vanessaetraud 08/05/2024
"Ele segurou sua mão com delicadeza, mas seus olhos traíam a dor que ele tentava esconder. Naquele momento, ambos sabiam que estavam se despedindo para sempre."
Mais um exemplar que aborda os valores morais da sociedade da época. Aqui, somos apresentados a um triângulo amoroso não oficial, envolvendo Luísa, uma mulher idealista cuja vida se transforma quando seu caso amoroso vem à tona, ao lado de seu marido, Jorge, e seu primo Basílio, um sedutor egoísta.
Mais uma vez, o livro destaca as fraquezas humanas e os conflitos éticos. A sociedade está pronta para lidar com comportamentos imprudentes e paixões descontroladas? A resposta é não, e é Luísa quem acaba sofrendo as consequências.
Basílio se revela como um homem egocêntrico, preocupado apenas com seus próprios interesses. As repercussões do envolvimento e conduta do trio recaem exclusivamente sobre Luísa, enquanto para Basílio, por ser homem, o que é revelado e apontado é aceito com tranquilidade, enquanto ela é destruída.
Podemos oferecer tudo, e mesmo assim não será o suficiente. Um amor que poderia ser avassalador chega a um fim tão doloroso que invalida cada momento vivido. Talvez todos os três tenham sua parcela de culpa. Talvez, se Jorge tivesse nutrido mais seu relacionamento com Luísa, a traição não teria ocorrido. Talvez, se Basílio não existisse, o desfecho poderia ter sido feliz. Ou, talvez, seja inerente à sua natureza, e Luísa nunca teria sido verdadeiramente feliz com Jorge. Há um eterno "e se..." porque a vida dela se desvanece e se perde para sempre. O destino foi cruel com ambos, mas o que me marcou foi o desfecho da protagonista, consumida pela culpa e pelo desespero, deixando cicatrizes profundas em sua alma e a levando ao fim. Seu coração partido percebe tarde demais o verdadeiro custo de suas escolhas imprudentes. Acredito que a solidão e o remorso a acompanharam até o último suspiro.