Sheron 15/06/2021
"Um sistema ético admirável"
Trata-se de uma leitura leve, tirando os últimos capítulos que abordam questões mais complexas, se assim posso dizer, a história no geral te envolve, e principalmente, te faz refletir.
A terra das mulheres é narrada por um homem, que se entende por neutro, três americanos vão para esse país, onde tudo é completamente diferente da sociedade que estamos acostumados.
A ética prevalece, um lugar onde há igualdade, civilização, harmonia, generosidade, altruísmo... Imagina morar num lugar onde não precisa temer por bandidos, assassinos? Não precisa temer andar na rua desertar com medo do pior acontecer? Um lugar onde o poder não gera competitividade, egoísmo e desigualdade.
Chega a ser até irritante, pensar que poderíamos ser assim, porque somos tão cruéis? Por que somos como nós somos? Guerra, doenças, crueldade...
A história faz nós refletirmos sobre todos os aspectos da nossa sociedade, dos nossos comportamentos e concepções.
Um lugar onde a maternidade é o que as move, o cuidado, altruísmo. Como Professora, achei interessante a ideia de Educação abordada na história, perfeito seria se nossa Educação partisse do princípio que precisasse estimular a mente da criança da maneira que é melhor para cada um, ou até mesmo, a real valorização das professoras nessa história.
Obviamente, é um feminismo antigo, onde ainda vê a mulher com o único papel, a maternidade, nessa história maternidade é o que rege tudo, mas isso bate em contrapartida com os novos movimentos feministas, tudo evoluí né?
[...] Era como... voltar ao lar para a mãe. Não quero dizer a mãe de avental assando biscoitos, a pessoa atarefada que cuida de você e o mima, e que não o conhece de verdade. Quero dizer o sentimento que uma criança muito pequena sentiria, depois de ter estado perdida ? por muito tempo. A sensação de voltar ao lar; se limpar e descansar; de segurança com liberdade; de amor constante, quente como a luz do sol em maio, não como um forno ou um edredom recheado de penas ? um amor que não irrita nem sufoca [...].