Pett 16/09/2023
Cheio de reviravoltas
Antes de mais nada já preciso dizer que esse livro me deixou surpreso em vários momentos durante a leitura, seja pela morte de personagens a qual eu não esperava, seja pelo rumo imprevisível que a história tomou.
Nesse segundo livro, encontramos uma protagonista totalmente segura das coisas que tem que fazer e completamente ciente e ponderada em suas decisões, com sede pelo Jogo do Conselho.
Mara não é mais uma jovem inexperiente tentando sobreviver a um jogo mortal. Ela agora é uma Senhora que provou seu valor e que colocou os Acoma em ascensão. O livro focará no desenvolvimento de Mara e de como ela começará a questionar os costumes e tradições de seu mundo assim como dará foco tbm a seu romance com Kevin, um escravo bárbaro.
Kevin foi um personagem muito bem introduzido e sua interação com Mara rendeu bons momentos além de ele ser o personagem responsável por fazer Mara repensar sobre vários conceitos tsurani como escravidão, vida e honra, e fazer com que Mara enxergue os costumes e tradições através de outra óptica. Essa nova forma de enxergar as coisas foi crucial para os acontecimentos no final do livro.
Algo que gostei bastante foi que cada personagem secundário que já tinha conquistado nosso afeto no primeiro livro como Keioke, Nacoya e Arakasi, aqui alcançam seu ápice e possuem, cada um, seu momento de brilho. E em vários momentos o medo de um desses personagens morrer me fazia virar as páginas freneticamente.
Algo diferente em relação ao primeiro livro é que esse se alterna entre os pontos de vista de vários personagens, o que nos permite saber o que se passa na casa dos Minwanabi, e foi bem interessante ver o que se passava na cabeça dos antagonistas, principalmente de Tasaio, que se mostrou ser um personagem com quem eu gostei bastante e sem dúvida um ótimo vilão.
Equiparável a Game of Trones, a morte de personagens principais e importantes à historia contribuiu para que o livro mantivesse um clima de insegurança sobre toda a narrativa. Isso somado as várias (VÁRIAS) reviravoltas que lançam os personagens e a política de Tsuranuanni por rumos imprevisíveis, contribuiu para que um livro com mais de 700 páginas fosse lido tão rápido.
Por fim, queria dizer que o desenvolvimento de Mara, seu romance com Kevin, a morte de um personagem querido, as despedidas de outros e o final que de certa forma foi bem fechado me deu uma sensação boa, de missão comprida como sempre ocorre quando acabamos de ler um bom livro, mas ao mesmo tempo me pergunto: o que será que o autor guardou para o terceiro e último volume da saga?