spoiler visualizarLaryShelf 09/05/2023
Continue a nadar...
Faz tempo que um livro não me deixa tão impactada.
Estava bem apreensiva sobre ler É Assim que Acaba devido às críticas, muitas negativa sobre a autora "romantizar a violência doméstica". No entanto, ao fibal da leitura, não consigo entender de onde as pessoas tiraram isso!
Collen traz o tema polêmico e necessário à tona de uma forma tão nua e crua, tão tramendo e destruidor, que fui incapaz de parar a leitura até entender tudo que passava na cabeça de Lily. Admito, eu era uma das pessoas que julgavam mulheres que permaneciam em relacionamentos abusivos até ver Lily e seu amor tão grande que procurava justificativas para as ações violentas do homem que amava de todo o coração e que ela nunca imaginou ser capaz de atos tão horríveis.
Collen e sua escrita tão direta e fácil me fez mergulhar na história e sentir a dor e o amor de Lily não só por Ryle como por Atlas, como uma decisão, como minutos podem mudar o rumo da vida de uma pessoa para sempre. Chorei e ri com Lily, sofri com ela e por ela e entendi que a pergunta certa não é "Porque as mulheres violentadas permanecem?", mas sim "Porque os homens são violentos?". Inconscientemente nos deixamos levar pelo pensamento de manada onde a culpa é da mulher e de sua fraqueza, mas nunca conheci personagem tão forte quanto a Lily, capaz de tomar uma decisão pelo bem da filha mesmo que o amor por Ryle ainda fosse tão grande.
Comecei o livro com a ideia de um romance, um triângulo amoroso onde estava na cara, desde o começo, que Atlas era o homem perfeito e Ryle não. Mas é impossível ao fim do livro permanecer com esse pensamento superficial. Sim, Atlas ainda é perfeito e a história parece girar muito em torno deles, mesmo nos momentos distantes, mas é tão mais do que isso. Porque, apesar de incrível e um homem muito melhor que o Ryle, Atlas também errou ao mentir pensando na felicidade de Lily. O quanto a história não seria diferente?
Ryle estava certo em algo: Não há pessoas ruins. Apenas pessoas boas que às vezes fazem coisas ruins.
Mas, como Lily, felizmente, percebeu, nem todas as coisas ruins são perdoáveis.