Recordações da Casa dos Mortos

Recordações da Casa dos Mortos Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Recordações da Casa dos Mortos


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Gláucia 30/06/2019

Recordações da Casa dos Mortos - Fiódor Dostoiévski
Pode ser considerado auto-ficção, já que através de um personagem fictício que passou dez anos na prisão siberiana por ter assassinado a mulher, o autor traz suas próprias experiências após ter passado quatro anos lá por questões políticas.
Ao final temos cartas dele ao irmão, escritas durante esse período e através delas podemos constatar que vários eventos e personagens não são fictícios.
É muito bom do ponto de vista histórico e muito bem detalhado em seus vários aspectos. Podemos através dessa leitura conhecer o funcionamento dessa instituições, suas regras e peculiaridades pela visão acurada de quem passou tanto tempo vivendo esse suplício.
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Rodrigo.Moritz 17/12/2018

Médio
Apesar de ser interessante a história sobre a prisão na Sibéria, a narrativa é cansativa e arrastada. A edição que eu li era de português de Portugal o que piorou mais ainda. É uma literatura clássica e bem datada incompatível com a escrita moderna.
Recomendo o livro Humilhados e Ofendidos do mesmo autor, este sim é um livro clássico muito bom.
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J.S.Moraca 22/06/2018

Recordações da casa dos mortos
Livro impressionante. A prisão na Sibéria não era fácil!
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Gladston Mamede 15/01/2018

Ganhei esse Dostoiévski da Rita Caminhoto, amiga de Londrina. Não o leria, não fosse assim. E fui arrebatado pelo texto que é simplesmente irretocável. Romance? Não diria. Não há história, no sentido estrito do termo: não há fatos que se encadeiam, nada por supor ou esperar. São recordações sobre o cumprimento da pena de 10 anos pelo narrador, sem sequência cronológica certa: vão e voltam. Teria tudo para ser chato e ruim, mas é soberbo e delicioso de ler, mesmo com descrições excessivamente detalhadas de quase tudo: fui capturado pelo texto e não consegui parar de ler. Detalhe: um ensaio penitenciário fabuloso que poderia - e deveria - ser dado a ler aos alunos de Direito Penal, Processual Penal ou Penitenciário, tanto quanto o Marquês de Beccaria e seu "Dos Delitos e das Penas". Impressionante.
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Felipe Cyrillo 03/08/2017

O grande literário Russo
O livro é uma descrição detalhista e também subjetiva de um presídio da Sibéria da segunda metade do século XIX. Tudo é descrito com meticulosidade. Apesar do elevado nível descritivo, Dostoiévski consegue manter a narrativa corrente em boa parte do livro, salvo algumas exceções. O livro é bastante denso, há trechos que causam um impacto forte, grande marca do literário. Suas Digressões refletem sobre a natureza do criminoso, ética do presídio e do sistema prisional, e até mesmo a relação interpessoal entre classes (Nobreza e Mujiques) elaborada por monólogos do narrador. Minha opinião sobre este livro e sobre Dostoiévski é demasiadamente apreciativa. Muitas de suas digressões são reflexões que eu mesmo faço acerca dos temas abordados. Preciosíssimo. Ao final desta edição da editora Nova Alexandria, há uma carta de Dostoiévski ao seu irmão, quando o mesmo saiu de sua pena no presídio da Sibéria. Esta carta deu um toque final e completante a obra. Onde o mesmo diz para o irmão lhe ajudar e que, ele ouviria falar o nome dele, que ele seria um grande escritor. Realmente, seu esforço e suas promessas foram cumpridas. Dostoiévski é sem duvida, um dos pilares não só da literatura russa mas de toda a literatura mundial.
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JJ 10/03/2017

Ler outro livro de Dostoiévski é como reencontrar um velho amigo. Por mais voraz que seja o leitor, dificilmente este autor russo passa menos de uma semana em nossa cabeceira - ou em nossas cabeças, dada a força de suas histórias. Mesmo assim, dos 17 livros lidos este ano, Recordações da Casa dos Mortos foi apenas o quinto mais demorado até agora.

Isto porque, em um ritmo de conversa, Fiodór conta meticulosamente o funcionamento de um presídio na Sibéria, baseado em sua própria experiência de vida. Não é à toa que ele é um dos meus autores favoritos. Dostoiévski une não só uma trama de qualidade com discussões e devaneios sociais fundamentais até hoje. Nesta obra, o foco no sistema carcerário, na efetividade da aplicação de penas duras (banimento, cruéis e de trabalhos forçados), aumenta o interesse de amantes do Direito, como eu.

O primor na escrita dispensa comentários. O ritmo da trama consegue se manter alto quase todo o tempo. Da chegada do autor da história à Sibéria, da divisão por classes, do fruto do trabalho reservado aos vícios, dos raros dias de banho e festas... Todos os pormenores ajudam a entender uma sociedade específica (a Rússia czarista do século XIX) sem deixar de ser fonte de argumentos para defender qualquer tese na área jurídica na sociedade atual.

Quando, em fls. 209 da edição lida, ele levanta bandeiras ao dizer "... esses cegos e surdos cumpridores da lei não compreendem nem percebem sequer que a aplicação literal da lei, sem a interpretação do seu sentido, leva a reações, dessa prática só advindo consequências piores..." nós entendemos porque Dostoiévski é tão fundamental como Montesquieu ou Ihering, além do flagrante caráter filosófico de uma obra desta magnitude.

Apesar disto, Recordações da Casa dos Mortos ainda se encaixa como obra pré-existencialista do autor, apesar de ser a última. Ele ainda se socorre a expressões como "inefável" e "acepção" de forma corriqueira, mas quem é fã interpreta isso como algo típico do nosso velho amigo. Ainda há espaço para momentos extremamente descritivos. No início da segunda metade da obra, quando o narrador vai à enfermaria e convive com a parte mais desumana do cárcere (roupas sujas, latrinas à noite para suas necessidades e os grilhões sem sequer um desaperto) a riqueza de detalhes faz parecer que ele escreveu a obra na própria prisão.

Porém, mesmo quando se socorre a narrativas mais diretas, como da realização de uma peça de teatro pelos detentos, o russo se mostra preocupado com aspectos internos do ser humano. Em fls. 160 da edição lida, por exemplo, ele finca que "... a tirania é um hábito, tem a propriedade de se desenvolver, e se dilata a tal ponto que acaba virando doença ...".

Quando decide concluir a história e pesa sua experiência no presídio - para ressuscitar da casa dos mortos - diz que se forçou a isso porque, se pudesse, escreveria cinco vezes mais. Mas, sabe que isso seria uma boa ideia?
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Dani Moraes 11/12/2016

Observando presidiarios e refletindo sobre a vida
Fala sobre a vida em um presidio de trabalhos forçados na Sibéria no século XIX, através de um presidiário nobre muito observador vamos conhecer as diferentes personalidades existente nos presídios, sendo que, essas observações podem ser transportadas para a sociedade Russa do período ou até mesmo com relação a humanidade em geral.De maneira geral é um bom livro, gostei, mas esperava ter gostado mais.

site: http://asverdadesqueopinoquioconta.blogspot.com.br/2016/11/recordacoes-da-casa-dos-mortos.html
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Wagner Oliveira. 17/08/2016

Um relato muito preciso da vida em uma prisão na Sibéria.
Um livro onde o autor relata através de um personagem suas impressões de como é a vida em um presídio na Sibéria. O talento de Dostoiévski em ser um excelente descritor, torna a compreensão dessa narrativa bem simples e fácil.

A Vida dentro desse temível local no grande país chamado Rússia foi descrito por um homem que não apenas imagina como a vida era lá, mas que viveu nesse local. E, vale ressaltar para quem não sabe que Dostoiévski foi mandado para a prisão na Sibéria.

Ele consegue deixar as coisas muito claras, há nesse relato um poder tão grande que é possível vivenciar as cenas descritas nessas páginas.

Eu não tinha um livro desse autor. Mas em uma semana comprei 3 e depois ganhei 1.
Recomendo que todos leiam Dostoiévski, ele é um autor indispensável para os nossos dias.


Atenciosamente - Wagner Oliveira.
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Paulo.Eduardo 16/02/2016

Resenha
Recordações da casa dos mortos do russo Fiódor Mikháikovitch Dostoievski é uma obra prima atemporal quanto as suas posições existencialistas. Por ser tão complexo não pretendo entrar no mérito dos conceitos apresentados e sim na obra com um todo.

Com a irregularidade na história marca registrada de Dostoievski, não temos claramente um meio, começo e fim, e sim uma sequência não muito lógica que se iniciam em sua entrada na prisão em Omsk na Sibéria e a saída da mesma após dez anos, neste meio tempo ele conta diversos causos, quase sempre indo e voltando nos assuntos, que não incluem o seu próprio crime, fato irrelevante durante a jornada.

O livro é baseado nas experiências reais de Dostoievski durante o tempo em que foi preso, e como nobre pode observar de uma perspectiva privilegiada da "sociedade" de dentro do presídio. Por isso ele utiliza diversas metáforas e de uma forma visceral detalha a história de vários "camaradas" como forma de narrar estas incríveis estórias.

O crime, a culpa, o medo e os preconceitos da prisão para com qualquer indivíduo, tanto os soldados quanto os prisioneiros, tudo isso de forma até bem humorada de vez enquando.

Aleksandr Pietróvitch é o narrador criado por Dostoievski nesta história, homem que mostrará os dois lados da moeda e a forma tácita como um presídio pode nivelar as relações entre os seus ocupantes, criando uma indelével lembrança em suas mentes.

Adorei este livro como primeira leitura de Fiódor, espero poder ler em breve outras obras primas deste autor em breve.
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jonatas.brito 13/01/2016

Como sair vivo da casa dos mortos?!
Para melhor compreendermos a profundidade realística da obra Recordações da Casa dos Mortos, de Dostoiévski, é necessário estarmos a par de seu contexto histórico. Este livro é o relato das experiências vividas no cárcere pelo próprio autor durante os quatro anos em que ficou preso em Omsk, na Sibéria; fruto de sua prisão em 1849, após ser condenado à morte por conspiração política contra o Czar Nicolau I e ter sua pena convertida em quatro anos de trabalhos forçados.

Publicado em forma de série entre 1861 e 1862 e, apesar de ser um romance ficcional, Dostoiévski reveste-se no personagem principal do romance, Alexander Petrovitch Goriantchikov, um nobre russo condenado a dez anos de prisão por ter assassinado sua esposa, e nos apresenta o submundo da gélida e temida prisão da Sibéria: as relações entre os prisioneiros, as brigas, as punições, o comércio clandestino, os subornos aos guardas, as tentativas de fuga, enfim, nada passava despercebido aos seus olhos.

Cada capítulo nos apresenta uma história que para ele foi relevante em sua estada na prisão. O crime cometido por Alexander não é o foco do romance. Do passado do nosso protagonista sabemos muito pouco, porém é traçado um perfil social e psicológico dos outros presos, além dos motivos que os levaram à prisão. Logo nos primeiros capítulos, Alexander nos revela que uma de suas maiores torturas era a impossibilidade de, em momento algum ao longo de dez anos, poder ficar sozinho (angustiante, não?!). Embora faça poucos “amigos”, ele é discriminado pela maioria por ser de linhagem nobre. Durante a leitura, é inevitável não nos sentirmos mais um prisioneiro das frias celas siberianas....

Continue lendo essa resenha em nosso blog:

site: https://garimpoliterario.wordpress.com/2015/12/13/resenha-recordacoes-da-casa-dos-mortos-fiodor-dostoievski/
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Tauan 23/09/2015

Dostoiévski foi um renomado escritor Russo do século XIX, e este foi o primeiro livro dele que caiu em minhas mãos.
O livro parece ter sido construído por recordações do período em que Dostoievski cumpriu pena num presídio na Sibéria.
É interessante notar que Recordações da Casa dos Mortos é que o relato do dia-a-dia de centenas de homens num presídio gelado e distante de tudo.
Este é na verdade um livro difícil de ler, não pela linguagem, que chega a beirar o coloquial, mas pelo próprio estilo da narrativa, que se desenvolve como um diário. Como uma autobiográfico, narra a vida de um homem, Alieksandr Pietróvitch, preso no gelado e longínquo presídio da Sibéria. No entanto, o crime que o levara até lá mal influi na história; o foco está na sua pena e no convívio com os presos.
Alieksandr foi condenado à trabalho forçado por assassinar sua esposa (o que é um comentário sem qualquer importância no livro, pois em nenhum momento foi revelado as motivação que o levaram a cometer tal crime ou foram dadas maiores explicações). O importante é o dia-a-dia dos presidiários, com seus sonhos, medos, ódios, preconceitos, enfim, o cotidiano da sociedade presidiária.
Com tudo isso, o livro se torna tenso. Também por esta razão, aconselho aos que ainda não leram nada deste autor, que comece por outra obra, por exemlo, por uma de suas coletâneas de contos; para depois, em um período mais maduro no quesito Dostoiévski, encarar algum de seus profundos romances.
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Valério 05/02/2015

Crueldade realista, mas sem sentimentalismo
Dostoiévski ficou preso por 4 anos em um campo de trabalhos forçados na Sibéria. E suas impressões deste período foram trazidas para este livro.
Ao contrário do que se vê hoje em profusão, autores querendo criar um drama sentimental mais sofrido do que a realidade, Dostoiévski mostra as dificuldades, mas deixa claro que não é o fim do mundo. Muito pelo contrário, acostuma-se e até é possível se apegar e ter uma relativa paz.
Nobre no meio de pessoas condenadas por crimes de assassinato, foi muito discriminado por seus companheiros de presídio. No livro, traça um perfil psicológico detalhado de vários prisioneiros, bem como das rotinas de trabalho e até mesmo um princípio de motim. O livro não foi escrito tendo como personagem o próprio autor. Dostoiévski criou um personagem fictício, que passa relatar os acontecimentos.

Não é o melhor livro de Dostoiévski. Mas fica especialmente bom à medida em que se aproxima do final.
Trecho extraído (o ponto alto do livro):
"A realidade é tão infinitamente diversa, se comparada com a mais sutil das conclusões, de pensamento abstrato, que não permite distinções precisas. A realidade resiste às classificações".
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Jeff80 19/05/2014

Surpreendentemente fácil e fantástico
Alexandr Petrovicth, é um ex-nobre consciente de seu papel de preso, acusado por um crime que por alto seria o de ter assassinado sua esposa, mas em que momento nenhum o próprio personagem relata qual é o seu crime. Logo de início, Alexandr, em suas primeiras impressões, se surpreende, pois o presídio é o primeiro lugar em que vira quase duzentas pessoas alfabetizas juntas num mesmo local. Isso porque o presídio contava com presos políticos (nobres), militares e alguns civis alfabetizados.
O presídio em alguns aspectos tem as mesmas características que vemos em filmes e jornais, como presos separados por classes, raças, crenças e nacionalidades, suborno a guardas, contrabandos e claro uma força opressora de comando. Mas quando analisamos outros aspectos peculiares, lembramos que estamos na Sibéria em 1842. Os presos são acorrentados nas mãos e pés durante toda sua vida na prisão; eles não ficam em selas e sim em alojamentos; possuem animais de trabalho e até de estimação que chegam por vontade própria; e saem do presídio para realizar trabalhos forçados ou mesmo oficios que aprendem na prisão. A todo momento nos surpreendemos com a narrativa sobre o cotidiano e os locais onde os presos vivem e como vivem. Esse é um dos pontos que mais gostei na obra.
Quanto ao personagem, Alexandr é praticamente um fantasma, vagueia pela prisão, apenas a observar, é curioso e atento e ao mesmo tempo consegue se manter longe dos presos "comuns" que se separam dos "nobres". Para mim, o mais fascinante na obra é que ela não se baseia na vida de Alexandr, que aliás não sabemos nada! E sim na vida anterior dos outros presos, Alexandr, quase sem esperança e angustiado tem a necessidade de conhecer a história dos outros. É quando percebemos a principal característica de Dostoiévski, seus personagens são reais, o povo e os despercebidos são seus personagens e nos momentos de desespero, tristeza, raiva e raras alegrias partilhamos os mesmos sentimentos, pois nos sentimos próximos a eles.
Pra encerrar, um livro ótimo e totalmente recomendável.

site: alicenascorrentes.blogspot.com.br
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