A Mulher de Trinta Anos

A Mulher de Trinta Anos Honoré de Balzac




Resenhas - A mulher de trinta anos


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Etiene ~ @antologiapessoal 26/05/2020

O que Balzac acharia da mulher do século 21?
Começar um texto com uma indagação sugere que eu tenha a resposta, não é mesmo? Mas receio, de antemão, os decepcionar. Quando fecho os olhos e penso no tema que preside esta obra, o visualizo como algo sorrateiro porém imortal a todos os séculos: a hipocrisia dos costumes. A personagem que Balzac usa para dar corpo à sua história, essa mulher que viaja pelas cenas e pelos anos, nossa heroína sacrificada por convenções sociais, por amores perdidos, por obrigações engessadas, é muito mais que um personagem. Ela é um arquétipo absoluto. E essa mulher reencarna em cada uma de nós. Nas em que são impostos padrões de beleza inalcançáveis, nas que abrem mão de sua profissão em detrimento da do marido, nas que se veem presas à maternidade quando para tal não possuem ímpeto, nas que se idiotizam dentro de círculos sociais ou para alcançar posições que outros julgam vitais. E, para encontrar a felicidade que por tanto tempo esperou, Jullie ressuscita naquelas de nós que verdadeiramente se encontram livres para viver de forma independente e realizada à sua maneira.

Para o autor, a mulher atinge seu auge poético, a profundidade de sua alma, aos trinta anos. Ali, as experiências vividas marcam sua pele com rugas e cuidam para que essa maturidade venha junto com um quê de mistério e feitiço. A mulher balzaquiana é um poço de contradições porque não se encaixa no tempo que em vive, está a frente dele e daquilo que dela se espera, capaz de tomar suas próprias decisões e resolver suas questões. Por isso, ao retratar a inquietação do que era ser mulher naquela época, Balzac nos atinge hoje pintando também o mesmíssimo desassossego do que é ser mulher agora. Não basta o que nos é dado, sempre queremos mais.

Eu não poderia esconder o encantamento que me toma quando percebo como é possível uma obra publicada em 1842 nos representar tão fortemente no século 21. Após este encanto inicial, pelo qual passam todas as paixões, não sei se me entristeço por ainda nos submetermos à correntes semelhantes, ou feliz por encontrar livros intermináveis. Mas o fato é que a persona de Julie tem tanto de mim como de você, e nós nos identificamos nessas páginas porque ainda encontramos lugar de fala para elas aqui, na contemporaneidade.
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Gabi 30/05/2020

Feminismo passou longe
O que se pode esperar de uma obra cuja crítica diz que as mulheres jamais conseguirão agradecer a Balzac, não é mesmo?
Além de uma narrativa cansativa, uma obra que trata apenas de casamentos e amores, ainda que os critique, reduzindo pela enésima vez as mulheres ao seu papel de esposas e mães. Fica famoso por um homem "autorizar" as mulheres de mais de 30 anos a viverem da paixão e questionarem os valores do casamento. Mulheres já escreviam neste época, textos muito mais consistentes em relação a inteligência das mulheres. Muito frustrante para mim... ?????
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MayMadureira 09/08/2020

A mulher balzaquiana
No mês do meu aniversário de trinta anos, decidi ler esse clássico. Mas não posso dizer que me encaixe no perfil de mulher balzaquiana... rsrs

Nessa história, Júlia (Julie, em algumas traduções) casa-se com seu primo, mesmo contra os conselhos de seu pai, e vê-se amarrada em um casamento infeliz. Mesmo após a maternidade, a protagonista vive um vida de aparências, desfilando sua beleza e virtudes pelos salões da alta sociedade, mas vivendo de modo infeliz sua vida doméstica.

Apesar de ter gostado do enredo, mesmo antes de iniciar a leitura já estava inteirada sobre os ?graves? do autor ao publicar a obra. Dividido em seis partes, que foram escritas em anos diferente, ao juntar toda a obra, alguns ?buracos? ficaram bem gritantes ao leitor mais atento: datas e idades que não batem, personalidades muito diferentes de alguns personagens em cada parte da história... enfim.

Ainda acho que vale muito leitura. Seguindo o conselho de alguns outros leitores, tentei considerar cada parte do livro como um conto em si, sem tentar relacionar demais a outras partes.
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Eva 20/10/2020

A balzaquiana
Apesar de ter sido um marco a forma que Balzac retrata a mulher de trinta anos, fiquei incomodada com o retrato da mulher a partir de seus 30 anos como se já tivessem no fim da vida e já não gozasse de nenhuma jovialidade e se ainda tivesse alguma beleza era por sorte (rsrs), de forma oposta ele retrata o homem da mesma idade. Claro, que sei que temos que ter sempre em mente o período em que foi escrito, mesmo assim incomoda.
Outra observação é que alguns capítulos parecem desconexos no meio do livro, o que achei estranho, mas depois fiquei sabendo que foram escritos separadamente em publicação de periódicos da época e depois juntados para publicar o livro, entendi que faltou uma revisão para que o texto parecesse contínuo.
Ainda sim, vale a leitura por ser um clássico que marcou época.
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Alyne.Queiroz 28/10/2020

Confuso
Eu acabei o livro e tive que correr pra ver alguns vídeos de booktubers pra tentar entender o que foi que eu li, o livro é muito confuso, ele dá uns cortes no meio e aparece um tempo depois tudo diferente e sem nenhuma explicação, ele muda o narrador, as datas não batem, enfim, confusão pura, assistindo aos vídeos entendi a causa, esse livro foi escrito durante uns 10 anos, e não houve uma revisão quando foi juntado todas as partes, como falou a Isabela Lubrano, parece uma colagem mal feita.
Tirando essa confusão tem a parte extremamente machista do livro, fiquei indignada que uma hora falam de um dos amantes da Júlia que tem 30 anos como um jovem, e dela própria, também com essa idade como uma mulher madura, tudo bem, vamos tentar entender que era século XIX, as mulheres só tinham algum valor até os 20 e poucos, depois disso já eram "vovozinhas" indesejáveis, então olhando por esse lado conseguimos enxergar o quão vanguardistas foi o autor, enumerando os tantos atributos das mulheres nessa idade. Apesar de ter uma escrita meio rebuscada tem algumas partes que constam as reflexões da Júlia que são muito bem elaboradas e reflexivas, no fim é um bom clássico, entendendo o contexto super vale a pena a leitura.
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Lorena.Mireia 13/03/2021

Mulher balzaquiana
O título que popularizou o termo para referir-se às mulheres de determinada faixa etária traz à baila a conturbada vida de Julie.
A princípio, uma moça deslumbrada com as perspectivas do matrimônio que mostrava-se apaixonada por um militar. Não obstante fosse advertida pelo seu pai sobre os tentáculos sufocantes que esse tipo de união poderia ser à sua liberdade, a jovem contraria todos os conselhos e, posteriormente, se arrepende por não ter dado ouvidos a quem tanto lhe queria bem.
O marido torna-se um sujeito ríspido e mal-humorado. Por conseguinte, logo a infelicidade instala-se no coração da protagonista. De modo a suprir essas lacunas amorosas ? assim como Madame Borary, ? ela vive algumas aventuras extra-conjugais. Assim como a personagem de Flaubert, Julie também é desprovida do famigerado instinto maternal.
Portanto, vimos que é uma mulher sempre infeliz e atormentada pelo sentimento de remorso por infringir as leis dos homens e as convenções sociais.
Uma obra que coloca a figura feminina, tão censurada à época, sob um prisma de compreensão, sem quaisquer julgamentos morais. De fato, Balzac era um escritor que se debruçava em entender os anseios das mulheres em um contexto que elas eram tão impiedosamente esmagadas para exercerem seus papéis sociais com perfeição.
Um excerto sintetiza bem a crítica da obra: ?O casamento, instituição sobre a qual se apoia hoje a sociedade, faz-nos sentir, só a nós, todo o seu peso: para o homem, a liberdade, para a mulher os deveres.?
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Marcela.Nogueira 30/03/2021

A mulher de trinta anos
A estória é mais descritiva que narrativa, o que a torna meio maçante. Por outro lado, a medida que descreve os cenários, tem-se a impressão de visitar a França. Também é interessante acompanhar a mudança de pensamento e atitudes da protagonista com o correr dos anos.
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Adriana1161 21/04/2021

"A fisionomia das mulheres só começa aos 30 anos"
Honoré de Balzac, é o criador do realismo francês.
Essa obra é cheia de contradições, por exemplo, é uma obra romântica e realista ao mesmo tempo.
Foi escrito aos pedaços, publicado em contos separados, e depois reunidos em um só livro.
A cronologia não faz muito sentido, e os personagens também mudam seu modo de ser durante o decorrer da história.
A personagem feminina é a mulher moderna, madura, que questiona o casamento, a maternidade, mas que tem perturbações por causa disso.
A questão das datas não baterem, também pode ser considerada ousada e parece que não foi totalmente ao acaso.
Quando começamos a ler, percebemos que não há quebra de capítulos, continuidade, muda de lugar e de assunto, passagem temporal confusa.
Apesar de tudo isso, é uma leitura interessante, com passagens e devaneios belíssimos e profundos. Ótimas descrições de pessoas, lugares e da natureza.
Narrador incógnito.
Li esse livro para um curso que estou fazendo que trata a Representação das mulheres na obra de Balzac e Flaubert.
Personagens: Julie, Victor, Hélène, Arthur, Charles, Gustave, Abel, Moïna
Local: Paris - 1813/1844
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Thais 22/04/2021

Não gostei
A personagem principal é chatíssima, dramática e sem graça.
Os parágrafos são gigantescos.
Fiquei bem decepcionada.
Mas, claro, tem algumas passagens marcantes.
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Karinne 28/04/2021

A crítica em relação a sociedade francesa da época é ótima, mas a leitura é cansativa. Entendi o termo mulher balzaquiana e que venha os 30.
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natalya 01/05/2021

A mulher...
Que leitura incrível e profunda! A história nos faz mergulhar nos detalhes de uma alma apaixonada, triste e melancólica de Julie, nos desejos negados e na vida "de fachada" que ela levou. O amor é muito bem representado e a tristeza que ele causa também! A parte da história que liga Helénè e a mãe é muito triste, tudo que ela passou e escondeu por sua mãe refletiu em sua vida, morreu ainda levando um sentimento ruim por ela... realmente um livrão!!
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Juliana.Pegoraro 11/05/2021

A mulher de trinta anos
Um livro sobre quebra de paradigmas.
Obras assim só podem ser entendidas dentro do contexto em que foram escritas/publicadas. Na visão do século XXI, poderia ser uma decepção. Porém, no século XIX, uma heroína que se indagava sobre o que Julie se indagava era sim revolucionário.
A edição que li, da Companhia das Letras, traz um prefácio maravilhoso que deve ser lido obrigatoriamente depois de finalizada a leitura do romance.

Sugiro para ser lido sem pressa.
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Thays 16/06/2021

Meu primeiro Balzac
Resolvi começar as obras de Balzac por esse livro por ter curiosidade, confesso, com o termo balzaquiana.
E apesar de ser um livro em que Balzac juntou um monte de contos e, às vezes, termos a impressão de que as histórias estão um pouco desconexas, gostei muito.
Balzac transita para o realismo, mesmo ainda deixando o romantismo evidente em vários momentos. Adorei.
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