, opunham-se detalhes, mas com uma coisa todos concordavam: o gesto macho do coronel era constantemente louvado e somente o sangue limparia a honra.
Alheio a política local e preocupado em atender bem a todos seus clientes, o comerciante Nacib precisava encontrar uma cozinheira para substituir a Dona Filomena, pois precisa entregar um jantar e o destino o fez encontrar a mulher que mudaria sua vida e passou a ser parte da historia da cidade até hoje: Gabriela, uma mulher muita bonita, simples, ingênua, que sorria muito, brincava com as crianças e era muito fogosa. Nacib convidou Gabriela para ser a nova cozinheira do Vesúvio e ela aceitou prontamente
Nacib não ia mais ao Bataclan, cuja gerente era Maria Machadão, um personagem apaixonante; não precisava; todos notaram. Mesmo sabendo o tipo de relacionamento que o árabe mantinha com a formosa empregada, oficialmente, para os fregueses, ela não passava de sua cozinheira e, por isso, tratavam-na como tal, enchendo-a de propostas atrevidas, bilhetinhos, atenções e piscadelas. Surpreendentemente, notava Nacib que, o único a tratar Gabriela com certa distância, como uma senhora respeitável, era o filho do coronel Ramiro, Tonico Bastos, o garanhão de Ilhéus. Com medo de perdê-la, Nacib propõe casamento a Gabriela e ela aceita e foi a festa mais animada da cidade a união dos dois.
Segundo o autor, Gabriela que exalava o “perfume de cravo e com de canela” Foi o casamento mais animado de Ilhéus, Gabriela de azul celeste, de olhos baixos, sapatos a apertados e um riso tímido nos lábios.
Depois de casada, Gabriela não se adapta de jeito nenhum a vida de senhora Saad, para desespero de Nacib, que acaba anulando o casamento ao pegá-la na cama com Tonico Bastos, o seu padrinho de casamento, que humilhado por Nacib que decide sair da cidade.
Para Nacib, aparentemente, tudo voltara ao normal. Os fregueses lá estavam, jogando, rindo, bebendo aperitivos antes do almoço e do jantar. Ele sentia falta de Gabriela, principalmente do seu tempero e quitutes. O movimento do Bar Vesúvio, já não era como no tempo de Gabriela. A cozinheira atual, não ia além da comida convencional. Com o passar do tempo, a política de Ilhéus passou a ser controlada por Mundinho Falcão e Gabriela voltou para os braços de Nacib. O Coronel Ramiro Bastos perde o apoio de Itabuna e manda matar, sem sucesso, seu ex aliado. Ele consegue fugir, mas morre dias depois. Com isso a guerra política acaba com Mundinho Falcão e seus candidatos vencedores. E como prova da mudança da mentalidade, o Coronel Jesuino, que cometera o duplo assassinato em nome da honra foi preso e condenado.

Um livro fantástico, que recomendo a todos.
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