Le 25/04/2022Uma obra larga, extensa e intensa, não há duvidas de que demanda um certo esforço para compreende-la. Nela o autor realiza uma análise histórica da transformação nas formas de punir, fazendo um recorte temporal que abarca desde meados do século XVIII ao modelo existente. Ressalta os suplícios e castigos corporais remanescentes da idade média, os quais eram considerados verdadeiros espetáculos. Inegavelmente, causavam dor a quem os assistia, e com o tempo passaram a gerar repulsa à maior parte da população..
O que não se pode negar é que todas aquelas cenas não passavam de manifestações de poder, que objetivavam a inibição de futuras transgressões e delitos.
No referido período, a punição ganhou novos contornos, chegando à atual privação da liberdade por meio das prisões. Uma condenação oculta, "menos dolorosa" e talvez "mais humana". Uma possibilidade, porém provada ineficiente no quesito correção dos indivíduos.
Enfim, o propósito subjacente do sistema é tornar os corpos dóceis, transformá-los em sujeitos adestrados, domesticados...e nessa perspectiva criam-se tantas outras instituições que contribuem com métodos de disciplina, como: escolas, serviço militar, fábricas, todas atuando como modelos de encarceramento de indivíduos. Corrobora ainda, todo o aparato de leis criado para regrar o comportamento social, onde o abastado é protegido, resguardado, e o miserável vive constantemente à beira da delinquência, propicio ao cárcere.