O Livro das Ignorãças

O Livro das Ignorãças Manoel de Barros
Manoel de Barros




Resenhas - O Livro das Ignorãças


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Letty 14/05/2020

“As coisas que não existem são as mais bonitas”
Não costumo me adaptar muito a poesias, mas uma amiga me indicou esse livro e resolvi ler. E que leitura incrível!!

O autor trabalha muito bem a questão da linguagem nos levando a desconstruir o que é comum para entender o desconhecido. A Escrita do Manoel é maravilhosa, cheia de pensamentos que nos faz parar e refletir. Em vários momentos parei e me perguntei “o que o autor realmente quis dizer com esse trecho, qual a interpretação que não vi logo na primeira leitura?”. Realmente foi preciso desaprender para entender. E como diz o Manoel “desaprender oito horas por dia ensina os princípios."

Vale muito a pena a leitura, chega um momento que você se sente parte dela, viaja com as palavras, “escuta a cor dos passarinhos”.

Ler Manoel de Barros é aprender que “poesia é voar fora da asa”.
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Katia Rodrigues 18/11/2021

"Ando muito completo de vazios"
No prefácio escrito por Valter Hugo Mãe: " Manoel de Barros sabe por candura e não por academia. A impressão que tenho é a de que ele mantém um estado de pureza como quem espera merecer o milagre". Um poeta que é aclamado por Valter Hugo Mãe não pode ser ruim ne?! ¯\_(ツ)_/¯

Como toda grande poesia, a de Barros (cronologicamente ligada à geração de 30) trata do destino do homem, do medo da morte, da sombra da infância, da busca da felicidade, temas que nos perseguem a todos. Nas palavras do próprio autor:

"Minha obra tem um lastro de terra, mas não gosto de ser chamado de poeta ecológico - não dou muita importância a isso. Poeta é o sujeito que mexe com palavras (...) Se as palavras que me chegam mais comumente são de brejo, é devido ao meu lastro existencial, que reflete um pouco a terra"

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.

Confesso que essa foi uma das leituras mais difíceis, não conseguia fluir com os poemas, forçava uma conexão que não veio, não sei o porquê. Apesar de minha experiência, consigo perceber a grandiosidade da obra de Barros e recomendo-a sem culpa. Leiam ^_^


Ig: @ingrisias
Gio 18/11/2021minha estante
Manoel de Barros........ ??


Katia Rodrigues 18/11/2021minha estante
Gio, tu já leu esse?


Gio 18/11/2021minha estante
Sei que é um dos mais famosos dele. Do Manoel nunca li um livro. Li coisas picadas na internet, vi documentários sobre ele, tem vídeos no YouTube de poesias recitadas...


Katia Rodrigues 18/11/2021minha estante
Ahhhh. Recomendo tbm, apesar de q eu mesma ainda não tenha me "entendido" direito com ele kkkkk acontence né... ?


Gio 18/11/2021minha estante
Ahhh acho ele tão próximo do nosso Caeiro. Como se fosse a infância do Caeiro, fazendo molequices com as palavras. Mas a alma é tão próxima. O chão, o horizonte, árvore, pássaro. Só é moleque, rss. Caeiro é mais sério.




Felipe.Camargo 10/10/2021

123°Livro do ano: livro das ignoranças, Manoel de Barros
Não é preciso fazer grandes poemas para ser um grande poeta, a prova disso é a obra de Manoel de Barros. O escritor do Pantanal fica na encruzilhada entre angústias universais e o contexto de sua fazenda, criando uma combinação digna de sorrisos e lágrimas.
JurúMontalvao 11/10/2021minha estante
?




Everton Vidal 18/11/2022

Se divide em três partes, cada uma revelando aspectos da sua poesia: método, estratégia e habitat.
1) Uma didática da invenção: desconhecer as coisas para conhecê-las.
2) Os deslimites da palavra: ir além dos significados e da sintaxe para se aproximar do âmago das coisas.
3) Mundo pequeno: a importância do sem importância, o valor das coisas inúteis.
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nina.gennee 27/02/2022

"As coisas que não existem são mais bonitas."
Tive que desaprender para entender.
É meu primeiro contato com uma obra do Manoel e eu estou admirada com a escrita dele. É única. É agramatica, como ele mesmo afirma.
Tive que reler uns trechos, e mais, refazer o significado de algumas palavras e significar outras. Foi uma experiência incrível. Pretendo ler mais obras dele. "Quero enxergar as coisas sem feitio."
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22/09/2009

Manoelices...
Um autor que ignora tanto até saber de tudo, fazendo apologia do que é pequeno, sem limites e que não se perde na replicação, só soma!
Inspiração pura para os que querem voar fora da asa!
Deleite puro para quem só quer voar mesmo dentro do mundo de Manoel.
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Sâm 12/10/2022

"Ajeito as nuvens no olho."
Ah, o Manoelzito de Barros...
Sou totalmente apaixonada por essa escrita sensorial, irônica, reflexiva e genial.
Coisa mais bonita é ele falando sobre o silêncio da altura, que o incolor é maior que o infinito, que desenha o cheiro das árvores, que escuta o som das cores, que apalpa o som das coisas, eu sou sinesteta então ler isso é meio que uma identificação, um acalanto.
Livro fantástico!

"O azul me descortina para o dia.
Durmo na beira da cor."

"Lugar sem comportamento é o coração."

"Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz."

"Descobri que todos os caminhos levam à ignorância."

"As coisas que não existem são mais bonitas."
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Côrtes 09/03/2023

Desaprender por 8 horas
Manoel de Barros é aquele tipo de escritor que para mim serve como refúgio. Estou passando pelo ano de vestibular então tudo é corrido, mas ler Manoel traz um alívio, estar sentindo a poesia dele e principalmente redescobrindo as palavras é uma maravilha.
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Guilherme.Eisfeld 25/09/2023

Eu amo Manoel
"Me procurei a vida inteira e não me achei - pelo que fui salvo."

Manoel de Barros cria jogos com a simplicidade e a alegoria do seu quintal, mostrando onde mora a verdadeira relevância: nas borboletas, lagartixas, rios, pedras e gafanhotos.
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vênus 26/05/2023

"Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz."
Não sou chegada à poesia... ou melhor, não era chegada à poesia ? até ler esse livro.

O volume chegou até minhas mãos de presente e ainda fermentou muito na estante até que eu finalmente me encorajasse a lê-lo. E que surpresa deliciosa!

Manuel de Barros faz, em O Livro das Ignorãnças, uma desconstrução do mundo em "agramática" (como o autor faz referência à própria poesia).

A brasilidade, a simplicidade, os detalhes e a arte pura são LINDOS nessa obra, lindos!

A princípio, achei que a experiência seria ruim, já que nunca leio poesia, e pensar em iniciar por um livro "difícil" me deixou apreensiva. Logo percebi o engano e me percebi totalmente envolvida em desvendar a arte dentro dos versos de Manuel.

O autor brinca com palavras e nós brincamos ao desarrumá-las. Pelo menos, eu me senti assim ao entrar em contato com tamanha expressão da linguagem.

Além disso, por estar acostumada a ler poesias desgarradas (em questões de vestibulares), poder apreciar uma obra que tem um fio conciso de início, meio e fim foi esclarecedor. Adorei as autoreferências!

Penso que esse livro tem que ser lido, digerido e relido, contemplado e re-relido. Há muito o que sentir nos versos que voam para fora da asa.

Enfim, foi uma leitura tão boa que eu fiquei na necessidade de ne derramar sobre essa resenha. Leiam, leiam!


"Me procurei a vida inteira e não me achei ? pelo que fui salvo."

PS: FIQUEM COM O MAIS CHEIROSO TRECHO:

"As coisas que não existem são mais bonitas"
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Renata 02/11/2022

Um livro cheio de jogos de palavras que me encantaram desde a primeira frase. O autor faz um jogo genial de rimas e histórias.
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Flowers 29/10/2012

O livro dos suspiros
Manoel de Barros encanta mais uma vez com "O livro das Ignorãças". Um livro de arrancar suspiros, de aprender palavras, de relembrar o horizonte e ampliar o lirismo que se perde nas coisas cotidianas e banais.
Ah...o azul exagerado em meu olho, como no olho daquele menino lá dos fundos do quintal com suas latas maravilhosas.
Meu olho tem mania de exagerar azul, está sempre colocando meu coração em estado de paixão pelo céu, de "enamoramento" pelo sol e pelo luar.
Manoel me desperta pros insetos, para aquelas pequenas coisas que costumo ignorar. Enquanto acho que aprendo, vou ignorando e ficando ignorante. Vou perdendo as coisas bonitas, porque se não olho, elas deixam de existir. E é como disse Felisdônio: "As coisas que não existem são mais bonitas".
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Solange Sólon Borges 24/11/2021

Há palavras que nascem prontas: Manoel de Barros molda as suas com asas e passarinhos
Eita Manoel de Barros! Um dos meus poetas favoritos, que se escondia no Mato Grosso, mas ganhou o mundo. Não há como não se surpreender com a construção e descontrução que ele dá às palavras. "Ando muito completo de vazios. Meu órgão de morrer me predomina. Estou sem eternidades. Não posso mais saber quando amanheço ontem" (p. 55). Como não ter coceira linguística para pensar: aí está o cara que faz das palavras o seu passatempo e o seu amor. Quem ainda não leu Manoel de Barros, faça-me o favor, põe na lista com carinho.
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Toni 29/04/2019

“Poesia tem de ser pouca”, disse certa vez Manoel de Barros ao escritor Valter Hugo Mãe, que pretendia publicar uma edição de seus “Poemas completos” em Portugal. Por insistência do cuiabano, o livro acabou não sendo a “edição imponente” planejada, mas uma modesta antologia de 30 poemas. No íntimo, sempre concordei com essa ideia do Manoel, mas nunca fui articulado o suficiente para elaborá-la em 5 palavras: Volumes Grandiosos de Poesias Completas (assim maiúsculos) via de regra me deixam aflito, tanto por minha inaptidão confessa para ler poesias quanto pela premência de virar a página que acompanha os calhamaços. Leitura de poemas exige tempo, ruminação, repetição e, mais importante, desaprendizagem, ou seja, disposição para aproximar-se renovado de “um azul em abuso de beleza”, do “passado obscuro das águas”, ou do “morrer que tem uma dor de árvore”. Acho difícil fazer isso por 300 páginas sem fim.
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Manoel de Barros é o poeta “encantador de palavras” (título de um de seus livros). Um a-gramático que nos surpreende com “ele me árvore”, que “se entardece” e pede desculpas. Ensina a desinventar objetos, a voar fora da asa, a escutar o outono no chão de sua voz. Ele cria poemas nos deslimites das palavras com uma didática que ensina simplicidade, mestra do mestre heteronímico Alberto Caeiro. Articula um mundo desarticulado pelo espanto de se descobrir mundo (e este não é apenas um jogo bobo de palavras, mas modus operandi do poeta). Nas palavras de Mãe para o prefácio desta edição: “Manoel de Barros sabe por candura e não por academia”. E isso talvez seja toda a diferença.
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Com poucos poemas, uma cronologia simpática, algumas fotografias e cartas de amigos (como Millôr, Mindlin, Houaiss), esta edição do ‘Livro das Ignorãças’, verdadeiro objeto de culto à lentidão, é um convite ao universo pequeno e infinito de um de nossos maiores poetas. Poesia que colhe do mundo a revolução silenciosa e transformadora da delicadeza.
Ariana.Cunha 15/11/2019minha estante
Resenha belíssima!


Toni 18/11/2019minha estante
Muito obrigado, Ariana.




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