Resenhas - Herland

Sonally.Cecilia 19/07/2022

A imagem feminina através da ótica masculina
Vi muitas pessoas falando bem e mal da obra, mas fiquei curiosa em conhecer sobre. O que mais me intrigou foi saber que a história de um universo totalmente feminino seria narrado por um homem. A partir do momento em que você se envolve e passa a perceber detalhes na fala do narrador, ficou claro para mim que a autora quis mostrar o que nós mulheres somos para os homens. O que acontece se tirar anos de características que foram passadas culturalmente para nós e só nos restar a nossa essência; o que resta quando são tirados traços que são impostos para agradar os homens de fato. O que sobra nessa conta é apenas um ser que é visto como igual e passa a ser menos atraente.

Apesar de ter gostado desse ponto, a questão da maternidade me deixou bastante intrigada. Para elas a maternidade é um religião, é como se fosse o auge, a coisa mais sagrada de todas. De fato, se a mulher conseguisse evoluir ao ponto de adquirir partenogênese seria algo de grande feito, mas não é essa a questão. Além do mais, elas não tem nenhum tipo de desejo sexual, não tem relacionamentos entre si. Vivem sozinhas isoladas em seus cubículos, ao que me parece ser uma sociedade construída de relações bem rasas, sem vontade própria, apenas para servir um bem maior.

Para mim, essa não é uma história utópica, e sim uma alegoria para entender como esses comportamentos "femininos" são vistos em uma sociedade patriarcal. Uma alegoria que inclusive pode se encaixar muito bem nos dias atuais. E não, não é sobre viver em uma terra onde não existam homens, e sim coexistir com eles de uma forma igualitária, sem imposições e sem rótulos.

Juliana 23/07/2022

Terra das mulheres
A história acontece num local isolado habitado apenas por mulheres. Existe toda uma explicação da comunidade ali construída e suas regras sociais, sempre em comparação ao mundo dos três homens que ali vão parar em uma expedição de exploração.a

nandalunac 25/07/2022

Na ausência de homens o que significaria ser mulher?
Quando comecei a ler o livro não imaginei, que dele, tiraria inúmeras reflexões pertinentes aos nossos dias.
O livro tem defeitos, que considero como reflexos da época em que foi escrito.
Apesar disso, apresenta grandes reflexões sobre a forma como mulheres são levadas a performar certa feminilidade agradável aos homens.
Na ausência de homens o que significaria ser mulher? Esse livro apresenta uma visão sobre essa reflexão.
Recomendo bastante ?

junoyer 25/07/2022

Nem Tudo que Reluz é Ouro
Apesar de por algumas vezes ter ficado sinceramente impressionada com as ideias arrojadas, não só de gênero, como também de educação e meio ambiente, na minha opinião, a 'utopia' oferecida pela autora para por aí.

A paz, felicidade e igualdade desta sociedade está alicerçada na homogeneidade, ao ponto que em passagens do livro as personagens não conseguem pensar em primeira pessoa do singular. Uma forte tendência para eugenia me deixou assustada (o que depois ficou bem claro pesquisando mais sobre a autora, declaradamente à favor de ideias como 'pureza racial').

Obviamente indisposta a separar o autor da obra, me pareceu hipócrita a ideia de uma sociedade perfeita construída tendo como base um ideal nacionalista vitoriano, mesmo que pelo menos dez dos doze capítulos sejam uma descrição detalhada do seu funcionamento 'perfeito', e o desenvolvimento da história só ocorra nos dois capítulos finais.

talilittle 29/07/2022

grande utopia!
eu gostei bastante do livro. achei que é um manifesto pela sociedade matriarcal e eu amei estar imersa nesta utopia!

em certos momentos ficou um pouco arrastado, mas ainda assim foi uma leitura muito válida.

entendo as críticas feitas à questão da maternidade, mas consegui entender o contexto da importância disso para a história.

amandabcca 29/07/2022

Uma excelente obra, apesar de envelhecida.
Terra Das Mulheres é um grande livro, com uma importância imensa na literatura feminista - tendo em mente a época em que foi escrito.

Obviamente vemos que ele já pode ser considerado ultrapassado hoje em dia, principalmente pela supervalorização da maternidade.

Mas a mensagem sobre feminilidade é tão atual...

"O que me levou à convicção de que os 'charmes femininos' que apreciamos não são nada femininos, mas apenas reflexos da masculinidade ? desenvolvidos para nos agradar porque elas precisam nos agradar ?, nem um pouco essenciais ao desempenho."

Gostei bastante, dou quatro estrelas!!

Pâmela Cristina 05/08/2022

A sinopse desse livro me encantou. Como seria incrível uma civilização formada unicamente de mulheres? e que contraste traria com a nossa realidade chafurdada no machismo? O fato do livro ser narrado por uma figura masculina, de inicio, trouxe uma curiosidade inerente. O inicio, interessante, porem, tenho a sensação que a autora se perdeu na narrativa. Trazer uma sociedade inteira envolta na maternidade me trouxe reflexões fantásticas, massss, levar os personagens a um 'relacionamento' visando a paternidade me trouxe a sensação de uma curva no rio. Confesso: muita dificuldade em finalizar o livro. Já conhecia a autora através de O Papel de Parede Amarelo, talvez tenha gerado muita expectativa, pois não parece a mesma pessoa. O livro nem parece ser escrito por uma mulher!

Mari 24/11/2022

Sem sal
A escrita é uma delicia.
Fluiu bem, linguagem acessível, o que me incomodou foram os conflitos extremamente rasos, falta de BONS diálogos.

Ju Harue 18/12/2022

Foi uma leitura interessante, principalmente contextualizando a época que foi escrito, um retrato bem progressista sobre algumas questões feministas, religiosas, entre outras.
Pessoalmente, o idealismo da maternidade foi um ponto que me incomodou demais, mas novamente, é necessário ler sob a ótica do período em que foi escrito, as ideias eram bem avançadas pra época de Gilman.
De toda forma, acho uma leitura super válida e é meio assustador ver que algumas ideologias ainda permanecem enraizadas em nossa cultura patriarcal até os dias atuais, ainda há muito pelo que lutar.

Brunna.Urbanski 29/11/2022

Interrupção
É interessante, principalmente pela discrepância da visão feminismo em 1915 e do que é hoje.
Um exemplo a ideia de maternidade que a autora trás, (o episódio que Van conta a ela sobre o aborto, e como na terra das mulheres isso era inconcebível...
Mas faltou o final...acho que queria saber como foi a experiência de volta para o "mundo normal"

Joelma 25/11/2022

Muito bom
Terra das mulheres trata exatamente disso, uma terra só de mulheres.
A história é contada a partir da perspectiva masculina, com seus preconceitos e histórico onde o homem é o provedor e líder do lar e da nação. Estar em uma terra só de mulheres, liderada por mulheres e sustentada por elas é chocante.
O livro precisa ser lido sob a ótica de uma mulher da época de Gilman, para não gerar espanto. Apesar de condicionar alguns conceitos retrógrados, o livro com certeza faz crítica a forma como mulheres eram tratadas na época. Mulheres são tão fortes, inteligentes, sonhadoras, desbravadoras e interessantes quanto homens, é necessário apenas que se tenha abertura para isso.

Caroline 28/10/2022

QUE LIVRO INCRÍVEL!
O enredo da história é incrível, as reflexões que o livro trás são incríveis, tudo nesse livro é maravilhoso. Indico pra todo mundo ler.

Stella.Nunes 18/10/2022

Um século depois não seria tão diferente
Esse livro me fez refletir sobre muitas coisas. A todo momento precisei me lembrar de que foi publicado em 1915 e ainda que não houvesse um avanço tecnológico notável, apresentou uma visão muito interessante sobre o que seria um país novo, isolado e composto só por mulheres.

Terra das Mulheres, dado o contexto da época, acabou deixando de lado pautas que se fosse escrito hoje com certeza estariam, como a sexualidade. No entanto, construiu muito bem a relação de autosuficiencia das mulheres e da comunhão que todas no país estão.

O que é inevitável de se questionar é quanto a natureza únicamente boa das mulheres, como se os sentimentos ruins não existissem de maneira alguma. Mas eu gostei do reforço a todo instante de que elas tudo fizeram e tudo continuariam fazendo, para o choque e surpresa dos três homens, sobretudo pra Terry, o mais conservador, sexista e preconceituoso dos três, que a todo momento debochada das capacidades femininas.

A relação das mulheres, a educação, maternidade e a religião foram pontos que me fizeram refletir bastante. Quando Van narra a partir da percepção dos próprios pré conceitos feitos das "fêmeas" e dos de Terry, tenho certeza que esses estereótipos femininos são mantidos mais de um século depois.

O que não gostei muito foi da construção do "romance" que surge sem que o leitor perceba e mágicamente eles resolvem casar, pra mostrar que novos problemas surgiriam entre os povos. Há de se esperar a dificuldade para adaptação no novo país assim como ocorre na vida real. O choque cultural é gritante principalmente nessa hora pelo desconforto gerado pelo impasse do entendimento sexual e a respeito de filhos.

A autora foi brilhante na criação desse país utópico. Me questionei como seria caso escrevesse no presente.

Cintia.Peruci 23/12/2022

terra das mulheres maravilhas
O livro traz uma história bem interessante onde três homens decidem ver com os próprios olhos uma terra onde só há mulheres. Sem crer no que vêem, as mulheres acabam os ensinando tudo sobre o lugar, em troca de informações sobre o "lado de fora". Uma obra que inspirou a criação das Amazonas para a Mulher Maravilha, onde as mulheres são autosuficientes, não existe ciúme, rivalidade e apenas amor, irmandade e maternidade, além, é claro, do matriarcado.
Algo legal de se saber é que a feminista Charlotte Perkins descreve em sua obra o olhar masculino para com tamanha irmandade. Cada um com seu jeito diferente de se admirar o local. E ela descreve tão bem que você sente raiva e nojo em alguns momentos - indireta pra você, Terry.
A visão de um país completamente feminino pelos olhos da autora, nos fazem questionar o motivo de sermos tão diferentes dessas mulheres. Tudo por conta do patriarcado, pela presença do homem. Que nos obriga a sermos mais "femininas", a competir com outras mulheres, a nos comportarmos para viver no mundo dos homens com empregos medíocres que nos menosprezam por sermos o "sexo frágil".
Meu único ponto negativo, foi que, na escrita, a autora acaba sendo um pouco repetitiva em questões de comparação. O tempo todo os homens falando do nosso mundo e elas falando do delas, isso passa-se do começo ao fim do livro. Deixando a leitura meio arrastada e chata. Se você espera um grande plot, talvez o livro te decepcione, já que as comparações entre os dois mundos são a base e essência do livro. Apenas.
Não nego que seja uma ótima leitura para aqueles que curtem livros de uma olhar feminista, que gostaria de uma ideia de matriarcado. Aprendi e refleti muito enquanto lia.

Jussara 19/11/2022

É um livro com uma ideia ousada, principalmente levando em consideração a época em que foi escrito.

Também por conta dessa época, mesmo com algumas críticas claras e outras mais sutis ao machismo, ele próprio tem algumas construções machistas que provavelmente não eram vistas como tal à época.

De qualquer forma, é uma boa leitura, bastante interessante.