rayssagurjao 29/03/2023
Cravo e canela
Jorge Amado, escritor consagrado, fez nascer a partir de suas palavras Gabriela da cor de canela e com cheiro de cravo. Mulher, incomparável, inconfundível, livre de corpo e de alma, ela é uma personagem que só é, só vive, não tem explicação, é simples e só faz o que bem entende, é uma força da natureza. Tem sua história, dorme com quem gosta, com quem tem vontade, aprecia ser desejada, o sol da manhã, molhar os pés no mar, circo, parque, cinema e brincar com as crianças, cozinha divinamente e enche a cidade de Ilhéus de vida. Vive um romance com o sírio Nacib, um importante comerciante, dono do bar Vesuvio de Ilhéus. Cidade pertencente a zona do cacau da Bahia, local de intensas transações, como também de infidelidades, mortes e arengas políticas.
O ano em que se passa a história é 1925, uma transição de arcaico para moderno, uma mudança de comportamento, um combate aos coronéis e seus jagunços, em que todas as questões entram em voga, desde o comportamento das moças, os amores até como lidar com uma infidelidade, em que antes a morte era certeira para mulher e amante.
Mundinho Falcão chegado do Rio de Janeiro, apresenta outros tempos, navios suecos, por que não? Os tempos são de exportação de Cacau, de jornais e de Marinetes, equipamentos modernizantes, novidades. O livro aborda em poucos meses grandes acontecimentos, muita história, amores e a principal poesia, Gabriela, cravo e canela, a Bahia que pulsa, a beleza, a simplicidade e a liberdade do viver e do querer. A leitura, um imenso prazer.