Benevenutix 27/10/2023
Como sempre, Machado
A escrita de Machado, para quem não é acostumado, é densa e cansativa seu jeito irônico de ser as vezes pode passar despercebido por esses leitores não tão habilitados com o viver machadiano. Porém, para alguém que sobrevive e respira literatura, a característica mais marcante do Bruxo não seria esquecida jamais. Em primeiro plano, vemos um pai passando conselhos, que não lhe foi concedido durante a juventude, para seu filho que chegou a maioridade, mas nas entrelinhas vemos a magia acontecer, temos os ensinamentos de como se tomar um medalhão, uma pessoa mediana que vive de aparência e não forma suas próprias opiniões, um "ofício" para ser bem visto na sociedade mesmo não se apossando dela como indivíduo ativo. Um conto tão antigo, mas tão atual. Quantos medalhões temos espalhado pelo território. Não escrevo isso em forma de pergunta, mas sim, de afirmação. Pois, enquanto o pai ensinava o filho ser um medalhão, Machado nós ensina como reconhecê-los.