Joao 27/10/2023
De arrepiar
Antes de mais nada, faz-se necessário mencionar que os arrepios que senti, durante a leitura desta magnífica publicação, foram de sentimentos bons, pois fiquei perplexo com os atos de Oskar, Madristch e Tristch, além de muitos outros soldados, oficiais e afins que, ao lhes cair a ficha do que estavam fazendo parte, não pouparam esforços para ajudar as vítimas do 3º Reich.
O livro, apesar de possuir quase 450 páginas, possui uma leitura fluida, que não cansa o leitor, pelo contrário. Quanto mais se lê, mais se quer ler. A estrutura do texto, o acabamento da obra e a tradução realizada deixaram tudo ainda mais perfeito, pois Thomas Keneally, com seu jeito de escrever, já havia fornecido o norte do que ser feito.
Penso que muitos escritores, depois de realizarem diversas pesquisas, encontrariam dificuldades para fazer uma obra como essa. Tudo nela se encaixa perfeitamente bem. Há muitos ensinamentos, sim, porquanto trata-se de um livro de história, porém há momentos, também, de risadas, suspense e, como não poderia faltar, tristeza e lágrimas - chorei.
Enfim, Thomas, a fim de nos explicar tudo o que aconteceu, começa o livro não no início do holocausto, porém no meio dele, a fim de nos mostrar um pouco do que veremos: oficiais SS, Herr Direktor, judeus/judias, subornos e bebidas.
Após o mencionado prólogo, iniciaremos nossa jornada, através da qual descobriremos quais foram as pessoas responsáveis por ativar o modo ?salvador? em Oskar, bem como foram conduzidos os salvamentos, negociações, homicídios (leia-se genocídio), julgamentos, prisões e fugas.
Para finalizar a publicação, já no epílogo, o escritor, como não poderia deixar de ser, mostra-nos como foram os dias posteriores de Oskar e Emillie, sua esposa, depois da guerra. Informando-nos sobre os percalços que passaram, viagens que precisaram fazer, novos negócios que iniciam, julgamentos em que compareceram e homenagens que receberam.
Para finalizar essa resenha, além de recomendar a leitura para todos, aproveito para externar todos os meus pesares paras as vítimas do holocausto e das guerras atuais, incluindo, aqui, civis palestinos, israelitas, sírios, jordanianos, russos, armênios e ucranianos. Saibamos que estamos todos no mesmo barco, então não há motivos para divisões ideológicas. Como dizia Antoine de Saint-Exupéry, em o Piloto de Guerra, ?cada um é responsável por todos?.
Desta maneira, tenhamos em mente que em uma guerra todos saem perdendo, não somente aqueles que estão na zona do confronto. Seres humanos de todos os países, uni-vos.